Hetalia Worldwide! escrita por Anikenkai


Capítulo 4
2020




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A noite estava terrivelmente gélida naquele horário, a chuva ricocheteava o vidro das janelas, de modo que soavam como canhões cuspindo balas toda vez que um trovão caía do céu. O rapaz foi se aproximando lentamente das janelas, afastando as cortinas ensopadas de água da sua frente, observando sonolento a violência que a tempestade castigava seu jardim. Enfim bufando, ele deu meia volta e voltou para a cama, puxando o gancho gelado do telefone com uma mão e com a outra enxugando no lençol da sua fronha, a mão ainda úmida.

 

— Boa noite. — Disse para a voz do outro lado da linha, passando imediatamente os olhos no relógio de pulso. — Digo, bom dia. Perdão, já é manhã, tecnicamente. Gostaria de marcar uma reunião com o senhor América, por gentileza. Diga-lhe que é de extrema urgência. Sim. Sim. É sobre isso também. 

 

A voz dele soava exausta e lenta, de modo que só percebeu o deslize quando balbuciou um “obrigado” sonolento e retornou o fone no gancho. Então, trouxe os dedos para os cabeços e os passou pelos fios lentamente, não deixando de soltar seus conhecidos e intermináveis murmúrios de dúvida e outra bufada, aparentemente de volta ao nervosismo habitual que começou poucos meses atrás. 

 

Poucas horas mais tarde, quando amanheceu, abriu novamente os olhos, pois tinha voltado à dormir quando desligou o telefone, e viu agora seu criado puxar as cortinas ensopadas dos seus ganchos e colocá-los de maneira delicada em um cesto. O sol brilhou mais intensamente no cômodo escuro e frio. Ele não deixou de fazer uma careta, mas enfim, pô-se de pé.

 

— Senhor Japão. — um segundo criado se curvou na frente da cama, com as mãos envoltas de luvas branquíssimas estendendo uma bandeja com trajes dobrados cuidadosamente sobre ela. — Suas roupas de hoje. Recebemos a confirmação do gabinete americano para recebê-lo para o café da manhã do senhor América. 

 

E com mais uma reverência quando o homem pegou a bandeja de suas mãos, o criado se retirou, sendo seguido pelo primeiro com a cesta em mãos. Japão, olhou novamente de soslaio para a janela, observando com a visão cansada, pequenos fiapos de poeira minúsculas e quase mínimas passando pelos raios ensolarados dali. Mentalmente, desejou que o criado abrisse-a para deixar o ar gostoso da manhã pós-chuva entrar. E fechando a porta, pô-se à vestir, sem mais devaneios na cabeça.

 

(...)

 

Eram quase sete e meia da manhã quando a limosine alta e preto-grafite estacionou em frente à conhecida mansão Saint Mary, pouco tempo depois de Japão deixar sua casa de verão, próximo dali. Na entrada da casa estavam poucos criados e apenas dois seguranças, o que era totalmente incomum durante o encontro - mesmo que sigiloso - entre duas nações, mas as circunstâncias agora eram totalmente diferentes. Seu motorista saiu, abrindo sua porta, e o Japão saiu, ajeitando o colarinho de seu terno novo. Olhou rapidamente ao redor, e observou que todos os funcionários do lado de fora - dois seguranças, três empregadas e o motorista, usavam em seus rostos, uma máscara cirúrgica. E é claro, ele próprio também. Agradecendo com uma referência, saudou à distância os seguranças, e abriram a porta para que somente ele pudesse entrar no então recinto.

 

— Senhor, se me permite… — A empregada se curvou um tanto nervosa quando este passou por ela, com os olhos fixos no chão, estendendo um pequeno frasco para ele.

 

— Claro. — Japão sorriu sob a máscara e fechou-o quando percebeu que ela não o veria. Tirou as luvas, e estendeu para a mulher, que derramou imediatamente o conteúdo gelatinoso em suas palmas e os passou entre os dedos e unhas, até os pulsos. Enquanto o estava passando, viu que o motorista e os seguranças também passavam um conteúdo semelhante em suas mãos.

