Esquisitos escrita por Melissa Potter


Capítulo 13
Começando a entender


Notas iniciais do capítulo

olaaaa pessoal :D eu sei eu demorei, me desculpem por isso eu realmente não tenho desculpa alguma para falar para vcs eu simplesmente negligenciei a fic, peço desculpas por isso pq foram dois meses sem postar nada e para alguém que não tem trabalho e nem estudo e muito menos um bloqueio criativo no momento não ha desculpa para atrasar tanto pessoal, então mil desculpas... bom, a fic esta fazendo dois anos na terça feira que vem, esse capitulo é um capitulo comemorativo eu só não postei no dia pq vcs já estavam sem nada a muito tempo então decidi adiantar as comemorações XD eu quero agradecer a todos vcs que durante esses dois anos estiveram comigo acompanhando essa historia maravilhosa muito obrigada ♥ enfim o capitulo estar enorme eu espero que gostem e que aproveitem....boa leitura ;)



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As pernas de Gina tinham vontade própria e a levaram de volta para dentro da escola, ela já não segurava as lágrimas e isso embaçava sua vista. Ela só queria se afastar daqueles três e de todos que tentassem incomoda-la, então quase correndo, ela entrou no banheiro feminino mais próximo e se trancou em um dos boxes desabando em um choro continuo, sentada no chão do banheiro Gina abraçou suas pernas junto ao peito.

Lembranças de Hermione e Luna começaram a povoar a sua mente, de quando as conhecera, o dia no ônibus quando elas compartilharam com Gina suas vidas. Provavelmente queriam ganhar a minha confiança. Pensou ela, sua mente a auto sabotando. Será que tudo que passamos foi real? Os pensamentos continuaram vindo junto com mais lembranças, de quando ajudaram ela com Cho e suas amigas, quando elas a ajudaram a se arrumar e se sentir bem consigo mesma, ajudaram ela a ter um pouco mais de confiança, lembrou de todas as conversas e risos que tiveram, das saídas depois da escola e do trabalho de Gina. Tudo falso! Sua mente gritou para ela e as lágrimas aumentaram quando também se lembrou daquela maldita noite, de Rony gritando com ela no meio do corredor da escola, de como Dino só piorou as coisas, do sentimento de mágoa, que era parecido com o que estava sentido agora, quando lembrou que as duas tinham feito uma promessa a ela, disseram que não iriam mexer naquilo, que não falariam com Rony, desabou ainda mais em lagrimas e então voltaram as imagens do que acabara de presenciar.

Gina fechou os olhos fortemente e balançou a cabeça de um lado para o outro tentando espantar aquelas lembranças, todas elas, o banheiro feminino da escola já não era o bastante para Gina, estava começando a se sentir sufocada, ela precisava sair dali. No bolso de seu casaco, Gina pegou seu celular, discou o número da única pessoa que iria ajuda-la sem questionar nada.

— Carlinhos? – Gina soluçou quando o irmão atendeu. – Preciso de você... preciso que me tire daqui.

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Um tempo depois, em um dos corredores de Hogwarts…

Hermione e Luna passaram o intervalo inteiro preocupadas com Gina, queriam encontrar a amiga, falar com ela, a garota não parecia nada bem. Rony disse para deixarem que Gina esfriasse a cabeça, mas mesmo assim elas procuraram por Gina em quase toda a escola, elas não a acharam em lugar nenhum e só pararam de procura-la quando o sinal informando que as aulas iriam começar de novo soou e elas tiveram que se dirigir, frustradas, até seus armários para pegar os materiais para a aula de biologia que teriam agora.

— Talvez..., Rony esteja mesmo certo e ela precise esfriar a cabeça. – Luna comentou quando Hermione se encontrou com ela na porta da sala de aula.

— Acha que ela irá aparecer para a aula? – Hermione pergunta mordendo os lábios em nervosismo, Luna deu de ombros sem saber o que responder.

