Através do Tempo escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente! Como estão? Lá vem mais um capítulo do casal mais shippado -q
Boa leitura!
Rebeca ficou ao lado de Aloys enquanto ele explicava o que ela deveria fazer dentro da água. Ela tentava fazer como ele dizia, mas sempre afundava, já que não conseguia boiar. As horas foram passando, e eles só pararam quando perceberam que o céu estava cheio de nuvens cinzas. Estava bem mais abafado e escuro.
— Melhor voltarmos. — Rebeca falou.
Aloys olhou para cima. — Creio que sim.
Enquanto eles andavam devagar, aproveitando os últimos momentos dentro da água, começou a ter relâmpagos e alguns trovões. Rebeca pegou a mão de Aloys para ele ir mais rápido. Quando saíram da água, a chuva começou. Correram para colocar os chinelos, e Rebeca pegou sua camiseta, mas nem adiantaria coloca-la.
Foram para a floresta, que estava mais escura e sombria. Aloys já segurou a mão dela enquanto corriam para fora. E apesar de tudo, eles começaram a rir. Só pararam quando finalmente entraram na cozinha, ensopados.
— Uau! — Rebeca olhou pela janela. — É a primeira vez que vejo isso acontecer aqui.
Aloys também olhou. — Ainda bem que corremos.
— Sim... Pode ir tomar banho se quiser.
— Minha mochila ficou no celeiro.
— Ah...
A chuva estava muito forte. Quase não dava para ver o celeiro, e o galinheiro tinha sumido de vez.
— Eu vou lá pegar.
— Espera. Se você ir pegar vai molhar tudo o que está dentro da mochila... Ah, já sei. — Foi até a lavanderia, pegou um guarda-chuva e voltou. — Aqui, vamos lá.
Rebeca abriu a porta, colocando o guarda-chuva para fora e o abriu. Aloys ficou surpreso. O puxou, e andando juntos, foram até o celeiro. Ainda bem que eles já estavam molhados, se não estivessem, teriam ficado com as pernas ensopadas.
Aloys subiu no mezanino e pegou sua mochila. Voltaram rápido para casa, e enquanto Rebeca deixava o guarda-chuva na lavanderia, Aloys foi para o banho. Depois, ela subiu, pegou roupas secas para ela, esperou Aloys sair do banho e entrou.
Quando saiu, pendurou sua toalha e deixou as roupas molhadas na máquina. Assim que colocou o pé na sala, o telefone começou a tocar. Rebeca atendeu.
— Alô? Oi, mãe... Sim, está bem forte... Sério? Mas vocês estão bem? Na Marcela? Tá... Hm...não. Aloys está aqui... — Olhou para ele. — Desde de tarde... Não mãe, ele veio para fazer trabalho... N... Af, mãe...! Tá, tá. Eu me viro com o jantar. Tá bom. Vocês também. — E desligou.
— Como você estava falando com a sua mãe através disso? — Apontou para o telefone.
— Sei lá. — Sentou no sofá ao lado dele. — É coisa moderna.
Os dois ficaram em silêncio, olhando para a TV desligada, só ouvindo o som da chuva forte, que só parecia aumentar conforme passavam-se os minutos. Rebeca deu um pulo no sofá quando um trovão soou, parecendo ter explodido algo.
— Meu Deus... — Colocou a mão na cabeça. — Isso não vai passar tão já.
— Não sabia que você tinha medo de trovão e chuva. — Aloys riu.
— Não tenho, mas fico agoniada.
Mais um trovão, e a energia caiu. Pouca luz entrava pelas janelas, já que o céu estava bem nublado.
— O que aconteceu? — Aloys perguntou.
— A energia caiu. — Levantou e foi para a cozinha.
Aloys a seguiu. — Energia...? O que você vai fazer?
Rebeca abaixou e começou a procurar algo no armário debaixo da pia. — Procurar luz.
Achou o que queria e deixou o pacote rosa em cima da ilha, e começou a abri-lo. Aloys olhava curioso.
