Fluorescent Adolescent escrita por Liids River


Capítulo 5
Stop the world cause I wanna get off with you


Notas iniciais do capítulo

EU AMO ESTE SOM e ele não tem o reconhecimento que merece
uma faixa dessas bicho
muito boa
escutem!
vamos lá : este capitulo não é o ultimo como eu havia dito. Não.
O próximo é e vai ser lindo pq eu amei escrever essa short mds UHASUSAHISAUHSAUI
E eu adorei escrever este capitulo porquê ele é bem diferente e eu estava querendo fazer isso tinha um tempão
o que é em italico : passado
o que tá normal : presente
vocês vão entender...
e esse capitulo é pra Lira e pra Lí que são uns denguinhos meus
e pra Jess que eu mal conheço mas já to marcando de conhecer real vdd
AUHSAUSAHSAUIHASI
e pro Ivo
e pra Temperana
E pra Dany,e pra Dobler e pra Fernanda e pra todo mundo que eu amo todo mundo igual


e pra Maah minha Hokage
obviamente



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— Meu amor, você dificilmente verá algo tão magnifico quanto isso! – ele murmurou,voltando a se jogar em meu colo. Eu estava deitada em seu sofá preto.

Em seu apartamento.

Havia roupa em todos os lados. Havia roupa até de garota,mas não questionei nada. Obviamente não era coisa dele.

Ele passou a noite passada comigo. Eu bem me lembro.

Ele aconchegou sua cabeça em minhas coxas. Eu apoiei meu pé no estofado e joguei o celular em sua barriga. Ele pegou tanto o meu,quanto o seu e colocou-os em cima da mesinha de centro. Passei a mão em seus cabelos sedosos e sorri vendo-o colocar seu filme favorito para que nós dois assistíssemos. Parecia que aquele cadeado em volta de todo um Percy - que a chave tinha sido destruída e o pózinho do que restou dela fora colocado embaixo do martelo do Thor - tinha sido restaurado e a chave estava ali,nas minhas mãos.

Eu tinha acesso a todo um Percy agora.

E eu estava de joelhos pedindo aos céus que ele não se fechasse nunca mais.

Os lábios vermelhos moldavam as falas do filme enquanto ele coçava a pontinha do nariz distraidamente. Os olhos verdes de vez em quando olhavam para mim, certificando-se de que eu estava assistindo ao seu filme,e eu desviava os meus rapidamente fingindo realmente assistir só para não decepcioná-lo. Mas eu estava mais interessada nele. Em seus movimentos.

Quando chegamos no apartamento, era por volta das 11h da manhã. Estava uma bagunça e não tinha mais ninguém ali. Ontem,ele dissera que Nico estava com alguma garota no apartamento,e realmente... a bagunça não era só de Nico.

Se era,Nico precisava urgentemente de algumas práticas de organização.

Eu quase sugeri que voltássemos para a minha casa,mas também seria impossível de ficar por lá. Até porquê...

Percy era mãos em todos os lugares.

Ele sorria para mim toda vez que me dava uma pausa para respirar e eu agradecia por aquilo. Eu não queria ter que levantar e pegar a minha bombinha de asma só porquê Percy Jackson não parava de me beijar.

E eu não posso julgá-lo. Eu também era só mãos.

As costas de Percy estavam tão quentes que aqueciam as minhas mãos enquanto elas passeavam por seus músculos. Ele nos virou,fazendo-me ficar sentada em seu colo,enquanto beijava meu pescoço e meu colo.

Ele parou por um segundo respirando fundo.

—Eu não tenho certeza se quero acordar – balançou a cabeça,bagunçando ainda mais os cabelos negros.

— Então não vamos dormir – sussurrei entrelaçando minhas mãos nas suas e sorrindo.

Percy inclinou a cabeça de lado e franziu a testa.

— Essa é uma proposta quase irrecusável – murmurou – Mas...

—Mas nada. Sem mas. Mas não é legal - sussurrei também,passando um dos braços ao redor de seu pescoço e bagunçando seus cabelos da nuca -  Não é quase irrecusável,é completamente irrecusável.

—Não deveria – ele pontuou dando-me um beijo rápido. – Não era pra você ter ido até lá.

—Você era uma donzela em perigo. –sussurrei.

Ele sorriu jogando-me de volta na cama,puxando minhas mãos para cima,fazendo-me cócegas. Sabe a história da bombinha de asma? Então,era uma coisa bem constrangedora mas que iria acontecer se Percy não parasse o que estava fazendo.

— Eu não sou sua donzela em perigo – ele murmurou sério,o rosto escondido em meu pescoço enquanto me beijava.

—Eu nunca disse que era meu.

—Mas eu sou. – ele me mordeu de leve.

—Aí é você quem está dizendo. – eu sorri puxando seus cabelos. – Você ainda tá cheirando a garota barata.

Ele riu mordendo os lábios em seguida e puxando minha mão para beijar minha palma.

— Eu sei.

Eu chutei seu abdômen pata longe de mim,mas ele se forçou a ficar onde estava. Ele riu um pouco mais alto – e não parecia um riso de nervoso de bêbado,não – parecia um riso de “rindo da sua cara tola”. Eu o forcei a sair mais uma vez e ele me beijou de novo.

