Ill Never Let You Go escrita por Kfuckyou


Capítulo 2
Capítulo 2




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Faz mais ou menos 15 minutos que eu estou aqui, parada feito uma idiota na porta desse medíocre teatro. Reviver aquelas malditas lembranças não ajudaram em nada, só fez meu ódio aumentar. O capetinha da minha cabeça mostrava imagens minhas estrangulando o Bill, já o anjinho, me dizia que era melhor eu ir embora. Poucas vezes eu ouvia o anjinho, mas eu não estava nem um pouco afim de ir parar na D.A. (delegacia de crianças e adolescentes) de novo, pois a última vez, não foi tão divertida assim...

 

                                               FLASH BACK 

 

            Eu estava indo até o mercado, já que eu era a ‘’mulher ‘’ da casa, então, eu cozinhava, pois o meu padrasto, na última vez que tentou me surpreender com seus dotes culinários quase explodiu a cozinha. Eu vestia uma camiseta do Tokio Hotel preta, e outra branca de mangas longas por baixo para esconder a tatuagem recém adquirida por meios clandestinos.

            No bairro onde eu moro, era praticamente suicídio sair por aí declarando á todos que era uma fã de Tokio Hotel, pois haviam as Stalkers, um bando de vacas idiotas que odiavam a banda. Mas aquele dia era diferente, eu me sentia quase que com poderes especiais, graças á tatuagem dolorida em meu braço direito. Foi então, que eu vi do outro lado da rua a Angie, a vaca-chefa fundadora das Stalkers. Meu único pensamento foi "FODEU!".

            Continuei andando, o mercado estava á três quadras dali, eu podia sentir a vadia vindo atrás de mim. Eu não estava com medo, só que, digamos, eu estava em desvantagem, pois meu braço ainda estava realmente muito dolorido.

- Hey você! - ela gritou, a voz dela era terrivelmente insuportável, sério, parecia a voz da minha prima pirralha quando queria porque queria alguma coisa, só que um pouco pior... mais vaca! Fingi que não ouvi, até que ela me alcançou e me segurou pelo braço, eu me virei e a encarei. Ela era ruiva, mas ruiva mesmo, parecia uma tocha, chegava á doer só de olhar. A pele era clara e o rosto coberto de sardas, olhos azuis e uma cicatriz um pouco abaixo do queixo, que ela exibia á todos dizendo ter ganhado ela, brigando com uma tokita 3 vezes maior que ela, e dizia também que a garota foi parar na UTI. Puft! AI QUE MEDA.

- Me deixe em paz! - grunhi me esquivando de seu aperto.

- Olha como fala comigo tokita nojenta!

- Olha você sua vaca! Fica na tua e me deixa EM PAZ! - dei-lhe as costas e continuei meu percurso. Eu pude perceber que ela continuava indo atrás de mim. Me virei e a encarei.

- Qual é? Vai ficar atrás de mim agora? - perguntei arqueando a sobrancelha. Ela não disse nada, mas veio em minha direção, me agarrou pelo braço e me empurrou para um beco cheio de lixo que ficava ali perto. Havia um mendigo dormindo num canto, estava agarrado com uma garrafa de pinga.

