As Crônicas de Caledônia escrita por Fani Fics


Capítulo 6
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Olá Luminas!
Quero dedicar esse capitulo ao Lumina Ricardo Marçal Jr por estar acompanhando e comentando e também á Marcela Joaquim que se juntou aos Luminas essa semana ♥
Boa Leitura!



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Rapunzel passou o fim de semana todo chateada com os amigos.
Sábado havia sido seu aniversario de dezesseis anos, e nenhum amigo foi em sua casa para parabeniza-la, nem mesmo uma ligação. Nada!
Seus amigos eram criaturas egoístas e insensíveis. Essa era a conclusão que a loirinha havia chegado.
Como se não bastasse terem ignorado a garota na sexta feira, como se Rapunzel fosse uma barata asquerosa, toda vez que a garota se aproximava eles simplesmente se calavam e cada um seguia para seu canto.
No fim da tarde de sábado, a garota ligou para Merida, afim de tentar lembrar a amiga que era seu aniversario e que este era um evento importante, talvez se Merida escutasse sua voz ela se lembrasse que havia deixado passar.
Porém, nem Merida, Nem Soluço nem mesmo Jack Frost haviam se lembrado e quando ela os convidou para tomar um sorvete eles inventaram desculpas e desligaram na sua cara.
Rapunzel suspirou e alisou seu camaleão que estava deitado em sua barriga. Pascal sim era um amigo de verdade. Havia feito companhia para a garota durante todo o fim de semana, assistindo Um Amor para Recordar e tomado litros de sorvete de chocolate.
Não que Rapunzel fosse uma adolescente dramática, ela estava apenas chateada com seus amigos e talvez um fim de semana na fossa ajudasse seu humor.
Rapunzel ouviu a porta se abrir, mas não fez menção de se mexer, ficando jogada no chão de barriga pra cima, com os cabelos fazendo um arco em volta de sua cabeça e Pascal deitado em seu abdômen.

— Rapunzel, o que está fazendo ai? - perguntou Arianna, observando a filha do batente da porta.

— Estou curtindo a solidão! - respondeu à loira, dramatizando.

Arianna riu, curtindo o fato de que Rapunzel não fazia a menor ideia de que seus amigos planejavam para ela uma festa surpresa. Mavis e Merida estavam conversando com a mulher por mensagens, combinando a decoração e as guloseimas que deveria ter na festa surpresa.
Arianna preferia comemorar o aniversario junto com a filha, mas sabia que sua doce garotinha estava crescendo, e que o mais natural seria comemorar com os amigos.
Arianna tentava ao máximo proteger a filha, que era única.
Embora quando mais jovem sonhasse em ter vários filhos, uma complicação na gravidez de Rapunzel quase levara mãe e filha a morte e segundo o diagnostico dos médicos, a mulher nunca mais poderia engravidar. Fora um choque terrível para o casal, mas com o passar dos anos eles se acostumaram à ideia de serem pais de uma única criança, e Rapunzel era uma verdadeira alegria para eles.

— Vai dormir Rapunzel. Amanhã você tem que ir para a escola. - disse a mulher, puxando a filha por uma mão enquanto com a outra a garota pegava o camaleão.

— Tenho mesmo que ir? - questionou a garota, colocando Pascal no travesseiro ao lado.

— Claro! - Arianna faz careta ao ver onde o camaleão dormia, mas não disse nada. Rapunzel tinha muito amor naquela criaturinha esquisita.

— Merida e Soluço, depois Jack e Mavis... - cantarolava a garota, se deitando na cama.

— Não seja dramática, Rapunzel. - pediu a mãe.

Rapunzel observa a mulher a sua frente. Arianna era uma linda mulher, alta e esguia ela tinha cabelos castanhos cumpridos e lisos, os olhos eram de um tom de mel brilhante e os lábios eram levemente carnudos. Arianna era uma linda mulher e uma mãe amorosa, mas não entendia as crises de ser uma adolescente que fora abandonada pelos amigos perto do aniversario.
Rapunzel teria desconfiado de um aniversario surpresa, se Merida e Soluço já não estivessem estranhos há semanas, como se estivessem guardando um grande segredo.
Eles juravam de pés juntos que não estavam namorando, mas não se desgrudavam por nada, estavam sendo juntos nos corredores, cochichando pelos cantos.