— Sai – murmurei socando-lhe no peito. – Eu acho que encontrei alguém mais capaz de estragar momentos do que eu!

Ele riu.

—Você é um docinho.

— Vê se me erra,Perseu! – grunhi de raiva e fechei os olhos.

Ele riu de novo,permanecendo em silêncio. Passou seus dedos delicadamente pela minha madibula,pelo contorno do meu nariz e dos meus lábios,e voltou a me beijar rapidamente.

— Olhe pra mim. –sussurrou.

—Não! – empurrei-o para longe de novo,de olhos fechados. Ele riu e senti seus cabelos roçarem em meu pescoço. Sua voz abafada e doce novamente em meu ouvido,sussurrou:

—Olhe pra mim.

—Não! – murmurei com raiva. – Não depois de você admitir que estava se atracando com sabe-lá-Deus-quem!

Ele suspirou,e eu senti sua testa na minha. Eu abri meus olhos me deparando com seu rosto colado no meu. Os olhos fechados,a boca entreaberta,o nariz fez um carinho no meu e ele sussurrou :

—Não é ninguém além de você tem muito tempo,Annabeth.

Ele abriu os olhos e eu vi seu pupila tão dilatada que quase não se notava o verde musgo que eu tanto admirava.  Eu pressionei meus lábios nos seus mais uma vez,devagar. Ainda de olhos abertos,eu vi os seus se fecharem e ele sorrir só um pouquinho. Eu fiz de novo,ainda observando seu meio sorriso que se repetiu.

—...tudo bem –sussurrei acariciando meu nariz no seu – Mas quem era?

Ele jogou a cabeça em meu pescoço de novo,rindo.

—Você é impossível.

Ele se virou de lado,a mão direita em meu joelho,a cabeça ainda apoiada em minha coxa enquanto eu o observava. Os lábios ainda moldando as falas do filme,como se ele tivesse escrito aquele roteiro.

— Essa cena é incrível – ele sussurrou me cutucando de leve no joelho – Olha, olha  lá como os prédios escuros deixam a moça bonita. É um contraste de escuro e claro que eu nunca vi,sabe?

Ele virou a cabeça pra mim sorrindo. Os cabelos escuros contrastando com a pele clara e os olhos limpos,não no verde musgo agora : no verde limpo. Verde e Preto. Claro e escuro.

— Sei – sorri. Ele entrelaçou a mão na minha,a testa franzindo de leve.

—Você ta gostando? Eu posso mudar...

—Não! –apertei sua mão e me aconcheguei melhor no sofá,também deitando-me. Coloquei minha cabeça no encosto do braço,sob um travesseiro,e puxei seu rosto pra perto do meu,dando-lhe um beijo rápido . Ele sorriu, voltando sua atenção para seu filme,enquanto eu voltava minha atenção para o seu rosto.

O que? Eu disse diversas vezes que o rosto da minha dor de cabeça era lindo.

Os lábios ainda moldando as falas do filme. Ele deu um pulo animado quando chegou em sua cena favorita :

— Ele vai dizer as regras,presta atenção! – me cutucou e eu sorri.

— Você não tem mais autorização pra ligar para outras garotas as 3h am. – sussurrei revirando os olhos – Ou eu te mato.

— Você se apega a cada coisa- ele revirou os olhos,deitando-se ao meu lado. Colocou o braço em cima dos olhos e suspirou.

Eu me sentei na cama e cutuquei seu abdômen perfeito.

Era perfeito mesmo. Coisa de Deus.

— Eu não acho que haja mais alguma trouxa que se levante as 3h da manhã pra resgatar esta donzela em perigo – murmurei sarcástica.

Ele levantou uma sobrancelha,o rosto tomando uma feição irônica,mesmo com os olhos cobertos pelo braço.

—Você duvida? – ele sussurrou – Eu tenho muitos contatos...

Eu o empurrei com toda a minha força,fazendo-o cair no chão. Ele gargalhava da minha desgrasença e eu só queria chutá-lo para longe e para fora da minha vida.

Mas eu não conseguia mais,conseguia?

No momento em que ele se levantou e ia subir na cama novamente,ouvimos o barulho da porta lá embaixo. Eu franzi a testa para ele e sussurrei :

—Quem é?

—É a sua casa,meu amor – ele sussurrou e deu de ombros – Deve ser sua mãe.

Um estalo na minha cabeça e tudo voltou a clarear. Era mais de 4 horas da manhã,e eu estava no meu quarto com um garoto que a minha não gosta nem um pouco. Ele com um leve teor alcoólico no sangue. A chance da minha mãe expulsá-lo de casa era enorme.

A chance da minha mãe me expulsar de casa,também era enorme.

Ele levantou uma sobrancelha e revirou os olhos.

—Quer que eu me esconda em algum lugar?

— Vai lá no banheiro – sussurrei empurrando-o. – Rapidin!

—Isso é idiotice – ele resmungou com braveza,levantando-se e indo em direção do banheiro – Uma hora ela vai ter que me  aceitar,afinal.

—Não estamos discutindo relação enquanto eu tô tentando esconder você da minha mãe,estamos? – sussurrei empurrando-o mais rápido para dentro do banheiro.

