Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 31
O fim? Não. Um recomeço


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo...

— Olá, Cinderela.

— Klaus Mikaelson... por que estou com a sensação de alguma tempestade vindo?

— Ah, Genesis... você continua tão marrenta do que quando era jovem.



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Numa manhã de primavera, Genny ensinava a alguns aprendizes de Shadowhunters quando o telefone da Academia tocou.

—Alo? Academia Salvatore. - disse ela se separando do grupo, mas dando um sinal para que continuassem.

— Olá, Cinderela.

— Klaus Mikaelson... por que estou com a sensação de alguma tempestade vindo?

— Ah, Genesis... você continua tão marrenta do que quando era jovem.

— Eu sou jovem, esqueceu? Congelada aos vinte anos.

— Não, eu não esqueci. E tem outra pessoa que também não se esquece de você.

Genny abriu a palma da mão direita e viu a marca da união gravada. Por muitos anos ela temeu que a marca desaparecesse, sinal que algo de muito ruim tivesse acontecido a Elijah.

— É mesmo? O que você quer Klaus? Tenho alunos me esperando.

— Olha, Cinderela. Eu sei que a gente é meio estranho um com o outro, mas só você pode me dizer. Eu sei que você e a Caroline são amigas... eu só queria saber se ela está sozinha.

— Sim. Depois do Alaric, ela nunca mais se apegou a ninguém.

— Maravilha! Era o que eu precisava saber. - depois disso ele desligou o telefone.

— Mas é um abusado mesmo! - ela desligou o telefone e já ia voltar para o treinamento quando Caroline veio ao seu encontro.

— Klaus Mikaelson é a pessoa mais abusada que eu conheço nesses cem anos.

— Klaus? - Caroline piscou surpresa.

— Sim! Você acredita que ele...

A campainha da porta tocou, interrompendo Genny.

— Eu atendo. - Caroline disse.

— E eu vou voltar para a minha aula... - Genny resmungou, enquanto voltava a sala de treinamento.

Ela estava passando alguns golpes com seus alunos quando escutou uma voz dizendo.

— Sua postura ainda está incorreta, Genesis.

Ela virou-se e viu Elijah parado na porta com um ar displicente no rosto. As mãos nos bolsos.

Genny ignorou o descompassar do seu coração apoiando-se no bastão que usava e respondendo com voz dura.

— Minha postura está corretíssima.

Elijah tirou o paletó, o colocando sobre uma cadeira, desabotoou os punhos, enrolando as mangas da camisa. Genny sentiu um aperto no estômago. Reconhecia aqueles gestos como se os tivesse visto pela primeira vez no dia anterior. Ele a desafiava.

— Permita-me provar o seu engano.

Um som de surpresa veio da parte dos alunos. Ela estreitou os olhos para ele. Elijah Mikaelson não iria lhe vencer na frente de seus alunos.

— Mas é claro! - ela rodou o bastão aceitando o desafio. - Mas já aviso que eu me aperfeiçoei muito nesses anos.

Ele acenou com a cabeça, enquanto subia no tablado.

Os dois moveram-se em círculos, estudando-se.

Ele avançou para cima dela e Genny escapou com uma pirueta em pleno ar. Quando seus pês tocaram o chão, ela saltou novamente acertando um chute no rosto dele quando Elijah se virou. Ele rodopiou e caiu meio agachado. Ela o esperava na mesma posição.

Os dois se levantaram e começaram uma sequência de socos e chutes. Um atacava, o outro defendia. A rapidez que ambos se moviam deixava os alunos de Genny boquiabertos. Eram como duas sombras se movendo.

Num determinado momento, Elijah conseguiu derrubar Genny com uma rasteira. Ela caiu estatelada no chão. Os alunos deram risadinhas com a cara que ela fez.

— Pronta para admitir seu engano?

— Não! - Ela se pôs de pé num salto e partiu para cima dele.

Elijah conseguiu segura-la e a imobilizou.

— Desista, Genesis. - Ele forçou o corpo dela para baixo.

