Encontros, Acasos e Amores escrita por Bell Fraser, Sany, Gabriella Oliveira, Ester, Yasmin, Paty Everllark, IsabelaThorntonDarcyMellark, RêEvansDarcy, deboradb, Ellen Freitas, Cupcake de Brigadeiro, DiandrabyDi


Capítulo 1
A Teoria de Tudo


Notas iniciais do capítulo

Sejam todos muito bem-vindos. Aqui quem vos fala ou melhor escreve é a Belrapunzel, mas com meu outro avatar. Primeiramente, agradecemos ao site Nyah! Fanfiction por estar nos dando essa oportunidade. Estou muito feliz e honrada em poder estar aqui fazendo a estreia, rss. Tem sido uma experiência gratificante em poder ter a mesma compartilhada com essas estrelas tão especiais quanto essas amigas que pude fazer em toda essa minha jornada de Nyah! E vamos embarcar na primeira One dessa temporada. Farei as notas e apresentações aqui e agora.

Classificação +16

Gênero: Ficção Científica, Romance

Como este projeto se trata de desafios entre as autoras do mesmo. A Ester foi quem minha desafiadora a escrever este gênero tendo Peeta e Katniss como personagens principais.
Espero que eu tenha alcançado as expectativas dela e que os leitores possam se deliciar com este romance que particularmente amei ter escrito e realmente foi um desafio (risos). Fiz bastante pesquisa sobre como escrever uma FC e espero de coração que curtam o enredo e esse Peeta nerd. Banner feito por mim.

Sinopse

Peeta é um cientista que não é muito ligado em nada, a não ser em seus projetos, máquinas, robôs e cálculos, mas de repente se apaixona pela colega de laboratório que o vê só como um nerd estranho. Será que Peeta conseguirá mostrar a ela que os nerd também amam? Para isso ele terá que lançar mão de vários aparatos tecnológicos para conquista-la e provar sua teoria.



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Qualquer coisa que você sonhar é ficção, e qualquer coisa que você conseguir realizar é ciência. Toda a história da humanidade não é nada além de ficção científica.

(Ray Bradbury)

***

É mais um dia comum e remoto. A chuva densa e um tanto ácida cai lá fora, mas não faz diferença alguma para mim já que estou enfurnado em meu canto no laboratório.

— Peeta. – Delly, uma colega, chama minha atenção. Sem vontade alguma, desvio minha concentração do quadro verde, onde estou concentradíssimo em cálculos somente para lhe dar atenção – Haymitch, pediu que eu chamasse você.

— E o que ele quer? – Minha voz sai um tanto rude, já que detesto ser interrompido, principalmente quando estou concentrado.

— Não sei. Ele só pediu que eu viesse te chamar. Não precisa ser grosso, seu idiota! – diz entredentes e gira os calcanhares saindo batendo os saltos sobre o mármore.

Sei que fui mal-educado. Pedirei desculpas depois, afinal ela é tão funcionária quanto eu.

Suspiro um tanto cansado – não pelo meu trabalho, porque amo o que faço -, mas não aguento cobrança.

Assim que as portas de vidro se abrem automaticamente. Pego o primeiro elevador panorâmico, agradecendo mentalmente por estar parado em meu andar. Encosto meu indicador direito no número 13 e o escaneador reconhece minha digital. As portas se fecham e sigo ao meu destino.

O *Black Creeck  é um dos maiores laboratórios de tecnologias da América do Norte, ou o que restou dela. Montana foi uma das poucas cidades a ficar em pé, quando todo o continente foi contra-atacado por máquinas construídas pelo *Theft Trial - um exército de robôs - construído por um país do continente Asiático cuja a potência tecnológica sempre fora uma das mais avançadas. Uma verdadeira guerra que durou pouco mais de seis anos. Os sobreviventes passaram por dificuldades e muitas doenças virais surgiram por conta de detritos e resíduos de bombas. Sem contar que a atmosfera foi comprometida pelos bombardeios químicos e agora toda a população já vacinada, tenta se reerguer.

