MAKTUB - Escrito nas estrelas escrita por Tefi k


Capítulo 4
o símbolo do amor


Notas iniciais do capítulo

Ola meus queridos leitores!
Por favor, me desculpem pela demora. Estive ocupada demais, e acabei abandonando vocês. Mas não se repetirá.
Estou nervosa com esse capítulo. Mas.. vamos lá haha
Boa leitura. Falo mais lá em baixo.
:*



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É difícil descrever o turbilhão de sentimentos que transbordou em mim, quando eu o vi. Sempre foi complicado relatar essas sensações. Estas que eu achei que tivesse superado, que estivessem mortas. Mas nunca estiveram mais acessas. Tão vivas dentro de mim. Eu nunca o esqueci. E como eu poderia? Eu o amei, há dezesseis anos, com todo o meu coração. Mas não é algo que eu consiga explicar. Talvez vocês possam tirar suas conclusões, se eu lhes contar um pouco da nossa história...

—-----------------"

Era uma tarde de outono. Aula de história. Olhei para o relógio, 14:52. "Tic tac" o barulho ecoava em minha cabeça. Eu deveria estar prestando atenção em toda aquela lição sobre a Segunda Guerra. Mas naquele dia, naquele especial dia. Minha vida toda mudou. E começou com um esbarrão.
— Me perdoe, milady! - Ele dizia enquanto me ofertava sua mão, para me ajudar a levantar. Por um segundo, que pareceu minutos, me perdi no oceano azul, que eram seus olhos. Então sua voz rouca, me chamou atenção novamente. - você está bem? - Ele perguntou confuso. Então me dei conta que estava parada, caída no chão, provavelmente de boca aberta, enquanto o Mister bonitão me observava. Então aceitei sua ajuda de bom grado, e me levantei. Ele era realmente bonito. Loiro, olhos azuis, e mais alto que eu, o que não era difícil. Mas afastei o pensamento, pois eu estava furiosa.
— Você não olha por onde anda? - ele arregalou os olhos.
— Me desculpe. Mas quem não estava olhando era a senhorita.
— Você me derrubou.
— Não o fiz de propósito. - respirei fundo.
— Ok. Só me de licença. Eu realmente preciso ir. - me esquivei de sua direção, e estava prestes a seguir meu caminho. Quando ele delicadamente segurou meu pulso. E castanho e azul se encontraram novamente.
— Você não vai me dizer seu nome? - Involuntariamente, eu sorri com sua pergunta. Ele me soltou. E então eu revirei os olhos, e me afastei.
— Você terá que descobrir. - Ele me retribui o sorriso. E apaixonantes covinhas apareceram. Com essa imagem em mente, eu fui embora. No entanto, eu havia deixado algo para trás.

—---------------"

