— Um livro de receitas. – falei chocada pela terceira vez naquele dia. – UM LIVRO DE RECEITAS. – Falei mais alto e mais indignada.

—hum, talvez ai esteja reunidos os segredos da culinária da sua família. – Disse Marilyn com a voz toda doce tentando me acalmar, percebendo a decepção na minha cara.

— É deveria ser exatamente isso!– Disse rindo sem acreditar. Até Margo estava irritada. – Acontece que a vida é muito irônica. Não acredito que ele fez isso comigo. - Disse angustiada.

— Oh minha querida. Desculpe se esta desapontada. Mas pense pelo lado bom, isso significava muito para ele e agora esta com você....- Desapontada? Eu já estava furiosa na altura daquele campeonato. – Quer tomar alguma coisa?

— Na verdade, preciso ir já esta ficando tarde e minha tia vai ficar preocupada comigo. – disse soltando um suspiro e levantando do sofá.

—Verdade, já vão dar seis horas. – disse levantando e me acompanhando até a porta. – Mas não deixe de me visitar, podemos tomar um café ou fazer aqueles bolinhos que você adorava quando criança... sabe, reviver os bons tempos.- Disse me dando um abraço.

— Muito obrigada por tudo que a senhora fez por mim e pela minha família. Vou ser eternamente grata. E sobre os bolinhos... se a senhora ainda lembrar da receita eu venho com muito prazer. – Disse implicando.

—AH! Menina Cassandra, nunca mude esse seu jeito.- Disse rindo.

E com isso segui meu caminho de volta para casa da minha tia.

Como se já não bastasse eu ficar irritada com esse estúpido livro de receitas. O universo achou que não era o bastante. Não! Cassandra tem que se estressar mais hoje.

Estava quase chegando em casa, quando o carro de Derek Hale começou a me seguir no início da rua.

— Hey! Tem um minuto?- Diz ele se debruçando um pouco para a janela do passageiro para falar comigo.

— Hum, pra você?... Não . - Continuo andando ignorando o fato que Derek ainda está me seguindo de carro.

— Vamos lá Cassie, você não tem falado comigo há dias.

— Não sei se já te informaram, mas ando meio ocupada, sabe, tentando não ser morta, procurando o grimório...- respondo de forma ríspida.-... Sabe? Aquele livro de feitiços que você prometeu me ajudar a encontrar?

— Eu posso explicar... Só...Entra no carro.

— Muito engraçado você dizer isso, adoraria uma explicação, podemos começar com: porque você falou que ia me ajudar e depois de um pequeno acidente na clínica você simplesmente desapareceu? – Digo parada gesticulando o braço que nem uma louca na rua. – Quer saber, não tenho tempo para isso, o dia hoje foi bem cansativo.

— Cansativo.. É por isso que você resolveu preparar um banquete?- Fala ele com certo sarcasmo. Eis que me lembro do enorme livro de receitas que eu estou segurando, Ok! Até eu no lugar dele teria feito uma piada.

— Claro! Mas não se preocupe depois de colocar alguns ingredientes secretos de família eu entrego para você e para o Peter.

— Hum... Você iria me avisar se tivesse veneno ou algo mortal, correto?

— O que você acha?- digo parando de andar e virando em direção do carro para fuzilar ele com os olhos.

—Olha, queria pedir desculpas... Sabe... Pelas coisas não terem saído do jeito que você queira - ele suspira parecendo que estar tirando um peso das costas e continuou. - O Peter...

— É um canalha que não se pode confiar. Eu sei, mas também o que aconteceu não foi culpa dele ou sua. Foi até bom ter acontecido, porque não me arrependo de ter voltado atrás e rompido com o trato. Afinal, ele tá certo, se eu não consigo encontrar nem um livro estúpido, como planejo encontrar uma pessoa?

— Onde conseguiu isso afinal?- Fala Derek apontando para o livro.

—Meu pai deixou com a minha antiga babá - Respondo depois de me acalmar.

— Então pode ser uma pista...

— É acho que sim... Talvez... Na verdade não sei...

— Se eu não te conhecesse, diria que está desistindo. - Diz o lobisomem com certo humor.

— Você não me conhece!- Digo firme.

— Então prove. – fala abrindo a porta do carro. - Prove que estou errado e que você não está desistindo.

Em outra situação eu simplesmente o ignoraria e entraria em casa. Mas algo me diz que ele está certo, que esse livro é sim uma pista, ou talvez eu só queira que ele esteja. Mesmo com uma vozinha na minha cabeça me dizendo para não fazer isso, eu entro no carro sem saber exatamente para onde ele vai me levar, mas esperançosa que de alguma maneira me ajudará a desvendar a importância desse maldito livro de receitas.