O Apanhador de Almas escrita por SoaresGabis


Capítulo 5
Uma Missão para uma Maga Celestial


Notas iniciais do capítulo

Heeeey galera, sinto muito pela demora. Aqui está o capítulo novo, fresquinho para quem está acompanhando a estória. Espero que gostem : )



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Lucy

Terminei de almoçar, depois ajudei Sae a comer sua comida. Ela é uma criança ainda com pouco domínio. Me pergunto se possui alguma magia.

Segui meu caminho até o jardim procurando pela princesa Hisui. A avistei sentada numa das mesas do jardim acompanhada por um homem de cabelos vermelhos e compridos, alto, aparentando ter uns quarenta anos. Vestia um kimono vermelho, amarrado por uma faixa preta. Segui até onde estavam e me sentei ao lado deles.

— Boa tarde Lucy, comeu bem? – Hisui sorriu.

— Sim, claro. Muito obrigada pela recepção. – Sorri de volta analisando o homem que estava ao seu lado.

— Este é Itachi, um amigo antigo. Ele é quem disse ter as informações pertinentes a sua missão. – Ela ficou séria e sinalizou que Itachi começasse a falar.

O mesmo pegou um mapa, abriu sobre a mesa. Em seguida pegou uma fotografia de um círculo revestido por escamas e linhas trançadas. Parecia ser um item antigo.

— Circulei os locais que Acnologia passou perto ou passou o dia. Desenhei uma rota para que você possa seguir o mesmo caminho que ele fez, talvez assim você consiga chegar até ele.  – Ele apontou para os locais.

Ao todo somavam cinco locais diferentes, passando por florestas, rios, nada perto ou padronizado.

— Esta fotografia é a última lembrança que eu tenho deste item desde que ele foi tirado de mim. – Ele franziu suas sobrancelhas. – Ouso chamá-lo de Apanhador de Almas.

Por que razão esse homem estaria sob o domínio de um item mágico tão poderoso? Deveria estar sob responsabilidade do Conselho.

— Tudo bem. Agora preciso saber, qual a relação entre uma maga celestial e um dragão? – Parecia ser uma missão que poderia ser cumprida por qualquer pessoa, desde que se comprometesse. Os integrantes poderiam concluir esta missão facilmente.

Eles se entreolharam e ficaram tensos. Talvez, não seria tão fácil assim para o time mais forte de Fairy Tail?

— Dizem que Acnologia cria uma barreira mágica onde ele está e isso impede que magos considerados fracos de intelecto o vejam. Força física só dificulta mais. Quanto ao mago celestial, mesmo eles possuem dificuldade de detectar os rastros deixados por este dragão, mas com a ajuda de um espírito celestial conseguem chegar até esta barreira. A partir disso, aparece o verdadeiro problema. – Ele suspirou profundamente enquanto massageava suas têmporas. – Devido a seu grande poder, parece que este dragão vem sendo perseguido por muitos caçadores de recompensa e mesmo assassinos. Com isso, Acnologia nunca fica por muito tempo aqui na Terra. Há relatos não comprovados de que ele entra num portal mágico e desaparece. – Ele continuou olhando para o mapa.

Diante de todas as informações me senti alarmada. Além de ser um dragão poderoso, outras pessoas estão atrás dele por diversos motivos, seja para matar ou mesmo obter o item mágico.

“Lucy Heartfilia, você é uma maga celestial e tem grandes amigos no mundo espiritual. É uma missão difícil, mas não impossível.”

Tentei me acalmar com pensamentos positivos, mesmo com tudo indicando que não seria nada fácil.

Peguei a fotografia e o mapa, coloquei numa bolsa de lado que estava carregando.

— Quando devo partir? – Olhei diretamente para a princesa e pude vê-la sorrindo para mim. Quem sabe com esperanças?

Natsu

Estava debruçado sobre a janela da cabina do trem.  Meu estômago estava embrulhado, sentia que todo o meu almoço seria despejado para fora. Quando Lucy está aqui não me sinto tão mal assim. Sempre deito minha cabeça em seu colo e, mesmo sob seus protesto, Lucy acaricia meus cabelos. Tão relaxante e gostoso.

Gray estava cochilando, Erza acariciava um Happy sonolento. Wendy queria nos acompanhar, porém, foi unânime quando decidimos que ela deveria ficar. Não sabíamos exatamente do que se tratava esta missão que Lucy aceitou, nem ao menos se era, de verdade, uma missão.