— Nac Nac. - Me ajeitei na cama quando eu o vi entrar.
— Você ainda faz isso!
— E sempre irei fazer.
— Não foi uma pergunta. - Robin riu, e se aproximou. Parando aos meus pés.
— Como está se sentindo?
— Bem. Os remédios me deixam muito sonolenta. Mas estou bem.
— Isso significa que logo alguém receberá alta. - Sorri fraco. E ele deve ter percebido o quão forçado era esse sorriso. Pois se aproximou mais ainda, ficando ao meu lado, e pegando em minha mão. Engoli seco, afastando a boa sensação que seu toque me trazia.
— Ele vai se recuperar. Então tudo ficará bem. - Encarei seus olhos por algum tempo, e então mordi o lábio.
— Você diz isso para todos. - Ele riu com a insinuação.
— Mas é a verdade. Ele não vai desistir fácil. E se você não desistir também. Se você permanecer do lado dele. Ele vai acordar. Vai se recuperar. E vocês ficarão juntos novamente. - Ele engoliu seco ao proferir a última frase. O que me fez pensar se ele ainda sentia alguma coisa por mim. Após todos esses anos. Mas eu estava sendo ridícula, e até mesmo egoísta. Depois de tudo que aconteceu... - Eu sempre quero acreditar que tudo ficará bem. - ele disse depois de um tempo.
— Você acreditar nisso, não faz com que aconteça. - disse ríspida. Os motivos já começavam a se misturar.
— Não estamos mais falando do Daniel... - Robin soltou a frase no ar, em uma afirmativa. Eu nada respondi. Ele soltou minha mão, que de tão confortável o toque, eu nem me incomodei que ainda estivesse ali. Levantou as mangas do jaleco, revelando seu braço como sempre musculoso. E foi em direção a janela, começando a observar o que parecia ser o nada. Ele apenas estava lá. Mas provavelmente, as imagens que surgiram em sua cabeça, não foi de uma cidade movimentada, com árvores a se moverem forte por conta do vento. Não. Ele voltou aquele dia. Aquele doloroso e inesquecível dia. - Eu ainda penso sobre aquela noite, todas as vezes que eu fecho meus olhos. - Eu estava certa.
— Eu não quero falar sobre isso. - Disse com a voz falha. Já com os olhos marejados. De Locksley alisou os cabelos. E algo nesse movimento me chamou a atenção. Me perguntei quantas vezes ele ainda seria capaz de acelerar meu coração.
— Você está certa. Este ainda não é o momento de falarmos sobre esse assunto.
— Nunca será o momento. - falei com a cabeça baixa. Depois de algum tempo, voltei meu olhar a Robin. Que entortou a boca, suspirou, e disse:
— Tudo bem! - Ele era sempre tão compreensível. Mas eu sabia que uma hora uma ou outra, nos teríamos que conversar. Eu só estava adiando o assunto que nos causa tanta dor. Ele estava prestes a se afastar, quando eu o segurei levemente, fazendo voltar sua atenção a mim. Ele deixou sua cabeça cair de lado, e sua testa franzir, como que quem espera uma resposta. Então eu delicadamente girei seu pulso. Revelando a tatuagem em seu ante braço.
— O que significa? - perguntei já sabendo a resposta. Olhando para o desenho ele respondeu.
— O leão é um símbolo solar e luminoso. É poderoso e majestoso. Traduz a sabedoria, justiça, domínio e segurança. - Então Mister L me olhou profundamente nos olhos, e continuou. - Mas para mim, tem um outro significado.
— Qual?
— MAKTUB.
— Você ainda acredita nisso? - Ele pareceu decepcionado com a pergunta. E devia estar, visto que ele desvinculou seu braço de minhas mãos, e se afastou em direção a saída.
— Eu acreditava... mas é uma tatuagem, não da para apagar.
— Então porque a fez?
— Fiz em um momento em que eu ainda tinha esperança.
— Esperança?
— De que você iria voltar. - Ele soltou a frase no ar, e partiu. Levando meu coração consigo.

—--------------"