- Mas o que... - eu tentei dizer, mas ela foi mais rápida e meteu um soco na minha cara, eu cambaleei e cai sentada feito uma idiota, coloquei a mão no meu nariz e logo percebi que sangrava. Olhei para ela que agora sorria debochadamente. Eu senti uma raiva, mas uma raiva que fazia meu corpo queimar, eu queria cortá-la em pedaços e comer no jantar! Me levantei e fui até a vadia que ainda ria, grudei nos cabelos dela, abaixei sua cabeça e enfiei meu joelho nas fuças dela, até contei, 1, 2, 3 vezes. Eu estava com vontade de matar aquela desgraçada. Eu a soltei e a empurrei para o chão, Angie caiu  com os cabelos grudados no rosto por causa do sangue, ela bufava. O mendigo havia acordado e olhava assustado. Então ela levantou urrando em fúria, e se atirou em cima de mim e nós caímos no chão. Até esqueci do braço dolorido. Eu pude notar que na entrada do beco havia pessoas olhando, e um grupo de meninos filmavam e falavam algo sobre calcinha, eu gelei e olhei para minhas calças, que agora estavam na altura das minha coxas, mostrando a minha calcinha de corações rosas. Meu rosto queimou. A vaca ainda estava em cima de mim e puxava meu cabelo feito louca. Eu agarrei a cabeça dela e meti um soco bem servido em sua cara, isso a desorientou, eu a empurrei pra longe de mim e aproveitei para arrumar minhas calças. Assim que me virei literalmente vi estrelas. A maldita havia me acertado na cabeça com um pedaço de madeira. Eu já não podia vê-la, ela havia se tornado apenas um borrão vermelho na minha visão. Eu cai sentada, perto da parede nojenta do beco, e de cabeça baixa eu podia ver seus pés vindo em minha direção e logo chutaram minhas pernas. Não me mexi. Respirei fundo e comecei a recuperar os sentidos. Ela foi próxima á uma lata de lixo e começou a juntar suas coisas que estavam caídas ali, enquanto isso, eu avistei um caco de vidro do meu lado, eu o peguei rapidamente. Ela logo se virou e veio em minha direção com um canivete nas mãos, gelei, pois eu sabia exatamente o que ela iria fazer: marcar minha testa com o símbolo das stalkers. Maldita! Mas fiz o possível para ficar quieta caída ali. Angie se agachou e eu fechei os olhos, quando ela foi agarrar meus cabelos eu abri os olhos e a empurrei. O canivete caiu das mãos dela e eu a montei, prendi seus braços com os meus joelhos.

- Sua nojenta! Me solte! - ela gritava  debaixo de mim.

- Cala essa boca! - grunhi e lhe dei um tapa na cara. - Isso é pra você aprender  a não humilhar os outros sua vaca! - eu disse erguendo o caco de vidro, afastei os cabelos com sangue do rosto dela. Ela arregalou os olhos e começou a balançar a cabeça. Havia chegado mais pessoas na entrada do beco beco, mas ninguém interferiu a briga. Eu podia ouvir sirenes. Precisava ser rápida...

- Fica quieta! Parece uma lacraia! - gritei e meti outro tapa estralado. - Quer que eu retalhe sua cara inteira? - ela olhou mais assustada. Com uma mão agarrei forte suas bochechas. Meu braço começou a reclamar, mas eu não ia parar agora. Ela voltou a se debater, mas não ia se soltar, não mesmo!

            Segurei o caco bem firme em minha mão, lembrei de duas meninas, fãs de TH também, que sofreram na mão dessa maldita, e o pingo de piedade que havia em mim, naquele instante evaporou. Enfiei o caco na testa dela. Ela gritava de dor enquanto eu fazia o "T", o sangue escorria, era fundo. O som das sirenes estava mais próximo. Observei ela gritando e chorando, fiz logo o "H" que faltava e terminei minha obra prima. Muito sangue escorria de seu rosto. Eu cedi e ela me empurrou, eu cai de costas "trabalho feito" pensei e comecei a rir bobamente,  ela pegou o canivete e levantou, me encarou com a cara coberta de sangue e veio em minha direção.

- Largue esse canivete! - brandou um policial que acabara de chegar. Ela olhou aturdida pra ele e depois olhou para o canivete, nisso, dois policiais a cercaram e a agarraram pelos braços.

- Me soltem seus idiotas! - ela gritava e chutava o ar.

- Você está bem? - um outro policial perguntou pra mim.

- Er... Sim... - respondi meio monga.

- Ok, agora vamos que vocês duas tem muito a explicar para a policia! - ele disse.

            Fomos em duas viaturas separadas, chegando lá, o delegado nos interrogou separadamente e decidiu que uma noite na cadeia não iria fazer mal á duas garotas que brigavam feito viciados em drogas. Um policial me levou para uma cela pequena e fedida. Angie ficou em uma outra na frente da minha. Ela me xingava e dizia que iria me matar da pior forma possível, eu apenas ria. Eu estava inteira, nada quebrado nem nada, só algumas partes doloridas, mas a Angie, exibia um lindo TH bem no meio da testa.