Continuava sem entender o motivo que levou Lucy ter ido embora assim sem falar nada. Por que ela não falou comigo enquanto eu estava distante? Eu teria falado com ela de volta, certo? Por que ela não me contou sobre esta informação importante? Um dragão a vista. Poderia ser Igneel e mesmo assim ela foi embora sem nada falar.

Eu queria poder me desculpar por deixá-la sozinha. Queria poder invadir seu apartamento sendo recebido pelas suas reclamações. Isso me faz muito feliz.

Lembrei de todas as missões que realizamos, todos os problemas que passamos juntos, até mesmo do primeiro dia que a vi em Hargeon após os problemas com o Bora.

Senti meu corpo enrijecer e por um momento meu enjoo passou. Não conseguia ter bons sentimentos lembrando de tudo que poderia ter acontecido com minha parceira. Odiaria pensar que, por falha minha, Lucy poderia estar em perigo. Odiaria pensar que, se algo acontecesse a ela, não poderia ver seu sorriso ou mesmo estar ao seu lado.

Esses sentimentos ficaram mais profundos conforme o tempo passava. Sempre pensei que fosse somente meu carinho por ela, afinal, é minha melhor amiga e parceira. Por que seria diferente? Lisanna pediu que eu tentasse ver por mim mesmo o que sinto pela Lucy.

“Natsu, isso é muito bom. Você finalmente se deu conta desse sentimento tão bonito.”

Lisanna respeitou meus sentimentos. Sempre foi tão gentil e carinhosa. Uma grande amiga. Poderíamos dar continuidade a nossas votos quando criança. Nossa família. Agora eu não consigo pensar em outra coisa senão eu, Lucy e Happy vivendo juntos, até que ela me chute para fora do apartamento.

“Natsu você precisa descobrir o que sente de verdade.”

“Você deve perceber sozinho. Não vou falar nada Natsu.”

“Lucy precisa saber o que você sente antes que seja tarde demais.”

Antes que seja tarde demais. Não vai ser tarde demais porque eu estarei sempre ao lado dela. Como Lucy disse para mim, é sempre mais divertido quando estamos juntos.

Descemos do trem quando o mesmo parou na estação de Crocus. Recuperei meu fôlego e senti minha energia voltando. Olhando a minha volta, fiquei impressionado com toda a animação presente. Pessoas felizes e com muita energia. Crianças brincando por toda parte.

— Natsu, acho que devemos procurar a Princesa Hisui e tomar as informações diretamente com ela. – Erza falou de braços cruzados.

Todos analisavam cada canto da cidade. Happy pulou em meus braços com um olhar entristecido.

— Natsu, vamos conseguir encontrar Lucy a tempo? – Ele perguntou e eu somente sorri.

— Com certeza Happy, senão que vai nos chutar pela manhã quando invadirmos seu apartamento? – Tentei transparecer tranquilidade e confiante.

De fato, estou confiante de que vamos encontrá-la. Não é algo que eu tenha dúvidas. Sempre encontro Lucy. Meu medo era quanto tempo levaria até que a encontrasse.

Senti uma presença conhecida. Um cheiro familiar, baunilha e morango mesclado com um cheiro de panqueca e caramelo. Poderia ser Lucy?

Olhei para a direção e vi uma pessoa encapuzada, acompanhada por uma miniatura também encapuzada e um exceed cinza voando.

Exceed? Havia mais algum Dragon Slayer? A essência de baunilha e morango sumiu no ar antes que eu o seguisse. Procurei a minha volta as pessoas que acabei de ver e não os encontrei pela cidade.

Definitivamente será difícil encontrar Lucy por aqui. Se ela já tiver a caminho da possível missão, será mais difícil ainda.

Seguimos em direção ao Palácio Mercurius de Fiore. Princesa Hisui deveria nos explicar toda a situação ou eu não me responsabilizo pelos meus atos.

Lucy

— Sae você não deveria ter vindo comigo. Sabe como vai ser perigoso. – Bufei diante de uma teimosia muito conhecida.

Sae se negou a me deixar partir. Agarrou minhas pernas e me seguiu por todo o canto, até que tudo estava organizado. Princesa Hisui tentou conversar com ela, mas a mesma se negava a escutar qualquer resposta que não fosse positiva para ela.

Confesso que me aproximei demais por essa dupla, só não poderia me responsabilizar por eles diante de uma situação potencialmente perigosa. Eu voltaria para Crocus após obter o Apanhador de Almas evitando a extinção de toda uma categoria de magia.

