A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 36
Filho.




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O corcunda arrastava sua pá pelos corredores da cidade. Seu cabelo é volumoso e cacheado, escuro como a noite, e o rosto parece uma pedra moldada pela chuva constante, que esculpiu sua barba. Os olhos, apesar de não pertencerem ao seu corpo, enxergam bem. Muito bem. Melhor do que qualquer cidadão de Castle Hill.

Crianças não queriam estar perto dele, e mulheres calavam suas paixões ao lembrar quem ele era, e o que fazia. O homem, a todos ignora, indo diretamente até a porta do quarto onde estava o rei. Bateu nela, e a porta se abriu.

— Pai. – diz o homem.

— Fale, meu filho. – o rei o olhou com alegria.

— Vi a moça.

— Que moça, meu filho?

— A de olhos azuis. Da tevê.

— Ah, sei.

O rei, de olhos castanhos e barba e cabelos ruivos, percebe um pequeno detalhe.

— Desde quando começou a trançar a barba?

— Não lembro. Por quê?

— Fica mais bonito.

— Obrigado... – não era muito acostumado a elogios.

— Mas onde viu a moça?

— Na Carla.

— Quem?

— A Kombi.

— Ah, ela está vindo com Caramelo. – o rei lá se importava com o nome do veículo. – Então está tudo certo. Quando chegar aqui, ele vai me entregar a procurada e pronto.

— Caramelo estava feliz quando eu o vi.

— Estava, é? – começou a pensar o motivo dele ter dito essa informação. – Espera, significa que...

— Acredito que foi ele quem fez a garota sumir de Belarus.

— Não pode ser... Logo Caramelo? Meu sobrinho...

— Eu devo pará-lo?

O rei, ao ouvir essa pergunta, fez silêncio. Franziu o cenho, pensativo, procurando a voz da sabedoria na sua cabeça. Não ouviu muita coisa. Mas ouviu a voz do seu coração.

— Não o mate, só o assuste. Traga a menina, por favor. Não quero que achem que fui eu que a sequestrei.

— Tudo bem, pai.

O corcunda ia saindo, quando parou e perguntou:

— Se eu achar alguém no caminho, faço o que?

— Traga-os para cá. Eu conversarei com eles.

— Ok.

E o corcunda se foi, levando sua pá nos ombros, pronto para ser o novo freio da Carla.


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