— Velas? — Ele perguntou estranhando, quando viu o que tinha no pacote, esperando algo desconhecido para ele.
— Sim. — Rebeca pegou uma caixinha de fósforos e uma xícara. Ascendeu a vela, pingou cera derretida no fundo da xícara e "colou" a vela lá dentro. Fez isso com mais três velas e entregou uma a Aloys, pegando a sua e voltou para o sofá, deixando a xícara na mesinha de centro.
Aloys fez o mesmo e sentou de volta no seu lugar, de lado, quase de frente para Rebeca. — O que vamos fazer?
— Não tem muito o que se fazer. — Deu de ombros. — O que você costumava fazer a essa hora?
— Hmm... Acho que você estaria cozinhando, e eu te ajudando.
Rebeca olhou para cima, para onde ficava um relógio de ponteiro, logo em cima da TV. — Por falar nisso, podemos fazer a mesma coisa. — Levantou, pegando sua xícara e voltando a cozinha.
— Vamos cozinhar? — Aloys pegou sua xícara e a seguiu.
— Sim. Quero fazer um jantar para meus pais. Eles devem estar cansados.
Então, Rebeca e Aloys começaram a mexer com os alimentos. Em duas horas, estava tudo pronto. Quando estavam pondo a mesa, ouviram a porta sendo destrancada e seus pais entraram.
— Uau, fizeram o jantar? — Maristela perguntou surpresa.
— Sim, achei que vocês estivessem cansados. Então Aloys me ajudou.
Eles cumprimentaram Aloys e sentaram-se na mesa. Todos começaram a comer e conversar sobre o dia. Quando acabaram, a chuva não tinha diminuído nada.
— Aloys, sua mãe se importa de você dormir aqui? — Maristela questionou. — Essa chuva só está piorando.
Aloys olhou para Rebeca, e bem de leve, ela balançou a cabeça. — ... Creio que não.
— Que bom. Pena que não tem nem como falar com ela... Beca, você não tem crédito?
Rebeca engoliu seco. — Am... Tenho, mas... a última vez que olhei estava sem sinal.
— Ah... Tudo bem. Sua mãe sabe que você está aqui, não sabe? — Aloys balançou a cabeça, afirmando. — Então ela sabe que você está bem... Pode deixar a louça aí, Beca, eu lavo e seu pai me ajuda.
— Certeza?
— Sim, pode deixar.
— Tá... — Pegou sua xícara. — Vem, vamos arrumar uma cama para você.
Aloys pegou sua vela e a seguiu para o quarto dela. Assim que entrou, Rebeca deixou sua vela na escrivaninha e parou no meio do quarto, pensando.
— O que vai fazer?
— Estou pensando em como vou montar uma cama.
— Vamos dormir? — perguntou sentando-se na poltrona.
— Não, ainda está muito cedo. Não iria conseguir dormir. — Sentou na cama, de frente para Aloys. — E agora, o que você fazia? Depois do jantar.
— Hmm... Eu não lembro.
— Como não?
— Não sei. Não me lembro — disse um pouco desesperado, deixando a xícara no criado-mudo — Por que eu não me lembro?!
— Calma, não é o fim do mundo.
— M-mas eu não posso esquecer. — Levantou, colocando as mãos na cabeça.
— Calma. Por que não? — Levantou.
— Como eu vou te ajudar a lembrar de tudo se eu esquecer? — A encarou. — Não posso esquecer nada.
— Aloys, calma, acontece de esquecermos certas coisas. Você vai lembrar, respira fundo.
Aloys respirou e expirou fundo. — ... isso não ajuda em nada.
— Relaxa. Você vai lembrar quando menos esperar. Agora você sabe como me sinto em não lembrar de nada.
— ... verdade. Você deveria estar mais desesperada do que eu, mas não está.
Deveria? — Sabe que ficar desesperado não ajuda em nada, né? Só piora, e as chances de você não lembrar são maiores.
— Tem razão. — Balançou a cabeça e voltou a se sentar.
Rebeca sentou no tapete, encostando as costas na lateral da cama.
