Através do Tempo escrita por Biax


Capítulo 16
8.2


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas! Como estão? Obrigada a quem comentou nos últimos capítulos, fico muito feliz que estejam gostando!

Boa leitura!



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Aos poucos, Rebeca sentia cada parte de seu corpo. As pernas no chão frio, as costas, e a cabeça encostada em algo quente. Depois, sentiu algo passando pela lateral de seu rosto... Algo leve e quente. Algo que ela conhecia.

Devagar, abriu os olhos.

A primeira coisa que viu foi o livro em seu peito. Então percebeu que o que passava por seu rosto era a ponta dos dedos de Aloys.

— Aloys...? — Olhou para cima.

— Finalmente. — Aloys se inclinou sobre ela, sorrindo. — Você está bem?

Rebeca sentou-se, ainda segurando o livro. — Sim, estou. — Olhou a capa, passando a mão sobre ela. Ela queria tanto ter conversado mais com... Ele.

— O que ele te falou? — Maria perguntou.

— Nada que respondesse minhas dúvidas. Ele apenas falou que sou a mesma, mas não sou a mesma.

— Faz sentido. — Aloys falou, dando de ombros. Olhou para o livro. — Podemos ver, finalmente, o livro?

Rebeca olhou para baixo. Aloys e Maria sentaram ao lado dela, e ela abriu a capa.

As folhas estavam em um tom de amarelo meio marrom, com as bordas desgastadas. A primeira página estava vazia. A segunda também. A terceira também, assim como a quarta, a quinta, a sexta...

— Não tem nada aqui?! — Rebeca perguntou alto, frustrada, passando mais páginas. — Não acredito que não tem nada. O que é isso, Aloys?!

— E-eu não sei. — Pegou o livro e olhou as páginas. — Era... Era para estar tudo aqui. Todas essas páginas estavam cheias de anotações...

— Gente, vocês estão vendo como esse livro é velho, né? — Maria falou. — É normal as escritas se apagarem com o tempo.

— Não é possível. — O pegou de volta. — Depois de todo esse tempo, e não tem nada aqui. Guardião, o que é isso? — questionou alto.

De repente, a pouca luz que havia no corredor apagou. As paredes foram substituídas pela mesma galáxia repleta de estrelas. A máscara surgiu na frente deles.

— Não tenho nada a ver com isso. — Ele parecia se divertir com a situação.

— Como não? — Rebeca se pronunciou. — Por que não há nada aqui?

Uma mão branca surgiu, fazendo um gesto para o livro, que flutuou até ficar em um nível um pouco mais alto que os olhos dos três, e as páginas passaram sozinhas.

— As informações desse livro estão protegidas — disse como se fosse óbvio. — Um feitiço que você conjurou. — Apontou para Rebeca.

— Mas... por quê? Se você disse que eu o invoquei para cuidar do livro...

— Este foi o primeiro feitiço que você fez antes de me invocar. Você não queria que qualquer um pudesse ler o que continha aqui, então fez esta proteção. Você me invocou no momento que fugia, já que tinha medo que alguém que pudesse quebrar a proteção invisível pudesse lê-lo facilmente.

— Isso que é ser cuidadosa. — Maria disse.

O guardião balançou a máscara uma vez, como se concordasse com ela.

— Nós precisamos ver o que tem aqui. — Rebeca olhou para o guardião. — Aloys precisa, na verdade. Então desfaça esse feitiço, por favor.

— Não posso.

— Por que não?

— Não tenho autoridade para tal. Nem conhecimento de como fazê-lo.

— Mas você consegue ler, não é?

— Estaria mentindo se dissesse que não.

— Então você pode ler para nós.

— Não.

— Como não?

Mais uma mão apareceu, e juntaram as pontas dos dedos em frente ao corpo invisível do guardião, como se pensasse no que dizer.

— Olhe. Eu poderia ler, caso você recordasse de suas memórias. Digamos que todas as informações são destravadas através do conhecimento. Ou seja, você não possui conhecimento para ler ou saber o que há aqui.

— Mas eu me lembro do que há no livro. — Aloys disse. — Por que não consigo ver?

— Você não possui o mesmo nível de conhecimento que ela possuía. Por isso não consegue ver.

— Quis proteger o livro até de nós mesmos. — Aloys olhou para Rebeca.

— Eu não tenho culpa, tá bom? Como eu ia saber que ia acabar assim?

— Não há nada que você possa fazer para recuperar a memória dela? — Aloys perguntou para a máscara.

