Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 21
De boas intenções o Inferno está cheio


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo...

— Mentiroso... – disse Freya

— Ela aceitou não ir, não foi? Os fins justificam os meios, irmã. – respondeu Elijah

— Estou me referindo ao verdadeiro motivo dessa briga toda.

— E qual seria?

— Ciúmes. Você está com ciúmes de Genesis. Ela é uma bonita moça e Marcel é bem envolvente quando quer.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726984/chapter/21

Genny apertou a mão dela com um sorriso.

— Sou Genny Wayland.

—Você quer levar a adaga para um deles? – perguntou Patsy.

— Sim, para Klaus Mikaelson. É aniversário dele.

A bruxa fez um sinal de compreensão e estendeu a caixa para Genny.

— Então leve. Vou embrulhá-lo para você.

— Mas é muito caro! Seu patrão não vai achar ruim com você?

— Olha, é Klaus Mikaelson. Tenho certeza que meu patrão não vai se incomodar. Até por que ele está encantado de oferecer esse presente, não está senhor Ingersson?

Um velhinho simpático apareceu de uma sala e acenou com a mão concordando.

— Sendo assim, eu aceito. Mas por favor fique com isso. - Genny lhe estendeu o colar. - Vai aplacar um pouco a minha consciência.

Na hora em que Patsy viu o colar, soube que era feito de material celestial e assim ela não poderia tocá-lo com o risco de se queimar.

— Não querida. Aceite como um presente meu e guarde seu colar, sim.

Genny ficou sem entender, mas voltou a colocar o colar.

— Venha comigo, vou embrulhar o seu presente.

As duas foram até um balcão onde estavam expostas várias joias vikings. Patsy pegou um lindo papel vermelho e começou a embrulhar a caixa.

— Eu tenho pena de você. - Patsy comentou, enquanto fazia o embrulho

— Por que? - perguntou Genny.

— Você tem consideração por eles, mas os Mikaelson te tratam como um bibelô.

— Não tratam não. Somos amigos.

— E mesmo? Então por que você é a única que não sai dessa casa? Já vi a bruxa deles várias vezes fazendo compras e você nunca está junto.

— O nome dela é Freya. E eles fazem isso para me proteger.

— É o que eles querem que você acredite. Querendo ou não, Genny, você é uma pessoa muito poderosa. Mas você é muito nova. Eles já viveram muito, mas você só está começando. Olha, hoje é meu aniversário. Porque você não aparece no Rousseau. Vou dar uma festa lá. Coisa pequena.

— Eu não sei... talvez o Elijah...

— Esquece o seu tutor. Pais são sempre assim.

— Não vejo ele como meu pai.

Patsy deu um sorriso malicioso.

— Faz muito bem. Se eu tivesse um pai daqueles, já teria cometido incesto.

Genny corou envergonhada. O sorriso de Patsy aumentou. A garota era pura ao extremo.

— Engane ele e pule a janela. Tenho certeza que você vai gostar. - Patsy entregou o presente a Genny.

A moça agradeceu com um sorriso e saiu da loja. Se ela tivesse olhado para trás veria que a loja havia desaparecido.

Ao retornar, Genny subiu rapidamente para o seu quarto. Guardou o presente e desceu para a biblioteca. Pegou uma folha de papel e escreveu seus votos de felicidades. Levou a folha para o quarto e a colocou dobrada junto com o presente no atelier.

Estava lendo quando Klaus apareceu na biblioteca e colocou a caixa sobre uma mesa.

— O que é isso?

— O que lhe parece? Um presente. É seu aniversário, não é?

— E onde você arrumou isso?

Genny não entendia por que ele estava tão bravo.

— Comprei numa lojinha aqui perto. Olha Klaus se você está bravo por que eu saí sozinha, foi muito rápido. Eu não fiquei por aí dando sopa.

— Não me importa se você saiu sozinha ou se com um batalhão. Essa adaga... ela pertenceu ao meu pai. Foi a primeira coisa que ele tentou enfiar em mim quando descobriu minha Natureza loba.

— Eu, eu não sabia, Klaus. É que ela me pareceu tão bonita. A vendedora disse para mim que ela foi encontrada em uma escavação. Mas talvez isso tenha tido um propósito.

— É mesmo? Qual?

— Que as coisas dolorosas podem servir para nos fortalecer. Essa adaga... ela lhe trouxe essa lembrança em especial. Mas lembre-se também que você saiu mais forte da experiência. Por que não a usar para se fortalecer. Para lembrar de tudo que você já passou e tirar novas lições.

— Parece que você está tendo aulas de psicologia com a Camille. Eu não vou aguentar! Duas terapeutas eu não vou aguentar!

Genny sorriu, feliz com o resultado. Quem sabe seria o começo de uma boa amizade. Se ele a comparava com a senhorita O'Connell poderia querer dizer que ele a considerava uma amiga.

Mais tarde, enquanto estudava, Elijah entrou na biblioteca.

— Soube o que você fez.

— Como eu disse ao Klaus, eu não fiquei andando por aí. Fui na loja rapidamente e voltei.

— Mesmo assim. Sabe que você não tem autorização para sair sozinha. - Elijah pegou um copo e se serviu de vinho tranquilamente.