Mesmo com a pouca esperança que tinham de que Gina fosse aparecer na aula e que ela só precisava de um tempinho para esfriar a cabeça, as meninas estavam preocupadas com Gina e a amizade delas. Hermione e Luna seguraram a esperança de que Gina fosse aparecer para assistir à aula com elas. O que não aconteceu.

Harry, no fundo da sala, percebeu que Gina não estava ali, estranhou, pois, ela estava nas primeiras aulas e agora some? Além do fato que Gina não era de faltar aula. Ele olhou para suas primas e viu que as duas estavam incomodadas, olhavam para todos os lados tentando disfarçar e demoravam o olhar na porta e no olhar uma da outra, com certeza elas sabiam o que havia acontecido com Gina.

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Nas aulas seguintes, as últimas do dia, Gina também não havia aparecido e aquilo começou a realmente preocupar Harry, então, ao fim do dia, quando estavam saindo da última aula do dia, ele esperou que Hermione e Luna saíssem da sala. As duas estavam estranhamente caladas, Harry arqueou uma das sobrancelhas em surpresa com aquilo.

— Tudo bem, chega!  Eu esperei a manhã inteira para isso. – Harry falou para as duas de repente, elas o olharam surpresas com o “ataque” – O que aconteceu? Por que Gina não estava nessas últimas aulas? E por que raios vocês estão tão caladas?

— Uou! Uma pergunta de cada vez, priminho. – Luna se manifestou primeiro. Harry revirou os olhos para o que Luna disse e Hermione suspirou.

— Nós magoamos a Gina. – Hermione confessou e, ao ouvir aquilo, Harry estacou no meio do corredor e olhou para as duas primas cautelosamente.

— O que vocês fizeram? – Ele quis saber.

— Mexemos em algo da vida dela que Gina não queria que mexêssemos sem sua permissão. – Continuou Luna, Harry olhou para as duas, incrédulo, aquilo era muita burrice.

— Não conseguimos falar com ela de jeito nenhum, já mandamos um monte de mensagens e ligamos várias vezes também – Hermione acrescentou.

Harry agora começou a ficar realmente preocupado, Gina deveria estar muito mal com elas para que chegar ao ponto de não dar sinal de vida para Luna e Hermione.

— Rony disse que ela não estava bem e que deveríamos esperar que ela esfriasse a cabeça. – Luna comentou e Harry franziu o cenho para ela.

— Rony? O que ele tem a ver com isso? – Harry perguntou confuso.

— Ele faz parte da mágoa que Gina está sentindo de nós. – Hermione respondeu vagamente.

— Vocês mexeram na relação dos dois!? – Harry indagou incrédulo.

— Harry, já chega. – Hermione respondeu impaciente.

— Ei! Tive uma ideia que parece maluca! – Luna voltou a falar com uma súbita animação e olhou para Harry. – Você poderia falar com ela!

— Realmente! Essa ideia é maluca e eu jamais irei executa-la. – Harry declarou voltando a andar tentando fugir das duas que prontamente começaram a segui-lo de perto.

— Mas essa é uma ótima ideia, Harry! Gina com certeza iria falar com você, ela não está magoada com você. – Hermione tentou convencê-lo concordando com a ideia de Luna.

— Sim, com certeza ela te ouviria e… – Luna não conseguiu terminar pois foi interrompida por Harry.

— Não! – Harry gritou virando-se para as duas atrás de si, Hermione e Luna olharam atônitas para ele. Harry percebeu que gritou e chamou a atenção de algumas pessoas que passavam pelo corredor, então se aproximou mais das duas. – Eu não vou falar com Gina, eu não posso falar com ela.

— Mas é claro que pode, Harry! Estamos em crise aqui, Gina está super mal você não pode ter crise de confiança agora. – Luna tentou argumentar.

