Precisamos um do outro escrita por Moon


Capítulo 16
Outra longa noite


Notas iniciais do capítulo

Cory e Topanga acompanham Stiles e Riley em sua viagem para o Beacon Hills.



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POV Topanga

Maya foi na sala e disse que Riley estava chorando. Fomos até o quarto, pedimos que os amigos dela nos deixasse sozinhos e então ela nos contou que passou um dia na escola de Beacon Hills, que fez amizade com esse menino que foi atacado por um animal na floresta.

— O Stiles que te contou? – Cory perguntou.

— Não. – Ela limpou as lágrimas. – Liam. Um amigo. Ele me ligou.

Nós a consolamos, falamos sobre vida e morte, mas quando ela estava mais calma tivemos que tirar nossas dúvidas.

— Por que você foi para a escola que o seu irmão estudava? Riley? – Eu estava estranhando.

— Desculpa. – Ela só disse isso.

Ela parecia se sentir culpada, ela tinha os lábios tensionados e os olhos arregalados como ela fazia sempre que estava mentindo.

— O que está escondendo de nós, Riley? – Eu estava preocupada que ela estivesse envolvida com a morte do rapaz, que ela estivesse envolvida em alguma coisa perigosa.

— Eu não quero magoar vocês, mas eu não posso contar.

O que ela está escondendo?

— Riley, você pode nos contar qual quer coisa. – Cory tentou apoiá-la para fazer ela nos contar o que estava acontecendo.

— Eu amo vocês. – Ela parou por uns segundos e ficou pensativa, então seu rosto se iluminou como ela fazia quando tinha alguma ideia. – Vocês sabem o quanto eu os amo. Vocês sabem que eu sou muito grata. Vocês sempre me entendem. Eu sei que posso confiar em vocês.

— O que foi, querida? – Perguntei notando que ela iria responder, que ela estava pronta para nos contar algo importante.

— Eu queria saber. Como seria a minha vida se eu tivesse crescido com eles. Eu quis ter a experiência completa. E eu acho que vocês vão me odiar por isso, mas eu estava curiosa. Eu. – Ela se calou e encarou o chão.

— Riley. – Cory segurou a mão dela e eu fiz o mesmo. – A gente entende, querida. Você tem curiosidade, é normal.

— O que descobriu? – Agora era eu quem estava curiosa.

— Eu seria Sophia Stilinski. Todo mundo diria que eu sou igual ao meu pai, que quer fazer do mundo um lugar melhor. Ou que eu também sou igual a minha mãe, que cuida da família e acredita nas pessoas. E eu tenho um irmão que só quer cuidar de mim. Eu estudaria em Beacon Hills High School, teria ótimos amigos.

Ela sorriu de lado.

— Eu descobri que lá, ou aqui. Eu me tornaria exatamente quem eu sou e que Deus se certificou em me dar uma família maravilhosa. Duas vezes.

Ela chorava.

— Querida, você é única e especial. E embora eu e sua mãe queiramos algum crédito pela pessoa maravilhosa que você se tornou, a verdade é que você sempre foi uma criança maravilhosa. Você sempre foi essa mistura de Cory e Topanga, desde o dia em que te conhecemos e é por isso que você sempre foi a nossa filha. – Cory falava enquanto eu a abraçava.

— Querida, eu sei que Beacon Hills é sua cidade, que você é uma Stilinski. Mas você ainda é de Nova York. Você ainda é uma Matthews. – Eu segurei sua mão.

Ela agradeceu e pediu para ficar sozinha antes de dormir. Auggie estava dormindo na casa de Ava.

Passei parte da noite conversando com Cory sobre a situação, sobre o que faríamos, sobre a viagem e decidimos que também queríamos conhecer a família da Riley e principalmente, queríamos apoiá-la nesse momento.

No dia seguinte, no fim do dia, Stiles foi até o Topanga’s. Eu disse que pretendíamos ir com eles. Os dois pareciam surpresos.

— Então deveríamos ir hoje. – Stiles disse. – O enterro vai ser amanhã. No fim da tarde. Se sairmos em uma hora chegaremos lá perto das dez.

— E se passarmos pela Filadélfia? – Perguntei.

Ele tirou o celular do bolso, mexeu nele por uns instantes.

— Mais uma hora e pouco de viagem. Ainda chegamos antes da meia noite. – Ele respondeu.

— Então por que você não se prepara para nos encontrar lá em casa, em uma hora?

Ele concordou, me agradeceu, se despediu de todos rapidamente e foi embora apressado. Riley teve a mesma reação, concordou, me agradeceu, se despediu e foi embora acompanhada pelos amigos.

Conversei com Cory no telefone, ele disse que já havia falado com a direção do colégio e foi liberado. Eu já havia pedido uma folga no escritório mais cedo.

POV Riley

Cheguei em casa com Maya, Lucas e Farkle. Fomos para o meu quarto. O clima entre nós estava estranho. Smackle e Zay tinham ficado na lanchonete.

