A Águia, o Leão, o Texugo e a Serpente escrita por Larissa Lima


Capítulo 4
Capítulo 4 - Salazar Slytherin


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Obrigada a todos que leram os últimos episódios e acompanham a fic!
Aproveitem o novo capítulo...



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SALAZAR

Os duelos não tinham sido um desafio para Salazar, com exceção de uma pequena falta de atenção no duelo contra a dona da pousada, Helga Hufflepuff. Mas agora Gryffindor era a única barreira para a final, que seria disputada contra Rowena Ravenclaw, nome que Salazar conhecia muito bem.

Uma das primeiras lições que Salazar recebeu de seu pai foi não subestimar um adversário, mesmo que você tenha certeza da vitória. É claro que seu pai não consideraria um mestiço ou um nascido-trouxa um adversário, porém Salazar não tinha dúvidas que Godric Gryffindor não era sangue-puro, e que mesmo assim ele era um adversário digno – para não dizer perigoso.

— Estupore! – Godric exclama, deixando de lado sua habilidade de feitiço silencioso. Salazar bloqueia o raio vermelho do feitiço com facilidade, já preparando para o contra ataque.

— Cuidado! – um grito da arquibancada se destaca no meio dos gritos. Salazar, ignorando os gritos, ataca Gryffindor com uma azaração, sendo bloqueado.

— Pare. – Godric diz, surpreendendo Salazar. A expressão do oponente era atenta, confusa. Godric estava olhando para fora da arena, e as pessoas que assistiam pareciam procurar o motivo da distração.

Uma grande explosão do lado de fora da arena respondeu todas as perguntas. Colunas de fumaça estavam aparecendo, vindo da direção da cidade, seguido de faíscas verdes. Gryffindor e outros bruxos correram diretamente para a saída em direção as explosões, enquanto crianças e mulheres corriam para fora das arquibancadas, tentando não se machucar na multidão.

Salazar calcula rapidamente a situação antes de seguir para a saída da arena. As explosões eram claramente feitas por feitiço, portanto a cidade devia estar sob ataque de algum grupo de bruxos, o motivo desconhecido.

Godric estava na primeira esquina, atrás da arena, com mais três bruxos.

— Quem está fazendo isso? – Salazar indaga, ignorando o olhar desconfiado dos outros bruxos, afinal ele nunca era considerando “confiável”.

— Um grupo de nove ou dez bruxos. – Godric responde.

— São caçadores. – um dos homens – o mais baixo, com uma longa barba ruiva – corrige, entre dentes. – Eles sabiam que estava acontecendo um torneio...

— Eles são muito desafortunados então... – Godric diz sacando a varinha e sorrindo para o grupo. – Pois nós vamos ensiná-los uma lição. – e sem mais nenhuma palavra, Godric saiu em direção ao centro da cidade, Salazar o seguiu rapidamente.

— Pretende combatê-los sozinho? – Salazar indaga andando ao lado do bruxo, este apenas suspira.

— Acredito que o senhor irá me ajudar. – Godric responde.

O centro da cidade estava em chamas. A fumaça cobria o céu deixando tudo cinzento.

O grupo de bruxos responsável estava espalhado, uma grande jaula se encontrava parada no centro de tudo, já contendo duas pessoas – dois idosos.

— Covardes! – Godric exclama antes de apontar sua varinha em direção aos bruxos – vestidos com capas pretas. O feitiço atinge em cheio um deles, despertando a atenção dos outros. Salazar bloqueia facilmente dois feitiços jogados em sua direção e contra ataca, abatendo dois bruxos.

Em alguns segundos outros bruxos começam a aparecer, atacando os caçadores, em grupos. Godric consegue abater mais dois, enquanto Salazar passa por eles sem qualquer problema, apenas reparando que o grupo de caçadores era maior que o esperado.

— BOMBARDA! – um dos caçadores exclama, explodindo o prédio atrás de Salazar, e jogando o bruxo e tudo por perto para os lados. A cidade agora estava uma mistura de fumaça e poeira dos prédios que haviam sido atingidos. O fogo estava forte dentro dos prédios, e Salazar conseguiu ver um grupo tentando apagar as chamas.

 _ Mamãe! – Salazar escuta, no meio da confusão, e se vira para encontrar um menino magrela e ruivo – filho de Hufflepuff - , parado ao lado de um dos prédios em chamas. Salazar se levanta de onde havia sido jogado pela força da explosão e vai em direção a criança, puxando-o pelo braço.