— Ela não quer me ver, Luna! – Harry desabafou quase gritando e chamou a atenção de poucas pessoas para ele novamente, Harry respirou fundo e diminuiu o tom. – Ela não quer que eu chegue perto dela.

As outras duas paralisaram e encararam Harry, parece que não era só Gina que estava mal naquela história toda.

— Seja lá o que fizeram, Gina não guarda rancor, nem mesmo de Rony, eles têm um relacionamento difícil sim, mas já conversei com Gina o suficiente para saber que ela está magoada, mas que se conseguirem falar com ela, Gina pode perdoar vocês. – Harry as informou e virou-se, começando a retomar seu caminho para fora da escola. – Quando tiverem notícias dela me digam.

Elas se entreolharam desoladas e então avistaram Rony no meio do corredor abrindo seu armário, elas vão até ele.

— Jesus! Granger, qual o seu problema em avisar que está chegando? – Rony falou pulando com o susto que teve ao fechar a porta do armário. Ali ao lado estava Hermione o olhando com nervosismo.

— Você viu Gina? – Hermione perguntou sem delongas. Rony se recompôs do susto, trancou seu armário e pensou na irmã, e só então percebeu que Gina não assistiu a nenhuma das aulas depois do intervalo e com isso notou que Gina estava realmente mal. Anos atrás, quando ela ficava assim, ela corria até ele e Rony cuidava dela, hoje, já há algum tempo, percebeu que seu posto fora ocupado.

— Já verificaram com Carlinhos? Quando Gina está assim ela recorre a ele. – Rony deu a pista. Hermione e Luna sorriram animadas, é claro! Por que não haviam pensado que ela poderia estar com ele? Rony percebeu a animação delas e resolveu cortar. – Repito, acho melhor esperarem que Gina esfrie a cabeça, ainda é muito recente.

Hermione, no auge de seu estresse, se irritou com aquilo e o olho.

— Weasley, como Gina soube onde estávamos? – Hermione, com a fala lenta, o questionou.

Rony piscou os olhos atordoado com a pergunta e a raiva repentina de Hermione.

— Como é que eu vou saber!? – Rony a respondeu mesmo surpreso. Hermione o lançou um olhar sarcástico e a mente de Rony clareou. – Você acha que fui eu!? Por que eu faria isso?

— Eu não sei, Ronald! Por que você não me diz? – Hermione continuou acusando-o com o tom de voz já elevado.

— Isso é loucura! Eu não fiz nada, eu não tenho a mínima ideia de como ela soube! – Rony replicou, também aumentando o tom de voz, eles já estavam começando a chamar a atenção.

— Ela nunca vai lá! As únicas pessoas que sabiam da nossa reunião era eu, você e Luna. – Hermione argumentou com o tom subindo ainda mais.

— O que te faz pensar que não foi a sua priminha maluquinha? – Rony contra argumentou.

— Ei, não me meta nisso eu não estou te acusando de nada! – Luna se defendeu irritada.

— Porque é maluca e não estupida. – Ronald deixou que sua raiva falasse mais alto.

— Olha como fala com ela, Ronald Weasley! – Hermione disse antes que Luna o respondesse. O tom das vozes dos três estava muito alto e as pessoas no corredor estavam paradas todas olhando e prestando atenção na briga. Luna foi a primeira a olhar ao redor, vendo que estavam dando um espetáculo para todos no corredor.

— Já chega! – Gritou Luna e olhou para Hermione completando – Essa briguinha besta está chamando muita atenção, vamos embora, Hermione.

Hermione respirou fundo, ainda olhando para Rony, ela se acalmou um pouco.

— Depois resolvermos isso. – Hermione disse para Rony e se deixou levar por Luna para fora dali, sem esperar uma resposta dele.

— O que estão olhando!? Perderam alguma coisa!? – Rony gritou para as pessoas no corredor que rapidamente se dispensaram, elas não queriam experimentar a raiva do rei do futebol da escola.

