Poderia até mesmo ver-­se como impuro, mas por mais que suas bochechas atingissem colorações avermelhadas, ele gostava de ouvir os pedidos um tanto quanto impuros de Albus.

Quem não conhecesse Albus Potter que atirasse a primeira pedra. Um típico badboy que não vivia sem a famigerada jaqueta de couro, sorriso cafajeste e topete estilo James Dean nos cabelos negros. Era mais que óbvio que ele deixava as moças – moços também, Scorpius era a prova vida disso – sem palavras.

E quando o Potter estava ali, Scorpius sabia que não iria demorar muito para que perdesse a fala e que seu rosto esquentasse. Era sempre assim.

“Ei, loirinho, você nasceu lindo desse jeito ou fez algum curso?”

“Scorpius, o sr. Malfoy é um padeiro? Porque você é meu maior sonho!”

“Você fica tão bonitinho assim Scorpie, vermelho. Parece até um moranguinho! Eu bem que podia te morder, sabe?”

“Ei, agora é sério, quer ir tomar alguma coisa comigo? Pode ser um sorvete, um refri, um banho...”

Clichê, tinha que admitir. Mas era impossível não corar quando um Deus daqueles falava tantas coisas para si.

E talvez, só talvez, aquele clichê sobre um carinha nerd que corava demais e um badboy que sabia cantadas até demais fosse dar certo.

Porque se não era segredo que Scorpius amava as cantadas bobas-­porém­-fofas do Potter, era menos segredo ainda que Albus amava ver Scorpius todo coradinho.

E, enquanto o moreno puxava o de cabelos loiro-clarinho para algum cantinho, sussurrando um misto de bobagens de classificação dezoito anos ou mais e coisinhas fofas de sangrar o nariz, Scorpius não podia evitar dar um sorrisinho enquanto abaixava a cabeça para esconder as adoráveis bochechas pálidas tingidas de vermelhinho.

— Ei, Scorpius, se preto fosse paixão e branco fosse carinho, o que eu sinto por você seria xadrezinho.

— A-Albus! C-­Cala a boca, por f-favor...!