— Não. Não está ao meu alcance.

— Então fizemos tudo isso para nada. — Rebeca falou irritada.

— Eu não diria isso. — O guardião devolveu o livro para o colo de Rebeca. — Vocês tomaram conhecimento sobre mim e meu trabalho. Já esclareceram essa pequena parte.

— Mas você não quer responder minhas dúvidas. — Rebeca falou baixinho, como uma criança birrenta.

— Eu sei de todas as suas dúvidas. Sei das dúvidas desses dois também. Mas não sou eu que devo responder, já havia falado. E afinal, eu não sei de tudo.

Rebeca suspirou. — Eu sei. Tudo bem.

— Preciso me despedir agora. Meus bolinhos estão no forno.

— Bolinhos? — Rebeca perguntou, surpresa.

— É claro. Eu gosto de bolinhos. — Os três trocaram olhares rápidos. — Bom, é isso. Saibam que se precisar de algo, é só vir até aqui.

— Obrigada por ter aparecido de novo. — Rebeca falou.

— Por nada. — Fez uma pequena reverência.

— Obrigado. — Aloys falou.

O guardião balançou a cabeça, agradecendo.

— Você é o cara. — Maria piscou para ele.

Ele riu. — Muito obrigado. Até logo, amigos.

Em um piscar de olhos, eles voltaram ao museu.

— Isso foi... Incrível! — Maria falou levantando. — Ninguém ia acreditar numa coisa dessas.

— Não mesmo. — Rebeca abraçou o livro, se erguendo. — Qualquer um ia te achar louca. Então é melhor guardarmos isso para nós.

— Claro. — Ela sorriu.

Rebeca suspirou e andou até o suporte. Olhou o livro. — Obrigada de novo, guardião. Eu sei que você está fazendo um bom trabalho. — Depositou um beijo na capa e o colocou de volta ao lugar. Quando virou, viu que Maria estava com a câmera na mão, gravando. — O que está fazendo?

— Isso foi muito fofo. Não poderia deixar de filmar. — Passou a câmera para ela. — Agora você pode finalizar nossa noite.

Rebeca levantou a câmera no mesmo nível de seus olhos. — E assim terminamos nossa missão. Nada deu certo, mas também nada deu errado. — Suspirou. — Quem sabe não repetimos a dose outro dia? — E desligou.

— Por que não tira uma foto com o livro? — Maria perguntou.

Até que não era uma ideia ruim. Rebeca pegou o livro e pousou para Maria fotografar. Depois puxou Aloys para tirar outra, e por último, os três tiraram uma selfie.

Deixaram o livro no lugar e saíram do museu.

— Obrigada, Maria, de verdade. — Rebeca a abraçou. — Eu sei que foi uma loucura...

— A melhor loucura da minha vida. — Ela riu, apertando Rebeca. — Eu que agradeço.

— Agradeça sua tia por mim. — Rebeca brincou.

— Pode deixar. — Sorriu.

Ela e Aloys trocaram abraços, e Maria foi para casa.

— Já vai amanhecer. — Aloys falou, andando ao lado de Rebeca.

— Claro que não, quando olhei o horário era duas horas ainda.

— Você ficou muito tempo desacordada.

Rebeca olhou o horário no celular. Marcava seis e vinte e três. — Como assim? Mas foi meio que rápido...

— Creio que o tempo de lá é bem diferente do nosso.

— Percebi... — Guardou o celular.

— Acho que sei um jeito legal de acabar nossa noite.

— Qual?

Aloys sorriu.

Eles seguiram o caminho para casa. Atravessaram o quintal, mas Aloys seguiu reto para a floresta. Rebeca ainda tinha medo de lá, mas estava sentindo-se mais segura de si. Então o seguiu. Quando chegaram à margem do lago, o céu estava ficando mais claro. Sentaram no chão, próximos da água quieta e olharam o horizonte. Preguiçosamente, o sol começou a sair detrás das árvores.

Aloys segurou a mão de Rebeca e cruzaram os dedos, olhando para cima.

Os primeiros raios de sol os iluminaram, e eles assistiram a bola de luz subir até aparecer completamente no céu.


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Notas finais do capítulo

Guardião melhor pessoa: sim ou claro? Kkkk

Não sei se devo, mas já dizendo... Estou com ideias para fazer um segundo livro! São só algumas ideias, ainda não sei se vou mesmo fazer uma continuação. Mas você serão avisados!

Obrigada a todos que estão acompanhando, e até o próximo! :*



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