O plantio de alimentos é feito tudo em estufas envidraçadas – com uma camada especial de vitaminas que servem de adubo - onde são plantados: legumes, vegetais, frutas, grãos, dentre plantas medicinais. A vegetação que antes existiu, quase nada sobreviveu.

A região é repleta de montanhas escassas, mas que no passado a floresta tomava conta de tudo. Hoje em dia tentamos sobreviver como podemos. O novo governo é bem exigente e cobra o tanto que pode do nosso laboratório. Na mente da presidente Alma Coin, somos a única chance de acabar com a violência e de possíveis ataques no futuro. Há alguns civis que culpam o governo por tudo que passamos e com isso uma nova lei foi revigorada. Ninguém pode obter nenhuma arma de fogo em casa. Pensam que assim é a melhor forma de nos estabilizarmos, ou vivermos em paz.

— Por que demorou tanto, garoto? – Reviro meus olhos, odeio ser tratado como um moleque.

— Eu, por acaso, estava concentradíssimo em um dos cálculos que mais tem me dado trabalho. Para então, você me interromper. – digo tudo o que está engasgado em minha garganta, mesmo ele sendo meu chefe.

— Escute aqui, Mellark – ele se levante de sua confortável cadeira e aponta o dedo em minha direção - Não é porque, sua mãezinha veio conversar comigo e logo em seguida entrou para trabalhar comigo que... – Rio de um modo zombeteiro e não permito que continue a falar assim comigo.

— Haymitch, não se esqueça que fiz um teste para entrar aqui. Não venha colocar a minha mãe, cujo você tem uma queda livre, no meio do nosso assunto. – Desarmo ele com esta afirmação. – Podemos ir direto ao assunto principal? – falo categórico.

— C-claro... sente-se.

Sugere, mas cruzo os braços demonstrando que não estou para brincadeiras.

— Não, obrigado. Prefiro ficar em pé.

Ele leva as mãos para trás de sua nuca e me fita por um segundo antes de dar continuidade.

— O secretário da presidente acabou de me ligar. – Limpa a garganta e volta a sentar-se em sua cadeira. – Ele quer saber como anda o projeto CELERON.

Ajeito a armação do óculos sobre meu rosto, antes de responder.

— Está em andamento.

— Peeta, é sério eles não sossegarão se não dermos um resultado plausível. Sabe quantos bilhões a presidente investiu neste projeto.

— Sr. Abernathy, estou tentando dar o meu melhor. Tenho saído daqui mais de dez horas da noite. Sou um dos primeiros a chegar ao laboratório e tenho trabalhado sozinho nisso, pois o resto da equipe só quer saber de conversas aleatórias. – Exagerei um pouco nesta última parte. Na verdade, eu é que tenho tomado frente dos demais. Eles parecem inexperientes nessa área, então tenho feito o trabalho duro.

— Já resolvi este pequeno impasse. – O encaro enigmático. – Transferi um dos melhores Engenheiros Mecatrônicos para trabalhar com você no laboratório. Assim, será mais produtivo.

— Não preciso de ninguém... – Haymitch ergue a mão, num gesto para me calar.

— Está feito, Peeta. Tenho certeza que se encontrarão nesse exato momento no laboratório. – Ele encara seu relógio digital sobre a mesa e só o que faço é dar-lhe as costas e retornar ao meu posto.

***

Ao adentrar o laboratório me deparo com uma figura feminina de costas para mim que observa atentamente meus cálculos. Paro por um segundo sentindo uma pequena fúria crescer em meu peito.

— O que está fazendo aqui?

— Haymitch me enviou. Segundo ele, você está meio lerdinho quanto ao prazo do primeiro protótipo. – Então, quando ela se vira vejo o quão bela é sua aparência. Sinto-me um tanto desnorteado e quase não consigo formular as palavras.

— Vo-você... é o tal engenheiro mecatrônico... ou melhor engenheira?

Droga! Por que tenho que ser tão patético?