Ele deu de ombros e se sentou no chão,uma perna estendida,a outra dobrada. Ele apoiou o braço nela e colocou a mão na cabeça. Muito cantor de banda post-grunge sim!

 Parecia arrependido – pela segunda vez desde que essa madrugada havia começado – de ter me ligado.

—Ei – me abaixei e puxei sua mão para minha. Ele levantou a cabeça,a pupila voltou a dilatar. Ele suspirou e passou uma das mãos no cabelo,sorriu de lado e me puxou para um beijo rápido. – É.. – passei a mão em seus cabelos,beijando sua testa – Não morra de tédio.

— Não prometo nada – ele piscou,fazendo sua arminha com o dedo.

Percy cochilava enquanto o filme ainda rodava. Ele estava cansado,não havia dormido nada a noite toda. Eu o culpava claro,por um lado. Eu estava contente de que ele não tivesse ido para a casa da Rachel hoje,como eram os planos. Ele estava com a cabeça tombada para frente e suspirava as vezes.

Eu sorri,saindo detrás do sofá e dando-lhe espaço.

Eu fui até a cozinha atrás de um copo de água.

Na porta da geladeira haviam algumas fotos penduradas por imãs: algumas fotos dele com Nico. Os dois de preto com a chave do apartamento nas mãos. Dele e Thalia na praia,os dois com roupa de banho,Thalia e seu sorrisão lindo e Percy sério.

Dele com Leo,os dois na frente de um poster de filme,fazendo gracinha. Leo e seu sorriso 360 graus,Percy e seu...rosto sério. Dele com o seu pai,Poseidon. Eles tinham o mesmo tom de cabelo e olhos. Poseidon era um tanto mais bronzeado. Estavam erguendo duas garrafas de bebida enquanto brindavam. Poseidon sorria e Percy também tinha um sorrisinho de lado.

Senti seus braços ao redor da minha cintura e sua cabeça entre meu ombro e meu rosto.

— Sempre tão sério – sussurrei passando um dedo em sua foto enquanto passava a outra mão pelo seu braço.

Ele riu e me beijou no pescoço.

— ... e aí por isso que eu cheguei tão tarde – ela dizia. Mamãe estava jogada em minha cama. Estava com sua roupa intacta,já a maquiagem nem tanto. Ela sorria alegre e parecia que tudo tinha dado certo para ela.

Bom,pra mim também. Eu acho.

— Eu fico feliz por isso mãe – sorri e apoiei-me no batente da porta do banheiro,coçando a nuca. Eu consegui ouvir os suspiros pesados de Percy do outro lado. – Você pode me contar o resto,detalhadamente amanhã,que tal? Aposto que você está cansada.

Ela riu se sentando e passando o cabelo para o outro lado da cabeça.

— Eu estou mesmo – bocejou – Mas e você,ficou assistindo suas séries a noite toda?

—Sim! – respondi rapidamente. Ela franziu a testa e pigarreou – Quero dizer,eu comi uma pizza. Liguei para alguns colegas que estavam no show e voltei a ver séries.

— Você deveria sair mais,amor – ela suspirou – Eu te sinto meio sozinha desde que o seu pai...

—Não – pigarrei também. – Eu tô bem. É sério mãe.

Ela suspirou novamente e ergueu as sobrancelhas.

— Deve ser difícil estudar com ela.

— Eu ... não necessariamente estudo com ela,sabe. – soltei. Minha mãe estava entrando em uma área a qual eu não gostava de conversar. Não gostava de mencionar o nome da indi-

—Rachel não é da mesma turma que você então? – mamãe perguntou.

Eu suspirei com raiva. Não era só a presença na faculdade. Não era a presença no grupo – a trupe – ou a aproximação com Percy. Não era só isso. Rachel estava presente até quando eu achei que não poderia estar. Estava presente até em casa. No meu quarto. Na minha mãe.

No meu sangue.

Ou metade de sangue,eu diria.

— Não mãe – suspirei – Ela estuda outra coisa. Eu quero dormir agora,tem como?

Mamãe se levantou com as mãos erguidas em rendição. Ela ia se dirigindo até a  porta e eu já estava dando graças aos seres superiores,quando de repente ela parou. Abaixou-se o suficiente para pegar algo no chão. A camiseta do rapaz preso no meu banheiro.

Minha mãe se virou para mim por alguns instantes,uma sobrancelha questionadora em ação.

— É minha. - soltei rapidamente.

Eu nunca disse que não era – ela murmurou,cruzando os braços – Eu nem disse nada.

—Mas é minha – pigarreei. – Fica ótima em mim.

Mamãe jogou a camiseta em mim,a sobrancelha erguida.

— Deixe-me ver.

Eu tirei minha camiseta do pijama rapidamente,joguei-a na minha cama e coloquei a camiseta de Percy. A camiseta foi até as minhas coxas e eu tive vontade de me enterrar nela. Tanto porque era confortável,quanto porque minha mãe nunca esteve tão incrédula em toda sua vida.

— Fica ótima em mim – sussurrei.

