Através do Tempo escrita por Biax


Capítulo 26
13.2


Notas iniciais do capítulo

OEEEE GENTE! Atrasei um pouquinho mas tô aqui!

O que será que a Rebeca vai fazer?? ~le pergunta que o autor sempre faz mesmo sabendo da resposta

Ah, esse é o último capítulo "oficial", mas como disse no capítulo anterior, ainda postarei um epílogo, ok? Não precisam chorar agora -qq

Boa leitura!



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O fim de semana passou, e Rebeca não tirava aquela história toda da cabeça.

Afinal, Gabriel era culpado pela morte de Aloys?

Ela não conseguia decidir se era ou não, e aquelas dúvidas não a deixavam nem estudar em paz. Na terça-feira, estava cansada de tentar se concentrar em sua lição.

Queria sair de casa e abrir sua cabeça de alguma forma, para ver se seus pensamentos a deixam quieta alguns momentos. Ela não ia no celeiro fazia alguns dias, e decidiu ir até lá.

Nada havia saído do lugar. Mas não era ali que ela queria ficar. Saiu do celeiro e olhou para as árvores. Sem pensar, entrou na floresta. Seguiu o caminho, parando apenas para olhar a árvore "deles". Continuou até chegar no lago.

Estava lindo como sempre, refletindo toda a floresta em volta e a luz do sol. Estava um dia quente e agradável.

Rebeca deixou os chinelos no caminho e entrou na água. Ignorou o frio que a tomou e mergulhou, ficando submersa durante o máximo de segundos que conseguiu. Até conseguia nadar um pouco, mas não quis se arriscar ir mais para o fundo. Poderia estar triste, mas não era o suficiente para tentar se matar afogada.

Ficou ali, dançando com a água, se movendo lentamente e aproveitando o calor do sol no rosto. Quando se sentiu cansada, saiu e se sentou ao lado dos seus chinelos, nas pedrinhas. Dobrou os joelhos e abraçou as pernas, olhando o horizonte. Fechou os olhos e deixou sua mente vagando.

Chegou até a sonhar. Aloys estava ali, jogando água nela.

Se sentiu mais quente, de algum jeito, e aquilo trouxe sua mente de volta. Abriu levemente os olhos e viu algo de canto de olho. Virou o rosto, e no susto, foi para o lado, se afastando.

— Desculpe. — Gabriel falou, levantando as mãos.

O coração de Rebeca estava disparado, e ela percebeu que havia algo em seus ombros. Puxou o tecido e viu que era uma blusa. Olhou o garoto.

— O que você está fazendo? Como sabia daqui? — perguntou irritada.

Ele estava assustado. — Eu... não sabia. Só segui a floresta e te vi aqui.

— Por que seguiu a floresta?

— Não sei, só quis seguir... Eu fui até sua casa, mas não tinha ninguém. Minha vó me disse que você sempre está em casa esse horário, e disse que se você não estivesse lá, estaria no celeiro atrás da casa...

— Você entrou no celeiro? — interrompeu ele, sentindo como se tivessem invadido sua privacidade.

Ele engoliu seco. — E-eu só... entrei e te chamei.

— Não subiu no mezanino?

— N-não.

Relaxou um pouco. — Ainda bem... Mas ainda não estou convencida de como você veio parar aqui.

— Eu já disse. — Revirou os olhos.

Rebeca estranhou. Aquela revirada de olhos parecia muito com a dela.

— A Cecília não te falou desse lago?

— Não.

Bom, não tem como ela saber. Eu nunca falei pra ela, e meus pais também não sabem.

— Então você simplesmente decidiu entrar na floresta e ver até onde ia? — questionou na defensiva.

— Hm... acho que sim. É engraçado, porque de alguma forma até que é familiar pra mim. Sabe quando você tem um "dejave"?

— Dèjá-vu. — O corrigiu.

— Isso, acho que eu tive isso quando vi a floresta. Será que tem a ver com a outra parte da minha alma que...

Rebeca levantou de supetão, não querendo ouvir aquilo.

— Ah! Desculpe, eu não posso tocar nesse assunto! — Levantou também. — Não vou mais falar disso, prometo.

— O que você veio fazer aqui?

— Eu... na verdade não sei. Eu queria te ver.

As bochechas de Rebeca coraram, mas aquilo não a tirou da defensiva. — Para quê?

