Encontros, Acasos e Amores escrita por Bell Fraser, Sany, Gabriella Oliveira, Ester, Yasmin, Paty Everllark, IsabelaThorntonDarcyMellark, RêEvansDarcy, deboradb, Ellen Freitas, Cupcake de Brigadeiro, DiandrabyDi


Capítulo 3
Um contrato para Prim.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Aqui é a Sany e chegou a minha vez de postar o desafio que esta vindo aos 45 do segundo tempo...

Bom quem me desafiou foi a Bel e pelo nome alguns já devem ter uma ideia do que se trata. Em 2014/2015 escrevi uma fic chamada Amor Por Contrato e o meu desafio era escrever um bônus para Prim.

Para quem não conhece a fic tentei escrever algo que não exija a leitura dela para o entendimento. Mas deixo o convite para que conheçam...

Como a Prim não era a única sem um bônus resolvi fazer um 2X1 e as partes em negrito são o ponto de vista do Peeta.



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Olhei mais uma vez minha imagem no espelho, o vestido azul celeste ia até a altura do joelho, a saia ligeiramente rodada com um tule branco fino e um decote discreto. Um modelo simples, mas realmente bonito escolhido a dedo para a ocasião.  Moda é algo que realmente aprecio e não posso reclamar do guarda-roupa que tenho afinal ele sempre foi diversificado, não apenas com as tendências mais procuradas, não tinha problema em sentar em frente a maquina de costura e arriscar fazer algumas peças de roupas ou restaurar peças antigas. Mas não aquele vestido afinal à ocasião pedia algo especial então minha mãe e eu passamos algumas horas experimentando alguns modelos até que o encontrei.

Segundo minha mãe aquele vestido era perfeito e não poderia discordar dela em relação a isso, ele havia me encantado a primeira vista e no momento que o provei sabia que era exatamente o que estava procurando. Meu cabelo estava solto e durante o final daquela tarde tinha passado um tempo considerável para deixa-lo ondulado, a maquiagem simples e delicada realçava meus olhos azuis. Respirei fundo desejando que aquela noite fosse perfeita, queria muito que nada saísse errado. Leves batidas chamaram minha atenção e sorri ao ver meu pai recostado no batente da porta aberta.

Quando Nathan contou casualmente durante o jantar a alguns anos que tinha um encontro no final de semana, Katniss e eu tivemos reações diferentes. Como pai achava completamente normal e aceitável que com quase catorze anos meu filho mais velho fosse ao cinema com uma suposta namoradinha. De certa forma me parecia até certo ponto inocente visto que eles iriam sair no sábado à tarde e veriam um filme livre no cinema do Distrito, que alias era cheio de conhecidos e que a mocinha em questão devia estar em casa antes da hora o jantar. Para minha mulher por outro lado a historia era outra, para ela nosso filho era jovem demais e deveria estar saindo com os amigos e jogando bola e não saindo em encontros.

Mas Nathan estava no mínimo encantado pela jovem que morava a duas quadras da nossa casa e que estudava com ele, isso e o fato de que alguns meses ele tinha enfim começado a chamar minha esposa de mãe fizeram com que Katniss o deixa-se ir. Obviamente deixar não queria dizer que ela concordava dessa forma desde que acordou ela se manteve inquieta e obviamente incomodada com a situação e quando ele estava saindo o encheu de recomendações. Lembro-me de ver toda a inquietação em seus olhos e de como achei certa graça em como Katniss passou àquelas horas tentando achar algo para manter-se ocupada.

Agora porem conseguia entender o que ela sentiu, parado na porta do quarto da minha pequena, observando enquanto ela se olhava no espelho toda produzida senti um aperto inevitável no peito, o tempo estava passando rápido demais o quarto já não era mais o mesmo que decorei anos atrás, não havia mais bonecas a vista ou brinquedos espalhados pelo tapete. E dessa vez havia sido eu que deixei sem concordar, dessa vez era eu que achava que aos quinze anos minha filhinha deveria estar saindo com as amigas.

— Você esta linda princesa! – comentei após duas batidas de leve na porta. E no momento que ela sorriu fiz o mesmo, Prim tinha poucos traços herdados da mãe, Katniss costumava dizer que mesmo sem qualquer vinculo biológico Prim se parecia mais comigo do que com ela, mas o sorriso das duas sem sombra de duvida era idêntico.

