POV KATNISS

"Respira, você tem que se controlar!"

Relembro quando embarcamos, Effie e Haymitch estão conosco e tentam me ajudar a não pensar em tudo.

Estamos sentados no vagão restaurante, o jantar será servido em instantes.
Peeta está com Hope no colo, estou com medo de deixa-la longe da gente.

—O que realmente está acontecendo?- Haymitch suspira enquanto afasta seus cabelos cumpridos do rosto.

—Seguidores da Coin, estão vindo do 13.

—E...

—So sei disso por enquanto, lindinha... Querem achar vocês.

—Eles querem nos matar.- digo engolindo em seco quando chego a esse fato, Peeta está concentrado em nossa filha.

Hope tenta pegar seus dedos enquanto ele os tira, a provocando, sorrio quando ela reclama e o olha.

São esses momentos que me fazem ter esperança, quando tenho uma crise.

Sorrio mais quando ela mexe as mãos e consegue pegar o dedo dele, Peeta solta uma risada de surpresa e contagia todos na sala.

—O garoto nasceu pra isso.- Haymitch diz e concordo.

Um ótimo pai.

—Espere até os cabelos dela ficarem grandes, irei enfeitá-los com tantas presilhas e brilhos!- Effie diz, sorrio vendo sua animação.

—Ela quer filhos também.

—Effie mãe?

—Estou tentando tirar essa ideia da cabeça dela.Sabe... Ainda é dificil.

— Se ela quer filhos, ela terá!

—Eu sei.- ele resmunga, rio so de pensar na possibilidade de vê-lo sendo pai.

—Acho que ela está com fome.-Peeta diz a entregando pra mim.

—Você acabou de mamar.

—Ela tem a sua fome, querida!- Peeta diz dando-me um beijo roubado.

—Até parece que tenho essa fome toda.

—Acredite, você tem!- diz sentando ao meu lado de novo, logo a amamento e o jantar é servido.

Fico cuidando dela, quando Peeta termina de comer a segura, começo a jantar e logo vamos pro quarto descançar.

Será uma longa viagem, iremos passar nos Distritos para pegar os vitoriosos. Eles querem garantir a segurança de todos.

—Não quero coloca-la longe da gente!- digo e ele afirma, monta o berço portatil do lado de nossa cama.

Troco o seu pijama e Peeta fica andando pelo quarto ate ela pegar no sono, mas Hope está agitada e não parece querer ajudar o pai.

—Não sei mais o que fazer!- diz e sorrio a pegando, sento na cama.

—Bem dentro da Campina
Sob o Salgueiro
Uma cama de grama,um macio travesseiro
Deite sua cabeça e feche os seus olhos
E quando se abrirem, o sol nascerá...

Nem termino a canção e Hope está dormindo, sorrio passando meus dedos por sua mão que está fechada no pano de minha blusa.

—Ninguém resiste a sua linda voz!- Peeta diz e sorrio beijando sua boca, coloco nossa filha no berço, deixo-o no quarto.

Entro no banheiro, estou comecando a ficar nervosa com o perigo que está rondando nossa cabeça.

—Será que cabe mais um?- Peeta pergunta entrando junto comigo debaixo do chuveiro, sinto meu rosto esquentar de vergonha.

—Se Hope acordar...

—Fica calma, Kat.- passa seus braços por minha cintura e puxa meu corpo até o seu, suspiro sentindo seu coração batendo contra minha cabeça.

—Como? Quantas pessoas estão atrás de nós? O que são capazes de fazer?

—Querida, todos estão procurando essas pessoas. Paylor esta fazendo de tudo para nos proteger!

—Eu sei, meu amor...- digo dando um beijo em seu pescoço enquanto ele aperta minha cintura me levando pra perto.

Seus lábios descem pelo meu pescoço me fazendo ficar totalmente arrepiada, minhas mãos vão pro seu cabelo.

—Isso é covardia, Mellark!- digo quando ele levanta a cabeça e encara meus olhos, seus lábios abrem um sorriso e levanta sua mão pra pegar minha nuca.

—Estou cansada! -digo mas ele não faz nada além de atacar meus lábios mais uma vez, não resisto e ficamos um longo tempo nos amando.

                                    ***

—Demoramos muito!- digo lhe dando um beijo enquanto ponho sua blusa, ele sorri me abraçando quando deitamos na cama.

Em pouco tempo Peeta está dormindo, viro meu rosto e o encontro tranquilamente.

Sua respiração calma me tranquiliza, não está tendo pesadelos, começamos a ser atormentados por eles mais frequentemente agora.

Vejo que está quase amanhecendo, meu passarinho começa um choro alto; levanto tentando chegar até ela, antes que acorde Peeta.

—Pronto, filha. Não precisa disso tudo!- digo passando meus braços por seu corpo, a aninhando em mim, a madrugada está fria de modo que pego uma manta bem quente e a acolho dentro.

Ligo o abajur e sento em uma poltrona, Peeta mexe. Rodou e pegou meu travesseiro, o abraça, abaixo meus olhos pra bebê.

Seus olhos de um azul tao intensos, agora estão levemente vermelhos por causa do choro recente, passo meu nariz por sua bochecha sentindo seu cheiro único.

—Está com fome, passarinho?- abaixo a manga da blusa, ela suga seu leite faminta.

Sua mãi procura por uma mecha de meu cabelo.
Sua fofa mania.

Cubro mais seu corpo com medo de que ela possa estar sentindo algum frio, Hope é algo que nunca imaginaria ter na vida.

—Eu perdi muita coisa na vida, filha. Quando crescer irei lhe contar tudo. Vocês são tudo pra mim, querida!

Ela fecha seus olhos mas trata de abri-los, pelo jeito ela não vai querer voltar a dormir. Hope esta bem ativa.

Estou perdida no contato com os olhos, que nem percebo quando Peeta acorda. Senta na cama e passa a mãos nos olhos azuis inchados pelo sono.

Sorrio vendo a completa bagunça que se tornou seu cabelo, levanto quando minha filha está satisfeita.

Vou até a cama e sento, Peeta a segura. Começa a conversar dando um bom dia.

—Você não dormiu!- afirma, o amaldiço-o por me conhecer tão bem.

—So leves cochilos..- digo passando minha mão pelos cabelos dela, Peeta a coloca deitada no meio de nós.

Nosso calor ajuda a mantê-la aquecida, Hope fica mexendo as mãos e acaba por coloca-la na boca.

—Cochilos...- ele passa seus dedos por debaixo dos meus olhos, suspiro sabendo que não conseguirei mentir.

—Isso não importa!- leva sua máo ate a lateral de meu rosto, tento fugir de seus olhos, mas me conhece muito bem.

—Eu ja vi esse olhar...- desvio, ele chama minha atenção.
—Esse mesmo.

—Não estou com nenhum olhar!

—Katniss, eu te conheço.

—Eu mudei... Esqueceu que minha mente mudou no telessequestro?

—Sua mente, sim...Mas você, não!- chega mais perto de mim.

—Está preocupada, imaginando muitas coisas que não deve.

—Peeta.. Sobrevivemos a uma arena, um Massacre Quartenário e uma guerra...Ninguém tem tanta sorte assim.