(NOVO LINK! Leia as notas da história!) escrita por Acquarelle


Capítulo 8
CAPÍTULO 2, Epi.3: O meu orgulho como Vesper


Notas iniciais do capítulo

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❣ ATUALIZAÇÃO: 16/06/2017
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Este "capítulo" já passou por 1 edição.

Aquele capítulo que o título entrega o que pode acontecer. ╮(︶︿︶)╭

Eu sei que ainda tem muita coisa pela frente, mas o que vocês estão achando do começo da história? Algum pedido especial para os próximos capítulos - ou até mesmo capítulos extras?

Sintam-se livres para comentar, peixinhos! (*ゝω・*)



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Mais uma vez, Void encarava o dragão marinho com um olhar sério.

— Eu entendo o quanto deve ser desconfortável para você ter a presença de um vesper. Você não é o primeiro e nem será o último mediador a se sentir desconfortável com essa situação. Mas acredite em mim… não estamos aqui a passeio.

Ao perceber que não seria interrompido, Void continuou.

— Não costumamos contar a respeito dos aglomerados para as pessoas. Isso não é problema delas, sabe? Mas você parece saber mais do que a maioria delas, então é justo que eu seja sincero com você.

— De onde vim, lidar com coisas estranhas era um passatempo divertido.

— Eu sei. Essa sua energia é de um-...

— Então existe um desses cristaizinhos aqui em Atlansha?

Ayase o interrompeu, ainda curiosa a respeito dos aglomerados.

Do fundo de seu coração, Ryuuki a agradecia por isso.

— Sim…

Void deu de ombros, se conformando com a mudança de assunto.

O trio só estava ali para recolher o aglomerado, afinal.

A última coisa que ele precisava é atrasar a missão.

— Comparado aos outros, ele é bem fraco, mas ainda assim somos capazes de detectar a sua presença. Ainda não entendemos direito como é a natureza deles, mas uma coisa podemos afirmar: eles são altamente venenosos e fazem muito estrago quando entram em contato com matéria orgânica.

Ele recolheu o aglomerado de volta para a sua manopla.

— Você não tem se sentido estranha ultimamente?

— Não. Não sinto nada de diferente. Eu deveria estar sentindo algo?!

Rashidi aproximou-se vagarosamente da porta até finalmente ficar ao lado de Void.

Mesmo com a escuridão do planeta, ele conseguia ver a silhueta do corpo de Ayase.

— Eu vou ser franco com você, peixinha.

— P-peixinha...?!

— Quando observamos os escâneres mais cedo, podíamos jurar que o seu mediador estava carregando o aglomerado, mas tudo indica que ele está com você. E se isso é verdade, por que você não está sendo afetada por ele?

Ele parou quando uma cauda escamosa surgiu das águas entre os dois.

A única coisa que Ryuuki queria era mantê-lo distante de Ayase.

— Tenha calma, mediador. Nós não vamos machucar a sua peixinha.

— Mesmo que quisessem, vocês não conseguiriam.

Ryuuki e Rashidi trocavam olhares irritados.

Eles pareciam prontos para brigar a qualquer momento.

Foi a voz de Void que aliviou aquele clima de tensão.

— Nós iremos recolher o aglomerado rapidamente.

— Recolher…?

Os olhos verdes da sereia demonstravam curiosidade e hesitação.

O rapaz de armadura continou o seu discurso com uma postura firme.

— Vocês não precisam se preocupar. As chances disso falhar são nulas.

Ele tentava demonstrar certa confiança no que Rashidi estava prestes a fazer.

Rashidi se concentrou, sentindo seus poderes emergindo de cada uma de suas células, e a medida que os segundos passavam, mais o seu corpo se tornava mais leve. Seus olhos já estavam totalmente brancos, assim como a aura que passou a emanar de seu corpo.

Ele deixou um longo suspiro escapar, desenhando algo no ar com uma das mãos.

Uma única e solitária runa.

Para um Vesper, aquela runa sequer faria sentido, visto que ela passava longe de seus padrões por ser unicamente irregular e curvilínea. Não existiriam palavras naquele universo para nomeá-la, mas Rashidi sabia exatamente o seu nome.

Soava como poesia.

Ela não era destrutiva como a erupção de um vulcão ou serena como a luz do luar. Ela não tinha sabor, forma ou cor. Como se o seu conceito fosse apenas parte da imaginação de uma criança, mas também fosse algo tão precioso quanto um abraço materno.

Aquela runa significava tudo, mas também não significava nada.

Apenas Rashidi conseguia compreender a sua grandeza.

Era dali que vinha o seu orgulho de vesper de baixo nível.

— O que…?!

Ayase estava espantada demais para completar sua frase.

E mais uma vez, Void tentava lhe transmitir segurança.

— Não se preocupe. Isso não vai demorar muito.

Os passos seguintes costumavam ser os mesmos.

A runa detectaria a presença do aglomerado, absorvendo toda sua energia caótica e possíveis toxinas para dentro de si. Quando seu formato mudasse para um cristal e sua cor se tornasse um roxo encardido, era hora de Void absorvê-la para dentro de sua armadura, onde ela ficaria guardada até finalmente ser enviada para o seu superior.

Mesmo que não tivessem feito isso muitas vezes, as poucas que fizeram seguiam esse mesmo padrão. Geralmente era um trabalho rápido e sem muitos contratempos, além de também eliminar as possíveis sequelas que aquele aglomerado poderia causar.

Daquela vez, porém, foi diferente.

— M-mas o que…? A runa desapareceu?!