— Obrigada pai.

— Sua mãe esta esperando lá na sala, ela quer algumas fotos. – ela confirmou com a cabeça e se olhou novamente no espelho antes de passar por mim. – Filha.

— Sim?

— Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo me liga.

— Pai. – vi um leve revirar de olhos e contive um suspiro.

— Eu sei que é só um baile, mas se você quiser voltar para casa antes da hora é só me ligar e eu busco você na hora.

— Eu sei... Mas não se preocupe é só um baile no colégio e vou estar em casa no horário combinado prometo. – ela comentou seguindo em direção as escadas e não pude deixar de pensar que não era só um baile. Não aquela era uma linha que dividia duas fases da vida da minha menina.

Desci as escadas tentando conter a euforia, por mais ansiosa que estivesse precisava me controlar. Minha mãe apontou a maquina fotográfica em minha direção assim que desci metade da escada e em seguida fiz uma pose e não me importe em fazer mais algumas enquanto Nico e Pietro mantinham suas expressões de indiferença, sentados no sofá da sala. Tentei não prestar muita atenção neles, aquela era minha noite e eles não iriam estraga-la.

— Você esta perfeita filha! – de certa forma aquele baile era importante para ela também, sabia que por diversos motivos ela nunca tinha ido a um quando adolescente e desde que contei que iria notei a animação dela em me ajudar a deixar aquele dia especial.

— Achei toda essa produção um pouco demais, mas é só minha opinião.

— Como se você entendesse algo Nico! Depois que crescer vem falar comigo.

— Vamos parando antes de começar! Nico não provoca sua irmã. – meu irmão mais novo voltou sua atenção para o filme que estava passando na TV e mesmo não vendo tinha certeza que ele tinha revirado os olhos. Aos 11 anos Nico estava ficando realmente irritante o que lembrava muito Pietro nessa idade em sua fase mais irritante.

— É Nico, esqueceu que a mãe anda defendendo esse baile com unhas e dentes. – certo a fase mais irritante dele era essa sem duvida.

— Pietro, por favor, pare com isso e venha aqui quero uma foto dos dois juntos afinal esse baile também é seu. – vi meu irmão suspirar, mas levantar e vir até meu lado. Era preciso admitir que mesmo dizendo que aquela noite era sem importância Pietro tinha se arrumado muito bem para a ocasião. O terno novo comprado para ocasião era cinza escuro e a camisa preta sem gravata o deixava realmente elegante.

Estava claro que o maior problema dele em relação ao baile começou quando ele descobriu com quem eu iria, antes disso quando pretendia ir com minhas amigas Pietro estava realmente animado em levar a namorada ao baile e não estava dando a mínima para minha ida ao evento daquela noite. O som da campainha chamou minha atenção e meu olhar se voltou para porta instantaneamente.

Abri a porta tentando não demostrar todo meu desagrado ao ver o jovem parado na minha varanda, não que tivesse algo contra ele se fosse sincero nem ao menos o conhecia e de fato isso era uma das coisas que mais me incomodava.

— Boa noite.  – cabelos pretos ligeiramente arrepiados e um ar de descontraído, o jovem estava com um sorriso enorme nos lábios e o avaliei da cabeça aos pés sem me importar se iria parecer indelicado. – Sou Jackson Adams, é um prazer conhece-lo senhor Everdeen. – olhei a mão que ele estendeu por um segundo antes de aceita-la.

— É Mellark. Sou Peeta Mellark.

— Desculpa, pensei que fosse o pai da Prim. – realmente não fui com a cara daquele garoto.

— Eu sou.  - o sorriso dele vacilou por um momento.

— Você deve ser o Jackson! – Katniss apareceu ao meu lado com um sorriso amigável e notei que o jovem sorriu ligeiramente aliviado com sua chegada. – Sou Katniss, a mãe da Prim, entre.

— É um prazer conhece-la. – dei dois passos para trás para que o garoto entrasse e vi o momento em que ele viu Prim próximo à escada. - Você esta incrivelmente linda.  

— Obrigada. – era possível ver certo nervosismo em seus olhos, mas ela sorriu para ele com naturalidade.

