Versão Alice

Ainda continuava a chorar. Nunca me tinham humilhado tanto na minha vida. Ainda por cima desta maneira. Aquela Jéssica era mesmo cabra.

Fiquei o resto da tarde trancada no quarto. Não abri a porta a ninguém durante a tarde.

Já era hora de jantar. Desci para comer. Comi em silêncio e voltei para cima. Não me apetecia falar com ninguém.

Já era tarde quando a minha mãe me bateu à porta.

- Posso? – Perguntou a minha mãe, docemente.

- Podes.

- O que se passou querida? – Quis saber a minha mãe.

- Nada de especial…

- Querida não te vou obrigar a falar mas se desabafasses com alguém ias te sentir melhor.

- Mas eu não quero falar sobre isso.

- Ok. Então dorme que amanhã tens de ir para a escola.

- NÃO! Para a escola não vou!

- Querida porque é que não queres ir para a escola?

- Porque não.

- Ó Alice se não quiseres contar não contes mas tens de ir à escola, já basta as vezes que faltas para ires a consultas.

- Mas eu não quero ir… - Disse eu entre soluços.

As lágrimas já tinham conseguido fugir dos meus olhos.

- Alice, não precisas de sofrer sozinha porque é que não me contas?

- Ela disse que eu era burra por ter feito sexo sem protecção e insinuou que eu era puta.

- Ela quem?

- A Jéssica.

- Quem é a Jéssica?

- É a nova namorada do Jasper.

- Ok. Mas porque é que lhe ligaste?

- Porque é verdade que eu sou burra. Eu não devia ter feito sexo tão precipitadamente.

- Querida, acontece. O Emm não foi um filho planeado, aconteceu e não é por isso que sou burra.

- Mas não eras tão nova e o pai não te abandonou.

- Mas não és burra, acredita em mim! Da próxima vez que ela se meter contigo responde-lhe que ela não te dirige mais a palavra.

- Ok…

- Vá, agora limpa essa carinha. Não foi feita para estar com lágrimas.

Limpei a cara com as mãos.

- E agora dorme para descansares como deve de ser.

- Ok.

Deu-me um beijo na testa e foi-se embora. A minha mãe tinha razão! Da próxima vez que aquela perua se meter comigo, ela ia ouvi-las.

Dormi bem de noite. Acordei, eram 8 da manhã. Vesti-me e desci para tomar o pequeno-almoço.

Comi metade de um pão torrado e bebi um copo de leite. Desde de que ficara grávida nunca conseguia enfiar muita comida no estômago.

Fomos para a escola. Chegamos mesmo quando deu o toque, ia ter aula de Biologia com a Bella e a Rose. Estávamos sentadas nas respectivas secretárias quando a Jéssica se dirige para o pé de nós.

- Então Alice já, foste ao dicionário procurar o significado das palavras “preservativo” e “pílula”?

- Jéssica porque é que não fazes um favor à humanidade e calas essa boca? Porque sempre que a abres ou entra mosca ou sai merda.

Desatou a turma toda a rir

Ao dizer isto, ela virou-se de costas e foi se sentar na sua carteira.

- O que foi isso Alice? – Perguntou a Rose, espantada.

- Então ela ontem gozou comigo. Hoje recebeu a vingança. 

Riram-se as duas. De seguida o professor entrou na sala e tivemos que nos calar.

Versão Jéssica 

Aquela Alice não ia esperar pela demora. Ia me vingar dela e não ia ser boazinha. Tinha de pensar em algo genial.

Versão Alice

Esta aula estava a ser uma autêntica seca! Já bocejava de 5 em 5 minutos.

Passado meia hora tocou. Aleluia. Estava a ver que a aula nunca mais acabava.

Sai da sala com a Bella e a Rose e fomos até à esplanada.

- Oi! – Dissemos nós as três aos rapazes.

- Oi! – Disseram eles.

- Então Emm como é que correu o teste de matemática?

- Mal! – Disse ele fazendo beicinho. Era tão fofinho! – Não percebia nada daquilo.

- Não era assim tão difícil. – Disse o Edward.

- Pois…pois… Sr. Sobredotado.

- Estúpido! – Disse Edward no gozo.

