Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 12
Monstros




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— Agora Genesis, vamos trabalhar sua concentração. Sente-se aqui. – Freya indicou o centro da sala. Um círculo estava desenhado no chão.

Genny fez o que ela mandou. Freya murmurou algumas palavras e o círculo se acendeu. Embora estivesse numa distância confortável, Genny sentia o suor escorrer pela sua coluna devido ao calor que emanava das chamas. Com um movimento das mãos, Freya fez o fogo desaparecer.

— Nossa! Você é poderosa, sabe disso?

Freya sorriu diante a euforia dela. Nunca se acostumaria com o fato de que Genesis tinha apenas vinte anos, era uma menina. Seus próprios vinte anos já havia se perdido na contagem do tempo.

— Bem, você é tão poderosa quanto eu. Ou até mais. Pois você é a própria magia, não tem que depender de feitiços ou instrumentos.

— Mas não tenho controle.

— E é por isso que estamos treinando. Agora faça você. Um círculo de fogo.

Genny fechou os olhos e se concentrou. Novamente sentiu seu corpo se aquecer e a essência se expandir para fora dele. Sua testa franziu com o esforço, mas o círculo em volta dela se acendeu.

Mas não como o de Freya, baixo e controlado. O de Genny elevou-se vários metros acima, tornando-se não um círculo, mas uma coluna de fogo.

— Genesis! Abaixe o círculo. Controle ele!

— Freya! Eu não consigo.

— Se você não conseguir, vai queimar toda a casa. Genesis!

— Oh, anjo! Ajude-me! – Genny pediu.

A coluna de fogo apagou-se de supetão, como se tivesse sido tragada para dentro da terra. Genny virou-se para olhar Freya. As duas se olharam ofegantes. Tinha sido um susto e tanto.

— Precisamos melhorar isso... – Freya comentou. Genny concordou balançando a cabeça. Mas a atenção da moça foi atraída para um homem negro e alto que as observava. Os olhos dele estavam muito abertos o que indicou à Genny que ele tinha visto o que acontecera.

A expressão mortificada no rosto de Genny e o sinal que ela fizera, fez com que Freya virasse para trás e visse Vincent Griffith parado com uma expressão nada boa no olhar.

— Genesis... dê uma olhadinha na Hope para mim por favor.

Genny se colocou ao lado de Freya.

— Tem certeza? Posso ficar ou chamar o Elijah.

— Não. Pode ir. – a Mikaelson a tranquilizou. – Ele só quer conversar, não é Vincent?

— Sim. Preciso muito falar com você Freya.

Genny deu uma olhada para Vincent que indicava claramente que ela estava de olho nele.

Quando Freya viu Genny subindo as escadas, ela se virou para Vincent.

— O que você quer?

— Os boatos estavam certos...

— Que boatos?

— Estão falando no Quartel, Freya Mikaelson, que vocês têm uma arma.

— Temos arma coisa nenhuma. Ela é uma pessoa que precisa de ajuda para entender quem é.

— Davina recebeu um aviso dos ancestrais. E essa garota foi vista eliminando dois homens de Marcel.

— Ele sabe?

— Não. Se não já estaria aqui querendo sangue.

— Vincent, a menina não é perigo...

— Como não?! – ele a interrompeu. - Eu sei o que eu vi aqui Freya! Ela quase colocou fogo na casa.

— Sim. Mas ela está tentando dominar sua essência. Por favor, tranquilize Davina e as bruxas. Nós estamos em relativa paz.

— A Regente vai querer ver com seus próprios olhos se ela é uma ameaça ou não.

Freya viu que seus argumentos não estavam funcionando. Decidiu ser uma Mikaelson então.

— Ela não vai vê-la, Vincent. Genesis não ficará no fogo cruzado entre os Mikaelson e o Coven.

— Genesis... O início... muito bem, então. Depois não diga que eu não avisei.

Alguma coisa na voz de Vincent indicou a Freya que o nome de Genesis tinha um significado especial para o Coven. E isso não era bom.

Genny entrou no quanto de Freya e inconscientemente olhou para a cama. A lembrança de Clary ali, a vida se esvaindo dela lentamente lhe trouxe lágrimas aos olhos. A moça as enxugou com as costas da mão e foi até o bercinho de Hope.

A menininha estava acordada e balançava os bracinhos e as perninhas como se quisesse que a pegassem.

