POV Maya

Estava pintando tranquilamente quando meu celular começou a vibrar repetidas vezes. Muitas mensagens chegando ao mesmo tempo. Eu sabia que havia acontecido algo, mas ignorei aumentando o som na caixa de som e focando na minha pintura. Horas depois, quando senti fome, já era horário do jantar, desliguei a música e peguei meu celular.

Não vi as mensagens e me sentei a mesa com Shawn, minha mãe estava chegando com pizza. Desbloqueei a tela e esperei que fossem meus amigos falando sobre alguma prova que eu havia esquecido, ou conversando sobre o novo amigo da Riley no grupo, mas era mensagens do Zay. Nove mensagens dele e uma ligação perdida do Farkle.

— Maya

— A Riley está bem?

— Riley e Lucas terminaram.

— Não sei bem o que aconteceu.

— Ele não quer falar sobre isso.

— O Farkle disse que a Riley não está em casa.

— Ele não está conseguindo falar com ela.

— Você está com a Riley?

— Cadê vocês?

Fiquei parada sem saber o que estava acontecendo, o choque me atingiu e tentei absorver as informações que acabaram de me bombardear.

— O que aconteceu? – Shawn perguntou, ele sabia que algo estava errada, deveia estar pintado na minha cara.

— Riley e Lucas terminaram. – Afirmei. – E ninguém sabe onde a Riley está.

Imediatamente ele pegou o celular do bolso e discou um número.

— Cory? – Ele falou assim que o pai da minha melhor amiga atendeu. – A Maya tá preocupada com a Riley.

Ele assentiu silenciosamente e suspirou aliviado encarando o chão.

— Ela tá bem. – Ele sussurrou para mim antes de encerrar a ligação. Guardou o celular no bolso e me encarou.

— Ela saiu com o irmão e os amigos dele para se despedirem. – Ele disse e eu suspirei aliviada.

Senti um pouco de ciúme dessas novas amizades. Riley teria me procurado? Ou ela simplesmente se confortou nos braços dos novos amigos?

Ignorei esses pensamentos egoístas e tentei contato com a minha melhor amiga. Eu queria estar com ela, entender o que aconteceu. Ela não me atendeu, me perguntei se estava com raiva porque estive fora de alcance nas últimas horas mas ignorei esse pensamento, minha Riley sabia que ela era prioridade mesmo quando eu estava fora de área.

Deixei mensagens e esperei. Ela não me repondeu. Minha mãe chegou, conversamos, jantamos e nada de uma resposta.

Eu estava quase desistindo, já deitada na cama. Quase caindo no sono. E meu celular vibrou, o peguei rapidamente. Era uma mensagem da Riley.

— Eu estou bem. Nos falamos amanhã.— Ela escreveu.

Decidi não a incomodar mais. Ela provavelmente estava cansada e não queria falar sobre isso pelo telefone.

POV Farkle

Acordei atrasado, lavei o rosto, escovei os dentes e molhei o cabelo na pia. Não havia tempo para tomar café da manhã, mal havia para trocar de roupa.

Eu nem troquei a regata branca com a qual eu havia dormido, coloquei uma calça jeans e cobri a regata com minha jaqueta preta me arrependendo de ter molhado o cabelo assim que abri a porta e encarei o frio de Nova York. Voltei correndo e guardei meu gorro no bolso da calça torcendo que meu cabelo secasse logo para que eu pudesse colocá-lo.

Agarrei minha mochila, guardei dentro dela a pasta com nosso trabalho, minha carteira e meu celular antes de sair correndo pelas ruas já movimentadas.

Talvez me atrase. — Digitei e enviei no grupo e me arrependi logo em seguida.

O clima estava estranho entre nós desde que eu e Smackle terminamos, e agora só havia piorado com a chegada de um novo membro e com o término de Lucas e Riley. Eu me preocupei com minha melhor amiga, assim que Zay me contou. Tentei contato inúmeras vezes e até cheguei a ir a casa dela, subi pela escada de incêndio, balancei a janela antes de puxá-la para cima sabendo que faria a tranca abrir. Entrei no quarto, tudo apagado e o celular deixado na escrivaninha.

Voltei pra casa sem saber o que fazer, fiquei tenso esperando qualquer notícia. Como Maya não me atendia imaginei que ela estivesse com Riley, que minha amiga precisasse de espaço e esperei por qualquer informação. Só me tranquilizei quando Riley mandou mensagem dizendo que estava bem e demorei a dormir, talvez por isso tenha acordado mais tarde que o normal.