Estava me deliciando com uma maçã, sentada no refeitório, enquanto lia a matéria do livro de geografia. Quando escuto alguém jogar bruscamente a mochila na mesa. E sentando-se em minha frente. Me afasto um pouco, por conta do susto, e reviro os olhos ao ver quem estava em minha frente. Ignoro a presença dele, mas o mesmo não se da por vencido.
— Deixando a matéria em dia?
— Adiantando. - As palavras saíram de minha boca, e eu não pude evitar. Ele tinha esse poder sobre mim. De me fazer não ter controle. E era somente a segunda vez que nos víamos. Ele arqueou uma das sobrancelhas, e formou um "O" em seus lábios, no entanto, nenhum som foi transmitido. - O que você está fazendo aqui? - perguntei.
— Tentando descobrir seu nome. - me segurei para não sorrir.
— Se eu te falar, você vai embora? - Ele colocou a mão no queixo, e fez cara de pensador. Eu ri por dentro. Ele era lindo, de um jeito inexplicável. Ele tinha esse jeito, que era só dele. E não tinha medo de mostrar.
— Não! - Ele respondeu. - Mas talvez eu te conte o meu.
— E quem disse que eu quero saber?
— Seus olhos. - Ele sussurrou. Eu corei imediatamente.
— Você é sempre assim? - Ele ri.
— Eu só quero ser seu amigo.
— Você quer ser meu amigo? - O loiro deu de ombros. - Eu não sei se você percebeu, mas eu não sou o tipo de garota que tem muitos amigos.
— Você é o tipo de garota que não tem nenhum. - abro a boca com o intuito de retrucar, mas logo ele prossegue. - e é por isso que estou aqui. Para ser seu amigo. É sempre bom ter um amigo.
— Então você só está aqui, por minha amizade?
— E também porque a senhorita, cujo o nome é um mistério. Deve estar procurando por isto aqui. - Ele disse, e logo em seguida tirou um colar do bolso. Meus olhos se encheram de alegria ao notar o significativo objeto.
— Achei que eu tivesse perdido. Onde você o achou?
— Você deixou cair ontem, quando esbarrou em mim.
— Eu não... você quem esbarrou em mim. - ambos rimos. - obrigada! Esse colar é muito valioso para mim.
— Se eu soubesse que esse colar seria capaz de arrancar esse sorriso, teria lhe entregado antes.
— Ele foi um presente do meu pai. Ele me deu quando eu tinha cinco anos, disse que era um modo de eu sempre te-lo por perto. E o símbolo de leão, é para sempre me lembrar de ser forte, sábia e destemida. Me mantém segura. - Então fiquei em silêncio. Pensando em quanta falta, meu pai fazia.
— O que aconteceu? - Ele perguntou receoso.
— No meu aniversário de nove anos, ele estava viajando. Era o que ele fazia. Viajava pelo mundo, a negócios, é claro. Estava chovendo muito aquele dia. E todos os vôos foram cancelados. Mas ele não queria perder minha festa, então resolveu alugar um carro e vir. Eu não teria ficado brava se ele não tivesse vindo. Talvez chateada, no entanto, eu entenderia. Mas o que eu pensava, deixou de ser importante. - engoli seco. E respirei fundo, contendo as lágrimas que insistiam em querer cair. - Ele não voltou de qualquer jeito. O carro sofreu aquaplanagem, e capotou, três vezes. Quando o socorro chegou, já era tarde demais. - Ficamos em silêncio. Então aquele estranho, segurou minhas mãos, olhou profundamente em meus olhos, e disse:
— Eu sinto muito! - forcei um sorriso. E me desvinculei.
— Eu não deveria ter te contado isso.
— Deveria sim. E mais do que isso. Você precisava. Tenho certeza que você não conversa com muitas pessoas.
— Eu não converso com ninguém.
— Eu posso ser o seu ninguém. - Não contive o riso dessa vez.
— Eu nem sei o seu nome.
— Não seja por isso. Robin de Locksley, ao seu dispor. - Ele disse me ofertando a mão, em forma de cumprimento.
— Mills. - Ele semicerrou os olhos, eu eu mordi meu lábio inferior. - Regina Mills.
— É um lindo nome.
— Obrigada! - disse com o rosto já corado.
Após meu pequeno desabafo, Robin não falou mais nada. De certo, pensou que já tivesse chegado longe. Me deu o espaço que eu precisava. E assim que o intervalo terminou, foi cada um para seu lado.
Ter alguém com quem contar, era algo novo para mim. No entanto, não acreditei nem por um segundo, que aquele encontro voltaria a acontecer. Eu era tão insegura. E tinha apenas 14 anos. O que eu poderia saber sobre o destino?
Com certeza, nada! Pois Robin voltou a se juntar a mim no outro dia, e nos outros seguintes. Dias viraram meses, e então havia se passado um ano. Nossa amizade aconteceu de repente. E de uma hora para outra, viramos inseparáveis.
Nós contávamos tudo um ao outro. Eu o via como meu Porto Seguro, e ele fez de mim sua ancora. Nós éramos aquele tipo de melhores amigos, que todo mundo sonha em ter. Íamos ao parque todo domingo, ele me pegava em seu ombro, e saia correndo, até perder o equilíbrio, e ambos irmos de encontro ao chão. Então riamos por um tempo ilimitado. Deitávamos na grama, e observávamos o céu. Imaginávamos formatos nas nuvens, e discordávamos das figuras, dizendo: como você pode estar vendo dinossauro, sendo que claramente aquela nuvem é um cachorro? - então riamos novamente. Depois tomávamos sorvete, e voltávamos para o lar.
Por vezes, de Locksley pousava em minha casa, o quarto de hóspedes claramente havia se tornado um quarto somente para ele. Por outro lado, ele nunca me permitia dormir na casa dele. Explicando que sua casa era simples demais. Pensamento que me fazia revirar os olhos. Eu não ligava se a casa dele fosse nos fundos de um caminhão. O que me importava era ele. Sempre foi ele.
Já Minha mãe não poderia estar mais aliviada por eu finalmente ter encontrado um amigo. Ela estava começando achar que eu havia algum problema de depressão, ou algo assim, outro pensamento que me fazia revirar os olhos. No começo, é claro, todos achavam estranho minha amizade com Robin. Tão fora do padrão... mas não nos importávamos. Ninguém quebraria nosso elo.
Ele se tornou o meu Mister L.
Aposto que quer saber porque eu o chamo desse jeito. Pois bem, infelizmente não foi num dia bom. Não inteiramente. Mas foi um dia especial. Calma, vamos por parte....