— Ah isso é pra você. – ele estendeu um caixinha transparente e pude ver o corsage e contive um suspiro. O garoto estava definitivamente sendo pouco original, mas notei que Prim pareceu realmente feliz enquanto estendia o braço para que ele coloca-se o presente.

— É lindo Jack, são prímulas. Nunca tinha visto um feito com prímulas.

— A vendedora disse que eles nunca tinham feito um desse. E queria algo especial então...

— Agradeça por seu nome não ser Marisol ou você acabaria com um enorme e chamativo girassol no pulso.

— Pietro! – Katniss chamou a atenção dele enquanto me segurei para não rir, a piada havia sido péssima, mas servia ao proposito. Nico que não havia sequer levantado do sofá riu alto.

— Só comentando mãe, alias sou Pietro um dos irmãos da Prim. Você é o garoto novo não é, sou do último ano.

— Sim, Jackson Adams segundo ano, me mudei a alguns meses.

— Pietro você não deveria estar indo buscar sua namorada? – e lá estava outra característica herdada da mãe, o olhar de aviso. Mas de alguma forma nos últimos meses meu filho tinha passado a não se abalar com tais olhares vindos da irmã. Normalmente os dois viviam se estranhando e implicando um com o outro, e isso só aumento quando ele notou os rapazes rondando Prim naquele ano, agora que ela estava no mesmo colégio que ele as coisas eram diferentes não era como no primário, agora os outros garotos não a viam mais como a irmãzinha dele, agora eles a viam como as demais garotas e isso estava deixando meu filho realmente irritado, principalmente depois que ele ouviu um dos rapazes do time de basquete falando sobre a beleza dela. Katniss e eu tivemos que comparecer a diretoria pela briga que aconteceu depois disso.

— Ainda estou no horário, Mary sempre demora para ficar pronta então combinei um pouco mais tarde.

— Ainda sim querido não é elegante se atrasar para buscar seu par para o baile. -  Katniss tocou o ombro dele sutilmente, dando fim a uma discussão antes que a mesma realmente começa-se. – O corsage que comprou esta no seu quarto, melhor ir buscar.

— Vejo vocês no baile. – Prim revirou os olhos enquanto seu acompanhante sorria levemente.

— Jack e eu já vamos também. – ela se despediu com um aceno sem dar muita atenção as minhas recomendações de cuidado e senti um leve aperto no peito ao vê-la saindo.

Senti um ligeiro frio no estomago quando Jack abriu a porta do carro gentilmente para mim, ele era o lindo garoto novo aquele que metade das meninas queriam acompanhar ao baile daquela noite, não por ser muito popular ou por fazer parte de algum grupo importante no colégio, pelo contraio desde que chegou ele havia ficado recluso a maior parte do tempo como se não ligasse para as atividades complementares que atraiam grande parte dos alunos.

— Ah só para que saiba, eu tirei minha licença para dirigir recentemente e ainda não sou muito bom nisso. – comentou colocando a chave no contato. – Mas passei em todos os exames. Só tenho um pouco de dificuldade pra estacionar.

— Não tem problema, estou tentado convencer meu pai a já começar a me ensinar. Meu irmão vai para faculdade no próximo ano e calouros não podem ter carro então quero ficar com o dele.

— Alias, me desculpa pelo seu sobrenome podia jurar que era Everdeen.

— E é. – sorri antes de explicar. – Esse é o segundo casamento da minha mãe, meu pai biológico morreu quando era pequena, tinha quatro anos quando ela se casou novamente.

— Ah, então aquele é seu padrasto.

— Sim, mas não aconselho ninguém a usar esse termo perto dele, ele realmente não gosta. Lá em casa a genética não tem muita importância, quer dizer só meu irmãozinho é filho biológico dos dois. – seguimos conversando com naturalidade e assim que ele estacionou em frente ao colégio fez questão de abrir a porta para mim e estendeu o braço para que entrássemos juntos. Pegamos a fila para fotografia na entrada onde diversos casais estavam eufóricos e não pude evitar o sorriso largo em meus lábios quando ele me abraçou para foto.

O baile de boas vindas do colégio não era nenhum grande evento comparado ao baile dos formandos no final de cada ano letivo que acontecia no hotel localizado no centro do Distrito e era fechado apenas para formandos e convidados. Esse era um evento bem menor, aberto para todos as series e organizado pelo comitê de alunos e pelas lideres de torcida e embora fosse o primeiro evento do ano acontecia sempre dois meses após o inicio das aulas. Assim que entramos observei o ginásio completamente decorado, a quadra que normalmente era palco dos jogos da temporada era palco de vários jovens se movendo em um ritmo animado da musica eletrônica que tocava em um volume realmente alto.