— Saia daqui menino. – Salazar exclama, olhando ao redor, a poeira fazendo seus olhos lacrimejar.

— Eu vim para ajudar, mas minha mãe estava comigo e agora sumiu...

— Eu não me importo! – Salazar o corta, friamente. – Vá embora ou morra como a criança mais estúpida do mundo!

— Eu não sou estúpido, você é! – o menino responde e Salazar suspira antes de soltar o braço do moleque e se virar para a confusão do confronto. – Cuidado! – grita em seguida, quando mais um feitiço explode as próximas duas casas. – Eles vão acabar com tudo...!

— Não, não vão... – Salazar murmura, a distância em que os dois estavam ele conseguia ver os caçadores recuando ou sendo capturados pelos bruxos que lutavam a favor da cidade. – Estão perdendo...

— Talvez não. – uma voz rouca diz atrás de Salazar e ele se vira em direção. O menino ruivo estava pálido, e na sua testa uma varinha. – Largue a varinha e venha comigo, ou eu meto o menino.

— Então mate. – Salazar diz, indiferente a expressão assustada da criança que era segurada por um bruxo alto, com um bigode fino. – Ele não é nada para mim.

— Eu o matarei. – o homem repete. – Não tenho problemas em matar crianças, já matei muitas.

— Por favor... não... – o menino murmurou, fechando os olhos apavorado. Mas Salazar não se moveu.

— Se for matá-lo, faça-o agora, para podermos lutar como homens adultos. –Salazar diz apontando a varinha em direção ao bruxo. – Agora, se isso for apenas um teatro, o que eu acho que é, pare de ser covarde e tente duelar com honra.

— Seu... – o restante da sentença nunca foi dito já que o jato de luz do feitiço de Salazar atinge o bruxo no rosto, o lançando para longe, caindo inconsciente no chão. O menino ruivo indo junto com o corpo, caindo ao lado do bruxo.

A batalha no centro da cidade estava se acabando. Salazar podia ouvir gritos ao longe, o restante do bando de caçadores havia fugido, deixando a cidade em chamas, fumaça e poeira. Os bruxos da cidade estavam no centro tentando concertar o dado, e se podia ver Gryffindor no centro, ajudando os moradores a salvar as casas que ainda estavam de pé.

Um gemido no chão faz com que os olhos de Salazar se voltem para os corpos caídos. Devagar o menino de cabelos ruivos se levantou, olhando em volta, confuso.

— Ele... ele morreu? – ele indaga, tossindo por conta da fumaça, olhando o corpo do bruxo qu antes o segurava.

— Provavelmente. – Salazar responde, voltando a olhar o movimento da cidade.

— O Senhor o matou para me salvar.

Os olhos do bruxo se viram em desdém com aquela afirmativa. A inocência da criança era estúpida, ilusória. – Eu estava apenas pensando em matá-lo, e não pensei em sua segurança, moleque. O feitiço podia ter lhe atingido e você podia estar morto agora... você teve sorte.

Isso pareceu calar a criança, que continuou sentado no chão até ouvir um chamado. Helga Hufflepuff surgiu em frente a eles então, o rosto sujo de fuligem e uma expressão de extrema preocupação.

— Victor! – ela exclama, puxando o menino magrela e o abraçando. – Onde você se meteu? Eu lhe disse para ir direto pra casa, você desapareceu! O que estava pensando?

— Eu não ia me esconder mamãe! Eu devia lutar como todos, me fazer útil na batalha, ser corajoso como o Sr. Gryffindor!

— Não é coragem, é tolice. – Salazar diz, olhando para mãe e filho. – Ele poderia estar morto agora.

— Eu sei. – Helga diz segurando o filho perto de si. – Obrigada por mantê-lo seguro...

— Eu não fiz nada.

— Ele matou aquele homem. – o menino responde, rapidamente, apontando para o corpo no chão. – Esse bruxo ia me matar, então o Sr. Slytherin o matou.

— Acho que já tivemos muita ação por hoje. – Helga diz, olhando para o bruxo no chão e a confusão na cidade. – Vamos para casa. E o Senhor é bem-vindo na pousada. – ela acrescenta, antes de se virar sem esperar resposta.

 

                          _x_____x_

 

 

— Os caçadores fugiram pela floresta, sem rastros, como fantasmas. – Gryffindor dizia enquanto todos jantavam na pousada. A maioria dos moradores estava em suas casas, e os participantes do torneio haviam se retirado na cidade. Na pousada estavam apenas Rowena Ravenclaw, Gryffindor, e Helga com o filho, outros dois viajantes já haviam se retirado para seus aposentos, e Salazar pretendia seguir o exemplo.