 

— Obrigada. O senhor América o aguarda na biblioteca. — A empregada disse, e estendeu a mão para que ele atravessasse a entrada.

 

Deixando os sapatos na soleira, e entregando-o com seu casaco e o chapéu, calçou um par de chinelos com o selo do Governo Americano e se caminhou sozinho pelo longo corredor conhecido, repleto de fotografias e pinturas, até virar em uma curva e entrar em um cômodo repleto de prateleiras abarrotados de livros que sempre via uma vez por mês. Assim que entrou, percebeu quase imediatamente que o largo cômodo não estava mais habitualmente tomado de poeira e livros jogados por todas as partes. Estava, no entanto, de aparência mais limpa, com as grossas cortinas aveludado e púrpura retiradas, deixando a luz da manhã clarear o antigo lugar escuro. Também era a primeira vez que via totalmente a extensão do carpete, parecendo que fora então limpo pela primeira vez em algumas décadas de anos.

 

No centro um pouco à direita, uma larga mesa de madeira maciça estava ali como o habitual, com vários cadernos abertos, e aos seus pés algumas caixas de papelão abertas e fechadas. América estava sentado em uma cadeira próxima, apontando algo para uma agenda segurada por uma mulher ao lado dele, ambos falando rapidamente aos celulares através dos fones de ouvido minúsculos e sem fio, de modo que pareciam falar sozinhos, em duas línguas opostas. Japão pigarrou, e o outro homem balbuciou algo no seu fone, fechando sua pasta e levantando os olhos para seu visitante.

 

Estados Unidos - mas popularmente apelidado de “América” por praticamente quase todos os outros países e pessoas ao redor, fitava o Japão com profundas olheiras arroxeadas e aparência pálida, os lábios ressequidos como que precisasse urgentemente de um copo de água. Os cabelos loiros e curtos estavam bem desgrenhados e não usava seus trajes oficiais, e tão pouco a regata de bandas de rock e calça jeans que normalmente usava em sua casa, mas sim uma camisa grande e larga de cor cinza e calças de frio azul, parecendo grandes demais para seu corpo, como um uniforme de hospital. Agitando a mão livre, ele o chamou para perto.

 

Japão se curvou.

 

— Ah, bom dia, meu amigo. Bom dia, bom dia. — o loiro sorriu asperamente para o japonês, agora balançando uma folha de ofício da mão oposta. — Venha, sente-se. Daqui a pouco vão trazer o café da manhã.

 

A mulher ao lado de América reduziu as palavras, mas não parou de falar, tombou a cabeça levemente de lado, como se fingisse que não visse o convidado. Agradecendo ao anfitrião, Japão então se sentou, olhando inevitavelmente para sua frente e encarando-a, os lábios úmidos correndo com as palavras e aparência também cansada. 

 

— Coréia do Sul. — América deu uma cutucada em seu ombro, acenando para que ela atendesse uma ligação em espera de seu segundo telefone pousado na mesa.

 

— Um momento. — Ela disse com tom nervoso, voltando-se para seu próprio telefone. — Preciso de um momento, ou terei outra espera com a Pfizer

 

— É sempre assim. Os malditos pensam que isso é um rinha. — América comentou, e se ajeitou de volta ao acento. 

 

Nos segundos seguintes, a vazia biblioteca foi invadida por vários homens vestidos do mesmo uniforme hospitalar do loiro, porém ainda munidos com máscaras plásticas de escudo presidencial, e cabelos escondidos em toucas. Passeavem pelo recinto para lá e para cá, trazendo e depozitando caixas e mais caixas, para em seguida um ou outro os abrir, catalogar seu conteúdo, e passar para o próximo. Outros analizavam prancheta e agitavam vidrinhos com líquido translúcido dentro. Comentavam algo em tons assustados, como se algo não fosse suficiente, para então ir ao ouvido do dono do local, noticiando-lhe algo. Voltavam-se apreensivos ao trabalho, de abrir e deslocar caixas. 

 

— Pode atualizar o número no monitor, minha querida amiga. — América suspirou pesadamente, e seus olhos pareceram mais profundos e agonizantes como Japão muito tempo não o via. — Subiu-se 63.700 casos novos hoje. Total de mais de 585,800 mortes. Temos que nos apressar mais…

 

— Sinto muito. — O japonês gesticulou para para amigo, abaixando e subindo os olhos miúdos, como se não soubesse para onde olhar. 