Rashidi estava surpreso com o ocorrido.

A pergunta de Void o irritou ainda mais.

— Aconteceu alguma coisa?

— Você é surdo, Void?! A runa que desenhei desapareceu!!!

A insegurança e o desespero transpareciam pelo par de olhos brancos.

Void, por outro lado, estava desacreditado no que acabara de acontecer.

— Você tem certeza de que desenhou ela direito?

— Como diabos eu erraria a runa de absorção?!

— Bom… estamos falando de você, não é? E também que é uma runa nova, eu não me espantaria se você a errasse algumas vezes. Pode ter sido uma falha mínima. Tenta mais uma vez.

— ...

Rashidi pensou em respondê-lo grosseiramente, mas apenas respirou fundo.

Com todas as suas curvas e defeitos, a runa foi desenhada mais uma vez.

Em poucos segundos, porém, ela desapareceu ainda mais rápido que antes.

— Mas que droga!!! Essa droga de runa continua sumindo!

— Que coisa estranha. A runa foi desenhada da mesma maneira de sempre e ainda assim não teve nenhum efeito? O que você acha que pode estar dando errado?

Void não conseguia identificar o problema, e Rashidi parecia desamparado.

— Ahhhh!! Eu não sei! A culpa não é minha!

— Infelizmente não.

Como o esperado, Void deu de ombros.

— Hora de acordar a Ribbon?

— Se ela não conseguir resolver o problema, eu não sei o que faremos.

Ayase e Ryuuki apenas observavam quietos, algumas vezes olhando um para o outro.

Void foi em direção ao monitor central, tocando o ícone de carinha sonolenta.

— Uaaaah!!

A voz infantil imitava um bocejo.

— Já é de manhã?! O que temos para o café?

— Engraçadinha… Nós precisamos de ajuda aqui.

— Aconteceu alguma coisa? É raro vocês me acordarem assim...

— A runa do Rashidi não consegue detectar o aglomerado. Você tem certeza de que tem um aglomerado por aqui? Nem a própria residente conseguiu perceber uma mudança significativa no planeta.

— Porque o planeta está morto, oras. O que aconteceria de diferente?

Medir as consequências de suas palavras não estava na programação de Ribbon.

— Não é como se o aglomerado fosse deixar o planeta mais escuro ou as águas mais densas. Ele não foi o culpado disso para começo de conversa. E a maneira como eu detecto a presença dos aglomerados é a partir de sua energia e toxinas, não pelas consequências que ele causa. Aliás, uma única pessoa dizer que não tem nada errado não faz tanta diferença assim. Tem um aglomerado neste planeta sim!

— Não estamos desacreditando em sua palavra, mas…

Os monitores, então, começaram a exibir inúmeros dados e imagens.

Alguns segundos foram suficiente para Ribbon ter uma resposta.

— Isso é alguma piada?! O aglomerado está na frente de vocês!!

Rashidi elevou a sua voz, visivelmente irritado.

— Mas a runa não consegue detectar nada!!

— A sua runa deve estar com algum problema. Você desenhou ela direito?

— De novo essa pergunta?! Quem desenha essa droga de runa sou eu. É claro que ela está certa! Eu conseguiria identificar se ela estivesse errada. Ela é minha runa.

— Chega, vocês dois.

Void, que até o momento estudava o ocorrido silenciosamente, finalmente voltou a fazer parte da conversa. Ele parecia ter encontrado a solução do problema, mas precisava de uma certeza.

Com isso, ele vai em direção à Ayase.

— Por gentileza, me faça um favor…

Uma versão diminuta do aglomerado é invocada de sua manopla.

Aquele brilho caótico parecia hipnotizar os olhos verdes da sereia.

Foi a voz abafada de Void que a trouxe de volta para a realidade.

— Segure isso pra mim.

Ayase olhou para Ryuuki, como se esperasse alguma permissão especial.

O mediador assentiu com a cabeça, também curioso com o que poderia acontecer.

— T-tudo bem…

A garota andou em direção ao estranho de armadura, deixando que a luz da nave revelasse a sua verdadeira aparência. Seus olhos verdes estavam fixos em Void, e ela se esforçava para não deixar a sua hesitação transparecer.

Enquanto caminhava para o seu destino, sentia seus cabelos de tom róseo balançando ritmicamente com o desgastado colar de náutilo. Em suas costas, o ferimento deixado pelos fragmentos do arco formou uma cicatriz avermelhada.

Quando finalmente estava cara a cara com Void, ela pinçou o pequeno fragmento com os dedos, passando a observá-lo cuidadosamente. Mesmo sendo tão minúsculo, ele ainda continua toda a essência caótica do aglomerado, a fazendo se perguntar o que aconteceria se ele caísse em mãos erradas.

Talvez fosse por isso que a dupla levasse aquela missão tão a sério.

Talvez fosse por isso que eles pareciam não aceitar falhas.

Ainda de olho naquele pequeno objeto sujo, várias perguntas surgiam na cabeça de Ayase. Ela estava pronta para confrontar Ryuuki na primeira oportunidade que tivesse. Ela precisava de respostas.

Porém, ela foi forçada a voltar para a realidade quando o fragmento se desintegrou.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 2, parte 3/4. ʕ•̀ω•́ʔ✧

Descobrimos mais sobre o potencial do Rashidi! Apesar de não ser o meu personagem favorito, Rashidi é um dos personagens cujas habilidades mais me encantam. Se você tivesse a capacidade de criar qualquer coisa com apenas uma runa, o que você criaria? (・∀・)

Obrigada por ler Stellarium~!
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