O brilho de uma vida escrita por Camila J Pereira


Capítulo 10
Capítulo 10




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Deu-se conta que era mimado naquele momento, seu sorriso infantil surgiu novamente em seu rosto. Seus pais e a sua noiva o cercavam de atenção, carinho e cuidados. Em outro momento estenderia aquela situação por mais tempo, era agradável, era acolhedor e quente. O que mais gostava, era o fato de Bella estar com ele o tempo todo. Bella, completamente adaptada a vida no campo, desdobrava-se em dar-lhe remédios além dos chás que a sua mãe estava lhe ensinando a preparar e também ajudar na estufa de sua mãe.

Dois dias havia se passado, dois dias que para ele parecia o paraíso. Mesmo Bella vestindo as roupas mais simples e totalmente diferentes do seu estilo, para ele, ela parecia ainda mais linda. Sentia-se preparado, era aquilo que ele queria. Bella, o seu amor era o brilho de sua vida. Estava empolgado e inspirado, mesmo machucado parecia estar em seu melhor estado.

— Onde está indo? – Bella perguntou quando ele chegou à sala vestindo uma blusa xadrez por cima de sua camiseta. A sua noiva antes imersa em alguma conversa com a sogra, parecia muito atenta a ele agora.

— Preciso conseguir algumas caixas.

— Não deveria andar por aí ainda. E caixas? – Sua mãe perguntou.

— Para a mudança, mãe. – Já haviam conversado sobre o assunto. Esme achava que eles deveriam tentar morar juntos se era o que queriam. De qualquer forma, iriam casar em breve então, não havia motivos para não acontecer.

— Deixe que o seu pai as consiga. Volte e deite. – Ordenou.

— Estou a dois dias deitado. A minha cabeça nem doí mais.

— Diga a verdade, você está louco para morar com a Bella. Está sendo muito ingrato. – As duas sorriram cúmplices e Edward balançou a cabeça sorrindo também.

— Não se preocupe, sogra, irei junto e tomarei conta dele.

— Tudo bem, mas não demorem.

Bella estava se divertindo mais do que realmente a missão propunha e por causa do seu bom humor, pareceu tudo rápido para Edward. Voltaram para casa depois de percorrerem a vizinhança.

Quando chegaram, Bella foi tomar um banho antes do almoço que já cheirava e muito bem. Edward começou por fazer as malas, não tinha muitas roupas então seria rápido. O celular de Bella soou, ela tinha deixado na cama. Edward esticou-se para ver quem era, estava escrito “mãe”. Claro, a sua filha havia sumido por dois dias, ela deveria estar preocupada.

— Ed, já está fazendo as malas?

— Decidi que vamos embora amanhã. – Informou empolgado.

— Falou isso para os seus pais? – Ele negou. – Edward ainda deveria estar em repouso, eles ficarão preocupados.

— Prometo ficar em repouso quando estiver lá e você pode continuar de olho em mim. Está fazendo um ótimo trabalho como espiã da minha mãe.

— Isso pareceu mais com uma acusação. – Bella ergueu uma sobrancelha astuta.

— Uma constatação. Vocês duas sempre foram uma ótima dupla. – Edward riu e terminou o riso com um suspiro profundo ao lembrar da mãe de Bella. – Temos que voltar porque precisa tomar conta da sua loja e... Precisa retornar uma ligação para a sua mãe. – O aparelho de Bella voltou a tocar. – Deve ser a sua mãe de novo. – Ele avisou e era mesmo.

— Oi, mãe. – Bella colou a nuca e para Edward aquilo não parecia bom. – Estou bem sim. Mãe, não exagere. Eu só fechei a loja por dois dias e já estou de volta amanhã. – Silêncio, Edward tentou voltar a sua atividade. Imaginou se Bella falaria a verdade, se ela não falasse, ele podia entender, mas um lado seu queria que ela confirmasse o relacionamento deles. Por outro lado, pensou que talvez não fosse o momento. – Eu sei mãe, mas eu apenas esqueci de avisar que estava fora. Onde estou? – Bella olhou para Edward pedindo apoio, mas em fração de segundos ela decidiu por si mesma. Virou-se, dando as costas para Edward e continuou falando com a mãe. – Estou fora da cidade na casa dos meus sogros. – Bella afastou o telefone da orelha um pouco. – Sim, meus sogros. Os mesmos que tinha antes. – Disse massageando a têmpora com a mão livre. – Nós reatamos. O que isso importa mãe? Mãe, vou almoçar, estou com fome. Depois nos falamos. Beijos. – Bella disse as últimas frases muito rapidamente e não apenas desligou a ligação, mas também o aparelho. Ela não virou para olhar Edward, o que o deixou com o coração apertado.

Edward caminhou até ela e a abraçou por trás. Fazia ideia do tipo de coisas que ela ouviu naqueles poucos minutos, sabia o que ela poderia estar sentindo e pensando. Seus pais nunca foram fáceis, longe disso, eram obstáculos até pouco tempo. Não seriam mais.

