A protegida de Anúbis escrita por Ick chan 1889


Capítulo 5
Uma visita a Khonsu


Notas iniciais do capítulo

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Anúbis estava pálido e abatido, com muito custo consegui convencê-lo de que deveríamos parar e acampar nas ruínas de um templo em Karnak, ele hesitou por alguns segundos, mas depois de seu desmaio por conta da luta com os demônios vermelhos, concordará que precisava de tempo para se recompor.

Montei uma pequena barraca e fiz uma fogueira, Anúbis não gostou da ideia, pois achava que chamaria muita atenção. Depois de uma pequena discussão enquanto tentava cuidar de seu ferimento, ele resolveu enfim me explicar o que havia ocorrido a horas atrás.

—Não posso ficar na minha forma real no mundo dos mortais...

Continuei limpando o ferimento escuro, a mancha aumentará desde que saímos do Oasis.

—A forma real de um deus só pode ser vista no Duat, se me transformo fora do mundo dos mortos o Maat perde o equilíbrio.

—O que é o Maat?_Perguntei ainda limpando o ferimento.

—Maat é o equilíbrio cósmico, na verdade uma deusa. Quando quebramos o equilíbrio, a ordem cósmica Maat fica instável, ou seja bem irritada.

Parei por um minuto um pouco assustada.

—Quer dizer que teremos mais uma “visitinha” dos seus amigos?_Perguntei soando um pouco irônica.

—Provável._ Sorriu ele.

Suspirei.

—Isso tudo é uma grande loucura, a um dia atrás eu era apenas uma escrava, agora estou aqui cuidando do deus Anúbis....como isso é possível?_Encarei-o

—Destino..._Anúbis me olhava com intensidade, como se soubesse muito mais do que me contara.

—Que destino triste esse meu._Sorri desanimada.

Uma leve brisa soprou em nossa direção, soltando a pequena fita que prendia meus curtos fios de cabelo. Anúbis parecia catatônico ao me olhar, me senti constrangida e fui até a barraca pegar mais bandagem para o ferimento, “O que foi isso?” uma sensação estranha se instalou em mim, como um dejavi.

A noite estava linda,o céu estava repleto de estrelas e o templo mostrará sua beleza a luz do luar. Anúbis havia dormido, mas não estava nada bem, “como vamos continuar com você assim?” pensava enquanto o observava “Só um milagre agora”. Coloquei-me de pé e fui explorar as ruínas. Havia grandes colunas com hieróglifos dos quais eu não conhecia, atravessei alguns escombros, avistei uma grande estatua que parecia ser de um homem, em sua cabeça havia algo parecido com um disco, então uma voz masculina soou de trás de mim.

—Karnak foi uma ótima opção para construírem esse templo não acha?

Um homem Alto de pele estranhamente esverdeada sorria enquanto caminhava na direção da estatua, olhando-a admirado.

—Quem é você?_Falei me afastando um pouco assustada.

—Fique calma, não vê a semelhança?_Apontou ele para a estatua.

Me espantei um pouco quando percebi que o homem era muito parecido com a escultura.

—Isso... Isso é só uma coincidência..._Falei assustada.

Com um riso alto, o homem que aparentava ter seus 50 anos colocou a mão em meu ombro e gentilmente disse:

—Não existem coincidências Maya.

Meu coração acelerou rapidamente.

—Como....como sabe meu nome?_Perguntei espantada, o senhor de pele esverdeada pareceu achar graça.

— Ora, um deus sempre sabe o nome de todos os mortais.

Tentei assimilar a situação.

—Você... é um deus? Não me diga que...._Falei apontando para a estatua, o que o fez sorrir.

—Sou Khonsu, o deus das viagens noturnas, o curandeiro, mais conhecido como deus da lua, prazer em conhecê-la querida.

Ainda embasbacada com o que acabara de ouvir respondi.

—O....o prazer é meu...