*

Nac Nac. - o já tão conhecido som se fez presente em meu quarto. Sorri involuntariamente e corri ao encontro de meu amigo. O abraçando e lhe ofertando um delicado beijo na bochecha. Sem soltá-lo, encarei seus olhos, e franzi o cenho. Ele estava sorrindo.
— Eu ainda vou descobrir da onde veio isso. -
— O sorriso logo se desfez. Ele me soltou. E foi em direção a cama. Então bateu levemente no colchão, pedindo para que eu sentasse do seu lado.
— Eu evito falar sobre isso, mas uma hora ou outra, vai ser inevitável. - Ele respirou fundo e continuou. - eu tenho uma irmã. O nome dela é Mary, e ela tem cinco anos. - Arregalei os olhos com a confissão. Já nos conhecíamos há um ano, e ele nunca havia mencionado isso. - o fato de eu não permitir você de ir em minha casa, é porque minha mãe não gosta que as outras pessoas saibam, que temos alguém... diferente, em nossa família. - ele encarava o chão enquanto falava. - O que eu não entendo. Porque eu acho Mary, a criança mais perfeita. Ela é tão especial e única. O mundo inteiro deveria ter o prazer de conhecê-la. - Robin ficou um pouco em silêncio. E eu apenas segurei sua mão, lhe dando a confiança necessária, para que ele se abrisse comigo. - Ela tem síndrome de Down. - depois da frase dita, ele parou de encarar o chão, e encarou meus olhos. - Eu gostaria que você a conhecesse, ela gosta de você.
— Ela gosta de mim? - perguntei confusa.
— Eu não poderia deixar de contar sobre você para ela.
— Como se houvesse muita coisa para contar.
— Há sim! - Robin me olhou de um jeito indescritível. O que fez com que minhas bochechas mudassem de cor. Depois de alguns longos segundos, virei meu rosto, fazendo- o voltar a linha de raciocínio.
— Mas ainda não me explicou sua batida na porta. - Ele riu de um jeito gostoso, certamente se lembrando de algo.
— Quando Mary aprendeu a falar, ela falava tudo muito bem. No entanto, não sabia falar Toc toc. - Ele gargalhou. - então batia na porta, e falava Nac Nac. Eu nunca entendi a semelhança. Mas virou hábito. - Ele voltou a encarar o chão antes de prosseguir. - Ela já se sentia tão diferente, mesmo que tão nova. Eu não queria isso. Então comecei a falar Nac Nac também, como se fosse comum. E se tornou comum para mim. Se tornou algo só nosso. - Apertei sua mão ainda mais forte. E ele retornou sua atenção a mim.
— Eu iria adorar conhece-lá. - dito isso, ele sorriu, e se levantou, ofertando sua mão para que eu levantasse também. - onde vamos? - inquiri com um riso.
— Conhecer minha irmã.
— Mas...
— Vamos! - Sai gargalhando pelas escadas de casa. Pedi autorização a minha mãe, que não fora ao trabalho naquele dia, e saímos em direção, para onde quer que fosse que Robin estaria nos levando.
Andávamos devagar, enquanto observávamos as diferentes casas pela rua.
— Acho que tenho que lhe dar um apelido. - eu disse quebrando o silêncio.
— Um apelido?
— Sim. Robin é tão formal. E eu não posso te chamar de Ro. - De Locksley gargalhou.
— E você já tem alguma ideia?
— Não! Mas logo terei. E será um apelido único. E significativo. Só eu terei o direito de chamá-lo assim. - Ele arqueou uma de suas sobrancelhas e sorriu.
— Tudo bem!
Seguimos o resto do caminho, conversando sobre qualquer outro assunto. Depois de alguns minutos paramos em frente à uma casa enorme. E eu o olhei desconfiada. Ele apenas apertou os lábios, e segurou minha mão mais forte. Eu virei a cabeça em direção ao ombro, e suspirei.
— Sério? - Ele não disse nada. - Você disse que que sua casa era pequena.
— Eu disse que ela era simples.
— Simples? Minha casa é simples. Isso é... quem é você?