- Se me queres ofender, ofende-me com dignidade. É Sr. Estúpido.

Claro que aquela só podia sair da boca do Emm.

Aii… Lá vinha o Jasper e aquela cabra de mãos dadas. O Jasper desceu muito de nível, agora até com cabras se dava.

Não lhes ia ligar. Ia fazer de conta que eles não estavam lá.

O resto das aulas correu normalmente.

Passadas duas semanas.

Hoje tinha consulta no médico. Ia saber se passava-se alguma coisa com o meu bebé.

Ia ao médico com a minha mãe.

Tinha consulta depois de almoço por isso aproveitei para ir às compras com a minha mãe. Tinha cada vez menos roupa para vestir. Estava tudo a ficar-me apertado.

Comprei imensa roupa. Depois almoçamos e fomos para o hospital.

Ainda fiquei lá um bocado, tinha 3 pessoas à frente.

Quando entrei no consultório estava nervosa.

-Boa tarde Alice! Tudo bem? – Perguntou o médico.

- Sim e consigo?

- Vai-se andando. Mas vamos falar do que interessa não é?

- Sim.

- O exame não acusou qualquer tipo de doença.

- Ainda bem. – Disse eu aliviada.

- Vá ali para a maca para eu ver o bebé.

- Ok.

Dirigi-me para a maca.

- Pois… Já está com o tamanho normal.

- Já está bem desenvolvido? – Perguntou a minha mãe.

- Sim e ela está muito bem de saúde pelo que estou a ver aqui.

- Ela? – Perguntei eu confusa.

- Sim ela! O seu bebé é uma menina.

Estava babada a olhar para o monitor.

- Alice, pode-se levantar.

- Ok… - Disse, ainda emocionada.

Saímos do consultório e fomos em direcção ao carro.

- Estou tão feliz mãe! – Disse eu, alegremente.

- Eu sei!

- Notasse assim tanto?

- Yap. Tens um sorriso de orelha a orelha!

Só me vinha a imagem do monitor com a minha filha à cabeça. Estava mesmo babada.

Chegamos a casa.

Já lá estavam os meus irmãos com a Bella e a Rose.

- Oi! – Disse, alegremente.

- Oi! – Disseram todos.

- Estás muito feliz, Alice! – Comentou o Emm.

- Estou apaixonada! – Disse eu a pensar na imagem da minha filha.

- Por quem? – Perguntaram todos.

- Pela minha filha.

- Pela tua filha? – Perguntou o Emm, confuso.

- Sim! Eu não estou grávida?

- AHHH!! – Gritaram a Bella e a Rose.

- Podem partilhar? Ainda não percebi essa da filha. – Disse Emm.

Como ele podia ser burrinho.

- Amor és tão burrinho! Ainda não percebeste que a Alice está grávida de uma menina? – Disse a Rose.

- Ahhh!! Já percebi. Então eu vou ter uma sobrinha?

- Yap. – Respondi-lhe.

Apareceu-lhe um enorme sorriso na cara.

- Vamos lanchar? – Disse a minha mãe.

- Sim! – Dissemos todos.

Fomos todos para a cozinha lanchar. Enquanto lanchávamos o meu pai entrou na cozinha.

- Boa tarde! – Disse o meu pai.

- Boa tarde pai.

- Boa tarde Carlisle.

Fui a saltitar até ao meu pai.

- Pai, vais ser avô de uma menina! – Disse eu entusiasmada.

- Que bom! – Disse ele dando-me um abraço. – E está tudo bem com ela?

- Yap. O médico diz que ela é saudável.

- Que nome é que vais dar? – Perguntou o Edward.

- Não sei. Ainda não pensei nisso.

Boa pergunta. Que nome é que eu lhe ia dar?

- As aulas estão quase a acabar. – Informou o Emm.

- Ya. – Rose.

À tarde estive a fazer os trabalhos de casa atrasados e a estudar para os testes que se aproximavam. Já tinha tido a maior parte deles mas ainda faltava de matemática e literatura.

Às oito e meia da noite jantei e depois fui para o meu quarto pensar num nome para dar à minha filha.

Pensei…pensei…até que cheguei a um nome. Era lindo. Era perfeito.

...