— Não estou sendo. - respondeu a menina.

— Amigos não abandonam Rapunzel. Talvez estejam só passando por alguma coisa. - sugeriu a mulher.

— Claro, e eu sou Taylor Swift!

Arianna ri, beijando a testa da filha e saí do quarto.
Rapunzel encara o teto que era decorado por varias estrelas que brilhavam no escuro. Ela tinha colocado aquelas estrelas lá junto de Merida, logo quando começaram a se tornar amigas.
Rapunzel lembrava exatamente do dia em que ela e Merida haviam começado a ser amigas, fora no inicio da quarta serie, quando suas duas primas Anna e Elsa haviam ido morar na cidade vizinha deixando a loirinha sozinha. Durante os primeiros dias a garota se sentiu solitária sem as primas, já que elas sempre estudaram juntas. Rapunzel já tinha visto Merida perambulando pela escola antes, mas nunca haviam se falado.
Até o dia em que Melequento, como era chamado, pegou um dos besouros que se amontoavam na beira da janela da escola e o colocou nos cabelos de Rapunzel.
Assustada Rapunzel gritou, enquanto Melequento ria com seus amigos. Merida havia surgido do nada, pegado o besouro do cabelo da menina e encarado a mesma com os enormes olhos azuis.
Primeiro achou que Merida iria colocar o besouro nela de novo, mas ao invés disso Merida empurrou Melequento para o canto da sala e teria obrigado o garoto a comer o inseto se a professora não tivesse separado.
Naquele dia, na hora do intervalo Soluço chamou a loura para se juntar a eles, e juntos os quatro se sentaram para lanchar. E foi assim desde a quarta serie.
Até agora.

—---*----

— Você pirou. - concluiu Soluço - Com certeza você tá pirada.

Os dois estavam em seus lugares de sempre de frente pra sala de aula. Rapunzel estava em algum lugar do pátio, Mavis combinava com o professor a surpresa e Jack estava com os fones de ouvido jogado na grama escutando um rock pesado que podia ser ouvido a quilômetros de distancia.

— Qual é Soluço! - indignou-se Merida - Temos que saber o que tem dentro daquele baú, e o dia é hoje.

Soluço repassou o plano de Merida em sua cabeça e ele parecia, além de arriscado muito idiota. Mas Merida era impulsiva demais para pensar em qualquer coisa, por isso ela sempre sofria consequências, pois ocasionalmente ela nunca se preocupava em ser pega.

— Acho uma má ideia. - comentou o rapaz, estralando o pescoço.

— Não seja um bundão, o plano é simples, e se a gente fizer direito ninguém vai pegar a gente.

— Você lembra o que aconteceu com você por estar na sala dos professores? O que vai acontecer se for pega na sala do diretor? - indagou Soluço.

— É por isso que você vai estar lá, pra me dar cobertura! - repetiu Merida, dando uns croques na cabeça do amigo.

Nesse instante o sinal toca, indicando o fim do intervalo e eles começam a se levantar para entrar em sala de aula, Rapunzel passa ao lado deles e os ignora completamente, tirando olhares desconfiados de ambos.

— Acha que ela desconfia? - perguntou Soluço para a ruiva.

— Impossível!

Durante toda a aula, Rapunzel ficou em completo silencio o que era em todo caso muito estranho, já que a garota parecia uma maritaca o tempo todo, sempre animada e pronta para ajudar todo mundo.
Enquanto trocavam olhares na sala de aula, Merida repassava seu plano para pegar o baú e o que quer que ele guardasse. O aniversario surpresa de Rapunzel havia caído como uma luva para eles, como se o destino sorrisse para a dupla e quisesse que eles descobrissem o que estava escondido. Esse pensamento fez Merida sorrir por dentro, aparentemente alguém a estava ajudando, talvez as parcas.
Quando o sinal tocou, Jack abriu o catchup que vinha guardando e o enfiou no nariz, o que arrancou caretas de Soluço e Merida.