— Eu sou o Robin. Continuo sendo seu Robin. - tentei ignorar o SEU na frase, mas foi inevitável sorrir. O que estava acontecendo comigo? - Minha mãe, Victória DeVill, é estilista, e meu pai, Leopoldo Locksley, é empresário.
— Sua mãe é Victoria DeVill?? - perguntei surpresa.
— Você a conhece?
— E como não? Sua mãe, é só a melhor estilista do país. - respondi sorrindo.
— Ela é boa! - O sorriso que estava em meu rosto se desfez ao pensar o porque dele ter me escondido tudo isso.
— E porque você não me disse? Tinha medo que eu me aproximasse de você por interesse? Porque eu não sei se percebeu, mas minha família tem dinheiro também.
— Não, Rê. Por Deus, não. Eu não disse quem era minha família, porque eu não me orgulho de onde eu vim. Os Locksleys podem ser bem desagradáveis quando querem. - Minha cabeça estava cabisbaixa. Então ele a levantou com os dedos delicadamente, me fazendo o olhar. - me desculpe por não ter te contado. Se eu soubesse que era tão importante, não teria omitido.
— Tudo bem, eu te entendo. - Fizemos silêncio, então ele chamou minha atenção com um coçar de garganta.
— Vamos?
— Seus pais não estão em casa?
— Não. Só Mary, e Granny, que cuida da minha irmã. Todos os dias, a essa hora, Granny sai para o parque com Mary. Para que ela possa tomar um ar. E por vezes, eu as acompanho. E hoje é seu dia de sorte, pois vai nos acompanhar também.
— Eu vou? - engoli seco. Ele balançou a cabeça afirmativamente. Respiramos fundo e fomos.
Nossa tarde foi maravilhosa. Granny era uma mulher maravilhosa, e atenciosa. Jurou a Robin que dona Victoria Jamais saberia de minha visita. E me convidou para vir mais vezes. Mary é... não sei como explicar. Ela é extrovertida, linda, inteligente. Tinha os cabelos preto, ondulados e compridos. E se não fosse por seus olhos, um pouco menores, e por suas bochechas, um pouco maiores, ninguém diria. Ela era única.
Observei ela e Robin correndo pelo parque, e admirei o modo como ele a tratava. Robin era maravilhoso, em diferente aspectos. De repente vi Mary vindo em minha direção. Enquanto Robin ia para um caminho oposto.
— Você é muito bonita! - disse Mary, sentando ao meu lado na grama.
— Obrigada. Você também. Parece uma princesa. - seu rosto se avermelhou rapidamente.
— Quantos anos você tem?
— Quinze. - Ela arregalou os olhos.
— Você é dez anos mais velha que eu.
— Exatamente! Você é muita esperta. - Ela encolheu os ombros de um modo completamente apaixonante.
— Aqui está! - Robin apareceu com quatro sorvetes em suas mãos. - Um para você. - Disse entregando para Mary. - para você. - Disse entregando o meu. - Para a senhora. - entregou o de Granny. - e o meu. - Levantou seu sorvete para o alto. O que nos fez rir. Depois de algum tempo, Granny começou a arrumar as coisas.
— Vamos voltar, parece que vai chover. Não quero ver ninguém gripado.
Quando estávamos próximos da entrada. Uma mulher saiu apressadamente. Ela era loira, tinha os cabelos até os ombros, era alta e magra. Parecia uma estrela de cinema. Tinha os olhos azuis que nem o de Robin. No entanto, os dela, transmitiam medo.
— Onde vocês estavam? Eu estava preocupada. - Ela foi de encontro a Mary, e começou a verifica-lá. Como para ter certeza que ela estava bem. Depois lhe abraçou fortemente.
— Desculpe, senhora. Acabamos perdendo a noção do tempo. - Ela virou o olhar em minha direção. E eu senti meu estômago revirar.
— Quem é você?
— É a Regina, mãe. Minha amiga. - disse Robin, tomando minha frente.
— A famosa Regina. - Ela entortou a boca. - E o que ela está fazendo aqui?
— Ela veio me visitar mamãe. - Mary falou.
— Eu não quero que isso se repita. Mary entre, por favor! - Victoria pediu. Granny acompanhou Mary, que com tristeza obedeceu sua mãe. - Quantas vezes eu preciso lhe falar que eu não quero ninguém perto de Mary. - Ela disse para Robin.