No momento exato em que minha mãe abriu sua boca para – provavelmente fazer algum comentário sarcástico, ou me pedir para dizer logo a verdade ( afinal,já está comprovado que eu sou péssima mentirosa) – me dizer algo,a porta atrás de mim se abriu,e eu só não caí para trás porque as mãos geladas de Percy Jackson seguraram minha cintura.

Vou tentar descrever a cena a seguir sem muitos devaneios.

A boca da minha mãe já estava aberta,mas conseguiu se escancarar um pouco mais. Os olhos dela não se arregalaram –não! Atena nunca demonstra muita surpresa. Está contra o manual de sobrevivência dela – mas eu pude vê-los se estreitarem mais um pouco. Sua expressão se tornou raivosa ao mesmo tempo que não era direcionada para mim. E sim.... para o maldito rosto lindo atrás de mim. Ela endireitou sua postura,entrelaçando as mãos em frente ao corpo. Os cabelos pareciam moldar seu rosto raivoso e ali estava Atena- A Advogada do diabo.

—Mas o que diabos está acontecendo aqui?

—Eu dividi meu café com você – ele murmurou,entrelaçando sua mão na minha enquanto caminhávamos em direção a Times de novo. -  Dividi minhas músicas – ele beijou minha mão enquanto me direcionava a uma loja antiga e pouco iluminada – Dividi meu filme – ele me olhou de canto e balançou a cabeça para os dois lados,os caninos brilhantes -  mais ou menos,já que nós dormimos.

—Você dormiu – acusei.

—E você nem estava prestando atenção – ele cerrou os olhos.

— Eu estava prestando atenção em uma coisa mais interessante – sussurrei,mas ele não ouviu. Continuou me guiando em direção à sua loja velha e vintage – O que é isso? – apontei para a fachada vermelha e preta.

— Esse – ele abriu a porta,um sininho engraçado soou – É meu baú de tesouros.

Por dentro, as paredes eram todas revestidas por cds e capas de disco de vinil. Todos os cantos,se não eram revestidos pelos discos,eram revestidos por pôsteres dos blockbusters mais famosos. A enorme parede da esquerda – onde estava o caixa – um pôster em especial me chamou atenção : Arctic Monkeys. Alex Turner nos olhava com aqueles óculos enquanto o símbolo do AM refletia nele.

O cara do caixa era alto,loiro e tinha uma cicatriz do lado esquerdo  que lhe atravessava o olho. Ele deu um sorriso cínico para Percy e levantou a sobrancelha para mim. Era alguns centímetros mais alto que Percy,tinha os olhos azuis. Ele desviou os olhos dele e cerrou-os para mim. O cabelo tão bem arrumado que quase senti vergonha dos meus.

—E aí Percy. – murmurou. – Acompanhado hoje,e não é o Nico?

Percy revirou os olhos apertando nossos dedos entrelaçados e deu de ombros.

— Annabeth,esse é o Luke : alguém que não vai merecer mais do que 7 minutos do seu tempo.

—É o suficiente – ele piscou para mim e eu senti meu rosto esquentar.

Percy lhe deu o dedo do meio e suspirou cansado. Talvez o cochilo durante o filme não tenha sido o suficiente para ele.

— Essa é Annabeth,Luke. Alguém com quem você não vai trocar mais do que 7 palavras.

— Você tá bem mandão esses tempos,cara.

— Ela é bem irritante, na verdade – Percy murmurou e eu lhe dei um soco no braço. Luke sorriu para mim e aquele sorriso me parecia de alguém que prometia duas coisas: muita confusão e mistério. – Não encare-o por muito tempo ou você se apaixona,Annabeth – Percy sussurrou no meu ouvido,fazendo-me corar de novo – Acontece.

—Aconteceu com você? – brinquei enquanto acenava para Luke e puxava Percy para a pilha de CDs ao lado.

Percy me encarou e um começo de sorriso se formou do lado esquerdo da sua boca maravilhosa.

— Com Luke? – acenei puxando alguns LPs de um caixote no chão. Ele me encarou e riu – Não. Com Luke não.

Seus olhos verdes me encaravam com tanta intensidade que eu não pude evitar sorrir e corar mais uma vez sob eles. Percy tocou a ponta do meu nariz com o indicador e sorriu sarcástico.

—Bom saber que também faço você corar.

...e corando eu estava mesmo.

Uma das mãos de Percy se permaneceu em minha cintura,a outra foi diretamente para os cabelos tentando arrumá-los.

Isso. Use esse movimento,talvez ela goste.

Minha mãe ficou séria no mesmo instante.

Ele sorriu de lado para mim – mas eu só consegui pensar em querer estrangular seu pescocinho lindo – deu um suspiro e disse :

— Bom dia,Atena.

Eu acho que a minha mãe e Percy tiveram a sua ultima conversa civilizada há alguns éons atrás,quando ela me pegou pela mão , sentou-me junto com ele no banco da igreja em frente ao moço que nos dava a catequese. Percy já tinha aquele sorrisinho irônico e já se mostrava ser um grande problema incontrolável.

Quer dizer,controlável apenas por uma pessoa. Sua mãe que também estava ali naquele dia,os braços cruzados e repreensíveis olhos direcionados para mim e para Percy.