— Ah... Não sei bem. — Olhou para o chão. — Eu não queria que você ficasse com raiva de mim... Eu... — A olhou. — Eu não tenho culpa do que aconteceu.

— Tem sim. Se tivesse ficado lá, ele ainda estaria aqui.

— Não fui eu que decidi vir, e além do mais, ele que veio para cá. Ele pegou um pedaço da minha alma, não foi o contrário. Eu já estava aqui quando ele chegou — exclamou alto.

Rebeca deu um passo para trás, sentindo seu coração vacilar. Aquilo machucou.

— Desculpa, eu não devia ter falado assim — disse arrependido. — Mas você sabe que é verdade.

Por que aquilo era tão familiar? Eles estavam discutindo igual...

A sensação das pedrinhas nos pés de Rebeca a trouxe de volta. Calçou seus chinelos e foi para a floresta, devolvendo a blusa dele.

Ele a seguiu. — Desculpa. Eu não devia ter falado daquele jeito... Eu sei que você ainda está triste...

Lançou um olhar irritado para ele enquanto andava. — Me deixa em paz.

— Escuta, eu quero resolver esse problema entre nós.

— Não tem nenhum problema aqui além de você. Me deixa em paz.

— Rebeca. — Ele segurou o braço dela, a fazendo parar de andar.

— Me solta. — Suspirou.

Era tudo tão estranho. A voz dele ecoando pelas árvores era tão reconfortante, mas não era ele ali. Parecia uma mentira. Parecia que Gabriel queria de qualquer forma se passar por Aloys.

Aquilo fazia o coração de Rebeca se apertar de confusão.

— Beca... — chamou baixo.

Até aquilo. Até o apelido dela a fazia se sentir mal. Ou bem. Ela não sabia.

Passou as mãos no rosto, secando as lágrimas e olhando para cima. Então viu uma coruja bem acima de sua cabeça, parada em um galho.

A coruja olhava curiosa para os dois. Então uma outra coruja apareceu, colocando a cabeça para fora do buraco de onde estava.

Era a árvore. A toca estava sendo ocupada de novo.

— O que você está olhando? — Gabriel perguntou, olhando para cima também. — Corujas...! — disse baixo, parecendo surpreso.

— Corujas... — Rebeca sussurrou.

Isso é um sinal?

Olhou para Gabriel. Era muito estranho chamá-lo de outro nome. Nunca se acostumaria com isso.

Realmente ele não tinha culpa do que aconteceu. Era errado culpá-lo por algo. Mas Rebeca não ia aceitar que ele era Aloys.

— Desculpa pelo jeito que eu falei também. — Rebeca falou, o fazendo a encarar. — Só que é difícil pra mim... Eu acabei de perder ele.

— Eu sei.

Ela afirmou e continuou a andar. Gabriel a seguiu sem falar mais nada. Entrou em casa, perdida em pensamentos, mas parou bruscamente quando viu sua mãe na cozinha.

— Beca! Oh, Aloys, o que faz aqui? — Maristela sorriu.

Rebeca gelou e olhou para trás. Gabriel olhou de Maristela para Rebeca, perdido.

— Você não tinha se mudado? — Se aproximou e deu um beijo no rosto de Gabriel. — Até cortou o cabelo.

— Ah... — Olhou para Rebeca, pedindo ajuda.

— É, mãe. Ele voltou... Ele... ele vai morar com a avó dele agora.

Maristela olhou para a filha, como se quisesse saber o que ela estava sentindo. Balançou a cabeça, afirmando, e sorriu.

— Que bom. Vai ficar para jantar hoje, Aloys?

— Mãe. — Rebeca disse pegando o braço dela. — Ele... mudou de nome. Agora ele chama Gabriel.

— Gabriel? — Estranhou. — Por que mudou?

— Eu... eu achava meu nome feio. — Pensou na hora.

— Ora, mas não era feio.

— Bom, eu achava. — Riu, sem graça.

— Ah, bom, não prometo que não vou te chamar de Aloys alguma vez, mas vou tentar te chamar pelo nome certo. — Sorriu. — Vai ficar para comer?

— Não. — Rebeca falou antes que Gabriel abrisse a boca. — A vó dele acabou de ligar e disse que é pra ele ir para casa.

Gabriel a observou rapidamente. — É... Isso mesmo. Obrigado mesmo assim.

— Ah, tudo bem. Venha mais vezes.

— Claro, obrigado.