— Você está bem?

— Sim, estou. – Claro que ela diria isso.

— Eu sinto muito. – Bella girou olhando para ele e acariciou seus cabelos.

— Não sinta por algo que não é sua culpa.

— Sinto muito por não ser o padrão aceito para ser o seu... – Bella o beijou, não conseguiria terminar de ouvir aquela desculpa sem fundamento. Edward não era o culpado, seus pais que estavam errados.

— Você é tudo o que preciso e o que quero. 

— Sou o homem mais feliz por causa disso. – Edward correspondeu ao beijo de forma mais impetuosa. Suas mãos buscaram o corpo de Bella, apertando-a contra ele de maneira calorosa e sugestiva. Foi obrigado a soltá-la ao ouvir um pigarro.

— Crianças, vamos almoçar. – Esme tentava disfarçar um sorriso quando os chamou.

Ao chegarem à mesa, os pais de Edward já estavam sentados esperando por eles. Esme parecia muito animada e conversava com Bella, quase que ignorando o seu filho e marido.

— Já que estão indo morar juntos e o casamento não deve demorar, planejam ter filhos logo? – Edward parou de comer e olhou para a mãe questionando aquela pergunta. – Sabe, Bella, Edward foi o nosso único filho, você bem sabe, também é filha única, então sinto falta de uma criança correndo por aqui.

— Bem... Não havia pensando nisso até agora, mas... Pareceu para mim uma imagem muito fofa. Eu adoraria ter um bebê correndo por aqui. Em casa, sempre foi um pouco solitário, eu era a única criança e meus parentes também formaram famílias pequenas... Ed, que tal dois, não, três! – Ela mostrou seus três dedos para um Edward que engasgava. Bella deu-lhe tapinhas nas costas enquanto ele servia-se de água. Agora  tinha o rosto completamente vermelho e lacrimejava.

— Três seria perfeito! – Esme incentivou não dando importância ao chilique do filho que ainda tossia.

— Esme, querida, eles devem conversar antes de decidirem. – Carlisle tentava ajudar o filho.

— Isso, vamos conversar depois, amor. – Edward enfim, conseguiu dizer.

— Quanto mais eu penso, mais acho que três é o número certo. – Bella piscou para a Esme. – Talvez quatro? – Falou com incerteza.

— A empresa está indo bem? Talvez seja o momento de ampliá-la. – Carlisle sabia que Bella, assim como a Esme não cederia. Se não fossem três, seria no mínimo dois.

— Talvez pudéssemos fazer o nosso casamento aqui, Ed. Achei lindo o casamento da Alice e do Jasper. Podemos fazer uma versão mais intimista. – Bella sugeriu.

— Intimista... Uma boa ideia. – Então o almoço transformou-se na primeira reunião acerca do casamento e eles já tinham uma sugestão de data.

***

A mudança de Edward foi feita no carro de seu pai que os levou e aproveitou para conhecer a casa onde o filho moraria. Depois de beber um refresco ele voltou para casa prometendo aos dois que voltaria com a Esme em breve.

Eles não descansaram, desempacotaram tudo assim que Carlisle se foi e começaram a planejar onde alguns dos objetos levados ficariam, a maioria era o que Edward usava para trabalhar.

— Talvez devêssemos improvisar um cômodo para servir de escritório.

— Deveríamos? – Edward olhou em volta.

— Vamos apenas deixá-los no nosso quarto por enquanto.

— Nosso quarto? – Repetiu e olhou para a noiva com certa malícia. - Que tal inaugurá-lo?

— Ed, você ainda está se recuperando.

— Tenho certeza que será gentil comigo. – Ele já havia agarrado a sua cintura e beijado seus lábios.

— Trabalharei nisso. – Pela segurou suas mãos e o levou até o quarto que dali em diante seria dos dois. – Bem-vindo ao lar, meu amor. – Sem delongas, começou a tirar as suas próprias roupas. Edward não precisava de nenhum outro estímulo.

***

Totalmente relaxada, Bella tinha adormecido depois que fizeram amor. Edward aproveitou para tomar um banho e vestiu-se o melhor que pôde. Estava contando com a sorte, não sabia se encontraria a pessoa que gostaria e mesmo que a encontrasse, não sabia se o receberia.

Se parasse para pensar mais longamente, desistiria daquela atitude. Voltaria para o lado de sua noiva, que estava nua e disponível na cama que agora era deles. Lembrou-se da promessa que tinha feito a si mesmo, não agiria como da primeira vez. A única coisa que repetiria era que amaria Bella da mesma forma.

Quando saiu do taxi diante do grande edifício a sua frente, sentiu que as suas pernas tremiam um pouco. Forçou-se a caminhar, de cabeça erguida e tentou se misturar. Na recepção ele informou quem era e com quem pretendia falar. Muitos minutos mais tarde, foi informado que poderia seguir para o andar onde localizava-se o escritório da pessoa.