 

— Aconteceu. Quantos casos houve com você desde nosso último encontro?

 

Japão encarou o monitor próximo antes de responder, com um receio antes. 

 

— Mais de 600.700 casos desde sete de março. 

 

— E quantas mortes? — Fora a voz da Coréia do Sul que perguntava. 

 

— Mais de 166 pessoas. — Ele lhe respondeu, com certo nojo pela sua interlocutora. 

 

Haviam se arrastado nisso. Tantos casos, tantas mortes, que desanimava olhar as estatísticas mais agradáveis, como os dos recuperados. Quando, mesmo que brevemente, os gráficos de curados mostrava uma tímida ânsia de subir, novas levas de estados vermelho atingiam os níveis alarmantes das cidades, lotando seus hospitais, infectando suas ruas. Era desanimador em meio à tantas tragédias e conspiracionistas, mas mesmo assim eles ainda se reuniam, pesquisavam, ligavam, ordenavam, enfim, buscavam de alguma forma saber como fariam para conter de vez aquela pandemia horrível e infernal, que acabava de completar terríveis dezessete meses. 

 

Era o COVID-19, assim agora chamado aquela nova variante do SARS, originado nos subúrbios de uma província chinesa chamada Wuhan. Em dezembro de 2019, uma onda de gripe tingira a cidade, devastando e arrancando o oxigenio dos frágios pulmões que ali habitavam. Logo ao perceberem o que estava acontecendo, os alertas foram acionados, e a cidade fora totalmente isolada. Ninguém entrava e saia, encontrando assim uma forma de conter a terrível gripe que comecava a derrubar os moradores, como se não passassem de peças de dominó. A contingência tinha não sido o suficiente, pois semanas depois, novos casos se mostraram nas lotadas ruas de Pequim. Logo, era noticiado os espirros em Taiwan. A península japonesa relatava o mesmo, e em um piscar de olhos, a Asia por inteira se via contaminada de um epidemia devoradora e trágica, que não tardaria de espalhar seus dedos para terras mais ao Sul e ao Oeste. E assim o fez. 

 

Naquela altura, China, o epicentro da doença, era a principal culpada pela desgraça que havia sido causada ao planeta. Seus cidadãos eram duramente repelidos, os comércios entre paises e ela eram abandonados, e a poderosa asiática se vira completamente abandonada, assaltada e ao mercê de maldições e injúrias de todas as partes do mundo. Os demais países desenvolvidos conheciam-a bem, e seu queixo sempre elevado como se fosse superior aos outros, sabiam que seu orgulho estava ferido. Se esforçava para noticiar os avanços de duas proprias pesquisas, a maratona dos curados e sobreviventes, no quanto justamente sua ação rápida de conter Wuhan salvara não apenas si mesma, mas todos os demais países. 

 

Mas nada era ouvido. Apenas dedos acusadores por todos os lados. Apenas lamúrias, aquele velho racismo primitivo sobre sua pessoa, enchiam as bocas dos mais odiosos e antes invejosos de seu poder. Culpavam-na, e nada ela podia fazer. O que explicaria? Eles nao entenderam, não eram civilizados para ao invés de chicoteá-la, se juntassem para resolver a peste em comum, pensava. E assim, China se isolava cada vez mais desde o início da pandemia, murmurando palavras de vingança. Mas não só contra a doença.