Saí do taxi apressado assim que paguei, faltava um minuto para a primeira aula. Química. E o laboratório ficava do outro lado do prédio. Desci correndo, os corredores lotados esvaziando-se enquanto os alunos entravam para suas determinadas aulas. Chegando no corredor que me levaria a escada para o subsolo onde ficava o laboratório, acelerei, a aula já havia começado e os corredores já estavam vazios. Tropecei e cai no último degrau.

Xinguei mentalmente e notei um par de tênis brancos pararem diante de mim. Levantei o olhar e era Riley. Ela usava um vestido preto sem estampa que parecia mais um casaco moletom que ficou longo demais, cobrindo metade de suas coxas. Ela me sorriu enquanto eu levantava constrangido e me entregou um copo de isopor com 500 ml daquele liquido mágico que os humanos chamam de café.

— Imaginei que fosse precisar. – Ela disse e se virou para ir até a sala arrumando a mochila sobre o ombro e apertando o caderno amarelo contra o peito.

A acompanhei entramos juntos na sala.

— Desculpe o atraso, professora. – Disse.

— Não vai se repetir. – Riley completou.

A professora apenas nos indicou que sentássemos enquanto escrevia algo no quadro. Nossa mesa vazia esperando por nós. Éramos sempre dupla nas aulas de laboratório, menos em física que não era no mesmo horário.

78% DA ATMOSFERA TERRESTRE EM VOLUME – A professora havia escrito no quadro.

— Alguém sabe me dizer qual é o elemento? – Ela perguntou indicando a informação. Eu sabia responder, estava na ponta da língua, mas eu não conseguia acessar o dado no meu cérebro.

— O Nitrogênio. – Minha dupla respondeu sem entender o meu silêncio.

— Onde está na tabela periódica, senhor Minkus? – A professora agora direcionou a pergunta a mim.

— Está no grupo 15, no segundo período. O sétimo elemento.

— O atraso de vocês está perdoado. – Ela disse.

A aula seguiu seu fluxo normalmente. Toda sobre nitrogênio. Foi interessante, mas eu não estava completamente focado. Fiquei me perguntando se seria inapropriado perguntar a Riley sobre o que aconteceu no meio da aula e se ela acharia que eu não me importava se eu não perguntasse nada.

— Você está bem? – Desisti de focar na aula e sussurrei.

Ela apenas fez que sim com a cabeça e voltou sua atenção a professora que falava sobre a síntese de Wohler.

POV Zay

Lucas estava calado a manhã toda. Tomamos café da manhã juntos em sua casa antes de seguirmos para a aula, fomos de metro e andamos pelos corredores. Tudo em silencio, eu tentava algum assunto, mas ele não colaborava comigo.

Estávamos nos armários quando Riley chegou. Ela estava acompanhada do novo amigo. E de alguma forma parecia ainda mais bonita. Ela estava com um vestido mais curto do que estava acostumado a vê-la usar, mas usava meia calça bege num tom mais escuro que sua pele e tênis branco, seus cabelos agora um pouco mais longos e ondulados, suas bochechas e seus lábios rosados provavelmente por causa do frio segurando um café e o celular nas mãos enquanto a mochila jeans estava nas costas.

Notei meu amigo encará-la por um segundo, mas ele disfarçou.  Ela acompanhou o colega até a coordenação onde ele recebeu um papel que concluir ser seus horários. Ela indicou um caminho pra ele, sem parecer notar nossa presença, e se despediu com um abraço. Lucas fervia ao meu lado, agora ele nem disfarçava que estava olhando a cena. Riley se virou e caminhou lentamente desviando das pessoas e encarando o celular pelo corredor, Liam veio na nossa direção.

— Bom dia! – Ele disse provavelmente apenas por educação e subiu as escadas encarando o papel que acabara de receber.

Lucas bufou, bateu a porta do armário e saiu pisando firme. Estávamos bem perto da nossa primeira aula. Francês. Ele atravessou a sala e sentou no fundo. Geralmente ele preferia sentar nas primeiras carteiras. Não o questionei apenas me sentei ao seu lado enquanto os outros alunos entravam e estranhavam a nova configuração. Algumas meninas ficaram feliz com a presença do meu amigo, mas ele não pareceu notar.

A primeira aula passou muito rápido e logo estávamos de volta aos corredores com risco de encontrar nossos outros amigos que provavelmente fariam perguntas, ou a própria Riley. Estava tenso sem saber em que esse término mudaria na dinâmica do grupo. Frakle e Smakle já haviam causado muito estranhamento e até o afastamento da Smackle. Imaginei se esse término nos dividiria em Zay e Lucas X Riley, Maya e Farkle. E se isso acontecesse, Smackle se uniria a nós?