— AI PROFESSORA! - gritou o menino, com as mãos no nariz - Meu nariz tá sangrando!

A professora havia sido avisada sobre o aniversario surpresa apenas naquele mesmo dia, e embora ela não concordasse com isso, North havia dado a palavra aos adolescentes, por isso a mulher era basicamente obrigada a estar nas tramoias dos alunos. Jack ficara a cargo de ocupar Rapunzel por alguns minutos enquanto os amigos preparavam a sala, ele havia mantido segredo do que faria, e todos esperavam algo brilhante, mas vindo de Jack Frost, obviamente seria algo nojento e meio sem noção.

— Vai pro banheiro. - disse a professora - Rapunzel vá com ele.

A loira esqueceu-se completamente que estava chateada com os amigos e a magoa deu lugar a uma preocupação palpável quando segurou Jack, apoiando o garoto em seus ombros, enquanto o nariz do garoto sangrava.
Junto com o rapaz, Rapunzel saiu da sala, rumo ao banheiro.

Os dois mal haviam saído quando Merida e Mavis correram até a diretoria para pegar as decorações que o pai de Rapunzel havia deixando na escola mais cedo. Soluço e Moana arrumavam as mesas no fundo da sala, enquanto outros alunos foram até o refeitório para pegar as guloseimas.
A professora ajudava outros colegas de sala a pregarem a faixa de parabéns enquanto o restante enchia algumas bexigas.

—---*---

Jack era um gênio.
Ele estava muito orgulhoso de sua atuação, que era digna de Oscar. Rapunzel estava desesperada, andando de um lado para o outro enquanto ele lavava o catchup do nariz.
Jack gemia de dor, uma dor fingida que deixava Rapunzel agoniada. Por dentro ele ria, talvez ele fosse pro inferno, mas ver Rapunzel tão desesperada era engraçado.
Dando uma espiada por cima do muro ele vê quando Mavis faz um sinal frenético com as mãos.
Tudo estava pronto.

— AI! - gritou o menino, se debruçando mais uma vez, fazendo a amiga correr até ele de olhos arregalados.

— Jack, ai meu Deus! - ela segurava as costas do menino - Jack quer que eu chame seu avô? Sua mãe quer que eu ligue para sua mãe?

— Isso, liga pra minha mãe! - pediu o menino - Meu celular está na sala. Pega pra mim, por favor.

Com passos rápidos, Rapunzel corre para a sala de aula. Havia feito um voto de silencio a manhã toda e até ignorara o rapaz durante a aula de matemática, mas agora sentia uma culpa tremenda. E se ele morresse como ficaria sua consciência?
Descendo as escadas às pressas a menina não percebe que Jack está bem atrás dela, rindo em suas costas.
Entrando na sala de aula de supetão a garota leva um susto quando todos os alunos gritam um "SURPRESA" bem alto.

Rapunzel riu, sentindo mãos em seus ombros ela olha para trás, para ver um Jack com o nariz sem uma gota de sangue e rindo de canto.
O fundo da sala estava cheio de bexigas roxas e amarelas, as mesas haviam sido todas unidas e brigadeiros e pãezinhos estavam expostos. No centro da mesa tinha um bolo de chocolate muito convidativo.
A sala toda cantava parabéns, e Rapunzel não sabia o que pensar nem o que dizer. Eram os melhores amigos do mundo.

— Não acredito! - disse a garota quando teve silencio - Vocês não esqueceram!

— Claro que não. - sorriu Merida, dando um abraço na amiga. - Quase, mas não. - riu a ruiva.

As parabenizações vieram rápido e depois todos atacaram a mesa de pães e doces, que era o que todos estavam pensando desde o inicio da manhã.
Eles começaram a contar o plano todo, desde a semana anterior e Rapunzel nunca se sentiu tão boba, especialmente ao descobrir que os pais também estavam envolvidos.
Estava tomando um refrigerante quando percebeu que Soluço e Merida haviam desaparecido.