Maya acabou quebrando o silêncio falando sobre a escola, o que fariam para me manter informada de todas as atividades e todos os acontecimentos. E isso iniciou uma conversa enquanto, isso eu arrumava minha mochila. Optei por calças e blusas dessa vez. O único vestido que estava levando era o preto que eu havia usado no velório da senhora Svorski.

Sentei na cama e conversei com eles enquanto passava algumas coisas, como carteira e carregador da mochila da escola para a mochila que eu iria levar. Tirei a bota que eu estava usando, a coloquei numa sacolinha e guardei na mochila.

Fui no closet e coloquei uma rasteirinha, já que eu estava descalça. Aproveitei e peguei um casaco e guardei também.

— Acho que é isso. – Eu disse fechando a mochila.

— Não está esquecendo de nada? – Maya perguntou.

— Meu celular tá no bolso, já guardei minha nécessaire, minha carteira, o carregador, três mudas de roupa. – Eu estava listando pra ela tudo que estava na bolsa. -  Calçados, roupa íntima. Casaco.

— Sua mala está pronta. – Ela segurou minhas mãos que estavam geladas. – E você?

Eu não estava pronta. Eu passei a noite toda. O rosto do Mason sorrindo de alguma coisa que ele disse antes de sair do carro. Ele sendo atacado. A cara daquela coisa enquanto rasgava a garganta dele. Atirar naquilo. O sangue.

Antes que eu pudesse responder meu celular tocou. Era uma mensagem da minha mãe.

— Arrume uma mochila pro Auggie, por favor. Chego logo em casa. – Maya leu em voz alta.

— Melhor a gente ir. – Lucas disse se levantando da janela. – Você tem muito o que fazer ainda.

Farkle se levantou também e Maya concordou com a cabeça.

— Boa viagem! – Lucas me deu um beijo na bochecha e saiu na frente.

— Não esquece de dar notícias. – Farkle disse depois de me abraçar seguindo o Lucas.

— Podem ir descendo. Eu já vou! – Maya disse e esperou ele sair do quarto. – Eu sei que isso vai ser difícil pra você e eu queria muito ir.

— Eu sei, peaches. – Segurei sua mão.

— Eu estou contigo. Mesmo sem estar. – Ela pegou a bolsa dela e saiu.

— Eu te amo! – Ela gritou da sala antes de sair.

Ninguém saiu pela janela. E eu imaginei Zay fazendo alguma piada, dizendo que estavam todos muito civilizados.

Ri sozinha e fui pro quarto do Auggie arrumar a mochila dele.

POV Stiles

Arrumar a mochila foi fácil, já que ainda não havia desfeito da última viagem. Só troquei as peças sujas por outras. Eu estava guardando o celular quando Marcos e Jessie entraram no quarto rindo entre beijos.

— E aí, detetive? – Marcos disse se virando. – Desfazendo a mala?

— Nova mala.

— Vai viajar de novo? – Jessie perguntou.

— É. Mas eu volto logo. - Coloquei a mochila no ombro e sai do quarto. – Até mais!

Eu sabia que eles queriam fazer mais perguntas, então sai apressado. Andei normal pelo corredor, mas desci as escadas correndo, desviei de algumas pessoas e virando para a próxima escadaria esbarrei em alguém. Era o Josh.

— Eu estava te procurando. – Ele disse respirando ofegante. – Eu preciso me exercitar mais.

Eu ri e esperei ele recuperar o folego.

— Eu estava falando com a Maya. Ela me contou do teu amigo.

Comecei a andar com ele.

— Eu sinto muito!

— Eu também.

O silêncio pairou por uns instantes, mas não era desconfortável.

— Quer rachar um Uber? – Ele perguntou.

Ele notou que eu não estava entendendo e explicou.

— Eu quero ver a minha sobrinha.

— Claro! Eu vou chamar um carro. Esperamos no refeitório?

Ele concordou e andamos em silêncio e nos sentamos na mesma mesa.

— Eu sei como é, chegar numa cidade como Nova York. – Ele começou. – Eu só quero que saiba que pode contar comigo. Até nos momentos difíceis.

— Valeu. – Apertei sua mão. – Conta comigo também.

— Afinal você é o tio da minha irmã. – Eu disse depois de uns segundos.

— E isso nem é estranho, nem nada! – Ele riu.

O carro chegou rápido, eu e Josh ficamos calados durante todo o trajeto. Ele sabia que eu não estava no clima pra conversa e ele respeitava isso.

Quando chegamos ao apartamento, Riley nos atendeu. A mãe dela estava arrumando a mala no quarto e Auggie estava brincando mais alegre que o normal na sala.

— Tio Josh! – Ele gritou assim que chegamos e correu para os braços do tio.

— Auggie. – Ele gritou na mesma alegria levantando o menino no colo.

— Eu vou visitar o vovô e a vovó. – Ele anunciou sorridente.