— Quer beber alguma coisa? – Jack perguntou bem próximo ao meu ouvido assim que nos aproximamos das arquibancadas onde alguns alunos estavam sentados tentando conversar e senti um arrepio ligeiro com a proximidade dele, santa musica alta.

— Um ponche, por favor. – vi ele se afastar e tentei não me preocupar com alguns olhares ao meu redor. Vi Rue dançando com seu acompanhante a alguns metros de onde estava e sorri para uma das minhas melhores amigas. Não me dei ao trabalho de procurar Diana sabia que meu tio – que tinha feito questão de traze-la – iria enrolar muito para sair de casa.

— Um ponche não batizado para garota mais linda do salão. – me entregou a bebida com um largo sorriso e senti um frio na barriga quase imediato, Jackson tinha um sorriso lindo demais e sem me dar conta as coisas ao nosso redor pareciam não ter importância. Par ser sincera não conseguia prestar muita atenção nem mesmo no que ele falava embora estivesse falando cada vez mais próximo ao meu ouvido por conta do som alto.

— Ai esta você! – a voz animada se sobrepôs ao som e tentei não suspirar enquanto virava em direção ao meu irmão, Pietro sorriu largamente parando ao nosso lado, Mary me olhou como quem pede desculpa e quis muito estrangular o loiro.

— Você não deveria estar com seus amigos do último ano? – não que a turma de amigos dele fosse esnobe ou algo parecido, mas éramos de anos diferentes, Pietro era um dos veteranos e mesmo não sendo do time de basquete andava muito com eles.

— Família deve permanecer junta não é mesmo. Gostando daqui Jason.

— É Jackson. – meu acompanhante corrigiu sorrindo de forma educada, estava obvio que ele havia errado de proposito. – Estou, é um bom Distrito calmo e agradável. – como se não se importa-se em estar atrapalhando meu irmão continuou com as perguntas que mais pareciam um interrogatório e estava a um passo de mandar meu irmão para longe quando Jack pediu um momento e olhou para mim. – Eu realmente adoro essa musica, quer dançar?

— Quero. – aceitei a mão dele e seguimos para o meio da aglomeração no centro da quadra.

Meus olhos estavam fixos na tela do computador, a proteção de tela com fotos variadas dos últimos anos passava lentamente e embora tenha dito que iria revisar alguns pedidos de mercadoria não tinha aberto nenhum arquivo importante nas últimas horas. Olhe mais uma vez para o celular verificando se havia sinal disponível caso Prim liga-se.

— Como anda a revisão? – Katniss perguntou o corpo recostado no batente da porta, o sorriso em seu rosto indicava que ela sabia que não tinha feito nada, além de pensar e esperar. Ela caminhou em minha direção e me recostei na cadeira para que ela se senta-se em meu colo. – Sabe que ela esta bem e se divertindo não sabe. – confirmei com a cabeça ligeiramente relutante.

— Parece que foi ontem que ela pediu uma boneca de natal. – comentei tentando não pensar que esse tempo havia passado e que provavelmente não compraria mais nenhuma boneca.

— Não podemos evitar que eles cresçam amor, e sinto em informar mais essa fase se foi e nossa filha esta uma mocinha agora.

— Aquele moleque pode magoa-la.

— Sim ele pode, mas também pode faze-la feliz como hoje. Vamos lá você já teve a idade deles, sabe como é.

— Sim já tive a idade dele e ai esta o perigo. – ela riu e beijou levemente meus lábios, provavelmente pela careta que sei que fiz.

— Demos a ela uma ótima educação e não sei com que esta preocupado, Pietro não vai perde-la de vista por muito tempo. Temos três filhos que sabem bem ser irmãos protetores.

— Aquele garoto nem ao menos a conhece direito. Não sabe nada da vida dela.

— Não diga que esta implicando com ele porque o garoto disse seu nome errado. – desvie o olhar e meneie a cabeça. – Peeta você sabe que é o pai dela, e não é o sobrenome que vai mudar isso.