Naquele dia,eu vi a mãe de Percy se exaltar pela primeira vez. Minha mãe não precisou lhe dizer nada,até porquê a Sally – sua mãe – já havia dito tudo. Eu sabia que ia ouvir quando chegasse em casa,mas não tinha ideia de que Percy ouvia ali.

Foi quando descobriram que não estávamos efetivamente na catequese.

Os olhos zombeteiros de Percy eram os mesmos. Os raivosos e repreensíveis olhos da minha mãe.

— Annabeth? – minha mãe murmurou,desviando seus olhos de mim para Percy e para o peito desnudo deste homem encrenqueiro. – Você tem muito que se explicar.

— Bom,eu acho que vou indo então... – Percy passou um braço ao redor dos meus ombros,dando-me um beijo na bochecha,e eu nunca quis chutá-lo tanto como eu gostaria naquele momento.

Minha mãe levantou a sobrancelha,olhando para Percy e seu bracinho ao redor de mim. Olha,me parecia um olhar de “vou quebrar isso aí”.

—Vou precisar conversar com vocês dois,mocinho – minha mãe murmurou brava. A cara de sono dela se dissipou no momento em que Percy havia saído do banheiro.

Percy deu de ombros e revirou os olhos,entrelaçando sua mão na minha. Minha mãe seguia todos os seus movimento – desde o subir e descer de seu peito – até os dedos se enroscando com os meus. Os olhos cinzentos espertos e cheio de luz – como se ela tivesse várias ideias de como se livrar de Percy.

— Tanto faz – ele sussurrou olhando-me. Desviei meus olhos de volta para ele. A íris verde tomada de preocupação. Havia um pequeno vinculo entre suas sobrancelhas franzidas como se ele estivesse pensando em algo que fosse terrível em sua cabeça. Ele mordeu o lado de dentro da boca.

Ele moldou com os lábios,sem voz : quer que eu vá embora?

Eu inclinei a cabeça para poder olhá-lo melhor : não.

Ele acenou minimamente e voltou seu olhar para minha mãe raivosa. Os olhos novamente zombeteiros.

Este é o Percy Jackson que não liga nem um pouco para o que quer que a minha mãe pense dele agora.

—Vamos lá então.

Minha mãe saiu pela porta,batendo os pés com mais raiva do que eu pensei que ela estava.

— Isso vai ser interessante – ele sussurrou ficando na minha frente.

Eu soquei seu abdômen mas com certeza aquilo doeu mais em mim,do que nele.

— Você é idiota – murmurei. – Você não podia só...ter ficado lá quietinho? Eu tinha tudo sob controle.

Ele revirou os olhos e bufou com raiva.

Ei! Eu quem deveria estar com raiva.

— Ela não pode falar muito – ele pigarreou – Ela costumava gostar de mim sabe? O que será que aconteceu...

— Você sabe que se meteu numa bela enrascada agora não é? – murmurei,cruzando os braços. Eu queria socar sua cara até que ele ficasse irreconhecível. – Que droga.

—Não faça disso uma grande coisa – ele revirou os olhos – Isso é trabalho de Nico.

—Não é hora pra brincar,Percy.

—Eu não estou brincando – ele me olhou. O rosto sério,os olhos sinceros - Não vai ser tão ruim assim.

— Vai sim.

—Ela me odeia tanto assim? – ele sussurrou,coçando a nuca de novo.

Suspirei

É. Tanto assim.

—Não.. não é isso – murmurei.

Percy deu de ombros,desviando o olhar para o chão. Eu não queria ter que enfrentar minha mãe sozinha,mas também não queria deixa-lo. Como seria amanhã? Ele iria para casa da Rachel com os outros e...eu? Segunda-feira na faculdade ele ia tomar o seu café comigo e .. só?

Eu não queria voltar à estaca zero.

Coloquei minhas mãos no inicio da camiseta que eu usava e levantei-a,passando pela minha cabeça. Estendi a camiseta para Percy que franziu a sobrancelha confuso. Passou seus olhos pelo meu corpo,mordeu os lábios e suspirou. O rosto ficou um tanto vermelho quando me pegou observando-o.

Agora você sente vergonha!

— ..ela vai odiar menos se você estiver vestido.

—...e aquela cicatriz? – perguntei enquanto Percy passava os discos delicadamente,como se eles fossem se desmanchar a cada toque dele. Percy franziu a testa e suspirou,revirando os olhos.

— Pergunta pra ele.

—Estou perguntando pra você – sussurrei de volta. Ele que não inventasse de me afastar agora.

— É uma pergunta sobre mim? – neguei. Ele acenou como se fosse óbvio,apontou com o polegar para trás- para Luke – e continuou,a voz carregada de “pare de falar dele,pelor amor de deus” : - Então pergunta pra ele.

Suspirei cruzando os braços e assentindo.

Percy conseguia ser tão teimoso quanto eu.

Ele amarrava os tênis que eu nem havia notado que ele tinha tirado. As mãos prolongando o momento nos cadarços – como se ele não estivesse tão afim assim de descer e enfrentar minha mãe – jogando-os para o lado e depois para cima...

—...quanto mais você demorar,mais vai demorar pra gente sair daqui – murmurei,parando a sua frente.