— Sou, Katniss Everdeen. – Se apresenta com a voz em tom de seriedade. – Faremos assim, você não foi com a minha cara e nem eu com a sua, mas temos um prazo a cumprir. Vamos terminar logo com isso e no fim volto para meu posto e você para sua vida monótona, tá certo?

Seus olhos cinzentos é o que mais me chamam a atenção e respondo assim que sinto seu estalar de dedos diante de meus olhos.

— É justo – digo seco.

Volto para meus cálculos, mas ela fica palpitando a todo o momento. E, mesmo não querendo perder a linha, é exatamente isso que faço e perto da hora do almoço, Katniss se levanta enfurecida da cadeira de acrílico.

— Preciso almoçar. Volto dentre uma hora e meia. – Ela não espera por resposta, simplesmente me dá as costas e saí andando como se tentasse desfazer o piso sob seus pés.

Mais alguns minutos entre apagar e refazer gráficos e cálculos, sinto-me exausto e faminto. Vencido por isso, retiro meu jaleco e rumo até o refeitório.

Quando adentro o local vejo muitos funcionários se alimentando. Inclusive Katniss, que está rodeada por um grupo, de amigos quem sabe. Pego uma bandeja e passo pela estação dos vegetais.

— E aí Mellark, ainda nesta dieta saudável? – Alguém esbarra em mim com o quadril, é Johanna Mason, uma amiga e Engenheira Química.

— Você continua sendo esse poço de educação de sempre, não é? – Rio um tanto sem graça.

— E você, o nerd careta de sempre – Afirma e em seguida aproxima os lábios bem próximo ao meu ouvido sussurrando: – Mas quer saber? Eu bem que pegaria você se quisesse isso.

— Que eu saiba, você está envolvida com alguém. – Procuro manter minha postura de sempre, mas não tem jeito logo gargalha tirando sarro de mim.

— Como você é tapado e atrasado, Mellark. Nem parece que vive no ano 2031. Gale sai com quem ele quiser, enquanto eu me divirto com quem quero também.

— Não tenho tempo para isso. – Deposito em minha bandeja tudo que preciso e observo o ambiente procurando um lugar para me sentar.

— Não tem tempo, porque ainda não se apaixonou por ninguém, mas quando isso acontecer, ficará com uma carinha de cachorrinho abandonado.

Ela passa as mãos sobre os cabelos em corte Chanel e sai sem nem olhar para trás. Bufo cansado. Hoje tirei o dia para me frustrar com figuras femininas.

Me sento em um local afastado – sozinho – resumindo. Logo começo a me alimentar. O sabor da comida está melhorando cada vez mais, pois mais testes são realizados a cada semana que passa. As plantações recebem uma nova dose de adubos feitos nos laboratórios químicos.

***

Exatamente uma hora e meia depois, lá está ela montando cálculos em um quadro vizinho ao meu. Katniss me ignora o tempo todo. Fala apenas o necessário.

— Segundo as informações que obtive sobre o projeto CELERON, eles querem drones que tenham sentimento ou percepção de atacar somente o que for uma ameaça. Pensei em sensores cognitivos. Podemos criar nano chip e inserir na área frontal. – Tento explicar da melhor forma possível sem parecer insensível, em sua testa forma uma ruga de expressão antes de comentar algo.

— Estamos falando de um drone com uma aparência humana?

— Não exatamente “humana” – explico. – Pensei em Vibrânio. Um metal que é leve, mas resistente. Ele terá estatura ereta, foi nisso que pensei.

— Pode ser que dê certo – diz categórica. – Agora preciso ir. Deu meu horário. Amanhã resolvemos isso para mandarmos para a linha de montagem.  

— Não podemos mandar para linha de montagem...

— Quando me enviaram para cá, disseram que você era o melhor cientista em robótica. Estou em dúvida, para ser sincera.

Novamente me deixa sem falas e gira os calcanhares indo embora.

Resolvo ficar mais um pouco e tentar resolver essas incógnitas. Em um momento sinto minhas pálpebras pesarem e de repente meu rosto pousa na bancada onde se encontra inúmeros esboços. A vibração do meu celular que me faz acordar assustado.