—---*----

Merida bateu na porta do diretor, com um sorriso no rosto. North encara a garota a porta, sentado em sua cadeira atrás da mesa. Os olhos da garota voaram do baú de metal até o homem rechonchudo.
O diretor só conseguia imaginar o que Merida tinha aprontado para estar em sua sala com aquele estranho sorriso.

— A festa começou. - disse a garota, entrando na sala - Rapunzel pediu para chamar o senhor.

— Não posso ir, mas agradeço. - sorriu o velhinho.

— Ela vai ficar chateada se você não for para comer um pedaço de bolo de chocolate. - jogou Merida, batendo seus cílios como uma garota doce e meiga que todo mundo sabia que ela não era.

North largou a caneta e ponderou um pouco. Bolo de chocolate?
Ora, ele era um homem grande, e não recusava uma boa guloseima. Porém, ele também era responsável por uma escola e tinha papeis para preencher, coisas para resolver, ligações para fazer. Era um homem atarefado, mas que adorava comer!
Onde tinha comida, North estava lá, e saber que tinha uma festa em uma sala de aula com bolos e outras gostosuras fazia o homem revirar os olhos.
Ele tinha uma pequena batalha em seu interior, mas a comida venceu. Como sempre.

— Que tipo de diretor eu seria se recusasse não? - falou sorrindo, levantando da cadeira.

Merida comemorou por dentro, enquanto caminhava com o diretor para a sala de aula. Soluço estava encostado á parede do corredor oposto, quase se enfiando na mesma para fugir do alcance dos olhos de North.

— Direto, posso ir ao banheiro antes? - pediu a garota.

— Claro, só não demore. - pediu.

— Deixe bolo pra mim. - brincou Merida, sorrindo.

— Não posso prometer! - riu alto o homem, batendo a mão na enorme pança.

E assim North seguiu seu caminho, dançando com passinhos estranhos só de pensar em comer. Essa era uma das coisas que o homem mais gostava de fazer, e seu tamanho não negava. O neto dizia que North tinha que fazer uma dieta e até obrigou o senhor a fazer umas caminhadas, mas o negocio de North era um bom prato cheio.
Merida espichou o pescoço até ver o diretor desaparecer de vista e então puxou Soluço que estava escondido no corredor.

— Fica de olho. - mandou a garota, entrando na sala do diretor e encostando a porta.

Soluço fica de olhos arregalados, olhando para todos os lados achando que Merida era uma garota maluca em se arriscar tanto.
Que desculpa ela daria se fosse pega? Soluço não conseguia pensar em uma desculpa, e se fossem pegos eles não poderiam dizer o porquê da invasão.
Inquieto, o rapaz ficou na beira das escadas, como se não devesse nada, mas estava na cara que ele escondia alguma coisa.

Merida entrou na sala do diretor e encostou a porta, correu para trás da mesa e se esticou na ponta dos pés até pegar o baú de metal.
De perto o símbolo ficava ainda mais visível, e ela o contornou com os dedos. Respirando fundo, colocou o baú em cima da mesa de North, amassando alguns papeis, mas sem dar importância ao fato.
Pegando a chave que até então estava escondida no bolso do short Merida o coloca na fechadura que ficava no centro do símbolo da triquetra.
Girando a chave a garota escuta um estalido seco e depois abre a tampa do baú, olhando lá dentro.

Um barulho na porta chama sua atenção.
A maçaneta é girada lentamente.
Merida encara o conteúdo do baú e seu olhar viaja até a porta, que estava sendo aberta.

—---*----

Soluço estava muito tranquilo quando Rapunzel se aproxima pelas escadas, encarando o rapaz com seus olhos verdes que se igualavam a grama na primavera.

— Você e Merida sumiram. De novo! - acusou - Qual é o problema de vocês? Se não estão namorando porque de tantos segredos?

— Não sei do que você tá falando. - desconversou Soluço, mexendo os ombros intensamente, um hábito horrível, mas que ele não conseguia largar mão.

— Está mentindo. - Rapunzel olha em volta - Cadê Merida?