Ele suspirou e assentiu. Estava sentado na minha cama,desviou os olhos para os travesseiros e estendeu uma mão. Coloquei minha mão na sua e ele me puxou para um abraço apertado. Afagou minhas costas e eu arrumei seus cabelos distraidamente.

Percy levou-se,ainda abraçando-me. Estendi-me na ponta dos pés para que ele não se esforçasse tanto. Ele escondeu sua cabeça em meu pescoço e suspirou,beijando-me ali.

— Estamos juntos nessa? – sussurrou,a cabeça ainda escondida.

— Estamos juntos nessa.

E em todas que você quiser,Percy.

— Chegaram esses aí – Luke murmurou ao lado de Percy. – Nenhum dos que você pediu,no entanto.

— Eu já imaginava – Percy murmurou voltando a mexer nos discos. Parecia bem entretido e nem notava a maior movimentação na loja. – Valeu.

—Por nada – Luke piscou,fazendo o maldito movimento da arminha com a mão e voltou para atender outra pessoa.

—....

—... você – ele pigarreou,voltando seu olhar para mim. – quer alguma coisa?

—Tipo um disco? – sussurrei,passando a minha pilha de discos.

Ele riu baixinho,postando-se atrás de mim. Suas mãos vieram de encontro as minhas e ele encaixou sua cabeça entre meu ombro e minha cabeça.

Será extremamente idiota isso que vou dizer. Ou talvez nem seja muito,se você já chegou a se sentir da forma como eu estou me sentindo agora,mas... eu não queria nada que não fosse só Percy. Podia ser só Percy olhando-me enquanto tomávamos café. Ou Percy me acompanhando até em casa ou Percy comendo churros. Tirando fotos minhas.

Eu só queria ele.

—É,tipo um disco. – beijou-me ali e puxou um da minha pilha – Tipo esse.

— Como você sabe que eu gosto dessa banda? – sussurrei pegando o LP de suas mãos. Passei os dedos sob o logo e sobre o nome das músicas na capa velha.

Ele se afastou,puxando os cabelos para trás. Sorriu como um garotinho contente por ter salada de macarrão na noite de Natal. Parecia uma pintura,não uma ser humano real.

Carne e osso.

— Eu vi um pôster no seu quarto ontem – sussurrou.

Saímos do quarto de mãos dadas.  Não é como se estivéssemos indo para a morte ou para um julgamento. Não tinha crime nenhum ali.

Eram duas pessoas. Que passaram a madrugada juntos. Sem mais.

Mas para minha mãe,sua garotinha indefesa – que seria eu – tinha sido sequestrada desde criança por um perverso monstro – esse seria o Percy – onde fora implantado em sua cabeça que a catequese não era algo bacana. Por algum tempo,ela havia conseguido fazer com que a garotinha indefesa – eu novamente – ficasse relativamente longe de seu sequestrador. Porém,por alguma eventualidade da vida – isso seria,a faculdade – o monstro conseguiu fazer contato com a garotinha indefesa e finalmente,feito-a perceber e percebendo para si mesmo,que ambos tinham que ficar juntos.

Porquê o monstro,não era tão monstro assim.

Parece enredo de história de ninar. Eu sei.

Percy desceu as escadas,voltando-se para a cozinha. O rosto vermelho – corado – mas os olhos sérios e inflexíveis.

Minha mãe estava postada de pé,em frente a pia da cozinha.

— Então-

—Eu estou bem decepcionada com você,Annabeth Chase – ele começou. Olhei-a um tanto surpresa. Eu esperava uma grande bronca? Eu esperava. Mas eu esperava enquanto estivéssemos sozinhas ou... bem,não sei. – Você sabe que consegue ser melhor que isso. Sozinha,com um garoto sabe-se lá por quanto tempo!

— Se você estivesse aqui,você saberia – pontuei.

— Você mentiu pra mim! – ela apontou. – Você disse que estava em casa assistindo essas coisas que você assiste,quando na verdade estava com esse garoto. Pela segunda vez na minha vida,você está me enganando dizendo estar em algum lugar quando na verd-

—Mãe! – alterei um tanto a voz. Percy apertou minha mão,mas eu ignorei – Ei,o que você está dizendo? Eu estava aqui! Estava vendo minhas séries e tudo o que eu disse é verdade! Você está vendo aí a pizza – apontei para a caixa com a mão livre.

— Não importa! – ela gritou – Você está mentindo pra mim de novo! Havia muito tempo que você não fazia isso! Eu sabia que essa sua aproximação com esse-

—Mãe,parou – neguei com a cabeça. – Talvez,na sua cabeça,você saiba o que é melhor pra mim,mas não agora,ok? Não faça isso agora.

— E quando eu vou fazer,hun? – ela apontou para Percy com raiva – Quando você não aparecer na sua formatura porquê estava andando de pedalinho com ele?!

Percy pigarreou e suspirou.

—Talvez vocês devam discutir isso só vocês.

—Você faz parte disso – minha mãe murmurou – Na verdade,eu acho que essa conversa deveria ser entre nós dois,Perseu.

Percy ergueu a sobrancelha,contrariado.

—Ninguém quer saber o que eu acho? – perguntei com raiva. Minha mãe só me ignorou fitando Percy e Percy me ignorou fitando minha mãe.