Obviamente meu lado racional sabia, esse lado entendia que não era certo tirar dela o sobrenome do Cato, que biologicamente ele era pai e antes de morrer tinha lhe dado seu sobrenome, não havia razões para altera a filiação dela. Contudo parte de mim se incomodava com o fato de que Prim era a única na casa com um sobrenome diferente, a única que não tinha meu sobrenome. Legalmente havia tomado todas as providencias para que ela tivesse todos os diretos legais que os garotos, e em relação a meus sentimentos não havia a menor diferença entre ela e os meninos. Era tolice implicar com um detalhe tão pequeno, era tolice me sentir ameaçado por um homem que estava morto a anos. Cato era pai dela, mas eu também era e ponto.

— Eu sei, acho que a idade esta me deixando nostálgico.

— Sem duvida. – comentou pegando a folha que estava olhando alguns minutos antes em cima da mesa. – Lembro-me de quando ela fez esse.

— Foi quando Nathan teve seu primeiro encontro, eu estava brincando com sua ansiedade e você disse que queria ver quando fosse a Prim, como eu ia ficar.

— E você pediu para que ela prometesse que não namoraria até ter 30 anos. – era fácil lembrar de uma Prim com cinco anos, uma trança de cada lado, o sorriso banguela me fazendo essa promessa como se fosse algo simples e sem importância. – Ela estava naquela fase pós Shrek Para Sempre onde tudo para ela precisava de um contrato.

— Pietro ficava chamando ela de Rumpelstiltskin o tempo todo. Será que posso alegar quebra de contrato ela sair essa noite? – perguntei olhando a folha onde minha pequena tinha escrito em uma letra infantil um contrato com sua “promessa” e assinado no canto da folha algumas letras espelhadas indicando que a mesma estava começando a escrever naquela época.

— Provavelmente você não leu as letras minúsculas referentes a adolescência amor.

— Provavelmente não. Mas existe um internato só para meninas no Distrito 13 que me parece ótimo. – Katniss revirou os olhos, mas sorriu.

— Você é terrível Peeta.

— Acho uma opção valida.

— Não vamos mandar nossa filha para um internato só de meninas em outro Distrito. Você é um pai incrível Peeta Mellark, mas não pode impedir que ela cresça sabe disso. – sim eu sabia, mas um pai pode sonhar afinal.  Nossos lábios se unirão em um beijo mais intenso. Estávamos casados a onze anos e durante cada ano nosso amor só se intensificou, era com Katniss que queria envelhecer era ela que queria ao meu lado todos os dias.

O baile havia sido ótimo, Jack e eu havíamos entrado em um jogo de gato e rato com meu irmão, sempre nos movendo entre os demais alunos evitando o olhar atento que sabia que estaria me seguindo durante toda a noite. Isso acabou nos mantendo na pista por varias musicas incluindo as românticas que começaram a tocar em determinado momento.  E confesso que quando chegou a hora de voltar para casa senti como se o relógio tivesse se movido rápido demais e minha noite não tivesse durado nada.

— Espero que a noite tenha sido agradável. – após abrir a porta do passageiro para mim ele caminhou ao meu lado até a porta de casa.

— Foi ótima, eu realmente me diverti hoje, obrigada. – nos olhamos por um momento e não tive certeza do que fazer exatamente.

— O papai esta acordado ainda sabia. – tive um sobressalto ao ouvir a voz do Nico atrás de mim e pela fisionomia do Jack não havia sido a única a ser pega de surpresa, pelo meu irmão de pijama no meio do jardim.

— O que você esta fazendo aqui Nicolas?

— Vi o carro encostar da janela do meu quarto e achei que seria gentil avisar que o papai ainda esta acordado.

— Sabe o que vai ser gentil também? – ele negou com a cabeça. – Eu contar par mãe que você esta saindo pela janela e descendo pela árvore. Tenho certeza que assim que souber ela providencia uma grade para sua janela.

— Você não faria isso.

— Quer apostar? – ele avaliou por um instante, na minha opinião meu pai sabia sobre essa rota alternativa para sair da casa pela janela do quarto do meu irmão mais novo, assim como sabia que nosso bairro era tranquilo e policiado e que Nico tinha medo demais para sair sem autorização, mas minha mãe sem duvida veria as coisas de outra maneira. – Dez segundos. 10, 9... – comecei a contar lentamente e vi o baixinho sair resmungando na direção em que tinha vindo. – Me desculpa.

