Nos dois meses que se passaram as coisas começaram a ficar em seu devido lugar, Tânia e Ricardo já estavam juntos de vez e ela havia voltado pra casa do empresário, pra felicidade de Manuela e Fábio que podiam se ver a todo momento. Ricardo aceitou o namoro da filha afinal de contas era melhor ter Manuela em sua vista do que por aí com qualquer um. Juliana continuava sua implicância com Luiza, principalmente depois de Lucas ter cortado qualquer tipo de relação com ela, Bárbara tinha saído de casa, depois que Gabriel e Joana começaram a namorar ela decidiu que iria mudar e mostrar ao ex namorado que ela era muito melhor que a meia irmã. 
Joana e Ricardo também começaram a se entender, a jovem deixou bem claro que não queria nada dele, apenas que ele a reconheça como filha e foi o que ele fez, registou a filha no cartório e agora ela era definitivamente uma Carvalho. Sofia e Guilherme estavam mais que unidos, viviam trocando declarações de amor e já pensavam até no futuro. Luiza não andava muito bem nesses últimos meses, um mal estar tomava conta da jovem que mal conseguia se alimentar.

— Tem certeza que está tudo bem amiga?. – Sofia perguntou pela sétima vez naquela manhã.

— Está sim, é só uma virose. – Luiza disse.

— Você está mal a um tempo Luiza. – Sofia insistiu.

— Estou bem, é sério.

Sofia não quis mais prolongar aquele assunto, as aulas passaram rápido e Luiza foi direto pra casa, subiu pro seu quarto e se jogou na cama, estava com uma dor de cabeça insuportável e um enjôo terrível.

— Luíza vamos almoçar. – Fábio gritou da porta.

— Já estou indo Fábio.

A jovem trocou de roupa e prendeu os cabelos, foi em direção a porta e sentiu uma leve tontura, estava começando a ficar com medo, e se ela tivesse com uma doença grave? Afastou aqueles pensamentos e desceu, Fábio e Manuela conversavam animados na mesa, por sorte Juliana não estava em casa, seu humor não estava dos melhores pra aturar brincadeiras.

— Só isso? Esta de dieta?. – Manuela perguntou.

— Estou com pouca fome. – Luiza respondeu.

— Você está bem Luiza? Me parece pálida. – comentou Manuela.

— Estou bem sim, só com dor de cabeça. – a jovem deu um meio sorriso.

Luiza mal tocou na comida, comeu apenas um pouco, subiu novamente pro seu quarto e o enjôo forte novamente veio, dessa vez ela não conseguiu segurar, correu pro banheiro e colocou tudo pra fora, que sensação horrível.

— Amiga. – Manuela falou entrando no quarto, encontrou Luiza pálida sentada perto do vaso.

— Me ajuda aqui Manu. – Manuela deu a mão a Luiza que com uma certa dificuldade se levantou, caminhou até a cama e sentou lá.

— Luiza, o que você tem?. – Manuela perguntou preocupada.

— Eu não sei, a umas semanas que estou assim e...não sei.

— Você e o Lucas usaram camisinha?.

— Como assim Manuela, claro que usamos e... – Luiza paralisou, se lembrou que eles não haviam usado e um detalhe muito importante que ela também esqueceu, estava atrasada a mais de um mês.

— Luiza você não...

— Isso não é possível Manuela, eu não posso estar... – a jovem andava de um lado pro outro no quarto, estava aflita e desesperada.


— Você está grávida Luiza. – Manuela disse as palavras que Luiza não queria ouvir.

— Não, eu não posso estar grávida. – Luiza se sentou na cama desesperada, as lágrimas já molhavam seu rosto. – o que vou fazer amiga, não posso cuidar de um bebê, eu só tenho 17 anos.

— Calma, precisamos ter certeza e depois vemos o que fazemos.

Manuela foi até Luiza e a abraçou, Luiza chorou copiosamente, ela sabia que provavelmente sim estava grávida, os enjôos, as tonturas, dor de cabeça, mal estar.

— Como eu fui deixar isso acontecer amiga? Logo eu que sempre fui responsável.

— Você deu mole Luiza, poxa como você me esquece de usar camisinha. – Manuela também estava aflita, sabia que essa notícia seria uma bomba que novamente abalaria a família.

— E o Lucas? Ele...será que ele vai me querer?.

— Claro que vai, esse filho também é dele, você não fez sozinha. – Manuela afirmou. – eu vou na farmácia rápido e compro um teste, você faz e tira essa dúvida tá?.

Luiza concordou e Manuela saiu, foram longos minutos de espera até a volta da amiga, aquela angústia que Luiza estava sentindo era tão grande, ela só desejava que tudo fosse mentira, apenas um mal estar e nada mais. Quando Manuela chegou com a sacola nas mãos a garota gelou, mas uma vez pediu que fosse só um alarme falso.

— Vai lá amiga. – Manuela entregou a sacola nas mãos de Luiza que pegou.

— Estou com medo.

— Não adianta sentir medo agora, vai lá e faz esse teste.

Luiza entrou no banheiro rápido, Manuela ficou sentada na cama esperando ansiosa pela saída da amiga. Ela não sabe quantos minutos esperou, mas foram os mais longos de sua vida toda. Estava desesperada assim como Luiza, coitada da amiga em ter que cuidar de um bebê tão nova.

— Luiza, sai daí. – Manuela bateu na porta.

Não obteve resposta, foi bater mais uma vez quando ouviu o barulho da porta se abrindo, viu quando Luiza saiu aos prantos do banheiro, ela simplesmente abraçou a amiga, já sabia do resultado.

— Deu positivo Manuela. – Luiza falou num fio de voz e em seguida caiu desmaiada no chão.