— Eu sei! – Ele sorriu pro menino. – Eu vim desejar boa viagem e pedir um favorzão.

Auggie esperou o pedindo com expectativa.

— Você tem que dizer que eu mandei um beijão pros dois. E dizer: Foi uma SURPRESA!

Riley e Auggie riram do que parecia ter sido uma piada.

— Oi, Riley! – Ele a abraçou com força sem dizer nada.

— Oi, tio Josh!

— Oi, Stiles! – Auggie me cumprimentou animado.

— E ai, amigão? – Fechei o punho e ele bateu o dele no meu sorridente. – Pronto pra viajar?

Ele fez que sim com a cabeça e voltou a brincar. Logo, Cory chegou nos chamando para pegarmos a estrada e Josh se despediu de todos e foi embora.

O pai disse a Auggie que eu estava indo de carona que eu iria para uma cidade perto de Filadélfia. E que toda a família estava indo para ver os avós.

Todo o caminho até Filadélfia foi preenchido pela voz do Auggie fazendo perguntas e brincando com todos nós. Mas depois que ele ficou em Filadélfia e voltamos a estrada, às onze horas, o silêncio se tornou ensurdecedor.

Senti o celular vibrar no bolso. Mensagem da Riley.

Você avisou que os meus pais estavam indo?

Eu sabia que tinha esquecido de alguma coisa. Fiz que não com a cabeça. Procurei o contato do meu pai e digitei uma mensagem avisando que chegaríamos em pouco mais de uma hora, com os pais da Riley. Ele respondeu imediatamente, dizendo que estava preparando o quarto de hospedes, que eu recusei na nossa última visita.

Mostrei o celular pra Riley e ela me respondeu com um sorriso de lado enquanto se encolhia com o frio. Ela estava usando uma calça jeans, uma regata branca e um kimono florido longo.

— Tem quarto de hóspedes? – Ela perguntou num sussurro e eu afirmei.

Tirei o casaco, já que eu estava usando uma blusa de manga compridas por baixo, e a entreguei. Ela entrou no agasalho apressada e deixou a janela, sentando mais perto de mim e entrelaçando nossos braços.

Notei Topanga nos observando pelo retrovisor antes dela desviar o olhar.

Meia- Noite. Uma hora.

— Chegamos a sua cidade, Stiles. – Cory anunciou passando pela placa de “Bem-vindos a Beacon Hills”. – Qual o caminho agora?

Indiquei o caminho e logo estávamos entrando na rua da minha casa.

— É a casa que tem uma viatura na porta.

Ele estacionou cuidadosamente atrás da viatura e meu pai apareceu na porta.

Eu e Riley fomos de encontro a ele, Cory e Topanga nos acompanhou.

Ele nos abraçou com força, com uma mão no rosto de cada perguntou:

— Vocês estão bem? – Ambos assentimos e ele sorriu.

Riley então os apresentou.

— Esses são os meus pais. Cory e Topanga. Noah.

Meu pai esticou o braço e os cumprimentou.

— Um prazer conhece-los.

— Igualmente. – Cory respondeu e Topanga apenas sorriu.

— Bem, entrem.

— Eu pego as mochilas. – Disse saindo da casa.

Abri o porta-malas, tinha uma mala pequena e duas mochilas. Peguei o celular e liguei pro Scott.

— Chegamos. – Disse assim que ele atendeu. – Amanhã de manhã a gente se vê.

Eu estava conversando com ele por mensagens durante a última hora. Só queria avisar que estávamos casa. Ele sabia que com os pais da Riley por perto não poderíamos sair tão tarde.

Eu vou te acordar quando o sol estiver aparecendo.— Ele disse antes de desligar.

Guardei o celular e entrei me casa com a bagagem.

— Amanhã de manhã. Casa do Scott. – Disse na porta do meu quarto.

— O Liam está lá? – Eu só confirmei com a cabeça.

Cory e Topanga já estavam no quarto de hospedes.

— Por que eu não fiquei no quarto de hóspedes e você no seu quarto no final de semana? – Ela perguntou baixinho.

— Você não é hospede.

Ela sorriu. Fazia algum tempo que eu não a via sorrir de verdade.

— Você não tem que dormir no sofá.

Entrei no meu quarto, me abaixei e puxei um colchão que estava embaixo da cama.

— Não foi o que eu quis dizer. – Ela se surpreendeu.

— Eu sei. – Larguei minha mochila na cadeira da escrivaninha. – Eu fico mais confortável assim.

Estava pegando cobertores no closet e escutei batidas de leve na porta.  Vi Topanga na porta.

— Só viemos dar boa noite pra vocês.

— Boa noite! - Riley disse sentada na cama.

— Boa noite. - Eu disse saindo do closet.

— Até amanhã. - Cory disse, atrás de Topanga. Sorriram pra nós e foram embora.

— Vai ser uma longa noite. - Riley disse tirando os sapatos. - Outra longa noite.


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o capítulo. Obrigada por ler. Espero que tenha gostado e volte logo!



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