Lilá e Cho haviam visto toda a briga e, no canto delas, comemoravam o que haviam feito.

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Do outro lado do corredor…

Hermione tinha se acalmado completamente enquanto se dirigiam do armário de Luna para o dela.

— Mione, acho que Rony tem razão. – Luna declarou de repente, Hermione a fuzilou com o olhar, mas Luna não cedeu. – O que!? Gina estava realmente mal e magoada, mas também bastante irritada... se falarmos com ela agora as coisas podem piorar.

Hermione murchou como um balão, mas também não cedeu.

— Pois eu acho que devíamos escutar o Harry, ele disse que se conseguíssemos falar com ela, ela poderia nos perdoar.

— Rony conhece a irmã desde que nasceu, Hermione. – Luna replicou, vendo-a abrir o armário quando o alcançaram. – Harry só a conhece a pouco tempo e fora que... o que foi? Por que essa cara? O que é isso na sua mão? Mione, aconteceu alguma coisa?

Hermione segurava um pedaço de papel que encontrara dentro de seu armário, era um bilhete, então ela o lê e começa a ferver de raiva de si mesma e da estupida da Lilá Brown.

— Mione? – Luna a chamou, estava começando a ficar preocupada, Hermione estava se controlando para não explodir novamente no meio do corredor, então apenas entregou o bilhete para a prima.

— “Espero que tenha gostado da surpresa – Luna leu em voz alta o que continha no bilhete - se não se afastar de Rony terá outras piores do que essa”.

Ela não precisou ler a assinatura no final do bilhete para saber quem mandou aquilo.

— Aquela pilantra armou para a gente! Como ela soube o que estávamos fazendo? Você acha que Rony…

— Não… agora eu tenho certeza que ele não fez nada, provavelmente nem sabe o que a namorada fez. – De repente a face de Hermione torna-se pensativa. Luna olhou para ela, mas Hermione, sua consciência, já não estava mais ali.

Luna podia ver a mente da prima trabalhando rapidamente em algo que havia passado pela cabeça dela, sabia por causa do olhar para o vazio e dos movimentos mecânicos que Hermione fazia para terminar de pegar as coisas no armário e fecha-lo, Luna esperou que Hermione conclui-se o que lhe surgiu na mente e olhasse para ela. Não demorou e Hermione olhou para ela em uma mistura de surpresa e espanto.

— Luna… e se toda a situação entre Rony e Gina foi uma armação? E se o que aconteceu entre eles foi tudo forjado por alguém? – Hermione começou a contar até onde os seus pensamentos estavam a levando.

— O que está querendo dizer, Mione? – Luna questionou confusa.

— Lilá sempre implicou com a Gina, desde que ela e Rony entraram em Hogwarts, eu sei porque Gina nos disse isso e nós acabamos de ver que ela é capaz de ir muito longe para conseguir o que quer. – Hermione começou a elaborar sacudindo o bilhete de Luna no rosto de Luna.

— Hermione, ainda não estou entendo onde quer chegar – Luna repetiu ainda completamente confusa.

— Rony nos disse que ele e Gina eram muito ligados, e Gina nos disse que Lilá só começou a namorar com Rony depois que eles brigaram. – Hermione continuou ainda analisando seus pensamentos, e Luna começou a entender o que Hermione estava querendo dizer a arregalou os olhos.

— Hermione, você está querendo dizer que a Lilá…

— E se foi essa barata asquerosa que armou tudo para que Gina e Rony se separassem? Faz todo sentindo! Ela queria Rony e como eles não se desgrudavam ela tinha que tirar Gina da jogada, por que Rony nunca ficaria com alguém que machucasse a irmã diariamente, então fazendo Rony odiá-la o caminho estaria livre! Ela armou para que eles se magoassem e no fim ganhou o estupido prêmio por isso. – Hermione conclui totalmente o que havia pensado para Luna.