Ambos ficaram perdidos nos próprios pensamentos. Aloys tentava lembrar do que estaria fazendo no momento.
— Tudo bem por aqui?
Olharam ao mesmo tempo para a porta. Maristela estava parada segurando um pires com uma vela.
— Sim, por quê? — Rebeca perguntou.
— Sei lá, vocês estão com uma cara de paisagem. Estão com tédio?
— Ah, sim, um pouco. — Rebeca deu de ombros.
— Por que não jogam uno?
Rebeca considerou a ideia. — Mas ele não sabe jogar.
— Ensina, ué.
Enquanto Maristela ia para seu quarto, Rebeca levantou e pegou seu baralho de uno. — Quer aprender um jogo?
— Claro.
Sentou-se no tapete, de costas para a porta e foi colocando as cartas no chão. — Senta aqui. — Apontou para a frente, e ele sentou-se ali.
Ela mostrava cada carta para ele, explicando o que significava e como jogava. Ficou muito tempo explicando cada jogada, até ele entender. Mas para ser mais efetivo, começaram a jogar. Ainda assim, Aloys sempre fazia alguma jogada errada, e Rebeca dava risada. Mas com paciência, explicava tudo de novo. E assim seguiu o resto da noite. A última jogada, Aloys conseguiu jogar bastante sem pedir ajuda.
— Ganhei. — Rebeca jogou um +4.
— Ainda vou ganhar de você.
— Claro! — Deu risada. — Agora estou ficando com sono. Vamos arrumar sua cama. — Recolheu as cartas e as colocou na caixinha, voltando a guardá-la no guarda roupa.
Ela aproveitou e pegou um lençol e uma coberta. Os deixou na cama, e com a ajuda de Aloys, tirou o colchão extra que estava embaixo do seu. Deixou ele em cima do tapete e colocou o lençol. Pegou um de seus travesseiros e deixou ali, junto com a coberta.
— Pronto. — O ajeitou para que ficasse alinhado com sua cama. — Pode dormir.
— Ainda não quero.
— Foi modo de dizer. — Revirou os olhos. Pegou seu pijama atrás da porta. — Já venho. — E foi ao banheiro.
Aloys tirou os chinelos e deitou, testando a cama. Mas então aproveitou para se trocar também. Depois voltou a deitar.
Rebeca voltou, deixando suas roupas na cadeira. — Ué, você não disse que não queria dormir?
— Mas não estou dormindo.
— Sei. — Pegou a coberta, a abriu e jogou por cima dele. — Já, já, dorme.
— Se você deitar, vai dormir primeiro. — Sorriu.
— Quem disse?
— Você sempre me deixa falando sozinho de noite, porque dorme primeiro.
— Até parece. — Pisou no colchão para subir em sua cama, tirando o edredom e entrando em baixo dele. — Vamos ver quem dorme primeiro.
— Você. — Riu.
— Não, você.
— Ainda acho que você... O que vamos fazer amanhã?
— Não sei... Tenho lição para fazer. Preciso parar de enrolar, assim fico livre logo.
A chuva, que tinha dado uma trégua, voltou a ficar forte de novo, e veio acompanhada de mais trovões.
— Mais chuva? De onde sai tanta água?
— Queria saber também. — Se sentiu incomodada. Deitou de bruços e colocou a mão direita para fora da cama.
— O que foi? Está com medo?
— Claro que não.
Aloys sorriu e segurou a mão dela. — Não precisa ter medo.
Rebeca sentiu seu rosto ficando quente e virou a cabeça para o lado da parede. — Não estou com medo, já falei.
— Parece que está. — Aloys a provocou.
— Pareço não.
Normalmente, Rebeca teria puxado sua mão para dentro da coberta, mas a mão quente dele a reconfortava de alguma forma.
Conforme o sono se aproximava, Rebeca ouvia uma voz baixa falando algo. Aloys estava tagarelando de novo, mas ela nem estava mais consciente.
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Nunca vou cansar de dizer como o Aloys é fofo :3