— Não tem que se desculpar, mas parece que seu pai não gostou muito de mim.

— Provavelmente não gostou. – ri da cara que ele fez antes de explicar.- Segundo minha mãe ele ainda esta se adaptando ao fato de que não sou mais uma criança e por algum motivo ou piada do destino sou a única filha, então acredite ele já não gostava de você antes mesmo de te conhecer.

— Um pai ciumento e dois irmãos sendo que um deles é do último ano.

— Três irmãos o mais velho esta na faculdade. – informei.

— Uau, acho que o real perigo ainda vou conhecer então.

— Nathan só vem visitar no natal e no verão.

— Talvez você possa falar coisas boas de mim pra ele até o natal e quem sabe até lá seu pai não esta mais simpatizado comigo.

— Então você quer conhecer meu outro irmão?

— Não exatamente, eu quero conhecer mais sobre você. – ele aproximou o rosto do meu e senti meu coração acelerar antes mesmo do encontro dos nossos lábios, era meu primeiro beijo, levando em conta o fato de que tinha desconsiderado o selinho roubado do Anton um ano antes. Por um momento enquanto nossas línguas se moviam lentamente, senti como se o mundo ao meu redor tivesse parado, nada mais importava éramos apenas nós dois ali, meu coração foi se acalmando e uma sensação de felicidade se fez presente e quando nos separamos senti um leve rubor em meu rosto. – Posso te ligar amanhã?

— Pode.

— Boa noite Prim.

— Boa noite Jack. – entrei em casa e assim que fechei a porta me permiti dar um largo sorriso enquanto subia as escadas o mais silenciosamente possível. Jackson Adams havia me beijado e queria me conhecer melhor.

Guardei o corsage com cuidado, e antes que pudesse fazer qualquer outra coisa vi a tela do meu computador piscar e o som de chamada de vídeo e não pude deixar de sorrir ao ver quem estava ligando mesmo sendo uma ligação esperada considerando que aquele altura do campeonato não era segredo o baile que fui naquela noite. Os homens da minha família tinham uma excelente comunicação interna e obviamente ele sabia o horário que estaria em casa.

— Ei patinha, como vai minha irmã favorita?

— Sou sua única irmã Nathan. – sorri ainda mais ao ver o rosto dele pela tela.

— Por enquanto, nunca se sabe o ninho vai ficando vazio e não me surpreenderia o número dos Mellark crescesse nos próximos anos. – brincou.

— Seria no mínimo interessante.

— Sem duvida, mas então como você esta?

— Bem e você? Estudando muito suponho. – sabia que os últimos meses não tinham sido fáceis para ele já que era o último ano antes da residência.

— Muito é pouco, veja isso. – ele virou o celular mostrando uma pilha de livros e diversas anotações. – Escolhi um curso sem fim.

— Quanto drama, em alguns anos você vai ser um medico bem sucedido salvando vidas.

— Sim, sim, mas antes disso me perco em meio aos livros sem fim do curso. Então onde você foi essa noite? Tentei ligar mais cedo.

— Como se você não soubesse.

— Bom digamos que ouvi falar em um baile. O que não entendo é por que ouvi falar sobre esse baile de uma fonte que não é a maior envolvida.

— Nenhuma ideia mesmo?

— Não.

— Talvez porque lidar com os três Mellark que estão aqui já seja cansativo suficiente. – ele riu e me recostei na cadeira.

— Mais o baile foi bom?

 - Foi maravilhoso. – sabia que ele não queria detalhes e que sem duvida odiaria conhecer o Jackson, não por considera-lo como uma pessoa ruim talvez eles se entendessem facilmente em outra situação, mas Nathan era protetor sempre foi e sempre seria.

— Estou realmente feliz por ver essa felicidade nítida em seus olhos, mas confesso que já odeio esse cara. Mas espero para o bem dele que ele tenha tratado você bem.

— Ele foi ótimo e me diverti muito, mesmo com Pietro perturbando. – ele riu do outro lado da tela e fiz minha melhor cara de brava. – Não sei o que aconteceu com seu irmão, mas desde o inicio das aulas ele vem sendo mais irritante do que o costume.

— Fico feliz em saber que ele esta cuidando de você.