— Não sei.

— North chega lá dizendo que eu o chamei, mas eu não fiz isso e você e Merida somem. É meu aniversario? Vocês não tem sensibilidade? - questionava a garota, levando a voz.

Nesse instante Stabbengton passa por eles, a cara amarrada como de costume. Como em câmera lenta, Soluço escuta a voz do inspetor os mandando para a sala de aula. Rapunzel começa a descer os degraus da escada, bicuda, enquanto Stabbengton dava vários passos em direção à porta do diretor.
Soluço queria fazer alguma coisa, qualquer coisa, mas suas pernas congelaram e sua garganta trancou.
Ele sabia que era uma péssima ideia. Ele tinha dito, mas Merida não tinha dado ouvidos pra ele.
O rapaz observa aflito Stabbengton girar a maçaneta e entrar na sala do diretor.

— RAPUNZEL! - gritou o rapaz.

—---*---

Merida ia matar Soluço!

Que tipo de vigia ele era? Sua sorte é que era rápida e ágil como uma flecha e antes da porta se abrir a garota conseguiu se esgueirar para baixo da mesa de North, onde estava escondida.
Os olhos azuis de Merida pousaram no baú do qual ela deixara na estante de mogno, a tampa estava fechada, porém ela tinha esquecido a chave na fechadura.
Batendo na cabeça por sua burrice, Merida segura à respiração enquanto Stabbengton caminha até a estante.
A garota segurava o que quer que fosse aquilo que ela havia achado, forte no peito enquanto Stabbengton tirava o baú da estante e o colocava na mesa do diretor.
Merida olhava pra cima, os ouvidos apurados, enquanto o homem tirava uma chave de fenda do bolso.
Então silencio.
Stabbengton volta à fenda para o bolso e encara a chave no baú. Merida queria se estapear.
O homem começa a andar em círculos no aposento, então um clique seco e o baú é aberto novamente. Stabbengton amaldiçoa os deuses e o mundo, quando encontra um baú vazio.
Merida só conseguia ver as enormes botas do homem de onde estava encolhida embaixo da mesa, querendo que a terra a sugasse.
Stabbengton guarda a chave no bolso de sua calça e então recoloca o baú no seu lugar na estante de mogno. Ele coça a cicatriz no queixo e começa a se aproximar da mesa, com passos lentos com o um felino prestes a encurralar sua presa.
Merida segura à respiração, quando o homem para em frente á mesa.

— Inspetor Stabbengton! - gritou Soluço, aparecendo na porta, suado - Rapunzel, ela caiu. - disse o rapaz, aflito.

— Não pode chamar outra pessoa? - pergunta Stabbengton, encarando Soluço.

— Ela está machucada, acho que desmaiou! - implorou o magricelo.

Stabbengton faz cara feia e saí do campo de visão de Merida. Antes de fechar a porta ele lança um olhar para a mesa de North.

—---*----

Merida demorou vários minutos ainda para sair debaixo da mesa do diretor.
Depois descobriu que a mãe de Rapunzel tinha vindo buscar a filha na escola e que Soluço tinha ido com a loirinha. Mavis e o restante da sala ficaram a cargo de limpar toda a bagunça.
Merida guardou o que ela tinha achado na bolsa, com muito cuidado para não ser pega.
Stabbengton estava envolvido e dessa vez não tinha duvidas.
Ela tinha dado uma espiada no baú e a chave havia realmente sumido, obviamente estava na posse do inspetor. Agora ela tinha certeza que o quadro havia sido retirado da sala dos professores pelo inspetor e não por Jack. Merida fez uma careta só de se imaginar pedindo desculpas.
Ao chegar em casa, a ruiva mandou uma mensagem para o amigo, querendo se encontrar com ele e pedindo para que ele a esperasse no casarão, mas Soluço disse para encontra-lo no cemitério.
Merida não curtia a ideia de voltar ao cemitério tão cedo, mas obviamente aquele era o único lugar onde poderiam conversar sem serem interrompidos.
Merida estava fazendo um esquema, ela assinava o caderno de aulas de jazz, que sua mãe achava que ela estava fazendo, mas quando Mary se distraia a garota corria para fora do casarão para praticar arco e flecha junto de Astrid.
Mais tarde, naquele mesmo dia, Merida caminhou rápido pela cidade até chegar ao cemitério.
Soluço já estava esperando sentado em um tumulo com as mãos na cabeça.