— Peeta Mellark, não me diga que ainda está no laboratório? Se não chegar em casa em cinco minutos, juro que vou até aí te buscar e lhe darei um bom puxão de orelha.— A doce e afinada voz de minha mãe me faz sobressaltar.

— Estou indo.

Desligo o celular, retiro meu jaleco o pendurando no suporte e em seguida pego minha maleta e vou em direção a saída.

— Você é igualzinho ao seu pai. – Dona Effie inicia o mesmo sermão de sempre assim que coloco meus pés para dentro de nossa casa. – Precisa descansar um pouco, meu filho. Se continuar a trabalhar desta maneira, ficará tão doente que morrerá como...

Me aproximo dela e a tomo em meus braços em um forte abraço. Sei o quanto sente falta do meu pai. Ele era um dos melhores cientistas e um pacifista, mas infelizmente todo seu estilo humanitário não fora o suficiente para a paralisação dos mísseis que atingiram a base onde trabalhava em meio ao deserto de Teerã.

— Prometo chegar mais cedo amanhã. – Afirmo apertando ela um pouco mais e deposito um suave beijo em sua fronte.

— Onde o senhor pensa que vai? – pergunta quando me afasto dela e caminho em direção ao meu quarto.

— Eu...

— Nada disso. Preparei seu jantar e vou esquenta-lo.

Não protesto, sei que tudo que disser será usado contra mim. Ela é persuasiva, mas uma excelente mãe. Não sei o que seria da minha vida sem ela.

— Adorei essa carne de soja. – Saboreio cada prato que preparou para mim.

— Pee, quando vai arranjar uma namorada, se casar com ela e me dar netinhos? – Engasgo com a comida e ela parece não se importar com este pequeno incidente.

— Estou ocupado demais para pensar nisso, mamãe. – Beberico um pouco da água que se encontra em meu copo favorito.

— Peeta Mellark. Estou ficando velha e, não gostaria de morrer sem me tornar avó, ou te deixar sozinho no mundo sem ter ninguém para cuidar de você. – Seu tom é de repreensão e sei que fala sério. Há tempo vem me cobrando isso e sempre dou a mesma resposta.

— Juro que uma hora ela aparecerá. Mas tire essa ideia da cabeça de que está ficando velha. A senhora é minha bela mãe e sempre será.

Busco por sua mão e a levo até meus lábios e deposito um beijo nas costas mesma.

***

Os dias se escorrem, Katniss fica mais irredutível do que no primeiro dia. E à medida que isso acontece, começo a sentir algo estranho. Seu cheiro suave de flor de lótus me perturba de forma até agradável e percebo algumas manias que tem. Como mexer nos cabelos os colando para o lado, ou mordendo os lábios superior enquanto seu olhar está compenetrado nos cálculos.

— Temos que apresentar o protótipo ainda nesta semana, ou cabeças irão rolar. – Solta as palavras de forma irritada e acabo me estressando com isso.

— Qual é a sua, hein? – Me levanto da cadeira exaltado. – Primeiro se intromete no meu projeto e depois fica aí reclamando de datas de entrega!

— Quem você pensa que é, para falar deste jeito comigo? Seu grosso! – Ela também fica em pé e aponta o dedo na ponta do meu nariz e com isso meus olhos se desviam para ali me causando uma visão dupla, ou melhor, me deixando vesgo. – Haymitch disse que já estamos com o prazo mais que apertado e você fica aí, se fazendo de metido à besta empacando o projeto que deveria estar pronto.

— Não estou empacando nada, entendeu? – Estou tanto exaltado quanto ela e agradeço por estarmos sozinhos, pois já passou da hora de estarmos aqui, todos os outros já se foram há pelo menos umas quatro horas. – Só quero entregar algo apresentável e que não venha nos causar mais danos do que a guerra já causou.

— Quer saber? Pra mim já deu! – Katniss recolhe seus pertences com avidez e joga dentro de sua bolsa. – Quer se fazer de certinho, tudo bem! Fique aí jogado às traças e seja um nerd solitário e mal-amado que tem como excitação os cálculos idiotas e esses aparatos de última geração. Você é um insensível, idiota e mesquinho que nunca conseguirá conquistar uma garota.