Minha próxima aula era dois períodos de matemática, onde encontraria Smackle, Riley e Farkle enquanto Lucas teria aula de gramática com Maya.

Entrei na sala. As cadeiras estavam dispostas em duplas. Não entendi porque, nem questionei. Riley e Farkle chegaram juntos, ele jogou no lixo o copo que Riley estava segurando mais cedo, olhei ao redor e notei Smackle debruçada sobre um livro na última fileira, sentei-me ao seu lado.

— Avaliação em dupla. – A professora afirmou.

A turma agitou-se ninguém estava esperando uma avaliação. Internamente agradeci aos céus por ter sentado ao lado de Smackle. Riley e Farkle não pareciam preocupados, tampouco.

Tentei ajudar minha dupla, mas ela obviamente sabia muito mais que eu. Senti-me mal, mas ignorei esse sentimento. Provavelmente qualquer um que sentasse com ela se sentiria assim, até mesmo Farkle.

Levantei a cabeça e observei os meus amigos imaginando se ainda seriamos amigos. Riley me notou observando-os e me acenou sorrindo enquanto Farkle se levantava para entregar o teste.

Ele me notou já saindo da sala e acenou também, eles saíram conversando. Pouco depois Smackle terminou a última conta, qual ela pediu que eu não atrapalhasse. Sorriu satisfeita encarando o cálculo e juntou suas coisas, segui-a guardando minhas coisas e saindo da sala deixando o resto da turma com suas expressões de desespero fazendo, apagando e fazendo outra vez os cálculos.

Já era horário do almoço, acompanhei Smackle até o refeitório. Riley e Farkle já estavam sentados.

— Ei. – Riley nos chamou. – Sentem com a gente.

Olhei sobre o ombro Smackle que pareceu desconfortável, mas sorriu e andou até eles, segui seu exemplo. Sentamo-nos na mesa.

— Estávamos falando sobre a ideia da professora de fazer uma peça de Hamilton. – Farkle disse tentando soar casual.

— Vocês vão participar? – Smackle perguntou.

— Estou pensando em fazer audição. -  Riley disse.

— Só na parte dos bastidores. – Farkle disse e Riley riu do amigo.

Logo Maya chegou, correu apressada e sentou-se ao lado da amiga. Ela estava de calça jeans colada e uma blusa de mangas compridas amarela, seu calçado era uma bota marrom escura.

— Me diz que estão falando sobre o que precisamos falar. – Maya disse soando como um pedido desesperado. – A gente não vai ignorar isso, né?!

— Não. – Riley afirmou. – Mas também não vamos falar. Não por enquanto.

Maya e Farkle trocaram olhares e Farkle deu de ombros.

— Eu odeio ser o novato. – Liam chegou

Ele se juntou a nós, sentou-se ao lado de Smackle que se encolheu quando ele se aproximou.

— Esse é o Liam, Smackle. – Riley o apresentou. – Ele é meu amigo e vai morar aqui por um tempo.

O loiro deu a mão para que nossa amiga apertasse estranhamente, mas ele não pareceu se incomodar, nem estranhar o comportamento da Smackle. Imaginei se Riley já o havia informado, mas ignorei esse pensamento assim que notei Lucas adentrar o refeitório agora mais lotado do que quando chegamos.

Ele caminhou até nós, não se sentou.

— Será que podemos conversar? – Perguntou sem olhar pra ninguém encarando as mãos apoiadas na mesa. Todos sabíamos com quem ele estava falando.

Ela se levantou e tocou seu ombro.

— Claro! – Afirmou e saiu do refeitório, ele a seguindo.

 POV Liam

Minhas primeiras aulas foram biologia e história, eu era o aluno novo. Os estudantes me encaravam, alguns puxaram papo, algumas garotas passavam por mim rindo pelos corredores. Eu era a novidade e eu odiava a sensação, me lembro de quando fui transferido e que aquela ansiedade não existiu porque eu estava com o Mason. Meu melhor amigo estava comigo.

Ignorei essa sensação de estar sendo observado e segui tranquilamente. Quando a aula de biologia finalmente acabou, eu não via a hora de ver um rosto conhecido.

— Quer almoçar conosco? – Uma garota que se sentou atrás de mim na aula perguntou quando eu pedi informação de onde era o refeitório.

— Talvez outro dia, já combinei com alguém. – Afirmei visualizando Riley e seguindo em sua direção.

