Senti meu rosto queimar de raiva ao ver aquela cena, Juliana no colo de Lucas e ele sem camisa, meu namorado me encarou assustado e Juliana ria discreta.
— Luiza...não é nada...a Ju só...

— Eu só escorreguei. – afirmou Juliana.

— E porque você está sem camisa?. – perguntei.

— Ela derrubou suco em mim, não foi nada.

Não respondi, subi as escadas pisando forte e fui pro meu quarto, Lucas veio atrás de mim e fechou a porta.

— Não fica assim amor.

— E como você quer que eu fique?. Te encontro na sala com sua ex, você sem camisa e ela no se colo, aliás o que vocês faziam lá mesmo?. – encaro seus olhos, estou com raiva.

— Quando eu cheguei você estava dormindo, aí eu não quis te acordar, a Ju me pediu ajuda com uma lição de matemática e eu ajudei, e lá na sala eu já te expliquei. – ele suspirou fundo e tocou meu rosto. – eu te amo Luiza.

— Não é fácil pra mim Lucas. – esbravejei. – eu não gosto dessa amizade, a Juliana não me engana.

— Olha, eu prometo que isso não vai mais acontecer. – ele disse.

— Tá bom, foi mal eu...eu não quero bancar a namorada chata, mas...

— Você nunca vai ser chata. – ele me interrompeu.

Sorri pra Lucas que me beijou, começamos um beijo calmo e lento, aos poucos o clima foi esquentando, Lucas me deitou na cama e ficou por cima de mim, ainda me beijando ele desceu sua mão até minha coxa desnuda, seus beijos desceram pro meu pescoço e eu arfei com isso, sua mão que antes estava na minha coxa subiu e foi em direção ao meu seio direito, me assustei com aquilo e  resolvi parar, não era o momento.

— Desculpa Luiza eu...

— Tudo bem Lucas. – o tranquilizo. – eu só quero esperar o momento certo.

— Eu também meu amor, só vamos fazer isso quando você estiver pronta. – sorri pra ele e selei nossos lábios, continuamos ali no quarto e assistimos um filme, no final da tarde Lucas resolveu ir embora, ele pegou sua camisa na máquina e vestiu, me despedi dele e subi pro meu quarto, quando passei pelo de Juliana a vi sentada fazendo trabalho, resolvi ir até lá dar um recado.

— Eu já entendi qual é a sua.

— Eu não te dei permissão pra entrar assim no meu quarto. – ela gritou.

— Eu não tô nem aí, eu só quero que deixe meu namorado em paz. – falei.

— Ué, tá sentindo o gostinho de ser enganada, o Lucas é meu amigo, sempre vai ser assim, aceita. – ela ri debochada.

— Está avisada, esse seu teatro de boazinha não me engana, o Lucas pode até acreditar em você, mas eu não. – sai de lá e bati a porta com toda força, fui pro meu quarto e deitei na cama, se Juliana pensava que iria fazer algo comigo e Lucas estava muito enganada, eu a conhecia muito bem pra saber que isso era só teatro, coloquei meus fones de ouvido e acabei adormecendo.

(...)

Acordei por volta de sete da noite, ouvi vozes lá de baixo, todos já estava em casa, dei uma arrumada no cabelo e desci, todos estavam na mesa e falavam sobre assuntos diversificados.

— Até que enfim acordou. – Fábio disse.

— Tudo bem filhota?. – perguntou minha mãe.

— Tudo sim mãe, só estava um pouco cansada. – dei um beijo em seu rosto e me sentei ao seu lado.

— Eu estava falando pra sua mãe que seria legal se vocês e o Fábio fizessem algo na academia, assim não passam o dia inteiro aqui sozinhos. – comentou Ricardo.

— Eu acho ótimo. – sorri. – eu poderia fazer aulas de balé, eu adoro.

— Muito bom. – Ricardo sorriu. – o Fábio disse que vai treinar luta com a Manuela. – olhei de relance pra Fábio e Manu que riram cúmplices.

— Acho bem legal, o Fábio está precisando mesmo de uma surra. – disse divertida e ele me mostrou a língua.

— E você está precisando aprender a dançar. – devolvi a língua pra Fábio que riu.

— Eu acho uma ótima ideia vocês participarem das coisas da academia, a Juliana devia se interessar também. – Bárbara disse encarando a irmã a sua frente.

— Bárbara porque você não cuida da sua vida e me deixa em paz. – Juliana falou ríspida.

Continuamos em silêncio e depois o jantar foi servido, estávamos tranquilos quando ouvimos a porta ser aberta com força, olhamos assustados pra porta e vimos Joana parada nos encarando, ela parecia nervosa e que tinha chorado.

— O que essa retirante tá fazendo aqui?. – Bárbara perguntou com raiva.

— Joana. – Ricardo disse surpreso.

— Eu acho bom que vocês estejam todos reunidos aqui, eu vim dizer quem é Ricardo Carvalho. – sua voz saiu carregada de rancor e tristeza.

— Você não vai falar assim do meu pai sua louca. – Bárbara se levantou e foi até ela, as duas se encararam.

— Será que você conhece mesmo o seu pai Bárbara? Ou está tão interessada no dinheiro que não enxerga um palmo a sua frente. – vi quando Bárbara bufou irritada e se aproximou mais de Joana, minha mãe se levantou e se pôs entre elas.

— Meninas sem brigas por favor.

— Desculpa Tânia, mas depois do que eu descobri eu não podia deixar passar em branco, esse homem aí que você chama de marido, é um tremendo de um canalha. – Joana apontou pra Ricardo e eu vi ele se levantar.

— Eu não estou entendendo Joana, você não está contente com seu salário na academia, eu posso...

— Tudo pra você é dinheiro né?. – ela gritou. – fique sabendo que eu não quero nada de você.

— Então vai embora da minha casa agora. – Bárbara gritou também. – ou eu vou...

— Vai o que?. – desafiou Joana. – vai me bater, pode vim, eu não tenho medo de você não Bárbara, nunca tive.

— Chega. – gritou Tânia. – pelo amor de Deus me fala agora o que está acontecendo Joana.

Ficamos todos em silêncio, Fábio e Manu continuavam sentados sem falar nada, minha amiga parecia assustada com tudo que estava acontecendo, eu também estava, tudo aquilo me parecia loucura, foi quando Joana soltou a bomba que deixou todos incrédulos.

— A verdade Tânia, é que eu descobri que esse homem...esse homem é meu pai.