Pude ver claramente as veias saltadas em seu fino e delicado pescoço. Ela é extremamente linda. Uma sedenta e enorme vontade de abraçar e beijá-la é quase incontrolável, mas sei que estaria passando dos limites já que ela parece me odiar.

“E será por que que ela te odeia tanto Mellark?”

Minha consciência grita.

— Sinto muito. – Minha voz sai fraca.

— Sente muito? – Desdenha. – Acho que todos têm razão. Você é individualista e prepotente. – Ela se vira para ir embora, mas para no meio do percurso. – Ah, estou abandonando o projeto. Se vire daqui pra frente, Peeta Mellark.

Tive vontade de gritar para ela ficar, para eu poder me explicar. Dizer que, na verdade sou detalhista e perfeccionista. Pessoas assim são complicadas. Quando este projeto foi direcionado a mim e a minha equipe, pensei em tudo. Funções, objetivos, cor, e como os robôs reagiriam diante de uma situação alarmante. Não sou tudo isso que disse, a não ser a parte de não conseguir conquistar “alguém”. Nunca tive um relacionamento sério, aliás, qual foi a última vez que fiquei com alguém? Talvez na faculdade, isso porque a garota deu a iniciativa.

Fracassado.

Essa é a palavra certa para minha pessoa neste exato momento.

Vencido pelo cansaço e pelos insultos, desligo tudo e vou embora, mas se bem que, se eu ir para casa dona Effie perceberá minha aparência e não me deixará em paz. Outra alternativa surge em minha mente. Dobro uma rua diferente e paro frente a um bar chamado Lar dos Crow’s. Não sou de beber, mas minha baixa estima está no fundo do poço. Adentro o ambiente esfumaçado pela nicotina e peço a bebida mais forte. Engulo sentindo o gosto forte de álcool dentre outras substâncias que prefiro não desvendar, pois obviamente eu poderia me arrepender se soubesse.

***

Pelos próximos dias não vejo mais a morena em meu setor e isso me incomoda de uma forma descomunal.

Finalmente consigo montar o primeiro protótipo e hoje à tarde será a avaliação. O secretário de segurança virá pessoalmente para isso. Ele e o general irão decidir se esse drone está apto, ou não para assegurar nossa população.

— Tudo pronto, Peeta? – Haymitch pergunta quando entra na sala de testes, onde estou fazendo os últimos ajustes no drone.

— Mas, o horário do teste não seria mais tarde?

— Eles remarcaram para daqui quinze minutos. A presidente terá compromisso mais tarde e ela queria acompanhar o teste de perto.

Senti um frio na espinha. Realmente achei que ela nem viria, mas estava redondamente equivocado.

Chamei alguns dos cientistas que acompanharam de perto o projeto e pedi ajuda com pequenos detalhes.

— Ah, Katniss... deixe de ser chata e aceite meu convite. – Me sobressaltei com a voz de Finnick, o sobrinho de Haymitch e braço direito dele aqui no Black Creeck . O rapaz não podia ver um rabo de saia que dava em cima. Sua reputação era bem conhecida.

— Finnick, já disse que posso ser sua amiga. Além disso, sem chance.

Minha concentração parecia perdida em outro planeta ao escutar sua voz e quando girei meu pescoço para trás, nossos olhos se encontraram, mas ela desviou rapidamente para outro ponto. Eu não fazia ideia de que estaria aqui, apesar de um considerável grupo de cientistas e engenheiros estarem presentes.

— Presidente Alma Coin, seja bem-vinda ao laboratório Black Creeck, em instantes iniciaremos os testes. – Haymitch se aproxima de mim e cochicha em meu ouvido: - Está tudo pronto, Peeta?

— Sim, está... – Minha voz soa um tanto trêmula. Termino de ajeitar e fecho a caixa torácica do drone. Me afasto com o fino controle remoto touchscreen e aguardo instruções.

