A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 123
Café.




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Os dois meio monstros estavam de frente para a velha, numa mesa pequena de madeira. Ela bebericava um café, e de vez em quando mordia um pedaço de banana. Seus dentes amarelos denunciavam que ela gostava muito de café.

— Quais são seus nomes? – perguntou ela.

— Bendito e Querido. – respondeu Querido.

— Os de verdade, eu quero dizer.

— Frank. – disse Querido, com tanta naturalidade que chega assustou Bendito. Querido não tinha dito que dizer o nome era um ato de rebeldia? E agora falava como se fosse algo tão banal...

— Eu... não sei. – Bendito mentiu.

— Claro que sabe. Se não soubesse, não teria coragem pra sair de onde quer que você tenha saído.

— Mas e se eu não quiser dizer?

— Tanto faz. Só acho estranho ter que chamar um bicho como você de Bendito... Enfim. Meu nome é Alva.

— Bem nome de velha mesmo... – sussurrou Bendito.

— E você? Sem nome nenhum.— ela disse com sarcasmo.

— Olha aqui, sua véia...

— Mais respeito com os mais velhos, Bendito. – repreendeu Frank.

— É, garoto. – afirmou a velha. – De qualquer forma, de onde foi que vocês vieram? Tu disse que não estavam escondidos na árvore, que tinham acabado de sair dela. Como pode?

— Senhora, Bendito, algum tempo atrás, encontrou uma árvore com uma marca de um sol. Ele subiu nela, e quando desceu, estava em outro lugar.

— Como? – ela franziu as sobrancelhas.

— Eu e ele fomos verificar isso. Descobrimos que o desenho era um adereço, e conseguimos tirá-lo. Mas quando olhamos dentro, não conseguimos entender. Era uma árvore misturada com uma máquina.

— Aí vocês vieram subindo e descendo nessas árvores pra descobrir o que diabos ela é.

— Exatamente...

— Como você deduziu isso? – perguntou Bendito.

— Porque é a única razão lógica de vocês aparecerem uma árvore do nada.

— Mas e se a gente estivesse mentindo?

— Vocês não teriam coragem de sair por aí só pra chegar aqui.

— Onde é aqui? – perguntou Querido.

— A Cidade da Cachoeira, Takinomachi. É uma cidade feita por fugitivos, para fugitivos. Não consta nos mapas, vocês já devem ter percebido.

— Nunca fui muito fã de geografia... – admitiu Bendito.

— É compreensível. Todas as diferenças geográficas neste continente éurpel se foram desde que só há nuvens e chuvas... – suspirou – Enfim. Acredito em vocês não só por causa disso.

— E acredita por causa de que, então?

— Peguem um guarda-chuva e sigam-me. – ela pegou o dela, que estava pendurado na cadeira. – A árvore de Takinomachi não é a última da sua jornada.


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