 

Neste meio tempo, ONU se ocupava de grande parte da consequência daquela doença e as vidas que estava ceifando. Alguns países europeus mais velhos até cochichavam uns com outros, durantes as reuniões online sobre aquilo tudo ser terrivelmente idêntico ao que tinham vivido durante a Peste Negra e a Gripe Espanhola, para os países mais jovens. Quase que imediatamente após os primeiros casos fora do perímetro asiático, nações inteiras fretaram aviões com seus compatriotas a fim de salvá-los, o que apenas ajudou a disseminação da doença que já se alastrava sem ajuda. Vários pedidos chegaram e se amontoavam na mesa da ONU, se se ocupava em ajudar o WHO¹ a encontrar um meio de proteger as vidas antes que fosse tarde. A idéia de solução fora quase imediata: uma vacina

 

Ora, as vacinas, como se bem sabia, demoravam anos, até décadas para serem isoladas, estudadas, testadas e aprovadas. Mas esta não era uma situação normal, pois enquanto a loira se reunia as longas noites sem dormir com os secretários de saúde, o mundo inteiro gemia de dor e desespero. O clima era de desolação, e pânico. E isso, não poderia mais continuar, obrigando-a a exigir um pacote de 2,5 trilhões de dólares para nações de países em desenvolvimento, de forma a transformar manifestações de solidariedade internacional em ação global efetiva. Foram reunidos médicos e cientistas de vários países, cada um com sua proposta de uma panaceia² l, e recendo uma considerável soma de dinheiro, se puderam a trabalhar.

 

Era então, 11 de fevereiro de 2020, e mais de trezentos cientistas de todas as nações foram reunidos na presença de ONU e o WHO. A então rancorosa e assustada China, se apresentou primeiro, com a cabeça em pé, muito bem vestida como sempre e expressando uma normalidade não esperada, apesar da maquiagem que cobria o rosto agora cadavérico e sem cor, apresentava as suas idéias. Mesmo com os inúmeros elogios da benevolente ONU, nada retardava os ataques para a chinesa, os os repelia com a velha agressividade oratória, que tantos séculos atrás havia aprendido com os melhores europeus. Demorou até o dia 11 de março, para que as reuniões intermináveis decidissem que os níveis de casos fossem analisados, e assim classificado oficialmente como pandemia. Naquele nível, ONU se apresentava mais preocupada do que nunca, com os níveis alarmantes de propagação e gravidade do vírus, e também com os níveis alarmantes de inação dos governos, pois todos, ou quase todos, urravam e se desesperavam, ou simplesmente não lhe davam atenção, e muito menos importância ao vírus. 

 

Em 17 de março, 105 países tinham encerrado as aulas de suas escolas, fechado estabelecimentos, e proibido viagens, a fim de tentar conter a terrível propagação. A reação ao lockdown fora imediata: pessoas se aglomeravam nos supermercados e estocavam alimentos, água, remedios de tratamento precoce aos montes. Os mais lívidos chegavam a duelar por uma simples garrafa de água. Logo, chegaram as teorias conspiração, a idéias de que tudo havia sido arquitetado para ser uma bomba biológica, caiu nos gosto das pessoas. Países que antes tidos como razoáveis, discursavam tratamentos falsos e pseudoconhecimento. Era demais para conter, a crise era eminente. Mas haviam ainda as propostas de cada país: 

 

America e Inglaterra eram os únicos até então em propor uma vacina imediata, desde janeiro do ano anterior: os chamados laboratórios AstraZeneca, Pfizer e Moderna apresentavam ideias tímidas de isolamento do vírus morto, e usá-lo para propagar mais leucócitos na defesa do organismo humano. O tempo não foi perdido, e rapidamente os esforços foram reunidos nos estudos e os laboratórios-fábricas trabalharam à todo vapor. Alemanha também entrava na disputa, agitando o punho germânico para as novas variantes. Em 8 de fevereiro, doses dos exemplos já saiam dos laboratórios e eram distribuidos em doses de teste para alguns países, até alguns inconvenientes acontecerem, como relatos de alergia e a recusa da África do Sul em continuar o uso destes. No dia 19 do mesmo mês, a vacina Pfizer era distribuida e aplicada formalmente em seus voluntarios em escala global. 

 

Ainda existia os demais exemplos. Rússia se gabava por ter criado a primeira vacina, sua então mais nova Sputnik, que possuia um nível elevado de aprovação do sistema imune. China era a mais dedicada, tanto quanto a própria Britânnia³, sua então elogiada Sinovac era humedecida de positivas esperanças, sendo adotada sem rodeios por muitos paises, ao mesmo tempo que era repelida e odiada por outros. Todos bem entendiam que não havia espaço para tolas superstições, mas os humanos eram difíceis de lidar, e os países eram facilmente controlados por eles. A situação beirava à uma nova pandemia com outra doença agora invisível, mais transparente porém pesada, com a solução prática entrege em tempo recorde, mas que deixaria uma marca ensanguentada por muito, muito tempo ainda. 

