Não se case com ele escrita por Miss Houston


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hoje é o aniversário de uma amiga muito querida que conheci aqui no Nyah faz dois anos e não vi uma maneira mais digna de homenageá-la do que escrevendo uma short para ela. Essa short também estava guardada desde o ano passado e sempre fiz um suspense sobre o enredo para não estragar a surpresa. Espero que gostem, principalmente você, Miss América.



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Sempre fui uma mulher controlada, do tipo que se não fosse para as coisas serem feitas direitas por outras pessoas, eu mesma me encarregava da responsabilidade. E eu repetia diversas vezes em minha cabeça zonza que era por esse motivo que estava tendo um ataque de pânico minutos antes do meu casamento.

Meu coração batia descompassado, acompanhando os segundos do ponteiro do relógio. Respirava fundo sentindo os panos do meu vestido de noiva tocando cada minúscula curva do meu corpo, como um lembrete freqüente do evento para qual estava me arrumando. No fundo da minha mente em pane, estava alerta das pessoas me rodeando, perguntando meu estado de espírito e se tinha forças para me levantar.

Eu tinha?                                                           

— Barbie? — escutei uma voz ao meu lado me chamando. Arrastei os olhos até o rosto preocupado de minha mãe. — Está na hora. O carro chegou.

O desespero me tomou de vez e estava prestes a dar um ataque, quando o bom senso me tocou. Estava tudo em seu devido lugar, tinha revisado cada segundo três/quatro vezes e minha mãe garantiu que ficaria ao meu lado carregando um generoso copo de chá caso algo estivesse errado.

Assenti e forcei um sorriso, fazendo com que ela, minha irmã Polly e as madrinhas suspirassem aliviadas. Todas sabiam que eu não era a pessoa mais fácil de lidar, ainda mais em momentos de pressão. Segurei as laterais do meu vestido e senti-me mais leve conforme caminhava para a saída onde o carro aguardava para me levar até a igreja.

— Droga, esqueci meu buquê. — murmurei parada nas escadas.

— Deixa que eu pego! — minha mãe se prontificou prevendo o apocalipse prestes a acontecer. Polly respirou aliviada. — Esperem no carro.

Concordamos. Minhas madrinhas entraram no carro detrás e Polly continuou me ajudando a entrar no meu carro, por conta do meu vestido muito cheio não era uma tarefa que eu pudesse executar sozinha. Ela hesitou na porta e mordeu o lábio, nervosa.

— Se importa se eu fumar? — pediu com os grandes olhos castanhos me encarando. — Juro que ficarei longe de seu vestido.

Pressionei os lábios, frustrada.

— Tudo bem, mas vá para longe. — pedi.

Ela continuou com o cenho franzido.

— Vou fechar a porta para garantir que o cheiro não venha para cá. — ela disse fechando a porta e se distanciando.

Assim que fiquei sozinha com o motorista, fechei os olhos e recostei a cabeça no banco, procurando aspirar ar o suficiente para que os meus pulmões não entrarem em colapso. Passei as mãos por meu rosto no exato segundo em que escutei a risada do motorista, seguido pelo som dos motores ganhando vida.

— Pode esperar um pouco? Minha irmã e minha mãe já devem estar voltando.

O motorista continuou me ignorando, passando a macha e fazendo o carro se mexer. Para o meu maior desespero, escutei as portas se trancando. Tateei minha roupa, procurando por meu celular, recordando-me instantaneamente que tinha deixado com uma das madrinhas para que não tocasse no meio da cerimônia. Quando o carro começou a ganhar distância, olhei para trás vendo minha abismada mãe segurando o buquê e minha irmã com os olhos arregalados. Com dificuldade, esgueire-me entre os bancos e encarei o motorista.

— Para onde você está me levando?

Ele sorriu novamente, abaixando os óculos escuros e me encarando. Meu coração deu um pulo de reconhecimento e minha boca secou. Como eu não tinha reparado em seu chapéu de cowboy assim que entrei? Seus olhos claros se fixaram nos meus e ele gargalhou novamente acelerando pelas ruas.

— Para longe. — Hunter respondeu.

Minha boca se abriu.

— Você só pode estar brincando comigo.

Ele bufou.

— Você tem que me agradecer. Estou te impedindo de cometer o maior erro da sua vida. Agora, Bárbara, encoste-se e aproveite a viagem. Prometo que não vai se arrepender.

— O que você quer?

Seu sorriso sumiu em questão de segundos.

— Que você não se case com ele.

E, naquele momento, meu nervosismo reapareceu.


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