— Mary, tem síndrome de Down mãe, ela é tão normal quanto eu. Porque você insiste em afasta-lá das pessoas. Porque insisti em afirmar que tem um filho problemático?
— Você tem razão, Robin. Eu não tenho um filho problemático. Tenho dois. - O vi engolir seco, e achei que ela iria parar, mas ela continuou. - Olhe para você. Uma simples ordem lhe foi dada, e você me desobedeceu. Você é incapaz de fazer alguma coisa certo. Você nunca será ninguém. Você não deveria pertencer a esta família.
— Não foi uma escolha minha! - Ele finalmente disse. Victoria levantou a mão. O que o fez arregalar os olhos. Mas ela não fez nada. Colocou as mãos sobre os lábios. E pude ver dor em seus olhos. Ela estava arrependida. Mas era tarde demais. Palavras quando soltas ao vento. Pairam no ar.
— Leve Regina para casa. E depois conversamos. - Ele apenas concordou com a cabeça. E veio em minha direção. Permanecemos em silêncio por todo o caminho.
— Você está bem? - perguntei, quando finalmente chegamos.
— Não se preocupe. Quando eu voltar para casa, ela vai me pedir desculpas. Dizer que falou tudo sem pensar. E eu vou a desculpar. E me desculpar também. Porque essa é minha rotina Rê. Eu tenho sempre que abaixar minha cabeça, e aceitar. Minha mãe é boa. Tanto quanto comigo, quanto com Mary. Ela nos da todo o amor. Mas ela também pode ser cruel, as vezes. Como eu disse, os Locksley podem ser desagradáveis quando querem.
— Você não é como eles. - me apressei em afirmar.
— Eu faço de tudo para não ser.
— Me desculpe.
— Não foi sua culpa. Eu que a convidei. Se alguém tem que se desculpar, esse alguém sou eu.
— Ninguém tem que se desculpar, tudo bem.
— Tudo bem. Podemos esquecer o dia de hoje?
— Eu não quero esquecer. - Ele Franziu a testa e eu sorri. - Pelo menos não todo ele. Eu amei conhecer sua Irmã, e a Granny.
— Elas são maravilhosas não são? - afirmei com a cabeça.
— São sim, Mister L.
— Mister L? - Ele se aproximou de mim. - Porque?
— Para todos os efeitos, Mister Locksley. Mas o L? Tem um outro significado.
— E qual seria?
— Quando eu te conheci. Eu não acreditava em amizade, ou coisa assim. Eu não confiava em ninguém. E você me ensinou, que é sempre bom ter alguém do lado. Você se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida. Meu verdadeiro amuleto. - falei enquanto segurava o meu colar. - minha força, minha luz, e minha segurança.
— O leão!
— Meu Mister L. - Seus olhos ficaram marejados. E eu dei um leve soco em seu ombro.
— Não precisa chorar seu bobo.
— Eu não... eu amo você, sabia!
— Eu também. Obrigada, por ser o melhor amigo que alguém poderia ter.
— Eu sempre estarei do seu lado.
— E eu do seu. - Ele me abraçou por um longo tempo. E eu apenas apreciei o momento. - Mas agora eu preciso subir, ou Dona Cora vai vir me procurar.
— Tudo bem. Nos vemos amanhã?
— Com certeza.
— Até amanhã, Rê!
— Até amanhã, Mister L! - Dito isso, ele foi embora. Com o sorriso mais bobo e mais lindo que alguém já me ofertou. Eu não sabia o que poderia estar acontecendo comigo. Mas de uma coisa eu tinha certeza. Robin sempre seria meu Mister L.


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Notas finais do capítulo

Então??? Ah tô nervosa haha
Me falem o que estão achando. Se precisa mudar algo. Estão entendendo os tempos agora e passado? Me avisem se estiver confuso.
Já aviso que o próximo capítulo será inteiramente de lembranças.
Estou disponível aqui, e no Twitter @tefikretschmer
Qualquer dúvida, critica, elogio, é aceito.
Até mais meu queridos :*



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