— Este é Peeta Mellark, um dos nossos melhores cientistas em robótica, senhora presidente. Ele fará os testes e tirará quaisquer dúvidas. – ele se volta para mim e respiro fundo antes de acionar as funções motoras do robô ereto.

— Bem, quando me passaram essa missão, pensei em um verdadeiro soldado, que pudesse proteger o que restou de nossa população. Por isso ele tem 2,15 cm de altura e sua aparência mesmo que intimidadora está programado para atacar apenas quem estiver armado, ou se alguém contra ataca-lo.

— E como isso funciona, Sr. Mellark? – O general Boogs Wilder pergunta e enquanto o drone se movimenta em passos tranquilo pela ampla sala, tento explicar de forma simplificada.

— O software, avalia a ameaça e manda a informação para o cérebro. Que no caso do nosso drone aqui, uma inteligência artificial. O cérebro recebe a informação e decide o que fazer baseado nas informações que inserirmos.

Aciono o botão START e um robô modelo CL-208, para uma simulação surge segurando um rifle de combate M2 Modificado. Denominei o drone que acabei de construir por NX-12. Logo o robô de simulação aponta a arma enquanto meu drone se posiciona em modo de combate, segurando uma pistola taser TSR 66 de cartucho.

— Largue a arma— ordena o drone e o robô continua avançando. — Largue a arma.— Como o oponente não obedece e faz um sinal de que irá disparar, meu drone é mais rápido e atira, fazendo o robô ir ao chão com apenas um cartucho disparado pela pistola que solta 200.000 volts de choque.

A plateia parece satisfeita, pois aplaudem, inclusive a presidente.

— Quero esse drone como meu segurança pessoal. – Determina ela.

— Mas, isso é só um protótipo, senhora presidente – explico, mas ela insiste. – Tudo bem, vou acionar o comando para a senhora poder controla-lo.

***

Mais de mil drones estavam montados e prontos para combate, inclusive Katniss supervisionou todo o processo. Tudo parecia resolvido nesses últimos seis meses que se passaram desde o primeiro teste com o drone, menos uma questão.

Eu me encontrava completamente, perdidamente apaixonado por ela. Não fazia ideia de como me reaproximar, já que depois  de inúmeras tentativas e o fiasco do nosso último encontro - quando sem querer derramei café em seu jaleco - não tinha mais ideia do que fazer. Precisava tomar uma atitude de uma vez por todas e algo me veio à mente.

— Delly, tem um minuto?

— Ah, agora o Mellark acha educação impecável para falar comigo? – Ri de forma sarcástica e sei que mereço cada ofensa sua.

— Ok. Peço perdão por todo meu mal humor e falta de educação com sua pessoa, mas por favor, preciso urgente de algo e sei que só você pode fazer isso.

Ela me encara de forma enigmática e depois de soltar um longo suspiro aceita me ajudar.

— E, em que posso ser útil?

— Você é amiga de Katniss Everdeen, certo? – Sei que é, pois sempre vejo as duas andando juntas para cima e para baixo.

— Somos amigas sim, mas o que isso tem a ver com sua urgência?

— Diga a ela para ir até o laboratório 220. – A loirinha me encara com as sobrancelhas erguidas, mas concorda com a cabeça e corro em direção ao meu laboratório.

Chegando lá termino meu cálculo um tanto especial.

— Delly disse que precisava falar comigo e sinceramente não estava muito afim de... – Ela para de imediato e arregala os olhos ao notar em forma de coração as incógnitas. – O que significa isso?

Katniss parece atordoada e suas bochechas estão mais avermelhadas do que o costume.

— Fui um completo idiota desde nosso primeiro contato. Eu estava tão empenhado em realizar este projeto que não aproveitei o melhor que o acaso reservou para mim. Quero pedir mil desculpas e mesmo assim não será o suficiente para me redimir com você. – Seus olhos cinzentos piscaram várias vezes e como não diz nada prossigo: – Katniss, eu estou completamente apaixonado por você e isso aqui... – Aponto para o quadro verde. – É a teoria de tudo que venho sentindo. Esses cálculos mostram que um nerd como eu, pode sim deixar de lado o que mais gosta para amar alguém como você. Se aceitar, é claro.

