Cidade da Escuridão escrita por Heloise Carvalho


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Essa não é a minha primeira fanfic, mas é a primeira de TMI.
Boa leitura, coloquem aquela musica que vcs gostam e aproveitem!!



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Clary e Jace voltavam junto com Izzy, Alec e Simon de uma caçada. Eles foram caçar demônios Kuri e o que encontraram foi mais seis demônios Dahak.

   — Você está bem? –Jace perguntou, olhando o braço da namorada que tinha um circulo roxo onde o Dahak enrolou um de seus tentáculos/pernas.
   — Sim. Não se preocupe comigo, se preocupe com Izzy. Caiu uma boa quantidade de veneno no braço dela. –Na verdade, o braço dela doía, mas sua amiga estava pior. E se falasse para Jace, sua preocupação duplicaria.
   — É. A iratze não resolve, mas já sabia disso. Temos que leva-la rápido para Magnus.

Clary olhou para trás enquanto andava o mais rápido que suas pernas permitiam. Izzy andava apoiada no ombro de Simon e o seu braço ruim estava imóvel ao lado do corpo. Mesmo com toda a extensão do ombro até o cotovelo corroído pelo veneno, Isabelle insistia que estava bem e que podia andar normalmente. Simon, claro, não acreditou.

Alec, já impaciente, mandou uma mensagem de fogo para Magnus para que o mesmo abrisse um Portal direto para sua casa, uma vez que estavam no Queens ainda.

Um vento forte alcançou os Caçadores fazendo todos pararem.

Alec passou os braços na dobra da perna de Isabelle e a ergueu, passando direto por Clary e entrando no portal. Em seguida, Simon passou. Jace, que foi praticamente correndo para o Portal, parou, e encarou Clary.

   — Você não vem? – Jace estendeu a mão na intenção de que Clary a pegasse, mas ela estava nervosa, nunca se deu bem com portais, principalmente com aqueles que ela não invocava.

Clary suspirou, secando as mãos na sua calça preta. Nem ela sabia o por quê de estar nervosa, não era só pelo fato de ter que atravessar a grande fenda roxa que estava no meio de um beco do Queens, não, Clary sentia em seu estomago uma familiaridade estranha. Já sentiu isso antes, mas não lembrava.

   —Claro... eu só não tenho toda essa graciosidade para posar do outro lado de um portal. Como vocês.  – Ela sabia que era parcialmente verdade, mesmo assim evitou se sentir mal por Jace.
   —Relaxa. Me dê sua mão.  –Ela pegou a mão de Jace – que estivera estendida esse tempo todo – sem pensar duas vezes. Jace a puxou para perto enrolando o braço na cintura dela e passou pelo Portal.

Assim que os pés de Clary tocaram o chão do apartamento de Magnus, seus joelhos fraquejaram e só não caiu graças ao braço na sua cintura.

   — Bom, acho que essa é a primeira vez pós-Portal que você não cai. Parabéns! –Jace tinha um sorriso presunçoso no lábios. Depois de socar de leve seu ombro, a única coisa que Clary fala é um “idiota”.

Mas foi ela que se sentiu idiota quando percebeu que sequer se importara com o que acontecia ao seu redor. Magnus corria de um lado para o outro com Alec em seu encalço dizendo algo que Clary não conseguia ouvir. Simon permanecia conversando com Izzy, que estava deitada no largo sofá do cunhado.  Clary correu ao lado de Simon.

   — Como ela está?
   — Bem. Na medida do possível. Ela...
   — Eu estou aqui. Estou acordada. – A voz de Izzy soou fraca e um pouco irritada.
   — Mantenham-na acordada! – Gritou Magnus do outro cômodo. Ele amassava algo em um potinho muito parecido, para Clary, com um daqueles que antigamente usavam para fazer manteiga.

Alec puxou gentilmente o braço de Clary para Magnus poder curar a irmã. Ele se ajoelhou ao lado da garota e passou a gosma amarela nas duas mãos e avisou prontamente a Isabelle:

   — Isso vai doer. Me ouviu? – Izzy balançou a cabeça, concordando.

Magnus esfregou as palmas e colocou-as sobre o braço de Isabelle. No começo, Clary pensou que o feiticeiro havia mentido sobre a dor, mas então, a magia azul brilhante dele emanou das mãos contra o amarelo da gosma, causando uma cor parecida com vomito.

Então Isabelle gritou.

No instante que o grito da garota ecoou na sala, a cabeça de Clary explodiu sem nenhum aviso prévio. Ela não gritou, nem demonstrou dor. Apenas mordeu o lábio com força numa ideia estupida de que uma dor anulasse a outra.

Isabelle ainda gritava, só que numa intensidade menor.

Alec segurou uma das mãos da irmã enquanto Simon segurava a outra. Os dedos de Alec começaram a ficar azuis quando, finalmente, Magnus parou com a magia. O rosto de sua irmã estava encharcado. Quando Alec sentiu o aperto de Isabelle afrouxar, seguiu o namorado até o quarto ao lado.

   — Então? Como ela vai ficar?
   — Bem. Veneno de demônio Dahak é fácil de tirar do sistema até certo tempo. Mais um pouco e teríamos que arrancar o braço dela fora.
   — Obrigado Magnus. – Respondeu Alec, sorrindo abertamente para ele.
   — Acabei de salvar a vida de sua irmã. Mereço mais que isso não acha? – Magnus sorriu inocente. Alec se aproximou e beijou-o . Magnus queria muito continuar com o beijo, mas se lembrou de que não havia só eles na casa. E uma, precisava se recuperar. – Alexander...
   — Eu sei... Vamos voltar.  – Alec passou a mão nos cabelos de Magnus antes de pegar sua mão e puxar de volta para a sala. 

