Meu nome é Isabella Marie Swan e eu nunca fui beijada. Tenho vinte e cinco anos e consegui minha primeira matéria como repórter no New York Magazine. Eu estava no apartamento de minha melhor amiga, Rosalie, contando a minha missão impossível para conseguir a sonhada matéria.

Conheci Rosalie na redação da revista, ela é redatora da sessão de esportes.

— Bella, você é maluca! — Rosalie riu. — Não acho que você deveria fazer isso.

— Fazer o que? — Emmett, meu irmão mais velho chegou no apartamento perguntando. Ele e Rosalie estavam noivos.

— Sua irmã vai fingir que tem dezessete anos novamente para conseguir a primeira matéria como repórter investigativa. Vai se matricular numa escola e tudo! — Rosalie diz.

— E o que isso terá de interessante para os leitores do jornal? Sinceramente, esse pessoal que trabalha com vocês é maluco! Não vejo nada demais... Você vai falar sobre o que: a quantidade de acne nos adolescentes? — Emmett ri e dá de ombros.

— É exatamente por isso, Emm! — respondo. — Os leitores da nossa revista são os pais dos adolescentes que eu vou investigar. Todo pai adoraria saber exatamente o que os filhos fazem quando eles não estão por perto! Até sobre o acne!

— Isso pra mim está mais parecendo psicopatia! — Rosalie zomba. — Mas, já que você vai virar uma adolescente, vamos precisar mudar esse seu visual!

— O que há de errado com meu visual? — pergunto.

Rosalie sempre diz que eu me visto como uma senhora de idade. Eu não vejo nenhum problema nas minhas saias longas e cardigans de tricô feitos por minha amada avó Christina.

— Não preciso nem responder não é, Bella? — Rose revira os olhos. — Amanhã vamos às compras!

Rosalie entra no banho e eu me despeço dela e de Emmett, quando estava indo até a porta, Emmett me para:

— Bells, você tem certeza do que está fazendo?

— Claro que tenho, Emm. Vou me matricular em algum colégio e vou dar a matéria perfeita a meu supervisor.

— Disso eu não tenho dúvida, maninha! Você é a melhor escritora que conheço. — ele diz e eu sorrio. — Mas o que quero dizer é: você se lembra do ensino médio?

— Já faz tanto tempo, Emmett! — respondo sem graça. — Devo lembrar de uma coisa ou outra.

— Bella... — ele me pressionou.

Milhares de flashbacks vieram ao mesmo tempo em minha cabeça.

Ensino médio...

O auge da humilhação pública: bullying, piadas idiotas a meu respeito, pessoas derrubando meu material de propósito, apelidos vergonhosos...

— Isso não vai acontecer de novo, Emm. — respondo irritada. — Eu sou adulta agora, uma outra Isabella.

— Tem certeza? — ele me encara de cima a baixo. — Me parece à mesma Isabella, só que com o cabelo um pouquinho mais longo.

— Tenha uma boa noite, Emmett! — fecho a porta irritada.

Vou até o final do corredor e espero o elevador. Quando as portas se abrem, me encaro no espelho. Eu não parecia outra Isabella, parecia à mesma pessoa fracassada do ensino médio que todos zombavam. Talvez com um pouco mais de dinheiro. Mas só.

Eu precisava mesmo mudar o visual.

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No outro dia, Rosalie e eu passamos dia inteiro comprando roupas “adolescentes” pra mim. Sinceramente, não sei se terei coragem de usar saias tão minúsculas com o pouco de corpo que tenho. Seria vergonhoso.

Chegamos à parte final da mudança: o salão de beleza. Rose era amiga do cabeleireiro que iria me atender. Eu estava com muito medo, Rosalie disse que a mudança seria radical.

Eu estava sentada na cadeira enquanto o cabeleireiro conversava sobre o que fazer com Rosalie, até que eles voltaram com uma tintura prestes a passar em minhas madeixas.

— Bella, decidimos que você será uma adolescente loira! — Rosalie festeja.

— Vocês estão malucos? — pergunto. — Eu não vou pintar meu cabelo!

— Vai sim, queridinha! — o cabeleireiro responde. — Se você quiser ser popular no colégio vai precisar mudar muito! E o melhor: os homens olham mais para as loiras.

— Eu não vou mudar minha cor de cabelo por causa de que os homens talvez vão olhar mais pra mim! — respondo. — Todos eles tem um par de olhos, podem olhar para onde quiserem. Não olham porque não querem. Não vou promover essa cultura machista!

— Essa baixinha é esquentada, hein? — o cabeleireiro comenta com Rosalie.

— Bella, cala a boca e deixa o Rony trabalhar! — Rony? Então esse era o nome do individuo?

Decidi não questionar mais, para não ficar mais irritada. Fui à loucura quando o tal Rony começou a aparar meus fios dizendo que eles precisavam de um “novo corte”. Argh.

Quando eles finalmente acabaram, não pude negar de que havia gostado do resultado. Eu finalmente parecia outra Isabella. E estava pronta para ter dezessete anos, e fazer o último ano do ensino médio mais uma vez. Mas dessa vez, da maneira certa.