Logo depois que eu sentei Lucas chegou e chamou Riley pra conversar, tentei ignorar os olhares dos outros amigos que ficaram na mesa e me levantei com Farkle para buscar algo pra comer.

— Você sabe o que aconteceu? – Ele me perguntou na fila.

— Eu briguei com o Lucas ontem. – Contei. – Sai pra esfriar a cabeça e quando eu voltei ele já tinha ido embora e a coisa toda já tinha acontecido.

— Como ela está? – Ele realmente estava preocupado, eu podia sentir o cheiro de preocupação exalando.

— Ela parece forte. – Afirmei. – Ela não quis falar sobre o que aconteceu, mas ela parece estar lidando bem.

Paguei pela carne com purê de batatas e Farkle pela torta de carne, eu com suco de maracujá e ele de limão. Caminhamos de volta para a mesa. Assim que sentamos Maya e Smackle foram para a fila, onde Zay já estava. Me concentrei em escutar Riley e Lucas que estavam fora do refeitório.

— Eu só espero que ainda possamos ser amigos, Lucas. — Riley disse.  — Mesmo achando que não possamos continuar namorando.

— Eu sinto muito, Riley. — Ele estava verdadeiramente triste.

Me perguntei o que eu havia perdido dessa conversa e continuei prestando atenção. Eles não disseram mais nada. Voltaram para a mesa. Riley deixou a mochila ao lado de Farkle e foi para a fila com as amigas, Lucas sentou-se ao meu lado. Não disse nada, apenas se sentou.

— E aí? – Farkle perguntou, quebrando o silêncio. Eu continuei comendo.

— Acabou, Farkle! – Lucas disse antes de se levantar. – Eu estou sem fome!

Lucas se levantou e saiu do refeitório.

— Cadê o Lucas? – Riley perguntou se sentando com o prato de comida ao lado do melhor amigo com Maya ao seu lado.

Smackle e Zay sentaram-se ao meu lado, cada um de um lado.

— Ele disse que estava sem fome. – Farkle disse e eu assenti.

— O que aconteceu, Riley? – Maya perguntou, deixando todos tensos na mesa.

— Não estava dando certo. – Riley respondeu brincando com a comida no prato. – Achamos que seria melhor continuar sendo apenas amigos.

A loira não acreditou na resposta, mas decidiu não continuar no mesmo assunto.

— E vocês dois? – Maya perguntou apontando pra Farkle e Smackle que estavam de frente um por outro com o garfo.

— Para de ser inconveniente, Maya! – Farkle pediu, não havia arrogância ou raiva em seu tom, apenas suplica. - Vamos ter uma refeição em paz!

Smackle apenas assentiu e sorriu para o ex de lado grata por não ter respondido a pergunta da amiga.

— Tá! – Ela disse sem se ofender, apenas voltando a comer.

POV Riley

Passei a primeira parte do dia com Farkle, almocei com quase todos os meus amigos e passei o resto do dia com Maya, que não insistiu no assunto. Assim que saí da última aula recebi três mensagens, era minha mãe.

— Falamos com o Auggie, sobre sua família e o Liam morar com a gente.

— Venha direto pra casa, ele quer falar com você.

— O Stiles poderia vir pro jantar?

Assim que li, bloqueei o celular e guardei na mochila. Passei no armário para pegar um livro que iria precisar, guardei-o e sai correndo.

— Meus pais contaram para o Auggie. Eu estou indo para casa. Avisem o Liam. – Disse pra Maya quando a encontrei conversando com Farkle. – Mais tarde falo com vocês!

Fui correndo para a estação de metro, que chegou bem rápido e fui o resto do caminho para casa correndo, chegando ao meu prédio subi as escadas vagarosamente recuperando o folego.

Cheguei em casa e encontrei meu irmãozinho desolado no sofá.

— Eu não quero ser filho único! – Ele disse assim que me viu.

— Você não é filho único, Auggie. – Fechei a porta e sentei ao seu lado no sofá. – Você ainda é meu irmãozinho.

— O Stiles é o seu irmão! – Ele disse como se tivesse me desmascarado, como se acabasse de descobrir uma mentira.

— É. Ele é meu irmão mais velho. – Eu disse tocando sua bochecha molhada. – E você é o meu irmãozinho. Isso nunca vai mudar.

— Tem certeza? – Ele perguntou.

— Tenho. – Sorri e terminei de secar suas bochechas, minha mãe estava na cozinha observando a cena.

— Ele não me deixou explicar. – Topanga disse se aproximando.

— Ela ainda é sua filha? – Ele perguntou pra Topanga.