Alô? Ninguém que ouvir minha opinião?

Percy soltou minha mão,sentando-se em uma das cadeiras da mesa de jantar. Colocou os cotovelos na mesa,cruzou as mãos abaixo do queixo e olhava desafiadoramente para Atena – como nunca,ninguém olhou na vida ( ou pelo menos,que eu saiba).

Minha mãe olhou para mim e suspirou.

—É isso – ela apontou com o indicador para Percy – Que você quer pra você?

— Mãe...

— Você vai ter que falar com seu pai – ela murmurou – Você sabe.

— Não é nada sério mãe – suspirei.

—Ainda – Percy sussurrou,ainda encarando-a.

— Não dá pra te levar a sério com esse cabelo,garoto – minha mãe repreendeu-o.

— Para alguém que dava muito valor ao aprendizado na igreja,você julga muito pelas aparências. – ele murmurou de volta.

Minha cabeça ia de um lado para o outro como se fosse uma partida de ping-pong.

— Ora seu-

—Mãe – puxei a mão de Percy,fazendo-o levantar e ficar ao meu lado. Ele apertava minha mão com força,quase fazendo-me reclamar  – A gente conversa mais tarde,ok?

—De jeito nenhum! – ela resmungou – Você não vai a lugar algum com esse rapaz,Annabeth Chase.

— É Percy – ele murmurou.

Paramos e encaramos aquele rosto debochado. Ele coçou a nuca sem muito propósito. Na verdade o propósito de Percy era o caos. Eu faria um t-shirt para ele com os dizeres : eu escolhi o caos.

—Meu nome – ele murmurou e pigarreou – Mas você sabe...

—Annabeth! – minha mãe exclamou exasperada. – Você só pode estar de brincadeira comigo.

—Mãe. – suspirei – Não complique mais as coisas,você sabe... – sussurrei e apertei a mão de Percy de volta – Isso só afasta as pessoas de você.

Os olhos dela suavizaram por alguns segundos. Ela suspirou,desviando os olhos para Percy,as sobrancelhas erguidas,como se ela realmente não acreditasse que ele estava ali. Na verdade,nem eu acreditava estar ali.

—É sério? – ela murmurou cruzando os braços de novo.

Percy passou o seu sob meus ombros,dando-me um beijo no cabelo. Minha mãe revirou os olhos e acenou distraidamente.

— Tá – concordou de má vontade. – Mas depois vamos falar sobre isso.

—Tudo bem – concordei.

—Não – ela olhou para Percy – Eu e você,garoto.

Percy levantou as mãos em rendição e deu de ombros,debochado.

Percy levantou as mãos em rendição e deu de ombros,debochado.

— Você não vai conseguir um desconto maior em lugar nenhum,você sabe. Pare de sorrir desse jeito. – Luke murmurou passando o cartão de Percy em sua maquininha. – E se você conseguir,sabemos que você está me traindo.

— Vou acabar fazendo o fidelidade daqui – Percy resmungou -  Anda logo com isso que eu quero ir embora antes que comece a chover.

E realmente. O céu lá fora estava cinzento e a probabilidade de chover estava enorme. Percy  trocou algumas palavras com Luke,digitando a senha do cartão. O cabelo jogado para o lado,o rosto sério. Na mão direita, a sacola com alguns cds que havia acabado de comprar.

Ele olhou para mim rapidamente,e sorriu voltando a ficar sério ao olhar para o Luke.

Eu estendi a mão para apertar a de Luke,mas ele pegou-a e levou aos lábios com os olhos no meu.

— Apareça mais vezes,Annabeth – murmurou,dando uma piscadinha com o olho direito.

Mas que diabos...

— Eu vou tentar – sorri,sentindo meu rosto esquentar.

— Vou separar alguns pôsteres pra você – ele sorriu sincero. Eu tinha que admitir que Luke era um rapaz muito charmoso.

—Vocês querem um minuto sozinhos? – murmurou Percy,pegando o cartão de volta. Apontou com o indicador para Luke e para mim – Talvez eu pague um café pra vocês – ele murmurou a voz respingando ironia.

Luke arqueou as sobrancelhas,as mãos em rendição.

— Vamos – Percy entrelaçou os dedos nos meus,levando-me apara fora da loja. Antes de sair,vislumbrei Luke piscar de novo.

— Não tinha como ser mais debochado? Talvez rir na cara dela e dizer que você ligou pra mim e eu fui correndo atrás de você feito uma idiota? – sussurrei com raiva. Havíamos subido de volta ao meu quarto – sob muitos protestos da minha mãe – para que eu me ajeitasse e pudéssemos dar o fora daqui.

— Não sei como vocês duas não brigam o tempo todo – ele sussurrou também revirando os olhos,encostado no batente da porta – Ela é tão mandona.

—Eu estou acostumada a lidar com mandões – resmunguei,revirando meu armário atrás de um casaco.

Ele virou o rosto para fora e falou mais alto.

— Na meu amor,não se preocupe! Eu acho que ela me adorou! – ele riu sarcástico. Eu fuzilei seus olhos verdes com raiva e ele deu de ombros,fazendo pouco caso.

—Não me faça subir até aí,seu marginalzinho em fase de crescimento! – mamãe gritou de baixo.

