Primavera escrita por Kori Hime


Capítulo 1
O favorito dos Deuses


Notas iniciais do capítulo

Comecei a ver a Temporada 4 agora, sinto saudades do Athelstan, tanto quanto o Ragnar sente.

Boa leitura.



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A primavera se estendia por toda a montanha, espalhando cores com as mais belas flores e árvores, o pasto voltava ao seu esplendoroso verde, onde os animais poderiam procriar. A terra estava pronta para dar vida as sementes plantadas e era a hora de agradecer aos deuses por sobreviverem a mais um rigoroso inverno, com oferendas para a nova estação.

Kattegat estava em festa, podia-se ouvir o barulho dos tambores e a cantoria ao longe. Ragnar Lothbrok observava a vila, em pé sobre a montanha. Ele não estava sozinho no topo da montanha. Virou-se e Athelstan parecia mais fascinado pelo toque do sol em seu rosto. Os olhos fechados e braços abertos recebendo o calor.

Ele se aproximou lentamente, as feições de Athelstan estava tranquila, como quem se beneficiava minimamente do toque do sol em sua pele, após meses de forte chuva e ventania gélida.

Ragnar olhou para o céu, sentindo inveja da contemplação e conexão de Athelstan com o deus sol.

— Rezo para que Frey aqueça Kattegat com seu calor, para que nossa colheita seja farta antes que o outono chegue a essas terras. — Ragnar comentou.

Athelstan abriu os olhos, percebendo o olhar de Ragnar sobre ele.

— Endosso seu desejo e irei orar para Deus proteger todos, incluindo a colheita, que será próspera, meu amigo. — Ele disse, segurando o crucifixo em sua mão direita.

Ragnar sorriu, mexendo em algumas pedrinhas com o pé.

— Me pergunto se nossos deuses se conhecem. — Ragnar abaixou-se e pegou uma pedrinha, arremessando-a para cima e pegando-a no ar. — Se eles costumam convidar uns aos outros para um grande banquete.

Athelstan sorriu.

— Um grande banquete entre o Céu e Valhalla. — Atheltan prosseguiu, brincando com a imaginação de Ragnar. — Comemorando a grandeza do que criaram. Cada pequeno detalhe de tudo o que vemos.

— Eu poderia viver com essa realidade. — Ragnar arremessou a pedra para longe. — Alguns de nós poderiam viver com essa imagem.

— Nada me deixaria mais feliz em saber que poderíamos viver num mundo igual.

Ambos sorriram e então o sorriso diminuiu nos lábios de cada um. Ragnar temia pela segurança do amigo naquele momento. Entretanto, Athelstan estava longe de parecer um bicho acuado numa floresta perigosa. Ele parecia cheio de coragem, inflando seu peito ao ponto de erguer seu pescoço até a altura daquela montanha.

Seria Odin o causador de sua coragem, ou o Deus católico que do barro o transformou em um homem sábio e decidido?

— Quando eu morrer, gostaria de poder vê-lo novamente, Athelstan. Do outro lado, estarei te esperando.

— Eu gostaria de vê-lo no Céu. Talvez, se você se arrependesse dos pecados e Deus veja que em seu coração há bondade.

— Será difícil eu me arrepender de algumas coisas de que eu gosto muito. — O Viking riu, balançando os ombros. — Algumas coisas, definitivamente, eu não vou me arrepender.

Ragnar voltou a observar o vilarejo, a primavera era associada a renovação e purificação. O rei então preparou um grande ritual de purificação em nome da deusa Eostre, onde todos se banhariam no orvalho colhido das árvores, que estava impregnado com a energia da deusa.

Durante o festival, todos dançavam em volta de uma grande fogueira. Ragnar encontrou Athelstan afastado de todos, apenas aproveitando a visão de todos comemorando.

Com um chifre oco, Ragnar pegou uma quantidade de orvalho e foi até Athelstan, virando o conteúdo do chifre sobre sua cabeça, proferindo algumas palavras sagradas para os deuses.

— Eu rezo para que a energia de Eostre lhe conceda purificação em nossa próxima jornada para Paris.

Athelstan fechou os olhos e suspirou.

— Amém.

Ragnar bateu as mãos sobre os ombros do amigo e o abraçou. O Deus que o protegia, que lhe emanava confiança, era tão real quanto eles próprios. Athelstan era o calor que emanava no sol e que quebrava o gelo ao seu redor.

Athelstan era o favorito de todos os Deuses e, com certeza, era abençoado de todas as formas possíveis.

A primavera chegou, e com ela, Ragnar sentia o começo de uma nova vida.


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Notas finais do capítulo

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