 

Japão revirava suas próprias folhas, seus relatórios de casos e curados, pois assim preferia evitar ler os mortos. Admitia para si mesmo a infantilidade da decisão na mesa, mas simplesmente não conseguia fazê-lo, pois significava para si que tinha sido um fracasso no trabalho… justamente ele e seu cuidado higiênico que ensinou ao japoneses. Os olhos negros tremeram ao largar de súbito sua pasta, e erguer ao monitor instalado acima da mesa, à sua esquerda, que mostrava os números totais de vítimas do COVID-19 em diversos territórios. 

 

— 146.091.986 casos, 3.096.579 mortes… — O nipônico balbuciou baixinho o número que piscava na tela. 

 

— Foi atualizado na madrugada. — América o ouviu, e disse sem tirar os olhos dos seus próprios papéis. — ONU nos envia a atualização a cada três horas. Precisa de um café?

 

— Não, agradeço. 

 

— Chá? Parece estar precisando. 

 

— Não, já tomei meu café da manhã. Obrigado.

 

— Mas o criado não avisou que comeria aqui? Tem certeza?

 

Japão o olhou um tanto surpreso. America não era do tipo que insistia em algo, por mais tivial que fossem. Os olhos profundos do ianque agora os encarava, e Japão precisos assentir com a cabeça para lhe permitir a gentileza. Logo lhe foi trazido uma grande xícara descartável com um sachê de sacarose e Earl Grey mergulhado em água fervida. Ele pegou o copo que lhe foi oferecido, contorcendo o rosto em desprezo involuntário. America definitivamente, não sabia como preparar o chá, em todos seus elementos. Observou também que Coréia não aceitara a bebida, provavelmente pelas mesmas razões que ele. 

 

— E como vai o velho Shinzo Abe-san? — América murmurou.

 

— Ainda com dores de estômago. Mas estou cuidando dele.

 

— Ainda vai fazer o velho trabalhar doente? Que cruel, até para você, Japão. — O loiro replicou, com um risinho, ainda revirando os papéis.

 

Coréia do Sul ergueu os olhos das telas de celular e tablets, e olhou de soslaio para o nipônico.

 

— Ele é meu Primeiro-Ministro. Ele sabe que seu dever é mais importande em cuidar de mim do que sua saúde. Além disso, eu lhe dou força. Não se preocupe — E o japonês olhou de modo fixo para a coreana. — Eu sei cuidar dos meus, e essa doença não vai acabar comigo.

 

Coréia bufou, desligando as telas e puxando papéis. Recolheu tudo em uma bolsa, e se levantou da cadeira.

 

— Preciso voltar para a Casa Azul, vou adiantar o vôo. Obrigada pelos insumos que irá me ajudar, América.

 

— Ah! Já vai? Não quer ficar para o almoço? Logo mais, minha mãe aparece.

 

— Não, obrigada. Com licensa. — E curvando-se com respeito, cumprimentou o americano. Ao passar por Japão, apenas o olhou com um brilho de desprezo, e saiu para o hall de entrada.

 

América olhou para Japão, que correspondeu o olhar da vizinha de águas com o mesmíssimo desdém.

 

— Sabe, eu ainda aposto que em algum momento, você irá pedir desculpas para ela pelas coisas que fez nos cinquenta anos atrás. — Disse.

 

— Talvez. Talvez daqui a alguns séculos. Talvez a irmã gêmea a engula e me deixe em paz.

 

— Que maldade. A irmã dela dá mais medo que ela. Sul é tão interessante. Meus jovens, seus jovens andam muito interessados ultimamente nela. — O loiro riu, mas Japão o olhou com friedade, que o fez voltar aos papéis rapidamente. 

 

E nada mais se falou, e com o passar das horas, os dois países ouviram uma nova tempestade cair sobre a casa, os lembrando o clima que teriam ainda que suportar por muito mais tempo.




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