 

                                                FIM DO FLASH BACK

 

Essa lembrança me fez rir, Angie nunca mais incomodou ninguém, pois seus pais resolveram mudar de bairro, já eu, bem, fiquei de castigo um bom tempo.

            Dei as costas para o teatro, sabendo que a melhor coisa a se fazer era ir embora. Quando eu ia atravessar a rua alguém gritou:

- Ei, psiu! - e eu me virei, era um homem baixo e meio gordo, usava óculos e tinha uma barba rala, cabelos faltavam na sua cabeça, deixando exibir uma lustrosa careca.

- Você deve ter vindo para o teste, não é? - ele me perguntou olhando para a guitarra em minhas costas. Droga!

- Hm... - resmunguei. Ele me olhava. Eu desejava matar os imbecis que estavam lá dentro, mas eu também queria vê-los. Há mais de dois anos eu não via nem sequer uma foto deles...

- Sim. - disse por fim. - Eu vim e vou fazer o teste. - ele sorriu e então acenou com a mão.

- Então venha, você será a última a ser entrevistada, vamos! - ele abriu a porta para eu poder entrar, eu o esperei do lado de dentro, ele assumiu a frente, me guiando para onde os testes estavam acontecendo. Seguimos por um corredor bem iluminado, o papel de parede tinha um tom alaranjado que trazia uma certa alegria ao local, tinha também diversos quadros coloridos pendurados.

- Bem mocinha, meu nome é Gordon, eu sou assistente e produtor dos meninos.

- Hm, prazer Gordon - eu disse lhe estendendo a mão - Sou Melanie Stryder. - ele sorriu e apertou minha mão.

- Bonito nome, posso te chamar apenas de Mel? - ele perguntou. Eu corei e acenei com a cabeça e logo continuamos andando. Entramos pela parte de trás do palco do teatro. Eu já podia ver eles sentados e conversando alegremente.

            Passamos pelas cadeira, meu coração disparou. Eles se viraram pois notaram que estávamos ali.

- Meninos - disse Gordon enquanto subimos no palco. - Está é a Melanie Stryder, ou Mel, se preferirem, - ele me lançou um sorriso amigável, - ela é a última de hoje...

 

Eles me encararam por um instante, me encararam mesmo, será que eles não sabiam que era falta de educação olhar alguém assim? Eu estava me sentindo um alien.

 

- Er, oi Mel – Disse Tom sorrindo.

 

- Oi Mel. – Gustav e Georg disseram e acenaram.

 

Bill ainda me encarava com uma careta tipo ‘’QUE BARANGA’’! Bem, eu sei que não sou nenhuma miss nem nada, mais eu sou até que aceitável, apesar de que hoje eu não esteja assim tão apresentável: meus cabelos castanhos e compridos estão presos em um coque mal feito, minha inseparável camisa do Aerosmith duas vezes o meu tamanho, um sobre tudo preto que me deixava com a aparência de uma pessoa gorda, uma calça jeans colada e fudida e meu amado All Star vermelho, putz eu estava mesmo pavorosa, foda-se, pensei.

 

-Hmmm. –Bill resmungou depois de 200 anos – Olá Melanie – sorriu sem jeito e ,e estendeu a mão.

 

-Oi. – respondi sem aceitar a mão oferecida.

 

Alguém pigarreou e eu me virei, era o Tom, Bill deixara a mão cair ao lado do corpo.

 

- Então, vamos começar mão é? – disse me.

 

-Sim, vamos. – o idiota do Bill respondeu.

 

Eu retirei minha guitarra do suporte, Tom assoviou  baixo.

 

-Bela guitarra. – ele observou.

 

- Hãã, obrigado. – respondi sem graça.

 

- Há quanto tempo você toca? – perguntou.

 

- Faz mais ou menos uns 5 anos. –  desde que conheci vocês idiotas, pensei.

 

- É um bom tempo – observou parecendo falar mais consigo mesmo do que comigo – Tem alguma música pronta para nos apresentar?

 

-Eu... bem.... – Até uma hora atrás minha Lês Paul estava coberta por 1000 quilos de poeira no meu sótão, sem ser usada a pelo menos 2 anos, hoje pela manhã eu apenas havia tocado uma canção.... – O que acham de eu tocar uma música de vocês? – o encarei e arqueei uma sobrancelha.

