Fumaça escrita por Mozart


Capítulo 1
Nuvem




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Remus Lupin soltou uma baforada tóxica que preencheu o ambiente com o cheiro de tabaco. A nuvem cinzenta ocupava o vácuo entre os dois amigos tornando quase impossível para Sirius olhar Remus nos olhos.

Mas Sirius não tinha interesse algum em encará-lo, de qualquer maneira. As lembranças da última semana ainda estavam gravadas em sua memória e corpo. Seu pescoço ostentava uma marca arroxeada que chamara atenção de James de imediato – bati em algum lugar, nada demais.

“Acho que alguém bateu em você, Almofadinhas”, caçoou o amigo naquela ocasião.

James só não podia imaginar as implicações que aquela verdade trazia.

Sirius não fora capaz de manter diálogos de mais de três palavras com Remus desde então, e agora James havia notado tal mudança de comportamento forçando-os a sentarem-se juntos para conversar e resolver qualquer que fosse o problema que os dois tivessem cultivado.

— Vai contar a ele? – Remus perguntou de repente.

Sirius mordeu o lábio desconfortável, a fumaça agora começava a se dissipar e ele podia vislumbrar os olhos castanhos de Remus o fitando com interesse.

— Não foi nada demais, nós estávamos bêbados, não vai acontecer de novo…

Remus o fitou por um momento em silêncio, então concordou com uma leve sacudida de cabeça.

James apareceu de supetão com seu sorriso contagiante brincando nos lábios.

— Então, as madames se resolveram, afinal?!

Sirius sorriu minimamente, e confirmou com um aceno.

— Ótimo, porque aquelas garotas estão doidas pra conhecer vocês! – exclamou James animado e saiu arrastando os dois amigos em direção a uma mesa com garotas do sexto ano que os encaravam empolgadas.

— Ouvi dizer que você fez sexo oral em uma garota do sétimo ano, é verdade? – indagou a garota na cadeira ao lado assim que Sirius se sentou.

Sirius fitou seu decote enorme tentando se forçar a sentir alguma coisa, mas foi em vão. Olhou para trás, Remus o encarava com seus olhos castanhos nublados, a fumaça do cigarro pairava ao seu redor como sempre. Quase não conseguia vê-lo, talvez tenha sido sempre assim. O rapaz engoliu em seco, abriu seu habitual sorriso falso que costumava agradar a todos a sua volta e deu de ombros.

— É… pode se dizer que sim.


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Notas finais do capítulo

Faz muito tempo que eu não escrevo, por isso essa é uma tentativa de tentar voltar a escrever com frequência como antigamente. Está sendo quase que uma terapia para mim, na verdade, portanto, sugestões serão sempre muito bem-vindas.
Obrigada por ter lido até aqui!



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