— Eu conversei com os moradores. – Helga diz, recolhendo os pratos. – Três bruxos foram levados.

— Para onde mamãe? – o menino, Victor, pergunta. – O que eles fazem?

— Caçadores recebem dinheiro para entregar bruxos para a morte. – Ravenclaw responde, indiferente a idade do menino. – Desde que os trouxas da realeza começaram sua caçada por bruxos, muitos resolveram ajudar a nos capturar.

— Eles são bruxos que ajudam trouxas a nos matar? – Victor indaga, uma expressão desacreditada no rosto jovem.

— Desta forma eles ganham dinheiro e ganham segurança. – Salazar comenta, suspirando. – São espertos...

— São covardes idiotas, isso sim. – Gryffindor grunhiu, a mão fechada em punho sob a mesa.

— Na maioria são bruxos nascidos trouxas ou mestiços que apenas conseguem sobreviver sendo servos dos trouxas, eles negam a cultura bruxa, apesar de usar a magia contra nós. – Salazar comenta exasperado. – O que mostra mais uma vez o perigo de misturar nosso sangue com esse tipo de gente.

— Desculpe, Slytherin, mas minha mãe não é bruxa e mesmo assim eu não concordo com isso. – Gryffindor diz, olhando cauteloso para o bruxo na mesa.

— E isso faria de você uma rara exceção. – Salazar comenta em resposta. 

— Muitos puros sangues são a favor da caçada, junto com os trouxas. – Rowena murmura e Salazar solta um leve suspiro, encarando a moça de olhos azuis.

— Você, entre mais ninguém, sabe disso não é? – ele diz, nada surpreso com a expressão de Rowena, que empalidece levemente. Era claro desde o momento que Salazar conheceu a bruxa, que ela havia abandonado sua família, uma família que era vergonhosa na visão dele. Porém, não era nada para ele se preocupar.  – Mas meu ponto é que os bruxos deviam ser unidos contra essa caçada. Nós somos mais poderosos e superiores à eles, devíamos lutar de volta.  

— Eu concordo que a caçada é um ato terrível contra os bruxos. – Helga diz, suspirando. – Nada disso era necessário, se pudéssemos viver em paz com os trouxas, podíamos ajudá-los.

— Nem todos têm bom coração Helga, infelizmente os piores comportamentos sempre irão se sobressair aos bons... Muitos bruxos já usaram trouxas para experimentos, sacrifícios para Magia Negra,  tortura... E agora somos vistos apenas como ameaça para os trouxas, pois eles nos temem, e nos atacam para se defender. – Rowena diz, os olhos azuis fixados no fogo pequeno da lareira.  – Apesar de tudo, trouxas e bruxos nunca viveram juntos e em paz. É uma regra universal...

— O que seria a melhor coisa do mundo, se pudéssemos viver longe deles, sem ter que conviver com suas doenças e burrices. – Salazar diz, percebendo os olhos receosos dos outros.

— A convivência não é ao todo ruim Slytherin. – Gryffindor comenta. – Podemos aprender com eles...

— O que você aprenderia com trouxas? – Salazar retruca, irritado com a extrema “bondade” dos outros bruxos. – O que eu digo é fato! Somos superiores e não devíamos nos esconder como ratos enquanto eles nos perseguem. E para mim, vocês deviam pensar melhor em suas opiniões, pois nós podemos vencê-los.

Helga se sobressaltou com o barulho que a cadeira fez quando Salazar se retirou da sala, sem dizer mais nada. Ele sabia reconhecer pessoas inteligentes quando via, e aqueles bruxos certamente tinham potencial para serem bons aliados, mas ele não iria mudar sua opinião, ou ficar parado os vendo tentarem pensar em soluções pacíficas enquanto casas eram queimadas por sangues-ruins que só pensavam em dinheiro e lambiam as solas de trouxas para isso.

Os bruxos deviam estar no topo, mas pessoas como Godric Gryffindor com sua grande bravura e Helga com seu coração piedoso colocavam a magia como algo a ser escondida, defendida, quando na verdade, magia é feita para atacar e vencer.


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Notas finais do capítulo

O que acham de Salazar? Bruxo bom, mau?
Eu não tenho talento para escrever batalhas, mas espero que tenha sido aceitável..
Comentários??



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