— Sim, Mione, pelo que conhecemos dela e os fatos que temos faz todo sentido, mas não temos provas o suficiente, nem sabemos ainda o que aconteceu aquela noite, ainda existe a possibilidade de ser briga de irmãos. – Luna opinou.

— Eu sei, mas agora essa ideia de que ela pode ter feito algo não vai sair da minha cabeça, até que eu fale com Rony. – Hermione rapidamente se despede da prima e na mesma velocidade da vira-se para ir a algum lugar. – Eu te vejo em casa, Luna, não se preocupe comigo eu vou de ônibus.

Hermione voltara para onde elas haviam deixado Rony, ela sabia que ele já não podia estar ali, mas mesmo assim ela o procurou por aquela região antes de enfim desistir e se direcionar rapidamente para o estacionamento dos alunos, rezando para que Rony ainda não tivesse entrado no ônibus escolar. Quando ela chegou no estacionamento, ela o viu na fila para entrar no ônibus. Não querendo chamar atenção para si novamente, o puxando pelo braço dali, Rony teria que vir por conta própria, ela pegou seu celular e mandou uma mensagem para Rony.

“Precisamos conversar, estou atrás de você, ao lado de uma BMW vermelha.”

 Ela observou Rony pegar o celular e ler a mensagem, ele olhou para trás e não demorou para a achar com o olhar.

Eles se encaram e Hermione o vê digitando no celular.

“O que quer, Granger? Já não foi o suficiente o que aconteceu no corredor? ”.

“Não questione, apenas venha... preciso falar com você. ”

Rony revira os olhos, enfia o celular novamente no bolso da calça e dá meia volta se direcionando, à contragosto, para onde Hermione estava.

— Eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu…, eu não podia ter lhe acusado sem provas. – Hermione falou quando ele se aproximou o suficiente.

— Por que não fui eu, mas… desculpas aceitas. E me desculpe por ter falado daquele jeito com Luna e por ter insinuado que você é maluca e estupida. – Rony também se desculpou.

— Deverá pedir desculpas especialmente para Luna – Hermione avisou e Rony concordou com a cabeça – No final, você estava certo. Eu estava agindo como uma louca, não pensei muito, eu só..., explodi. De novo, me desculpe pelo pequeno chilique no corredor.

— Pequeno? – Rony disse arqueando uma das sobrancelhas em divertimento. – Granger, eu estava vendo a hora de você pular em cima de mim e me esfolar vivo.

Hermione soltou uma risada e Rony se pegou encantado com o som que chegou aos seus ouvidos.

— É você tem razão, eu estava muito irritada. – Hermione concordou parando de rir aos poucos.

— Você estava preocupada com Gina, eu entendo. – Rony respondeu e um pensamento cruzou sua mente e ele franziu o cenho, confuso. – Não que eu esteja reclamando, mas, por que tão subitamente percebeu que não foi eu que nos delatou para Gina?

O sorriso pequeno que ainda estava no rosto de Hermione se desmanchou por completo, ela deveria contar a verdade assim, de cara? Rony percebeu a mudança e se frustrou, ele estava gostando de vê-la sorrir.

— Eu… apenas me toquei que estava sendo irracional e impulsiva. – Hermione resolveu deixar para depois, já tinha brigado com ele o suficiente para um dia e não queria mais brigar naquele momento.

— Então…, você ainda suspeita que eu tenha feito algo? – Rony perguntou, não parecia irritado ou zangado, Rony estava… chateado? Foi a vez de Hermione franzir o cenho.

— Não…, foi estupidez minha achar que você tinha algo a ver com o que aconteceu, eu tenho certeza que não foi você que contou a Gina. – Hermione o respondeu com tanta determinação e talvez… intimidade? Rony não ousou mais questiona-la.