— Claro que sim, meu amor. – Ela se sentou ao seu lado. – Ela ainda é minha filha, ainda é sua irmã. Ela só tem outro pai e outro irmão.

— Eles também são meu pai e meu irmão? – Ele perguntou.

Notei minha mãe hesitar.

— Só se você quiser, bebê. – Disse abraçando-o e ela sorriu para mim num suspiro.

Ele assentiu e me abraçou com força. Logo em seguida Liam chegou.

— Foi difícil achar o caminho? – Perguntei assim que ele entrou.

— Não. – Ele me sorriu. – O Farkle me deu carona. O motorista do pai dele foi busca-lo na escola.

Auggie estava no banho.

— Como foi com seu irmãozinho? – Ele perguntou.

— Tudo bem. Ele parece ter entendido melhor que eu.

Peguei o celular e mandei uma mensagem para o meu irmão pedindo que viesse para o jantar. Ele disse que sairia da faculdade as sete.

— O Stiles chega as oito. – Disse para minha mãe.

— Maya, Katy e Shawn também virão. – Ela disse. – Josh, Farkle e os pais também foram convidados, mas ainda não confirmaram.

Mexeu no armário tirando algumas coisas e algumas panelas para começar a preparar o jantar.

— Quer chamar seu namorado e o amigo dele?

— Eu e o Lucas terminamos, mãe. – Disse tentando parecer casual.

— Quando? – Ela virou pra mim. – O que aconteceu?

— Ontem. – Eu respondi mexendo no celular. – Achamos melhor sermos só amigos.

— Está tudo bem, querida? – Ela perguntou e fiz que sim com a cabeça.

— Vou chama-los. – Disse em fim. – E a Smackle também.

POV Josh

Estava indo para a sala quando vi Stiles passar.

— Josh! – Ele me chamou. Parei e esperei ele chegar até mim. – Você vai para a casa do seu irmão hoje?

— Vou sim. Jantar em família? – Perguntei e ele concordou.

— A gente se encontra as sete no estacionamento quatro? - Eu concordei e ele sorriu correndo para a próxima aula.

Segui para minha aula. Durante a explicação meu celular vibrou no meu bolso.

— Riley e Lucas terminaram. — Era Maya. Ela me dava notícias de vez em quando da minha sobrinha, apenas quando algo grande acontecia.

— O que aconteceu? – Perguntei temendo que a resposta me fizesse ter mais raiva do menino que eu já não ia muito com a cara.

— Ela não fala. Disse que preferem ser amigos. — Ela respondeu.

— Você conheceu o Liam? — Perguntou logo em seguida.

— Quem é esse? — Perguntei.

— Um amigo do Stiles que está morando na casa do seu irmão, indo pra nossa escola. Ele e a Riley parecem melhores amiguinhos. Você acha que esse cara pode ter alguma coisa haver com o término da Riley e do Lucas? — Ela perguntou, depois de me contar de quem se tratava.

— Eu acho que você tá com ciúme da sua melhor amiga. — Respondi sinceramente. – E que eu tenho que prestar atenção na aula.

Ela não me enviou nenhuma outra mensagem depois disso. Balancei a cabeça e tentei focar na aula que passou correndo.

Depois fui para meu dormitório, tomei banho. Coloquei uma calça jeans escura, uma blusa vinho de manga comprida e uma jaqueta preta. Enrolei no quarto lendo um livro que tinha de ler para a faculdade. Meu celular tocou me informando que já era sete horas. Desci as escadas correndo e sai para o estacionamento que ficava logo no meu prédio. Avistei Stiles caminhando até mim.

— Já chamei o Uber. - Ele disse assim que se aproximou.

— Como sabia que eu não ia me atrasar?

— Eu vi você aí e pedi.

Sentamos num banquinho para esperar pelo transporte.

— Eu fiquei sabendo do término. – Comentei, ele ergueu as sobrancelhas e encarou o chão num suspiro. – É verdade que foi por um tal de Liam?

Ele ergueu a cabeça me encarando, os olhos meio arregalados.

— Onde ouviu isso? – Ele questionou.

— É uma suspeita da Maya. – Disse.

— Talvez Maya devesse olhar pro próprio umbigo antes de distribuir culpa. – Ele afirmou irritado, mas sua raiva passou e o arrependimento bateu na mesma velocidade que aquelas palavras tinham saído de sua boca. – Desculpa.

— Tudo bem. – Afirmei.

— Não foi pelo Liam. – Ele disse afinal. – Foi pela Maya.

Me surpreendi.

— Mas a Riley nunca vai admitir isso. – Ele disse se levantando, vendo o carro chegar.