—Não precisa ficar tão espantada, vá se acostumando você conhecerá os outros em pouco tempo._Deu uma piscadela._Agora vamos, Anúbis precisa de mim com urgência, vou leva-los a meu templo.

Confusa respondi:

—Mas esse não é seu templo?

—Esse templo é a representação, o  verdadeiro está no Duat, aqui você só vê o que nós deuses permitimos que vocês humanos vejam, é como a aguá entende?!,desse lado você isso, do outro você enxerga como realmente ele é.

Caminhamos até o pequeno acampamento onde deixará Anúbis descansando. Khonsu era gentil, me fazia lembrar de Kanope, senti uma leve tristeza ao recordar de seu triste fim.

—Não fique assim querida, sei que as coisas começaram de um jeito ruim, mas confie, o destino não erra.

Sorri ao ouvir palavras tão gentis.

Assim que chegamos, Khonsu analisou o ferimento de Anúbis que se encontrava em um péssimo estado.

—Ah meu amigo..._Suspirou Khonsu

—O que está acontecendo com ele?_Perguntei preocupada.

—Anúbis enfrentou um demônio de Seth não é mesmo?_perguntava ele enquanto examinava o ferimento.

—Sim...

—Bom, ele foi contaminado pelo espírito maligno do demônio, são como um vírus, em humanos causam a morte, mas em um deus..._hesitou.

—O que...?

—Em um deus o vírus se aloja até tomar posse do corpo.

—Como uma possessão?_Perguntei assustada.

—Sim, Seth sabia que Anúbis reagiria por isso mandou os demônios.

Abaixei e fiquei encarando o rapaz pálido gemendo de dor deitado a minha frente, senti culpa por ter deixado-o tão irritado algumas horas antes.

—Não se preocupe querida, vamos para minha sala de cura, ele ficará bom._Khonsu se colocou de pé, estendeu a mão e proferiu algumas palavras.

—Para poder ver através das águas é preciso ver além dos olhos humanos.

Um forte vento soprou, vi estrelas cadentes passarem uma após a outra rapidamente, o templo então mudou de forma, o que eram apenas ruínas se tornou um enorme monumento feito de grandes pedras reluzentes, onde antes havia a grande estatua de Khonsu se entendia como um grande tecido um céu noturno repleto de estrelas nas quais podia-se tocar. Ao lado esquerdo se encontrava um trono prateado com alguns detalhes em dourado, e no chão via-se toda extensão do céu.

—È incrível..._Falei deslumbrada.

—Gostou?! Recentemente fiz uma redecoração, acho que prata combina mais com o deus da lua.

O bom humor de Khonsu me fez rir.

Caminhamos até a sala onde o deus iria cuidar de Anúbis. O procedimento não era demorado, porém era proibido fazer qualquer tipo de demonstração na frente de humanos, então Khonsu pediu que me retirasse e aguardasse em sua sala do trono.

Enquanto esperava ansiosa por noticias de Anúbis, me coloquei a caminhar pelo jardim que havia fora do templo. Era inacreditável como tudo podia ser tão surreal, havia arvores e flores, mas tudo em meio a uma imensidão noturna repleta de estrelas, podia-se ver a lua tão próxima que juro ter quase a tocado quando estendi uma das minhas mãos.

Caminhei até um pequeno banco prateado e ali me sentei. Uma brisa suave soprou meus cabelos, fechei os olhos para senti-la, quando os abri, uma jovem mulher estava sentada ao meu lado.

—Olá._Disse ela seriamente.

—O-olá...

—Então você é a responsável por fazê-lo quebrar o equilíbrio?_A mulher me encarava com desprezo.

—Quebrar o equilíbrio?_ Foi então que me dei conta de que aquela sentada ao meu lado era a deusa Maat._Meu Deus! Você é...

—Sou a deusa Maat, e você é responsável pelo banimento de Anúbis.


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