Precisamos um do outro escrita por Moon
Notas iniciais do capítulo
Cory e Topanga acompanham Stiles e Riley em sua viagem para o Beacon Hills.
POV Topanga
Maya foi na sala e disse que Riley estava chorando. Fomos até o quarto, pedimos que os amigos dela nos deixasse sozinhos e então ela nos contou que passou um dia na escola de Beacon Hills, que fez amizade com esse menino que foi atacado por um animal na floresta.
— O Stiles que te contou? – Cory perguntou.
— Não. – Ela limpou as lágrimas. – Liam. Um amigo. Ele me ligou.
Nós a consolamos, falamos sobre vida e morte, mas quando ela estava mais calma tivemos que tirar nossas dúvidas.
— Por que você foi para a escola que o seu irmão estudava? Riley? – Eu estava estranhando.
— Desculpa. – Ela só disse isso.
Ela parecia se sentir culpada, ela tinha os lábios tensionados e os olhos arregalados como ela fazia sempre que estava mentindo.
— O que está escondendo de nós, Riley? – Eu estava preocupada que ela estivesse envolvida com a morte do rapaz, que ela estivesse envolvida em alguma coisa perigosa.
— Eu não quero magoar vocês, mas eu não posso contar.
O que ela está escondendo?
— Riley, você pode nos contar qual quer coisa. – Cory tentou apoiá-la para fazer ela nos contar o que estava acontecendo.
— Eu amo vocês. – Ela parou por uns segundos e ficou pensativa, então seu rosto se iluminou como ela fazia quando tinha alguma ideia. – Vocês sabem o quanto eu os amo. Vocês sabem que eu sou muito grata. Vocês sempre me entendem. Eu sei que posso confiar em vocês.
— O que foi, querida? – Perguntei notando que ela iria responder, que ela estava pronta para nos contar algo importante.
— Eu queria saber. Como seria a minha vida se eu tivesse crescido com eles. Eu quis ter a experiência completa. E eu acho que vocês vão me odiar por isso, mas eu estava curiosa. Eu. – Ela se calou e encarou o chão.
— Riley. – Cory segurou a mão dela e eu fiz o mesmo. – A gente entende, querida. Você tem curiosidade, é normal.
— O que descobriu? – Agora era eu quem estava curiosa.
— Eu seria Sophia Stilinski. Todo mundo diria que eu sou igual ao meu pai, que quer fazer do mundo um lugar melhor. Ou que eu também sou igual a minha mãe, que cuida da família e acredita nas pessoas. E eu tenho um irmão que só quer cuidar de mim. Eu estudaria em Beacon Hills High School, teria ótimos amigos.
Ela sorriu de lado.
— Eu descobri que lá, ou aqui. Eu me tornaria exatamente quem eu sou e que Deus se certificou em me dar uma família maravilhosa. Duas vezes.
Ela chorava.
— Querida, você é única e especial. E embora eu e sua mãe queiramos algum crédito pela pessoa maravilhosa que você se tornou, a verdade é que você sempre foi uma criança maravilhosa. Você sempre foi essa mistura de Cory e Topanga, desde o dia em que te conhecemos e é por isso que você sempre foi a nossa filha. – Cory falava enquanto eu a abraçava.
— Querida, eu sei que Beacon Hills é sua cidade, que você é uma Stilinski. Mas você ainda é de Nova York. Você ainda é uma Matthews. – Eu segurei sua mão.
Ela agradeceu e pediu para ficar sozinha antes de dormir. Auggie estava dormindo na casa de Ava.
Passei parte da noite conversando com Cory sobre a situação, sobre o que faríamos, sobre a viagem e decidimos que também queríamos conhecer a família da Riley e principalmente, queríamos apoiá-la nesse momento.
No dia seguinte, no fim do dia, Stiles foi até o Topanga’s. Eu disse que pretendíamos ir com eles. Os dois pareciam surpresos.
— Então deveríamos ir hoje. – Stiles disse. – O enterro vai ser amanhã. No fim da tarde. Se sairmos em uma hora chegaremos lá perto das dez.
— E se passarmos pela Filadélfia? – Perguntei.
Ele tirou o celular do bolso, mexeu nele por uns instantes.
— Mais uma hora e pouco de viagem. Ainda chegamos antes da meia noite. – Ele respondeu.
— Então por que você não se prepara para nos encontrar lá em casa, em uma hora?
Ele concordou, me agradeceu, se despediu de todos rapidamente e foi embora apressado. Riley teve a mesma reação, concordou, me agradeceu, se despediu e foi embora acompanhada pelos amigos.
Conversei com Cory no telefone, ele disse que já havia falado com a direção do colégio e foi liberado. Eu já havia pedido uma folga no escritório mais cedo.
POV Riley
Cheguei em casa com Maya, Lucas e Farkle. Fomos para o meu quarto. O clima entre nós estava estranho. Smackle e Zay tinham ficado na lanchonete.