Mas, Genny abaixou o corpo e como no judô, jogou o corpo dele por cima do seu, fazendo que Elijah caísse com as costas no chão.

— Desista você.

— Sim. Eu desisto. Não consigo mais viver sem você. - sem que ela esperasse, puxou-a pela nuca e a beijou. Os alunos foram a loucura.

Ela se deixou se levar pela carícia e quando menos esperava ele rolou sobre ela, mas sem interromper o beijo.

— Er... Genesis? - um dos alunos se aproximou dos dois.- Isso vai cair na apresentação de amanha?

Genny e Elijah sorriram um para o outro e se levantaram do chão.

— Não se preocupem. Não irá cair. Dispensados.

Entre cochichos e risinhos, a classe saiu da sala, enquanto Caroline e Klaus entravam. Pelo braço dele sobre os ombros dela e pelo sorriso que Caroline exibia é claro que ele viera para cumprir a promessa que havia feito a ela a cem anos.

— Ora irmão... vejo que encontrou nossa Cinderela. - comentou Klaus.

— Caroline, tem certeza que não quer que eu o jogue pela janela? - perguntou Genny com voz perigosamente suave.

— Gostaria que tentasse, anjinho... - respondeu Klaus no mesmo tom.

Os olhos de Genny relampejaram vermelho e Elijah colocou a mão em seu ombro.

— Acredite, Niklaus... ela o jogaria bem longe pela janela. - segurando a mão dela ele a levou para fora da sala.

— Klaus... Você tem que ser assim sempre? - reclamou Caroline.

— Minha Caroline... não foi por isso que você se apaixonou por mim.

— Eu não...

Ele a interrompeu com um beijo.

— Você precisa parar de ser assim... - Caroline insistiu quando se separaram.

— Bem, como eu sou seu último amor, Caroline, você tem toda a eternidade para me convencer a mudar.

Ele a beijou novamente e o último pensamento de Caroline foi que ele precisava mudar, mas... essa mudança não precisava ser agora.

Genny abriu as portas francesas que davam para uma pequena varanda. O sol se punha ainda iluminando tudo, com uma suave cor laranja. Ela respirou fundo ao ver a maravilha que se descortinava a sua frente.

— Há muito tempo não paro para assistir um pôr do sol. - disse Elijah.

— Pode começar com esse. - respondeu Genny recostando no gradeado da varanda.

— Você é feliz aqui, Genesis?

— É o meu lar. Caroline se tornou uma irmã para mim. Nós enfrentamos o luto, a saudade, o tempo juntas. Choramos e rimos muitas vezes juntas. Mas esse lugar... é o meu santuário. Eu já vi muito do mundo. Mas é bom ter sempre um lugar para o qual retornar. Para chamar de lar.

Elijah ficou em silêncio pensando nas palavras dela. Um lar. Ele considerou por muito tempo Nova Orleans o seu lar. Mas não o era mais. Ali sua família quase foi exterminada. Ele nunca havia ficado tão perto da morte quanto na cidade que, um dia, ele considerou o seu santuário. Naquela parte do planeta nenhuma das pessoas que os conhecera antes, com exceção de Caroline Forbes, estava viva, então... Seria como um retorno à própria origem dos Mikaelson.

— Algo me diz que Caroline vai ficar um bom tempo fora.

Genny suspirou.

— Ela merece. Foi a única que restou. Então acho que vamos precisar de um novo diretor. Pelo menos, nos próximos dez ou cinquenta anos.

— Está me contratando?

— Está interessado?

Ele a abraçou e Genny recostou a cabeça em seu ombro.

— Sim. Estou muito interessado. - seu meio sorriso e o brilho nos olhos escuros não restava dúvida em quem ele estava interessado.

Genny ergueu os olhos para ele.

— Para sempre?

— E sempre.

Sim. Era um ótimo recomeço para uma antiga promessa.


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Notas finais do capítulo

Bem... chegamos ao final da nossa história. Espero que todos tenham gostado da nossa Genny e da história alternativa dos Mikaelson. Um beijo e até a próxima.



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