— Oi Hope! – Genny sorriu para ela e o bebê balbuciou parecendo querer falar. – Parece que somos só eu e você. – Genny a pegou, a colocou sentadinha em um tapete e se sentou ao lado dela.

O bebê começou a bater as mãozinhas no tapete e Genny deu um pequeno coelhinho de pelúcia para ela brincar.

— Sabe, Hope... fico imaginando como será a sua vida. Você tem um pai que seria capaz de matar quem pensasse em te fazer mal, tios que a adoram e, embora eu não conheça sua mãe, tenho certeza que ela sofre demais por não estar com você. Você terá uma infância feliz, bebê. Será amada. E saberá toda a sua história. Já eu... nunca soube quem eu realmente era. Tive pais que me amaram do jeito deles, mas sem sermos uma família realmente feliz, tranquila. E agora, posso destruir aqueles que me estenderam a mão.

O bebê olhava para Genny como se estivesse entendendo o que ela falava e balbuciava como se respondesse.

Genny riu com os sons que a bebê fazia.

— Quer ver o que eu posso fazer? Olha só.

Genny começou a movimentar os dedos e uma energia azul apareceu no ar. Então ela fez a energia girar como um redemoinho e ela mudava de cor. Hope olhava como os olhinhos arregalados e sorria deliciada. Então, Genny pegou a energia na mão e a transformou numa espécie de purpurina brilhante, fazendo escorrer pelos dedos como uma chuva.

— Gostou, Hope? Quer mais? Está bem.

Genny deitou a bebê no tapete e deitou ao lado dela. Fez a luz diminuir e se concentrou. Imagens do universo começaram a se projetar no teto do quanto. Uma galáxia em movimento, cercada de outras pequenas galáxias. Estrelas cadentes e o sistema solar em movimento.

— Olha só Hope. Estamos no meio de tudo isso. Já imaginou como somos pequenininhos?

— Não. – uma voz se fez ouvir.

Imediatamente Genny sentou-se. A luz voltou a ter seu brilho normal e as projeções se apagaram.

Hope começou a choramingar e a moça a pegou.

— Shh. Shh. Pronto. Olha só Hope. – ela fez a ponta de seus dedos brilharem e soltarem novamente a purpurina. – Estrelinhas...

A menininha parou de chorar e Genny a passou para Klaus.

— Pronto filha. – ele a colocou no berço e Genny deu o coelhinho de pelúcia. A bebê o agarrou e ficou deitadinha.

— Ela gosta mesmo de você. – Klaus considerou.

— E eu dela. E aceito como elogio sincero, já que crianças tem uma sensibilidade verdadeira às pessoas más.

— Então devo concluir que toda a família Mikaelson é boa.

— Sim. Elijah me contou um pouco sobre a história de vocês. Transformados em vampiros para proteção da família. Contra sua própria vontade.

— Meu pai, Mikael, forçou nossa mãe a nos transformar. Amoroso ele não?

— Sim. Tudo que ele fez foi para a proteção de vocês. Mais ou menos o que você fez para proteger a Hope.

— Está me comparando a Mikael?!

— E você nunca se comparou a ele?

— Eu nunca tentaria matar minha filha! E ele nos caçou todos esses séculos.

— Desculpa, Klaus, mas caçou a você. Seus irmãos se colocaram na linha de fogo, por defenderem você. Família é isso. Vocês podem até não concordar com os métodos uns dos outros. Mas quando se trata de defender a família, vocês são implacáveis.

— É a sua opinião a nosso respeito?

— Sim.

— Pois saiba que está errada, Cinderela! Nós somos monstros, matamos nossos inimigos sem piedade.

— Sim, você disse certo. Seus inimigos. Eu vejo você com a Hope, Klaus. Olha isso. – ela mostrou um quadro na parede. – Foi você quem fez, não foi? Que monstro teria tamanha sensibilidade? Não Klaus. Você não vai conseguir me convencer que é pior do que a maioria das pessoas. E acredite-me. Eu já vi criaturas infernais. Você não me lembra nenhuma delas.

Genny se encaminhava para sair do quarto quando Klaus a chamou.

— Sim? – ela se virou.

— Sabe que se eu pensar que você irá machucar alguém aqui dessa casa, eu matarei você, não sabe?

Genny suspirou.

— Sim eu sei.

— Mas se alguém ameaçar a sua vida, nós o mataremos.

— Espero que nenhuma das possibilidades aconteça, Klaus. Mas obrigada pelo aviso. – ela saiu do quarto, deixando Klaus a cismar com as palavras de Genny.


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