Maya acabou quebrando o silêncio falando sobre a escola, o que fariam para me manter informada de todas as atividades e todos os acontecimentos. E isso iniciou uma conversa enquanto, isso eu arrumava minha mochila. Optei por calças e blusas dessa vez. O único vestido que estava levando era o preto que eu havia usado no velório da senhora Svorski.
Sentei na cama e conversei com eles enquanto passava algumas coisas, como carteira e carregador da mochila da escola para a mochila que eu iria levar. Tirei a bota que eu estava usando, a coloquei numa sacolinha e guardei na mochila.
Fui no closet e coloquei uma rasteirinha, já que eu estava descalça. Aproveitei e peguei um casaco e guardei também.
— Acho que é isso. – Eu disse fechando a mochila.
— Não está esquecendo de nada? – Maya perguntou.
— Meu celular tá no bolso, já guardei minha nécessaire, minha carteira, o carregador, três mudas de roupa. – Eu estava listando pra ela tudo que estava na bolsa. - Calçados, roupa íntima. Casaco.
— Sua mala está pronta. – Ela segurou minhas mãos que estavam geladas. – E você?
Eu não estava pronta. Eu passei a noite toda. O rosto do Mason sorrindo de alguma coisa que ele disse antes de sair do carro. Ele sendo atacado. A cara daquela coisa enquanto rasgava a garganta dele. Atirar naquilo. O sangue.
Antes que eu pudesse responder meu celular tocou. Era uma mensagem da minha mãe.
— Arrume uma mochila pro Auggie, por favor. Chego logo em casa. – Maya leu em voz alta.
— Melhor a gente ir. – Lucas disse se levantando da janela. – Você tem muito o que fazer ainda.
Farkle se levantou também e Maya concordou com a cabeça.
— Boa viagem! – Lucas me deu um beijo na bochecha e saiu na frente.
— Não esquece de dar notícias. – Farkle disse depois de me abraçar seguindo o Lucas.
— Podem ir descendo. Eu já vou! – Maya disse e esperou ele sair do quarto. – Eu sei que isso vai ser difícil pra você e eu queria muito ir.
— Eu sei, peaches. – Segurei sua mão.
— Eu estou contigo. Mesmo sem estar. – Ela pegou a bolsa dela e saiu.
— Eu te amo! – Ela gritou da sala antes de sair.
Ninguém saiu pela janela. E eu imaginei Zay fazendo alguma piada, dizendo que estavam todos muito civilizados.
Ri sozinha e fui pro quarto do Auggie arrumar a mochila dele.
POV Stiles
Arrumar a mochila foi fácil, já que ainda não havia desfeito da última viagem. Só troquei as peças sujas por outras. Eu estava guardando o celular quando Marcos e Jessie entraram no quarto rindo entre beijos.
— E aí, detetive? – Marcos disse se virando. – Desfazendo a mala?
— Nova mala.
— Vai viajar de novo? – Jessie perguntou.
— É. Mas eu volto logo. - Coloquei a mochila no ombro e sai do quarto. – Até mais!
Eu sabia que eles queriam fazer mais perguntas, então sai apressado. Andei normal pelo corredor, mas desci as escadas correndo, desviei de algumas pessoas e virando para a próxima escadaria esbarrei em alguém. Era o Josh.
— Eu estava te procurando. – Ele disse respirando ofegante. – Eu preciso me exercitar mais.
Eu ri e esperei ele recuperar o folego.
— Eu estava falando com a Maya. Ela me contou do teu amigo.
Comecei a andar com ele.
— Eu sinto muito!
— Eu também.
O silêncio pairou por uns instantes, mas não era desconfortável.
— Quer rachar um Uber? – Ele perguntou.
Ele notou que eu não estava entendendo e explicou.
— Eu quero ver a minha sobrinha.
— Claro! Eu vou chamar um carro. Esperamos no refeitório?
Ele concordou e andamos em silêncio e nos sentamos na mesma mesa.
— Eu sei como é, chegar numa cidade como Nova York. – Ele começou. – Eu só quero que saiba que pode contar comigo. Até nos momentos difíceis.
— Valeu. – Apertei sua mão. – Conta comigo também.
— Afinal você é o tio da minha irmã. – Eu disse depois de uns segundos.
— E isso nem é estranho, nem nada! – Ele riu.
O carro chegou rápido, eu e Josh ficamos calados durante todo o trajeto. Ele sabia que eu não estava no clima pra conversa e ele respeitava isso.
Quando chegamos ao apartamento, Riley nos atendeu. A mãe dela estava arrumando a mala no quarto e Auggie estava brincando mais alegre que o normal na sala.
— Tio Josh! – Ele gritou assim que chegamos e correu para os braços do tio.
— Auggie. – Ele gritou na mesma alegria levantando o menino no colo.
— Eu vou visitar o vovô e a vovó. – Ele anunciou sorridente.