Genny fechou o livro bruscamente.

— Olha eu não sei se você percebeu, mas eu não tenho a idade da Hope. Tenho vinte anos e você não é o meu pai.

— Não tenho a pretensão nem paciência para ser.

Nesse momento, Freya entrou na biblioteca com um buque de rosas na mão.

— Irmã... Rosas de algum admirador?

— São sim. Mas não para mim. - ela entregou o buque a Genny.

Ela olhou para Elijah com a esperança nos olhos. Mas ele não deu nenhum sinal de ter sido o remetente.

— De quem são?

Genny olhou o cartão e leu.

"Espero que essas rosas sejam a moldura apropriada para tão rara beleza. Aceita jantar comigo essa noite? Marcel."

— Mas que atrevimento é esse?! - disse Elijah arrancando o cartão das mãos de Genny e o lendo.

— Ele havia me convidado para jantar, mas eu nem esperava que ele reiterasse o convite.

— É claro que você não aceitará. - ele jogou o cartão na lareira. Genny e Freya o olharam estupefatas.

— Porque não? Ele foi gentil comigo. Aceitou meu pedido de perdão pelos seus homens mortos.

— Marcel pode ser muito persuasivo. Eu não confio com você na companhia dele.

— Mas é por isso que eu tomo verbena. Para não ser compelida por nenhum vampiro.

Elijah olhou para Freya.

— Foi uma forma de protegê-la.

— Não estou questionando isso, Freya.

— Mas então está tudo certo. - disse Genny - Só preciso saber como vou responder ao convite. 

— Mas você não vai responder. – disse Elijah.

— O que?! Me dê um motivo valido para que eu não vá jantar com Marcel Gerard. - rebateu ela.

— É Elijah. Nos dê um motivo valido. - Freya cruzou os braços e o olhou.

Freya estava brincando com fogo, provocando ele dessa forma, pensou Elijah.

— Vamos Elijah. Estou esperando. – insistiu Genny.

— Por que... por que se isso for uma armadilha, Klaus vai derramar muito sangue. É isso! Quer ter uma guerra nas mãos?

— É claro que não!

— Klaus? - Freya perguntou. - É ele quem vai provocar uma guerra se Genesis sair com Marcel?

— Freya... Não está ajudando. – ele se voltou para a irmã.

— Pense bem Genesis. Se Marcel estiver preparando uma armadilha para você...

— Ele não seria louco. – cortou Genny - Ele sabe muito bem do que eu seria capaz.

— Mas bastaria ter uma aliada como Davina Claire. Um feitiço de bloqueio e pronto. Ela poderia te pegar de surpresa. Você estará à mercê dele.

Genny ficou em silencio. Ela não havia pensado nisso. Elijah tinha razão. Ele conhecia Marcel há muito mais tempo do que ela e saberia do que ele era capaz. Derrotada, mas sem querer admitir, ela saiu da biblioteca. Mas lembrou-se que havia deixado o buque. Não eram de Elijah, mas eram as flores mais bonitas que recebera. Bem... eram as únicas flores que já tinha recebido na vida. Quando retornava, ouviu Freya e Elijah falando.

  - Mentiroso... – disse Freya

— Ela aceitou não ir, não foi? Os fins justificam os meios, irmã. – respondeu Elijah

— Estou me referindo ao verdadeiro motivo dessa briga toda.

— E qual seria?

— Ciúmes. Você está com ciúmes de Genesis. Ela é uma bonita moça e Marcel é bem envolvente quando quer.

Elijah evitou o olhar da irmã, parecendo, de repente, muito interessado nas livros da estante

— Você está louca se pensa que eu olho para essa menina com... com...

—Desejo?

— Isso! Ela é só uma menina, Freya. É absurdo você pensar que eu...

Genny não quis ouvir mais. Lagrimas correram pelo seu rosto pela decepção com Elijah. Patsy estava certa. Os Mikaelson só pensavam em si mesmos. Ela subiu para o seu quarto sentindo seu sangue ferver. Sentou-se na cama respirando fundo. Não. Ela não iria perder a calma.

Foi até a janela e viu alguém lhe acenar. Era Patsy. Muito bem, ela não sairia com Marcel, mas ela sairia sim.

Abriu as janelas francesas e saiu para a varanda. Mentalizou a runa de agilidade e se concentrando pulou a balaustrada caindo sobre a calçada com graça.

— Nossa! Isso foi incrível. Então? Pronta para cair na noite?

— Vamos. Hoje eu não quero saber de regras nem ordens.

— Venha então. - Patsy puxou Genny pela mão até um carro estacionado.

— Nossa. É seu?

— De um amigo. - ela abriu a porta do carro. - Vamos?

— Vamos.

E o carro saiu em disparada pelas ruas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No Próximo capítulo...

Quando Elijah a viu dançar, ficou estático diante dela. Genny mostrava uma sensualidade à qual ela não fazia ideia.

A música pulsante ressoava em seus ouvidos refletindo o bater de seu coração. Seu sangue corria rápido nas veias. Suas mãos tremiam querendo percorrer a pele quente daquela menina. Não, ele estava errado. Genesis não era uma menina. Era uma mulher. Ele apenas não tivera coragem para enxergar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre o Céu e o Inferno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.