Ele riu um pouco mais verdadeiramente e deu de ombros.

—Eu acho de verdade que vamos nos dar bem – ele murmurou cruzando os braços.

Peguei um casaco dentro do meu armário e uma calça jeans,visto que eu nem ao menos tinha tirado o pijama desde a noite passada. Percy encarou a chão por alguns segundos,os olhos nostálgicos e um sorrisinho de canto na boca. Ele parecia se lembrar de alguma coisa boa e eu não queria interromper o seu “Momento”.

Entrei em meu banheiro já tirando a calça do pijama e colocando meu jeans. Coloquei meu casaco por cima da camiseta que eu vestia e escovei meus dentes rapidamente. Amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo e suspirei olhando para mim mesma no espelho.

Eu parecia bem aflita. E confusamente feliz.

Tinha tanto de Percy que eu queria conhecer e tanto que eu queria explorar.

Ele sorriu para mim quando saí do banheiro e pegou minha mão,descendo as escadas comigo.

Subimos as escadas de volta ao apartamento deles. O elevador estava em refoma,aparentemente. Percy ajeitou a jaqueta no corpo,caia-lhe perfeitamente enquanto ele segurava a sacola com discos em uma mão e a  minha mão na outra.

Segurei minha sacola com mais força. Era comida,merecia uma atenção especial.

— Você falou da minha alimentação,mas isso aí – ele abriu a porta,a sobrancelha erguida. Apontou com a cabeça para que eu entrasse e eu o fiz – É pura gordura e açúcar.

— E você adora. – murmurei deixando as coisas na mesa.

Ele sorriu,colocando a sua sacola em cima do móvel da televisão e espreguiçou-se. Olhou para fora da enorme varanda,vendo a chuva que já começava a cair e riu de lado.

—Eu tenho uma boa desculpa para Rachel caso ela me encha o saco por não ter ido até lá.

Olha você estragando as coisas de novo!

Ele voltou seus olhos para mim rapidamente,como se tivesse – novamente – lido minha mente.

Essa conexão.

Tenha essa conexão mental com alguém,e saiba que você encontrou alguém pra vida toda.

Percy riu e estendeu os braços para mim. Eu dei de ombros e tirei os pacotes de dentro da sacola. Ele riu mais alto.

Legal. É bem legal saber que faço você rir,seu cabeçudo.

Acenei para minha mãe quando Percy abriu a porta. Ela me deu um olhar desesperado e eu só sorri tranquilizando-a. Na cabeça da minha,nós dois iriamos para algum beco,fumar alguma erva e  fazer coisas erradas.Quebrar as janelas dos vizinhos com pedra e o vidro dos carros com bastões. Vidro dos carros de policia,mais precisamente.

Na minha cabeça,só estávamos indo dar uma volta e logo voltaríamos.

Na cabeça de Percy,talvez irmos até o apartamento dele. Ver algum filme,tirar um cochilo.  Depois dar um volta,comer alguma coisa e depois retornar para casa,,eu acho.

Percy se voltou para minha mãe e sorriu :

—Até mais,sogrinha! – fez o movimento da arminha com o polegar e o indicador,correndo porta à fora comigo em seu encalço.

Ele fechou a porta do microondas,pegando seu café. Sentei-me no sofá com meu pacote de churros no colo enquanto zapeava os canais em busca de alguma coisa que não fosse entediante.

Percy se sentou do meu lado,passando o café para mim,enquanto se aconchegava dentro do lençol preto que havia pegado. Não era mais que 3h da tarde,mas eu estava cansada como se fosse 3h da manhã.

Talvez seja porque não havia dormido nada.

Percy passou o braço ao redor dos meus ombros,e beijou-me na testa,sorrindo em seguida.  Ele roubou dois churros do meu pacote e eu lhe dei um beliscão.

— Obrigado por... você sabe – ele riu sem graça. Os olhos verdes brilhantes,o sorriso debochado – ter me ajudado ontem.

— Obrigada por ter me levado a sua loja de discos – sussurrei comendo um churros. Senti meu rosto esquentar e tinha certeza absoluta que ele estava sorrindo por isso – E por me mostrar o seu filme favorito.

— Obrigado por me apresentar sua mãe – ele brincou,beijando-me rapidamente. Seus lábios tinham gosto de churros e de Percy Jackson. Era uma combinação tão boa,que eu pensei que poderia viver só com essas duas coisas para todo o sempre – De novo.

—Obrigada por me apresentar seu amigo Luke – sorri e mordi o lábio,fingindo interesse – Ele é um rapaz muito interessante.

—Você não comece com isso,pelos deuses – ele revirou os olhos e suspirou.

— Obrigada por parar o mundo hoje – sussurrei olhando em seus olhos. Ele estava sério,segurando um sorriso enquanto eu tentava não me embaralhar com as palavras. – E sair comigo.

Ele fez carinho no meu nariz com o seu. Meu rapaz sorridente,debochado e carinhoso. Não era o mesmo das fotos,não era o mesmo com os outros. Não era o mesmo.

Era melhor.

E era – finalmente – meu.


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Notas finais do capítulo

PROXIMO CAPITULO R U MINEEEEEEEE BABYYYYYYY



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