— Eu sei! – Ele sorriu pro menino. – Eu vim desejar boa viagem e pedir um favorzão.
Auggie esperou o pedindo com expectativa.
— Você tem que dizer que eu mandei um beijão pros dois. E dizer: Foi uma SURPRESA!
Riley e Auggie riram do que parecia ter sido uma piada.
— Oi, Riley! – Ele a abraçou com força sem dizer nada.
— Oi, tio Josh!
— Oi, Stiles! – Auggie me cumprimentou animado.
— E ai, amigão? – Fechei o punho e ele bateu o dele no meu sorridente. – Pronto pra viajar?
Ele fez que sim com a cabeça e voltou a brincar. Logo, Cory chegou nos chamando para pegarmos a estrada e Josh se despediu de todos e foi embora.
O pai disse a Auggie que eu estava indo de carona que eu iria para uma cidade perto de Filadélfia. E que toda a família estava indo para ver os avós.
Todo o caminho até Filadélfia foi preenchido pela voz do Auggie fazendo perguntas e brincando com todos nós. Mas depois que ele ficou em Filadélfia e voltamos a estrada, às onze horas, o silêncio se tornou ensurdecedor.
Senti o celular vibrar no bolso. Mensagem da Riley.
Você avisou que os meus pais estavam indo?
Eu sabia que tinha esquecido de alguma coisa. Fiz que não com a cabeça. Procurei o contato do meu pai e digitei uma mensagem avisando que chegaríamos em pouco mais de uma hora, com os pais da Riley. Ele respondeu imediatamente, dizendo que estava preparando o quarto de hospedes, que eu recusei na nossa última visita.
Mostrei o celular pra Riley e ela me respondeu com um sorriso de lado enquanto se encolhia com o frio. Ela estava usando uma calça jeans, uma regata branca e um kimono florido longo.
— Tem quarto de hóspedes? – Ela perguntou num sussurro e eu afirmei.
Tirei o casaco, já que eu estava usando uma blusa de manga compridas por baixo, e a entreguei. Ela entrou no agasalho apressada e deixou a janela, sentando mais perto de mim e entrelaçando nossos braços.
Notei Topanga nos observando pelo retrovisor antes dela desviar o olhar.
Meia- Noite. Uma hora.
— Chegamos a sua cidade, Stiles. – Cory anunciou passando pela placa de “Bem-vindos a Beacon Hills”. – Qual o caminho agora?
Indiquei o caminho e logo estávamos entrando na rua da minha casa.
— É a casa que tem uma viatura na porta.
Ele estacionou cuidadosamente atrás da viatura e meu pai apareceu na porta.
Eu e Riley fomos de encontro a ele, Cory e Topanga nos acompanhou.
Ele nos abraçou com força, com uma mão no rosto de cada perguntou:
— Vocês estão bem? – Ambos assentimos e ele sorriu.
Riley então os apresentou.
— Esses são os meus pais. Cory e Topanga. Noah.
Meu pai esticou o braço e os cumprimentou.
— Um prazer conhece-los.
— Igualmente. – Cory respondeu e Topanga apenas sorriu.
— Bem, entrem.
— Eu pego as mochilas. – Disse saindo da casa.
Abri o porta-malas, tinha uma mala pequena e duas mochilas. Peguei o celular e liguei pro Scott.
— Chegamos. – Disse assim que ele atendeu. – Amanhã de manhã a gente se vê.
Eu estava conversando com ele por mensagens durante a última hora. Só queria avisar que estávamos casa. Ele sabia que com os pais da Riley por perto não poderíamos sair tão tarde.
— Eu vou te acordar quando o sol estiver aparecendo.— Ele disse antes de desligar.
Guardei o celular e entrei me casa com a bagagem.
— Amanhã de manhã. Casa do Scott. – Disse na porta do meu quarto.
— O Liam está lá? – Eu só confirmei com a cabeça.
Cory e Topanga já estavam no quarto de hospedes.
— Por que eu não fiquei no quarto de hóspedes e você no seu quarto no final de semana? – Ela perguntou baixinho.
— Você não é hospede.
Ela sorriu. Fazia algum tempo que eu não a via sorrir de verdade.
— Você não tem que dormir no sofá.
Entrei no meu quarto, me abaixei e puxei um colchão que estava embaixo da cama.
— Não foi o que eu quis dizer. – Ela se surpreendeu.
— Eu sei. – Larguei minha mochila na cadeira da escrivaninha. – Eu fico mais confortável assim.
Estava pegando cobertores no closet e escutei batidas de leve na porta. Vi Topanga na porta.
— Só viemos dar boa noite pra vocês.
— Boa noite! - Riley disse sentada na cama.
— Boa noite. - Eu disse saindo do closet.
— Até amanhã. - Cory disse, atrás de Topanga. Sorriram pra nós e foram embora.
— Vai ser uma longa noite. - Riley disse tirando os sapatos. - Outra longa noite.
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