— Isso não é desrespeito? - quis saber a ruiva se aproximando.

— Merida... - começou o rapaz, mas foi interrompido por um croque.

— Eu quase fui pega! Qual é seu problema? - reclamou a garota - Como está Rapunzel?

— É isso que quero dizer...

— Eu devia estar lá com ela, mas estava bisbilhotando, mas você não sabe o que encontrei...

— Merida. - chamou uma voz suave atrás da garota, interrompendo a tagarelice da ruiva. Merida se vira rapidamente para encontrar enormes olhos verdes a encarando.

— Rapunzel, você por aqui. - sorriu tentando disfarçar - Que coincidência.

— Ela sabe. - disse Soluço, encarando Merida que ficou obviamente confusa.

— Como? - quis saber a garota, olhando para Rapunzel.

— Ela mentiu sobre ter desmaiado. Foi o jeito que a gente achou de enganar o Stabbengton.

Merida não conteve o sorriso. Rapunzel, sempre tão certinha, aquela que seguia todas as regras que nunca fazia nada de errado, havia mentido. Para proteger Merida sem nem mesmo ter noção no que estava se enfiando.

— Você mentiu. - foi a única coisa que conseguiu dizer.

— E você também. - acusou a loira.

— SURPRESA! -riu Merida sem graça dando um soco no braço de Soluço por não ter dito nada que a preparasse para a situação.

— Não acredito que vocês estão caçando alguma coisa e nem me disseram. - Rapunzel se aproximou dos amigos. - Estou dentro.

— Do que? - perguntaram em uníssono.

— Do grupo, seja lá o que vocês estiverem fazendo. - sorriu à loirinha. - E nem pensem em negar, senão eu vou contar pra todo mundo. 

— Você não faria isso...Faria? - duvidou Soluço, meio confuso com a decisão de Rapunzel. 

Na verdade Rapunzel nunca entregaria os amigos mas ela queria estar com eles novamente, e se isso era uma caçada - seja para um tesouro - era algo que ela gostaria de fazer. E se tivesse que blefar para que eles a aceitassem, então ela o faria. 

— Mostre para ela. - pediu Soluço e Merida entendeu.

Se aproximando do mausoléu, com Rapunzel em seu encalço a garota retirou o medalhão explicando como o havia encontrado no casarão, e o colocou no símbolo do qual uma luz emanou e a porta se abriu com um  barulho estrondoso.
Rapunzel ficou de queixo caído.

— E isso nem é tudo. - disse Merida para Rapunzel. - Lá dentro tinha uma ossada.

— Que tinha uma chave. - completou Soluço, aos sussurros.

— Que abria um baú de metal na sala do North que tinha um símbolo semelhante a esse. - falou Merida, retirando o colar do lugar fazendo a porta se fechar num baque. - E tem mais. Stabbengton estava procurando a mesma coisa que nós. Eu vi quando ele pegou o baú... E acabou ficando com a chave.

— Oque? - gritou Soluço.

— Você é um péssimo vigia e eu tive que me esconder, mas esqueci a chave. - falou a garota - Mas, eu peguei isso.

Retirando da bolsa, Merida mostra aos amigos uma linda pulseira dourada que reluzia mais que a luz do sol. A pulseira era lisa, e dividida em duas, como filetes de uma flor, que se cruzavam e se ligavam. Merida colocou a pulseira no braço, mas era como se faltasse algo no centro. 

— O que é isso? - perguntou o menino, pegando o objeto que Merida lhe entregou - Parece ouro puro.

— Eu não sei o que é, mas Stabbengton também queria. E muito. - disse a garota, vendo Soluço passar a pulseira para Rapunzel.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Até mais Luminas ♥



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