Isabelle acabou dormindo enquanto Simon conversava com ela. Alec procurou Clary e Jace. Ia perguntar, mas Simon sacou antes.

   —Estão na cozinha. Clary foi beber agua e Jace a acompanhou.
   —Já estamos aqui mundano. Não precisa falar por nós. 
   —Jace. Pela milésima vez, eu não sou mais um mundano.
   — Você pode ser o que for mundano. Vampiro, licantropo, caçador ou até uma fadinha, vou te chamar de mundano. Se acostume.
   — Infelizmente já acostumei.  – Disse Simon num sussurro.
   — Se vocês já acabaram... A Isabelle vai ficar bem, mas não a deixem caçar. Precisa de repouso.
   — Valeu Magnus. Será que poderia abrir o Portal novamente?  –Perguntou Jace

Magnus suspirou.

   — Claro. Eu realmente acho que deveria cobrar por todas as vezes que vocês correm para minha casa quando um de vocês quebra uma unha ou corta o dedo. –Magnus com um movimento dos dedos, abre o Portal que ia direto para o portão da catedral.
   —Todos nós sabemos que você não vai cobrar. –Disse Jace, antes de entrar no Portal, seguida por Clary e Simon, que carregava Isabelle semiacordada. Alec decidiu ficar com Magnus, então...

Simon tropeçou um pouco quando chegou nas escadas do Instituto. Ele encontrou Clary jogada em cima de Jace.

   — O que houve aqui? –Ele queria ajudar Clary a se levantar, mas Izzy ainda estava em seus braços.
   —Clary. Ela é tão graciosa quanto um pato. –Disse Jace ajudando Clary a se levantar. Ele foi o primeiro a passar pelo Portal, em seguida Clary chega, caindo em cima dele fazendo com que batesse o cotovelo na escada.
   —Mas patos são graciosos! –Respondeu, rindo do medo do namorado.
   —Não para mim. Ah esquece. Simon, leve Isabelle para o quarto e Clary venha comigo. –A voz de Jace, Clary pensou, soou irritada.

Tanto Simon quanto Clary fizeram o que Jace mandou. Clary caminhou atrás de Jace pensando o que fizera pra Jace não falar com ela durante o caminho até o quarto dele.

Jace abriu a porta do quarto e deixou Clary passar na frente e trancou o quarto assim que entrou. Clary ficou de costas para Jace,  mas se viu obrigada a virar quando sentiu o toque gentil dele em seu ombro.

    —Clary... Me explique, por favor.

Depois que Magnus e Alec foram para o quarto e só restou Clary, Jace, Simon e uma Izzy suada e cheia de dor na sala do apartamento do feiticeiro, Jace percebeu que a boca da ruiva sangrava e a levou até a cozinha. Ela tentou enrolar falando que a boca estava ressecada, mas Jace a conhecia bem, muito bem, e sabia que estava mentido. Mesmo não acreditando, ele estendeu a mão para Clary com um “Conversamos em casa” que deixou Clary preocupada, eles deram as mãos e voltaram para a sala de Magnus.

Mas agora, no quarto de Jace, Clary não conseguia pensar em uma desculpa ou uma razão para não contar.

   — Tudo bem... –disse com um suspiro. — Há alguns dias eu tenho tido fortes dores de cabeça, enjoos e uma sensação estranha em determinados momentos. Lá na casa de Magnus doeu mais que o normal e sem perceber eu acabei mordendo minha boca. Foi só isso. --Clary levantou as mão em forma de acalmar o que quer que Jace pense.
   —Quantos? –Jace não olhava para ela, olhava o chão com a mão na cintura.
   — O que?
   — Alguns dias... Quantos?

Clary estremeceu. Era essa pergunta que evitava.

   — Faz... três meses. –disse baixo, mesmo sabendo que Jace escutaria.
   —Três meses? Três meses, Clary! Faz quatro desde a morte de Sebastian. Um mês depois da morte dele você começa a ter dores e não me fala nada? –disse, com uma mistura de fúria, preocupação e, para tristeza de Clary, decepção.
   —Desculpe. No começo eu pensava que era passageiro, que passaria num piscar de olhos. –A voz dela subiu e seu rosto queimava, mas não era de raiva. Ela tinha ficado envergonhada por que sabia que o namorado tinha razão. –Mas quando não passou eu mesma fui procurar uma causa, mas não achei então ignorei. E eu não te contei por que...
   — Porque?
   —Por que sabia que ficaria assim!
   — Assim como? Preocupado? –Por mais que estivesse irritado com Clary, ele não gritou ou levantou a voz. Jace se aproximou e puxou Clary para um abraço. — Você tem que me contar quando isso acontece. Prometa-me. Se sentir qualquer dorzinha...
   — Eu prometo. Agora, -Clary segurou gentilmente o rosto dele. — será que podemos dormir?

Jace sorriu e se preparou para se jogar na cama, mas antes, a ruiva jogou uma toalha em suas costas alegando que estava “fedendo a sangue de demônio”. Sem outra opção, Jace entrou no banho frio.


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Notas finais do capítulo

Devo continuar?



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