— Não preciso que cuidem de mim Nathan sei me cuidar e foi vergonhoso ter um dos irmãos vigiando meus passos.

— Não estava vigiando seus passos, estava de olho das mãos daquele Jacob. – Pietro entrou no quarto e se jogou em cima da minha cama como se estivesse no próprio quarto. – E ai Nathan.

— É Jackson e você sabe disso.

— Não sei não. O cara é um babaca Nathan, serio não se enturma com grupo nenhum, no mínimo estranho.

— Concordo com o Pietro ele é estranho. – Nico copiou o mais velho se jogando na minha cama e revirei os olhos, ambos eram parecidos demais para o bem da minha sanidade..

 - Ele não é estranho coisa nenhuma, vocês que são estranhos.

— Adoro essas chamadas de vídeo que me fazem sentir como se estivesse em casa. – Nathan comentou com naturalidade. – As briguinhas de vocês me divertem.

— Ah aproveitando que estamos todos aqui, peçam para que ela pare de me ameaçar, não consigo fazer meu trabalho com ele ameaçando me dedurar para mamãe. – Pietro cutucou o mais novo e Nathan se manteve quieto.

 - Que trabalho? – conhecia os três bem demais para saber que tinha alguma coisa acontecendo ali.

— Nada, trabalho nenhum.

— Vocês estão pagando ele pra me vigar! – agora as coisas faziam sentido, Nico era novo demais e interessado demais em sua própria vida para ficar me vigiando, ele não se importava com o que fazia ao menos que fosse algo que interferisse em seu cotidiano.

— Não preciso pagar para ele vigiar você eu mesmo faço isso esqueceu. – isso era verdade, então sobrava apenas a única pessoa que estava longe e que sem duvida faria algo assim.

— Nathan?

— Tenho que estudar agora, foi bom falar com vocês.

— Nada disso, fala para ele parar com isso agora...

Nenhum deles notou que estava observando a interação entre eles, aquela cumplicidade e o modo como eram opostos e parecidos ao mesmo tempo.  Os quatro eram minha vida e pequenos momentos como aquele, mesmo com Nathan a quilômetros de distancia me trazia recordações de quando eles eram mais novos.  

 A vida tinha sido generosa comigo e confesso que nunca pensei que chegaria onde estava agora, ser pai aos dezoito anos me deu uma perspectiva diferente e meu divorcio sem duvida tinha deixado alguns muros e receios de tentar novamente. Deixei os quatro continuarem a pequena discussão e segui em direção ao meu próprio quarto. Assim que abri a porta avistei Katniss recostada na cama, sua concentração estava em um livro e sorri imediatamente. Um contrato tolo havia nos levado até ali, um pedaço de papel que deveria garantir o oposto do que sentíamos hoje e não pude não pensar em quanto tinha sido tolo de achar que aquele pedaço de papel impediria meus sentimentos por aquela bela morena.

— Todos já estão em casa?

— Sim. – sentei ao lado dela na cama. – Estão no quarto da Prim, falando com Nathan, aparentemente nosso filho mais velho anda pagando Nico para ficar de olho na Prim. – ela riu e colocou o livro de lado.

— Não da pra negar que ele é um Mellark, protetor até mesmo de longe.

— Amo você Katniss Mellark. – beijei seus lábios com carinho e olhei em seus olhos. – Andei pensando em algo. – comentei enquanto passava o polegar lentamente em seu rosto. A possibilidade dela achar uma loucura era grande, mas a ideia não saia da minha cabeça a um bom tempo e aquela noite só reforçou o quanto queria aquilo.

— Pensando em que?

— Nós fizemos um bom trabalho com as crianças, somos bons pais. – ela concordou com a cabeça e sorri antes de continuar. – Como você mesmo disse eles estão crescendo e pensei que podíamos ter mais um.

— Como?

— Eu quero outro filho com você.


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Notas finais do capítulo

É isso... Espero que vocês tenham gostado, particularmente adorei escrever novamente sobre essa família.

Quero agradecer a Bel pelo banner e pelo desafio e as demais autoras que embarcaram nesse projeto.

Vou adorar saber a opinião de vocês, então fiquem a vontade para comentar...

A próxima autora é a Paty e tenho certeza que ela vai trazer algo bem legal pra vocês.

Beijos.