Os dois entraram em um silêncio confortável, o que é estranho se tratando deles dois. Impulsivamente, Rony não controlou os seus olhos, eles queriam analisar Hermione. Ele nunca havia parado para analisa-la como fazia com as outras garotas e agora que a via, não poderia negar que os olhos castanhos como o mel (que o observavam com verdadeira atenção), os cabelos cacheados e revoltos, a boca de lábios rosados que estavam sendo mordidos delicadamente (enquanto analisava Rony, era um costume que tinha quando colocava atenção demais em algo ou ficava nervosa) e até mesmo o jeito que ela segurava uma das alças da mochila e carregava no braço os livros que não cabiam nela eram muito maravilhosamente perfeitos em Hermione. Até que… os belos olhos de Granger ficaram tristonhos.

Ela parou de morder os lábios e puxou os livros que segurava no braço direito para junto do peito.

— Você está bem? – Rony perguntou com cuidado. Novamente, a expressão do olhar de Hermione mudou ao olhar para Rony completamente surpresa com a pergunta repentina dele.

— Eu… - Ela começou a falar, mas parou e o olhou, ela iria simplesmente dizer que estava bem, como é o costume das pessoas quando alguém faz essa pergunta, mas ele realmente parecia querer saber como ela estava. – Estou muito preocupada com Gina.

A expressão de Rony também mudou, ele estava sério agora.

— Para falar a verdade eu estou com medo de não conseguirmos reparar tudo isso, de que Gina não seja mais nossa amiga. – Hermione confessou e seus olhos lagrimejaram. Seus pensamentos e o que estava sentido naquele momento trouxeram lembranças antigas que ela não gostava muito, os olhos dela acabaram se direcionando para um ponto atrás de Rony. – Nosso ônibus está indo embora.

Rony olhou para trás e viu o ônibus amarelo, no qual ele deveria estar dentro, indo embora.

— É minha culpa, desculpa. – Hermione disse sem graça. Rony virou-se para ela novamente.

— Tudo bem, acho que terei que ir a pé… eu te levo até seu carro. – Rony deu de ombros, valeu a pena perder o ônibus, pois agora estava mais próximo de Hermione.

— Eu não estou de carro, mas obrigada pela oferta. – Hermione agradeceu dando uma pequena risada. Ela ajeitou a mochila e os livros que carregava nas mãos. – Também irei a pé.

— Quer companhia? – Rony fez outra oferta, deixando Hermione atônita com a pergunta, que os dois sabiam, era totalmente inesperada. Rony estava surpreso com o que acabara de fazer, mas ele, por algum motivo estranho para ele próprio, queria permanecer por mais tempo na presença de Hermione, então permaneceu firme na pergunta esperando sua resposta. Hermione esperou que ele retirasse a pergunta, ou se desculpasse por tê-la feito, ou que ele dissesse que era uma piada. Nenhuma das opções aconteceu.

— Sim, seria ótimo. – Hermione enfim aceitou a oferta, dizendo a si mesma que era para não fazer desfeita com ele, e mostrou um pequeno sorriso em seus lábios, o qual, surpreendentemente, Rony retribuiu.

Então eles começaram a andar em direção a casa de Hermione, que era a mais próxima da escola, mas não antes de Rony se oferecer para levar os livros que Hermione carregava, ela negou e ele insistiu, então chegaram a um acordo, cada um levaria metade. Enquanto andavam, outro silêncio confortável pairou entre eles, os pensamentos sobre Gina e o que aconteceu ainda pairavam em sua cabeça, assim como a raiva de…

— Eu te entendo. – Rony declarou de repente, interrompendo os pensamentos dela. Hermione olhou confusa para ele. – Seu medo sobre Gina… eu entendo. É engraçado, porque…, antes de tudo acontecer entre mim e ela, eu tinha medo do que poderia acontecer, eu tinha medo que pudesse acontecer algo com toda a mudança de comportamento de Gina.

Hermione entrou em alerta.