Sinto que posso ser útil para algo tão importante. Apesar de estar com medo, não abandonarei a missão até que consiga cumprir. Mesmo que leve meses para encontrar este item mágico.

Tentei dizer para Sae que retornaria sã e salva, mas ela não quis acreditar. Forçou um biquinho e manteve uma expressão emburrada. Eu adoraria dizer quanto tempo levaria para cumprir tal missão e mesmo não tendo conhecimento das origens dela e do Roku, sinto uma responsabilidade muito grande, quase um cuidado e amor maternal.

Não me surpreenderia se retornasse a Crocus e levasse eles dois junto comigo de volta a guilda. Ficaríamos juntos e ninguém mais se sentiria solitário.

Me impressionei quando Roku a acompanhou dizendo que não queria ser abandonado novamente.  Esta foi a atitude que me quebrou fazendo com me deparasse com esta situação.

— Onee-chan não quero ficar sozinha novamente. – Ela corria me rodeando enquanto caminhávamos em direção a Floresta das Fadas.

Sempre questionei a existência de fadas, mas, a partir do momento que você possui magia, tudo se torna possível.

Reza a lenda que a floresta já foi habitada por vários seres inusitados, dentre eles estavam as fadas. A cidade nunca ultrapassou os limites da floresta por não terem total conhecimento das espécies que seriam encontradas lá, nem se eram ofensivas. As pessoas teimosas e curiosas que se aventuraram nunca mais foram vistas. Seus familiares logo desaparecem também como se nunca tivessem existido.

Este foi mais um motivo que levou as pessoas a temerem esta floresta. Contudo, eu não tinha opção. Praticamente era fronteira com boa parte dos locais visitados por Acnologia.

Após muito analisar o mapa e as regiões sinalizadas, notei um único padrão. Todos os locais visitados por este dragão eram mal vistos pelas pessoas e também bem espaçosos, esta última informação fazendo com que eu me arrepie diante da possibilidade dele ser um dragão tão grande e poderoso quanto imagino.

Senti um abraço apertado e mãos macias e peludas acariciando meu rosto.

— Nós vamos te proteger Onee-chan. – Sae falou com olhinhos brilhantes e ansiosos.

Grande parte das atitudes de Sae recordavam meu querido Dragon Slayer. Sua personalidade infantil e inocente, sorrisos alegres e sinceros, olhar ansioso e empolgado como se estivesse pronto para uma luta a qualquer momento.

Seria ela algum familiar distante do Natsu? Não, com exceção da personalidade, nada em sua aparência era semelhança ao garoto de cabelos rosados. Talvez poderia ser alguma característica especial de Dragon Slayers. Isso explicaria a presença de Roku ao lado de Sae.

— Sae como você conheceu o Roku? – Decidi conhecer melhor a história dessa querida dupla.

Ela segurou minha mão e caminhou o meu lado sorrindo. Roku pousou sobre minha cabeça.

— Eu achei um ovo por uma floresta quando estava procurando pelo meu papa. – Seu sorriso permanecia da mesma forma.

Ovo? Isso significa dizer que ela obteve seu ovo exatamente como Natsu. Um ponto a mais a favor da Sae ser também uma Dragon Slayer.

— Papa? Você tem um papai Sae? Onde ele está? – Abordei ela quem perguntas sobre sua família. Precisava saber o paradeiro deles, apesar de que sentiria muita falta dela quando não pudesse mais estar assim ao seu lado.

— Papa pediu que eu não falasse nada sobre ele. Poderia ser perigoso. – Seu sorriso diminuiu como se estivesse tratando de um assunto verdadeiramente sério e perigoso.

Esta criança poderia me dizer que tem cinco anos, mas, certas vezes, seu comportamento contradiz sua idade. Inteligente e segura do que quer. Levy adoraria conhecê-la melhor.

Preferi não abordar mais este assunto de paternidade. Se ele orientou que ela não falasse nada, eu respeitaria.

Conversamos sobre diversos assuntos como comida e cor preferida. Constatei que Sae seria uma criança muito adorada pela Levy, exatamente pela pequena ser uma adorada de livros.

Sae não lembrava de nada antes de chegar a Crocus, somente que possui um pai e o mesmo sumiu. Outro ponto em questão que favorece meu pensamento de que Sae é uma Dragon Slayer.

Parei de caminhar e peguei uma das minhas chaves espirituais.

— Portão da Donzela, abra-te. Virgo. – A mulher de cabelos rosados apareceu.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Até amanhã : )



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