 

 Tom me encarou meio bobo (normal me?) e nada disse, Bill  que estava sentado ao seu lado respondeu:

 

- Seria ótimo. –sorriu.

 

- Está bem então – respondi transparecendo má vontade na voz, eles ainda são aqueles idiotas inúteis....

Ajeitei a guitarra ao meu corpo e comecei as primeiras notas, todos haviam se aproximado para me ouvir tocar, fechei meus olhos e comecei a me lembrar da letra de minha música preferida, a primeira música que eu havia ouvido da banda, a música que havia mudado a minha vida, monsoon...

Eu sentia meu coração pular febrilmente em meu peito, diversos sentimentos dominaram meu corpo, lembranças de tudo o  que e que fui capaz de fazer por eles,  só por eles...

 

-‘’ Running through the monsoon, beyond the world, To the end of time…’’-  Abri meus olhos e encarei o Bill que agora estava cantando, eu sorri – ‘’ ...Where the rain mon't hurt, fighting the storm...’’- agora eu ouvia o som do baixo, procurei e encontrei  Georg que tocava e sorria me encorajando. – ‘’ ....Into the blue, and when I lose myself I'll think of you, together we'll be running somewhere new …’’ - Gustav acompanhava na bateria, baixei os olhos pra  minha guitarra e continuei a tocar, uma lágrima ameaçava escorrer dos meu olhos... – ‘’...Through the monsoon, just me and you....’’

 

Fui interrompida pelo  som de aplausos, sequei meus olhos e olhei para o  Tom que me admirava com uma certa satisfação eu diria, Gordon sorria de orelha a orelha , Gustav fazia  sinal de beleza com a mão, Georg sorria e Bill estava com uma cara de idiota pra variar, eu acho que ele duvidava de minhas habilidades com a guitarra, se fudeu otário, pensei e sorri comigo mesma.

Tom pediu para que eu tocasse mais algumas músicas da banda que eu toquei perfeitamente, em um certo momento me perguntou se eu era fã da banda e eu disse que não, mais havia procurado saber sobre eles e suas músicas para vir fazer o teste, menti na maior cara de pal. Toquei também música de outras bandas, a cara de espanto que eles faziam a cada canção tocada era impagável.

 

-hmm, está ótimo- disse me tom - Nós iremos hã... conversar um pouco para decidir, sabe, sobre você – completou.

 

- Claro. –respondi sem olhá-lo.

 

Ele e os outros se levantaram e seguiram para uma porta que devia ser um camarim.

 

Sentei-me e coloquei minha guitarra em meu colo, eu não me sentia ansiosa, nem com raiva e muito menos nervosa, na verdade eu estava confusa, eles estavam diferente, mais maduros, seus visuais também haviam mudado: Bill não tinha mais a sua juba de leão, agora usava um moicano baixo como topete, suas roupas agora eram mais elegantes, Tom havia deixado seus bonés e dreads  pra trás e agora tinha tranças raízes, que o deixavam com uma aparência mais madura, Gustav pintará o cabelo e engordara um pouco, Georg continuava igual exceto pelos traços mais velhos.

Para mim não fazia diferença ser escolhida ou não, comecei a me lembrar novamente daquele maldito dia e a raiva rompeu novamente dentro de mim. Se eu não fosse escolhida provavelmente eu cometeria um assassinato ali mesmo, mais se eu fosse, bem, eles irão se ferrar em  minhas mãos.


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Notas finais do capítulo

Hallo, então meninas o que acharam desse cápitulo? espero que tenham gostado, me façam feliz deixando reviews que eu posto o 3° capitulo o mais rápido possível.
bjs :*

Um pouquinho do próximo cápitulo...

''- Bem, ela é boa... - disse o idiota do Tom - apesar de ser uma baranga!...''

''- Então, quantos anos você tem Melanie? - Gordon perguntou.
— Dezessete. -respondi - Mas vou completar dezoito daqui a dois meses. - completei ao ver seu olhar de desapontamento.
- Hmm...bem, então você terá de estar acompanhada de seu responsável para assinar o contrato.
- Contrato????....''