— Ronald…, Lilá e você tinham alguma coisa na época em que você e Gina não estavam brigados? – Hermione logo perguntou. Rony olhou surpreso e confuso, não entendia porque ela o estava perguntando sobre isso agora. E Hermione percebeu isso e tentou contornar a confusão dele, por enquanto. – Curiosidade.

— Não… rolava um boato na escola de que Lilá era afim de mim, só que eu nunca acreditei de verdade, afinal ela não falava uma palavra quando nos víamos nos jogos. – Rony começou a relatar suas lembranças e sorriu ao se lembrar de algumas em especifico. – Era uma piada ruim entre mim e Gina, eu adorava provoca-la dizendo que ficaria com Lilá e que era para ela ir se acostumando por que eu iria casar e ter filhos com ela. – Rony soltou uma risada sem emoção.

— Ela odiava, fazia caretas engraçadas de nojo e me batia ou xingava…, ela não suportava a Lilá, nunca suportou…, até hoje, não é mesmo? … Tinha dias que Gina chegava possessa com ela e só eu conseguia acalma-la. Nunca entendi de verdade o que acontecia entre elas e Gina nunca me contou. – Rony continuou relatando e Hermione ouvia a tudo atentamente – Bom, não éramos próximos, por isso não rolou nada naquela época, depois que Gina e eu brigamos, tudo mudou na minha vida.

— E uma das mudanças foi Lilá. – afirma Hermione.

— Uma delas foi lilá – Rony reafirma.

— Tenho outra curiosidade. – Hermione falou receosa, não querendo que ele parasse de se abrir para ela. Ele fez sinal para que ela prosseguisse. – Por que começou a namorar a Lilá se aparentemente você não gostava dela?

— Lilá e eu nos aproximamos bastante depois da briga, tanto, que chegou num ponto que simplesmente aconteceu. – Rony explicou. – Além disso, eu também sou muito grato pelo que ela fez aquela noite.

O alerta de Hermione apitou feito louco ao ouvir aquilo.

— Aquela noite? O que está querendo dizer? O que ela fez?

— Lilá descobriu o que… Gina estava fazendo e me levou até lá, eu não sei ela viu toda a briga, estava irritado demais com tudo, só fui percebe-la quando me vi sendo arrastado por ela para uma sala de aula, nós ficamos lá até que ela me acalmou. – Rony conta o que aconteceu. – Sou grato pela última coisa.

— Você está me dizendo que Lilá estava lá naquela noite? – Hermione perguntou com incredulidade e triunfo disfarçados.

— Sim, era um baile da escola, todos deviam estar lá. – Rony explicou dando de ombros.

— Ronald, você tem que me dizer tudo o que aconteceu entre você e Gina, agora! – Hermione determinou sem pestanejar.

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Quando Gina o ligou ele saiu às pressas do abrigo, deixando no comando um de seus funcionários mais confiáveis, pegou o carro e dirigiu para a escola de seus irmãos mais novos o mais depressa que lhe foi permitido. Ele tinha estudado em Hogwarts e nada havia mudado com o passar dos anos, então foi fácil chegar ao banheiro que Gina havia lhe falado onde estava e quando a encontrou, a única coisa que ela disse fora um pedido para tira-la dali. Sem questionar, ele a atendeu.

No caminho no carro, Gina ficou o tempo todo em silêncio, os olhos avermelhados e inchados do choro olhavam para o nada. Carlinhos apenas perguntou se ela estava bem e se haviam a machucado, Gina negou com a cabeça e ele não falou mais nada. Seus pensamentos só se preocupavam com Gina, deixando Carlinhos cada vez mais nervoso. Quando chegaram, ele mal havia parado o carro e Gina já estava saindo de dentro e se dirigindo para dentro da casa. A mãe deles estranhou os dois estarem àquela hora em casa e enquanto Gina corria para o quarto no andar de cima, Carlinhos pediu à mãe para que ninguém fosse incomoda-los, pois ele iria resolver tudo, e para que ela não se preocupasse.

