Capítulo 1

Os primeiros raios solares da manhã refletindo em seu rosto, foram os responsáveis por acordá-lo essa manhã. Um fato um tanto incomum, já que seu trabalho mal permitia que o mesmo tivesse uma noite considerada descansável. Mal parava em casa, na verdade. Tudo isso devido a sua paixão em dar tudo si e manter sua cidade e cidadãos de bem em segurança. Esse era Uzumaki Naruto.

O que aquele dia tinha de tão especial? Além do fato do loiro ter acordado sem a pressão de seu despertador tirando-o do conforto de sua cama, quando mal dormia quarto horas por dia ou o toque irritante de seu celular, que na maioria das vezes não era uma ligação considerada das melhores. Afinal, sua função era solucionar os problemas e esses problemas tinham nome e sobrenome: Polícia de Konoha.

Sim, ele era um dos mais respeitáveis policiais, que, apesar de muito jovem para atuar em um cargo de sub-chefe de polícia, executava seu trabalho de forma inigualável. A não ser quando assunto era Uchiha Sasuke, filho do chefe de polícia, outro sub-chefe e também seu melhor amigo. Mas não se engane em pensar que sub-chefe de polícia é uma função comum entre os profissionais responsáveis por garantir a segurança dos indivíduos, as vinte quatro horas por dia. Uzumaki Naruto e Uchiha Sasuke eram profissionais que honravam o nome da Polícia de Konoha e nada mais justo, que possuíssem o cargo em questão.

O caso Uchiha seria um assunto para outra hora, porque hoje é um dia especial. Uzumaki Naruto, o homem-garoto mais cabeça oca da região havia acordado para vida. Depois de tanto tempo procurando a garota ideal, companheira para todos os momentos e que aturasse sua pequena dificuldade em entender as coisas na mesma velocidade que as pessoas normais, estava em sua cara o tempo todo!

Por que então só agora o loiro havia se tocado de tal façanha?

Bastou uma conversa, com os ânimos um pouco além do normal, com sua melhor amiga, Sakura, para que finalmente caísse na real, ou melhor, caísse literalmente, só que no punho da rosada. Alguns métodos faziam-se necessários, afinal, estamos tratando do policial menos agraciado com a arte da esperteza. Mas como alguém assim conseguiria garantir a segurança da população de Konohagakure?

Ele era bastante competente e genial para seu trabalho, é verdade. Contudo, quando se tratava de sua própria vida, era um tapado! E nada melhor do que a sua melhor amiga para dar aquela “força”.

Após passar o equivalente a 40 minutos, ainda deitado na cama e reformular na cabeça, novamente, todos os seus planos para aquele dia, decidiu que era hora de levantar. Sentou-se na cama, tão rapidamente, que sentiu sua cabeça girar com o ato imprudente, mas ignorou tal sensação. Esticou os braços para o teto e espreguiçou-se, aproveitando a reação positiva de seu corpo, como se aquela noite bem-dormida o fizesse capaz de tudo. E ele realmente se sentia dessa maneira.

[…]

Hinata caminhava pacientemente em direção a sua casa, após um dia exaustivo de faculdade. A mesma cursava direito, porém, naquele dia, estranhamente havia sido liberada mais cedo, já que um de seus professores não pode comparecer à universidade. Não se importou, afinal seria um ótima desculpa para visitar Sakura, que vivia enfiada na polícia de Konoha, já que namorava Sasuke e a azulada “acidentalmente” encontrar com Naruto. Certo, o que tinha de tão mal visitar um grande amigo de infância?

Tudo bem que a garota já deixava mais que explícito seu interesse por Naruto e que os dois já haviam saído antes, sem segundas intenções, (pelo menos era assim do ponto de vista de Naruto) e que todos de seu ciclo de amigos já sabiam dos sentimentos da garota, Naruto continuava agindo daquele modo ingênuo e inocente demais para a garota, que esperava uma iniciativa, por parte do loiro, desde o início da adolescência.

Ela poderia simplesmente abordá-lo e falar que era loucamente e completamente apaixonada por Uzumaki Naruto, desde o tempo que descobriu o que significava a palavra amor, mas carecia de um recurso bastante importante para que tal ação se concretizasse: coragem. A garota sempre foi muito tímida quando o assunto era Naruto.

Apenas recentemente havia conseguido confessar para suas amigas, Sakura, Ino e Tenten, os seus verdadeiros sentimentos, embora todas elas já soubessem, falar com todas as letras era difícil, imagina então para o responsável por causar tais sentimentos em si?

Foi tirada de seus devaneios, ao sentir seu celular, que encontrava-se no bolso de sua calça, vibrar e ao pegá-lo e encarar o visor, ficou brevemente chocada ao descobrir o remetente de sua chamada. Será que ele podia ler seus pensamentos?

—Alô, Naruto-kun?– A mesma exibia um sorriso, que somente uma pessoa seria responsável por isso. E ela estava na linha, naquele momento.

— Olá Hinata! – O mesmo falava um pouco histericamente demais, até para seu comportamento cotidiano. O loiro estava muito nervoso, afinal não era conhecido como o mais romântico de sua cidade. – Como está?

—Estou bem, Naruto-kun. Obrigada por se preocupar. E como anda o trabalho? – Ótimo Hinata, não tem como arrumar um assunto melhor para uma conversa? Revirou os olhos mentalmente pela sua idiotisse. A mesma continuava andando calmamente pela rua.

—Bem, bem. Haha. Er… – Sentia-se uma mula por estar se atrapalhando nas palavras. O que Hinata pensaria dele ligando, sem ter um motivo claro e agindo daquele jeito? Tinha que ir direto ao assunto. – Você está ocupada essa tarde?

A azulada nesse momento checava a cor do sinal, para poder atravessar a rua estava achando adorável a forma que Naruto estava se embolando com as palavras ao telefone. Mesmo que o loiro fosse lerdo às vezes, ok, frequentemente, amava cada traço do Uzumaki. Mas a pergunta que Naruto havia feito há pouco, a pegara de surpresa. Seria boba demais em imaginar certas coisas? Não se importou com isso e respondeu simplesmente.

Naruto sentia-se ainda mais idiota, como se fosse possível. A garota fazia faculdade e trabalhava, era óbvio que a mesma não teria tempo para desperdiçar com ele.

— Estou sim Naruto-kun. – Nesse momento a mesma atravessava a rua, já que, há pouco tempo, havia checado que o sinal indicava estar fechado. – Inclusive é uma grande coincidência você ligar agora, já que…

—Cuidado! – A azulada nem havia tido tempo de raciocinar, quando recebeu o baque, apagando logo em seguida. O carro, que estava em alta velocidade, havia lhe acertado em cheio e o seu corpo, arremessado por alguns metros.

Naruto que esperava ansiosamente a resposta da Hyuuga no telefone, estranhou quando a mesma não veio. Achou ser por causa de seu nervosismo ou por, simplesmente, a mesma ter fingido que a ligação havia caído e desligado na sua cara. Claro! Por que alguém como Hinata aceitaria sair com alguém tão destrambelhado como Naruto? Até que sua ficha caiu por um momento. Antes do sinal do celular terminar, havia ouvido alguém gritar “Cuidado”… E se a mesma tivesse sido abduzida? Não podia ficar parado ali, tinha que saber o que tinha acontecido.

Mas para onde iria?