— Juliana – falo assustado, a ruiva está parada a alguns metros de nós, com raiva. – Eu posso explicar.
— Juliana não é nada disso... – Luíza tentou falar, mas foi interrompida pela garota.

— Cala a boca vocês dois – gritou. – sua sonsa, eu sempre percebi que você dava em cima do meu namorado mas chegar a esse ponto. E você Lucas? – ela pergunta decepcionada.


— Foi um erro Ju, eu fiz sem pensar – digo me aproximando dela.

— Erro? – ela diz irônica. – traição não é um erro.

— Eu sei, me desculpa, por favor – imploro.

— Não sei Lucas, estou com ódio de vocês.

Juliana sobe as escadas correndo, sem pensar duas vezes  vou atrás dela deixando Luíza pra trás.

[...]

Após o flagra de Juliana subo pro meu quarto, estou atrasada, primeiro por ter beijado Lucas mais uma vez menos sabendo que ele tem namorada e segundo pela cena patética que ele fez em frente a Juliana, dizendo que aquilo foi um erro. Escuto os gritos do quarto dela e ouço a voz de Lucas se desculpando, tempos depois silêncio, acho que ele tinha ido embora, foi quando a porta do meu quarto se abriu bruscamente.


— Escuta aqui garota, isso é só um aviso, se eu pegar você com a boca grudada no meu namorado de novo, eu acabo com você – a ruiva me olhava com um olhar ameaçador.

— Juliana eu sei que... você tá certa, eu não vou mais chegar perto do Lucas – digo.

— Eu espero que sim – ele diz e em seguida sai do meu quarto batendo a porta.

[...]


Estávamos todos reunidos na mesa, um total silêncio, Manuela e Fábio ainda sem se falar ou trocar qualquer provocação, Bárbara no celular e Juliana com cara de poucos amigos.

— Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – minha mãe falou percebendo o clima estranho.

— Pergunta pra Luíza – juliana diz me encarando.

— Luíza – minha mãe me encara.

— Não aconteceu nada mãe – digo. 

Após o café Ricardo deixou todos nós na escola, estou distraída quando Lucas me para em frente a minha sala.

— O que você quer Lucas? – pergunto impaciente. – eu não quero falar com você.

— Eu não devia ter te beijado, foi errado, eu namoro e você não é qualquer uma, mas eu quero ser seu amigo, ficar perto de você – ele diz, triste.

— Sinto muito Lucas, nós nunca vamos ser amigos. – digo e saio em direção ao pátio.

  De longe avisto Fábio e Guilherme, eles conversam animadamente quando meu irmão olha em direção a quadra e seu rosto fica vermelho, olho em direção ao que ele está olhando e vejo Manuela novamente aos beijos com Samuel, sinto pena de Fábio, ele realmente gosta de Manuela. Guilherme sai de perto do meu irmão e ele se senta em um dos bancos, vejo quando uma menina se senta ao lado dele, chego mais perto e tento ouvir a conversa. 

— Sofrendo por amor? – ela pergunta sentando ao lado dele, vejo que é Sofia, do segundo ano.

— Tá tão na cara assim? – ele a encara com um meio sorriso.

— Tá sim – ela diz. – mas relaxa uma hora passa.

— Qual seu nome? – ele pergunta ignorando a afirmação da garota.

— Sofia, e o seu é Fábio – ela diz sorrindo.

— Bom, mas e você, sofrendo de amor também?

— Não sofrendo, mas eu tô afim do Guilherme. – ela diz e eu arregalo os olhos. 

— Eu sinto muito te dizer, mas o Gui é afim da minha irmã – Fábio diz.

—  Eu sei – ele diz desapontada. – mas sua irmã é legal, e tudo bem, eu posso conviver com isso. 

— Olha, somos dois azarados no amor – meu irmão diz e Sofia ri.

— Mas podemos ser dois sortudos na amizade, foi um prazer conversar com você – ela diz animada.

— Com você também. – meu irmão diz e em seguida o sinal toca colocando todos pra sala.


Aquela conversa da Sofia com meu irmão tinha mexido comigo, eu estava mais confusa do que nunca,  ela me parecia muito legal  e estava  apaixonada pelo Guilherme. Mas por outro lado eu não podia mais ficar perto de Lucas, estava indecisa, não sabia o que ia fazer, apesar de não conhecer Sofia não queria magoa – lá, até porque não era de Guilherme que eu gostava.