Ele subiu e entrou no quarto de Gina, encontrando-a na cama agarrada a um travesseiro com os ombros balançando. Ele se aproximou da cama e a abraçou, confortando-a em seu peito, substituindo o travesseiro que já estava molhado por sua camiseta. Gina estava em prantos e Carlinhos agora a consolava dizendo que tudo estava bem, que ele estava ali, que nada aconteceria e que ele não deixaria que algo a fizesse mal, enquanto fazia carinho com as mãos, uma nos cabelos e a outra nas costas da irmã.

Demorou muito para que Gina conseguisse se acalmar o suficiente para poder lhe contar o que aconteceu, toda vez que tentava não conseguia terminar nenhuma frase e Carlinhos ficava sem entender nada, até que, durante a noite, Gina se acalmou e Carlinhos enxugou suas lágrimas. Ele nem precisou pedir para que ela começasse a lhe contar.

— Hermione e Luna me enganaram. – Gina tentava outra vez. Carlinhos não entendeu e a olhou confuso, pois, para ele, ela não poderia estar daquele jeito só por isso. E então Gina continuou. – Quebraram uma promessa que tinham feito a mim, Carlinhos! Elas estavam comungadas com Rony, se encontravam às escondidas e falavam de mim.

— O que falavam de você, Gina? – Carlinhos tentava ajudar – Falavam coisas feias? Mentiras?

— Quando eu os achei falavam sobre aquela noite. – Gina explicou, Carlinhos sabia à qual noite ela estava se referindo. – Falavam com Rony, elas haviam prometido que não iriam fazer isso, que iriam esperar que eu estivesse pronta para contar… eu e Rony somos um assunto muito sério para elas tratarem desse jeito! Eu não tenho ideia se falavam mal de mim, provavelmente sim, eu deveria adivinhar que toda aquela aproximação, gentileza e vontade de ter uma amizade era tudo fachada, eles deviam estar aprontando algo para mim, provavelmente também são amigas de Lilá.

— Você falou com elas? – Carlinhos perguntou calmamente e Gina negou rapidamente com a cabeça. – Gina você não pode tirar conclusões precipitadas, não pode pensar nessas coisas sem ter certeza, isso só te machuca e talvez nem coincide com a realidade.

Gina levantou o seu torso e se afastou um pouco de Carlinhos, ela lhe olhava com uma ponta de indignação e a boca boquiaberta um pouco.

— Talvez tenha sido um pouco demais concluir que são amigas de Lilá… mas e Rony? – Gina o questionou. Carlinhos baixou o olhar não sabia o que dizer quanto aquilo. – Carlinhos… porque todos não entendem e aceitam quem eu sou? Porque sempre querem que eu mude algo em mim para ser aceita? Porque eles me machucam? Deus, eles sentem prazer com isso!? Eu sou uma pessoa que só quer terminar os estudos e ir para uma boa faculdade, trabalhar no emprego dos sonhos e… só ser feliz, Carlinhos…, porque não me deixam ser feliz?

Em determinado momento de seu discurso, Gina entrara em prantos novamente, então, respirando fundo e com os olhos lagrimejados, Carlinhos voltou a abraça-la.

— Eu não sei, maninha… eu não sei.

Carlinhos ficou ali até que Gina, em meio ao seu choro, adormecesse.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado ;) pf comentem oq acharam do capitulo eu gostaria muito de saber oq vcs acharam do capitulo me deixaria muito feliz de vdd eu amo os comentários de vcs, eu gostaria de agradecer a edwiges potter por ter comentado o capitulo anterior muito obg mesmo ♥ gostaria tbm de agradecer a todas as pessoas que disponibilizaram o tempo de suas vidas para ler oq eu escrevo muito obg ♥ bom eu não sei quando eu irei postar o próximo mais espero que seja muito em breve e que não demore muito, enfim ate o próximo capitulo ou os comentários



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