Mais silêncio e para dizer o mínimo me sinto um imbecil por achar que uma garota incrível como ela aceitaria um nerd sem coração como eu.

— E, nessa teoria toda existe um futuro seguro para nós dois? Sem você querer encolher ou esticar nossos filhos, ou querer fazer testes malucos com os bichinhos de estimação deles? – Sorrio de lado ao notar seus olhos apreensivos escanearem meus cálculos teóricos.

— Existe sim um futuro seguro para nós, mas somente com o que você querer... – no mesmo instante sinto seus lábios pressionarem sobre os meus em um beijo  urgente.

— Por que demorou tanto para se aproximar de mim, seu nerd idiota?

Na verdade, fiquei na defensiva e preferi passar esse tempo montando estratégias para aborda-la e como nenhuma me pareceu perfeita, optei por passar boa parte do meu tempo observando cada movimento seu e tentar chamar sua atenção através de um gesto ou um cumprimento, mas acabou correspondendo meus olhares com tristeza.

— Fiquei com medo de não conseguir mostrar a você que posso ser capaz de te amar.

— Confesso que te achei estranho no início, em seguida um idiota insensível, mas não conseguia tirar você da minha cabeça desde sua apresentação na sala de testes. Você estava tão lindo explicando de um jeito sem graça como tudo funcionava. E o modo como mexia na armação do óculos era encantador. – Seus braços se encontravam envoltos ao meu pescoço e minhas mãos seguravam firme sua cintura.

— E, eu não paro de pensar em você desde que te peguei observando meus cálculos.

— Seus olhos é o que mais me fascinam, sabia? – Ajeito a armação do meu óculos tirando um sorriso de seus lábios avermelhados e carnudos para em seguida voltarmos a nos beijar.

 Mais tarde fomos ao nosso primeiro jantar romântico. O primeiro de muitos.

Percebemos que tínhamos mais em comum do que imaginávamos. Katniss era dócil, mesmo com seu temperamento explosivo, mas ela diz que é sua autodefesa e respeito isso, pois também tenho a minha. Nosso envolvimento foi rápido depois de conseguir provar a ela que eu poderia sim, ser um nerd amável.

Quem ficou feliz com tudo foi minha mãe. Ela e Katniss se deram muito bem desde o início e quando eu dava uma fugidinha para o meu laboratório que tinha em casa, minha mãe puxava minha orelha e pedia para eu passar mais tempo com Katniss.

Pouco menos de dois anos estávamos casados, felizes e esperando nosso primeiro herdeiro.

— Amo você, Peeta Mellark. – diz ela sentado em meu colo como sempre faz quando chego do trabalho.

— E, eu amo você ainda mais. – Beijo seus lábios e acaricio sua protuberância.

Essa era minha teoria e tudo se resumia em amar minha adorável Sra. Mellark.

FIM.


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Notas finais do capítulo

*Black Creeck - nome fictício que tirei da série Smallville.

*Theft Trial - nome fictício que me inspirei num app do meu notebook (rss)


Espero de coração que tenham gostado desta One, perdoem-me se vocês quiseram ver mais da interação, ou se deixei de detalhar algo, mas se assim desejarem quem sabe um dia faço uma SHOT-FIC, se assim desejarem. Pois bem, me digam o que acharam e o que esperam deste projeto. Estamos em sete autoras, mas quem quiser participar fiquem à vontade e entre em contato com uma de nós através de MPs, ok? A próxima One será postada entre os dias 01/05 a 07/05, pela Isabela (autora de A Redenção do Tordo) AVISO: ESTARÁ IMPERDÍVEL. Eu desafiei a Sany e ela é a terceira a postar a One cujo o tema sei que cada um irá adorar. Queridos leitores não percam as próximas atualizações, sei que cada um ficará fascinado, pois serão temas variados... desde amores, dramas e etc... Tudo de bom para cada um, um super abraço carinhoso da Bel e até os comentários O/.