Rebeca andou até a porta da frente e a abriu. Gabriel saiu e ela fechou a porta atrás dela.

— Desculpa por isso — disse, sem jeito.

— Tudo bem. Não esquenta. — Olhou para a rua. — Bom, eu vou indo.

— Você veio a pé?

— Sim.

— Por que não veio de bicicleta?

— Eu não sei andar. Quer dizer, não tenho certeza se eu sei.

— Como não tem certeza?

— Eu nunca andei antes, mas tenho uma noção de como é.

Se ele não sabe como pode ter noção?

— Espera aí.

Rebeca entrou, pegou a bicicleta de seu pai e a levou para fora.

— Pode usar, meu pai nem anda mais.

Gabriel a olhou, confuso. — Eu disse que não sei.

— Vê se você não sabe mesmo.

Os dois foram até a rua e Gabriel subiu na bicicleta. Deu um impulso com um pé e pedalou. Justamente igual a Aloys.

— Olha, até que eu sei! — disse feliz, andando em círculos.

Um pequeno sorriso surgiu no rosto de Rebeca. — É. Depois você me devolve.

— Tá! Tchau!

Ela acenou e olhou ele se afastar.

Depois que entrou, foi ajudar com a janta. Maristela a encheu de perguntas, se ela estava bem, se estava feliz por ele ter voltado e etc. Rebeca tentou responder sem parecer chata.

Depois de comer, fez algumas lições e foi dormir. No outro dia, Rebeca parou na saída da escola, pensando, e decidiu ir na loja da Cecília. Andou até lá e entrou.

— Beca! — Cecília disse feliz. — Que bom que veio. — A abraçou.

— Oi, Ceci... — Olhou ao redor, tentando ser discreta.

— Ele foi almoçar. Logo volta.

Rebeca corou. Foi pega no flagra.

— Então, você pensou? Ele me contou o que aconteceu.

— Eu nem sei. Já pensei em tanta coisa.

— Ele realmente quer se aproximar de você, Beca. Eu sei que é difícil aceitar, mas lembra como Aloys ficou ao descobrir que você não era a Amice?

Ela parou. Não tinha pensado nisso.

Cecília leu sua cara. — Ele não ligou para aquilo, lembra? Ignorou completamente esse fato. Ele não se importava se você era Amice ou Rebeca, ele se importava com quem você era com ele, certo? — Sorriu.

— Sim...

"Você ficou no lugar dela porque você é ela. Vocês são a mesma pessoa. A mesma alma..."

Uma vontade de vê-lo a tomou. Era ele ali. Era a mesma pessoa. O mesmo Aloys. O mesmo Gabriel.

— Rebeca? — Uma voz conhecida falou.

Ela se virou, vendo Gabriel se aproximar. O sorriso dele fez o coração dela acelerar, e acabou sorrindo.

— O que veio fazer aqui? Eu juro que ia devolver sua bicicleta...

Rebeca riu, se sentindo leve pela primeira vez em muito tempo.

— Por falar nisso, quer ir andar por aí? — convidou.

Gabriel olhou rapidamente para Cecília, que balançou a cabeça, incentivando.

— Claro, vamos.

Ele pegou a bicicleta de Rebeca e os dois foram para a rua. Subiu e Rebeca ficou de pé atrás dele, com os pés em uma parte do cano ao lado da roda.

— Por que você veio aqui? — Ele perguntou enquanto pedalava devagar.

— Hm... — Pensou, enquanto segurava os ombros dele. — Sabe que eu não sei...?

Ela sabia, só não queria admitir.

— Deixa eu adivinhar, queria me ver? — adivinhou, sorrindo.

O rosto dela esquentou, e olhou para a nuca de Gabriel. Suspirou e abraçou o pescoço dele, deixando a lateral do rosto colada na orelha dele.

Olhou para frente, envergonhada. — Senti sua falta.

Viu ele sorrindo de canto de olho.

— Eu também.


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Notas finais do capítulo

:')

Nem sei o que dizer, só sentir kkk

Gostaram desse final? Sinceramente, eu adorei :3

Preciso muito saber o que vocês acharam! Logo teremos o epílogo, então quero todo mundo comentando. Essa história tem muitas visualizações, mas quase nenhum comentário.
Então vou tomar um chá de hibisco, esperando os comentários. Quanto mais comentários tiver, mais rápido vou postar o epílogo ~é isso memo

:**



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