Precisamos um do outro escrita por Moon


Capítulo 39
O telefone começa a tocar




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/727003/chapter/39

POV Stiles

Quando eu cheguei na escola, meu coração estava em minhas mãos. Haviam viaturas de prontidão. A escola estava sob vigilância. Os estudantes estavam assustando, ligando para os pais e avisando que não teria aula.

O dia de muita gente foi arruinado com aquele sequestro. Os adolescentes estavam assustados. Ninguém estava preparado para aquilo. Nem mesmo quem sabia que aquilo iria acontecer.

Maya não estava surpresa, mas ela estava aterrorizada com a ideia de que alguém ferisse sua melhor amiga. Ela chorava abraçada com Cory que estava visivelmente atordoado. Liam tentava dá suporte para todo mundo, mas ele estava assustado também. Lucas estava caído na calçada. Provavelmente havia tentado lutar com o cara que levou Riley e havia sido empurrado. Farkle estava em choque. E Smackle havia corrido para dentro da escola. 

Os policiais avisaram que acompanharia Cory até em casa e uma outra viatura buscaria sua esposa. Esperavam por um ligação que nunca iria acontecer. Mas não dava para culpá-los. Era o procedimento. A equipe a postos, os equipamentos, a espera. Mas esse não era um sequestro comum. Eles não queriam dinheiro em troca da garotinha. Eles já haviam feito uma troca.

Meu coração batia mais e mais forte. Eu concordei com isso. Era um bom plano. Mas é a minha irmãzinha. E eu a coloquei na frente de tiro. Cory veio a mim com lágrimas nos olhos. Ele estava desesperado.

— Você tem que buscar a Topanga. - Ele disse chorando e tocou com ombro. - Ela não sabe o que está acontecendo. E ela não conhece essas pessoas.

— Eu vou buscá-la, Cory. - Eu disse e mentalmente agradeci por poder deixar aquele ambiente, mas já temendo por ter que dar a notícia para a mãe da minha irmã.

O caminho foi silenciosos e rápido. Parte de mim se colocou no papel de agente que eu tenho estudado e preparado por tantos meses, mas a outra parte era um irmão assustado e culpado prestes a dar a pior notícia que uma mãe poderia receber.

Me apresentei como agente na recepção do prédio e pedi que me levassem até a senhora Matthews. Caminhei pelo prédio acompanhado pelo segurança. E a cada corredor, meu coração batia mais forte. Entramos em um setor. Pessoas trabalhavam alheias ao que estava acontecendo na escola à poucos quilômetros dali. 

Uma sala de vidro. Topanga. Meu coração parou. Chegou o momento. 

Caminhei até ela a passos largos. Ela me viu pelo vidro. Sorriu para mim. Me acenou. Percebeu que algo não estava certo e caminhou até a porta.

— O que aconteceu? - Ela perguntou assim que abriu a porta. 

Ela sabia. Ela sentia. Algo não estava certo.

— A  Riley. - Eu disse enquanto meu peito estava prestes a explodir. - Ela foi sequestrada.

Topanga arregalou os olhos. Ela não entendia como. E eu prometi explicar o que havia acontecido no caminho para casa. Que a polícia precisava dela. E que iríamos encontrar a minha irmã.

— Eu te explico no caminho para casa. - Ela me deu a mão e ficou atordoada.

Um menino, provavelmente um estagiário, que estava por perto foi buscar a bolsa da Topanga e trouxe até mim. Olhou para ela com olhos solidários enquanto ela ainda tentava encontrar o chão.

— Eu aviso o chefe. - O menino disse.

Ela concordou com a cabeça e eu a acompanhei pelo mesmo caminho que havia feito para chegar àquela sala.

POV Maya

A polícia estava em toda a parte. Alguns conversavam com Cory e Topanga na mesa que ainda tinha resquícios do nosso café da manhã, eles faziam perguntas sobre com quem a Riley andava, quais suas atividades, quem poderia ter feito isso. Outro perguntava sobre problemas na escola, envolvimento com pessoas estranhas, qualquer amigo recente na vida dela ou mudanças de comportamento para mim, Farkle, Lucas e Liam, enquanto estávamos sentados no sofá. 

Stiles conversava com o sargento responsável pela investigação e pediu participação, e explicava seu trabalho. Depois de algumas recusas, ele ainda continuava insistentemente solicitação autorização para participar da investigação.

— Eu não consigo deixar um caso quieto quando são fotos de estranhos no inquérito policial. - Stiles tinha a voz embargada. - Você acha mesmo que eu não vou fazer de tudo para encontrar a minha irmã?!

O policial acabou permitindo que Stiles participasse das investigações. Com a condição de que ele respeitasse sua autoridade.

Tinha alguns agentes no quarto da Riley mexendo nas coisas dela, procurando por algo que indicasse quem poderia ter levado a menina. Mas não encontrariam nada. E não haveria uma ligação. Nós sabiamos. Mas de algum modo desejava que o inesperado acontecesse.

Um policial que estava no quarto dela veio até a sala com um casaco na mão. Um casaco masculino. Ele sussurrou algo sobre o casaco para o sargento que falava com Stiles.

— Pergunte ao pai. - O cara orientou.

O policial caminhou até Cory e mostrou o casaco.

— Te pertence? - Perguntou e Cory negou com a cabeça.

— É da sua filha? Ela costuma usar casaco masculino? - perguntou ainda.

Cory balançou a cabeça em negativa outra vez, mas uma vez e Liam se pronunciou.

— O casaco é meu. - Ele disse observando a peça de roupa que o policial segurava firmemente.

— Você esqueceu de contar algo? - O policial questionou e Liam balançou a cabeça em negativa. - Então porque tem um casaco seu, sujo de sangue no quarto da menina?

Ele abriu o casaco que estava dobrado e expôs a mancha de sangue seco.

— Eu e a Riley treinávamos. Toda manhã. Luta. - Liam começou a se explicar enquanto o policial se aproximava. - E na semana passada, a Riley caiu durante o treino. Ela ralou o joelho e eu dei o meu casaco para ela colocar em cima da ferida enquanto caminhávamos de volta pra casa.

— É verdade. - A Topanga comentou. - Ela foi direto para o banho quando chegou e depois me pediu um band-aid.

— Luta? - O sargento perguntou. - Por que treinavam luta?

— Um cara mexeu com ela em uma festa. Ela decidiu que queria saber se defender. E eu dei a ideia de que o Liam treinasse com ela. - Stiles respondeu e o clima pesou na sala.

O menino era o Lucas. E nenhum de nós queria que ele parecesse suspeito. Isso havia passado.

O policial jogou o casaco para Liam ainda desconfiado e voltou para o quarto de Riley. Instantes depois. O telefone toca. A sala silencia. Cresce a expectativa enquanto o telefone chama. Os policiais se posicionam e chamam os pais para atender a chamada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Precisamos um do outro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.