Edward mesmo com a sua blusa e calça social, sentiu-se um peixe fora d’àgua no meio de tantos ternos, a maioria com certeza de marcas que ele nunca ouviu falar, mas que a sua noiva saberia lhe dizer. No andar, repetiu o que disse a baixo para a outra secretária. Novamente Edward foi forçado a esperar, seu celular tocou.

— Oi, querida.

— “Amor, voltarei logo. Estarei pensando em você. Seu Ed.” – Ela recitou o bilhete que ele havia deixado. – Foi um pouco vago.

— Ah, desculpe.

— Ed, onde está? – Bella sempre notava que algo estava acontecendo.

— Não fique ansiosa, voltarei para casa logo, ok?

— Mas, Ed...

— Amor, confie em mim. – Bella calou-se com o seu pedido. – Chamarei os caras para irem nos ver hoje. Vamos fazer uma festa de boas-vindas. Não acha que eu mereço?

— Claro que merece. – Tinha funcionado, Bella parecia distraída. – Não se preocupe, falarei com todos e precisaremos de bebidas e comidas.

— Vamos comprar assim que eu voltar.

— Certo. – Concordou.

— Te amo. – Falaram juntos e desligaram.

— Sr. Cullen, o Sr. Swan está aguardando. Por favor, acompanhe-me. – Ela pediu que o acompanhasse, abriu a porta do escritório e o esperou entrar para fechar em seguida.

Era um ambiente tão opressor quanto todo o resto do edifício, mas se manteve firme. Mesmo que quisesse correr dali, não poderia fazê-lo. Antes, não conseguiu chegar a entrar no escritório dele, foi ignorado o quanto foi possível.

Diante daquela sala minimamente decorada em tons terrosos que ao mesmo tempo possuía objetos e móveis que cintilavam, Edward percebia de novo claramente a diferença entre ele e Bella. Esquecia-se na maioria do tempo, já que Bella mesmo vestindo-se tão bem, mantendo contato com pessoas da mesma classe social e também visitando ambientes que costumava, ela podia migrar e se adaptar facilmente. Se não fosse por seus modos e vestimentas, provavelmente não seria possível desconfiar que era a única filha de uma família rica.

— Então... É mesmo você. – A voz de seu sogro o fez despertar. Notou que ele não o convidou a sentar, mas Edward agora desperto, caminhou até a grande mesa, com papéis organizados, uma máquina esplêndida a sua disposição. Perguntou-se se ele sabia o que poderia fazer com aquele PC. O Sr. Swan recostou-se, estava visivelmente surpreso, mas curioso.

— Sr. Swan. – Edward fez uma leve mensura que foi aceita com desdém. Charlie Swan sorriu debochado e superior ao respeito que Edward lhe transmitia.

— Não iria recebe-lo, é claro. – O Sr. Swan tamborilou seus dedos sobre a mesa rapidamente, depois parou, seu olhar ainda sobre Edward. – O que um ex-presidiário estaria fazendo aqui? Não é mesmo uma afronta? Ele é tão corajoso ou completamente sem vergonha? – Ele estava em um monologo, demonstrando seus pensamentos. Não era nada diferente do que Edward imaginou. – Soube por minha esposa que esteve com a Isabella. Não me diga que veio falar sobre isso. Aquela menina, não acho que a criei muito bem. – Estalou a língua algumas vezes voltando a atenção para Edward a sua frente.

— Sim, é exatamente sobre isso que vim falar. Se me permitir...

— Pensei que tivesse um pouco de senso quando rompeu com esta brincadeira com a minha filha. Já deve ter sido suficiente para ambos.

— Não é uma brincadeira. Da última vez não pude dizer, mas desta vez, prometi que seria diferente.

— Será diferente apenas na velocidade das coisas. Veio com certeza me pedir permissão e novamente estou me recusando. Se antes eu não os queria juntos, agora, é algo inimaginável. Jamais aceitarei um expresidiário em nossa família, casado com a minha filha. – Neste momento, Edward recebeu um esgar dele. Controlou-se, apertou seus punhos. Aquilo era demais para um homem. – Já fez isso uma vez, faça novamente e definitivamente. Rompa com ela e não lhe dê esperanças. Para ela, já temos o Alec. Ele é o genro que queremos. Volte para a sua fazenda, para qualquer lugar que queira.

— O Sr. entendeu errado. – Edward dizia pausadamente. Tinha sido atacado e estava em seu limite, mas outra promessa sua foi de manter-se no controle. Não agiria tão desenfreadamente.

— O que quer dizer?

— Não vim pedir a sua permissão. Para nos amarmos ou estarmos juntos, essa decisão só cabe a nós dois. Vim informar e me apresentar formalmente, acreditando que essa é a forma correta de recomeçar.

— Como ousa...

— Sr. Swan, eu pedi a Bella em casamento e ela aceitou. – Charlie Swan estava sem fala, branco e estático. – Gostaria que soubesse que estamos morando juntos a partir de hoje e que casaremos em breve.

— O... o que... – Aos poucos, sua palidez passava para um rosado a avermelhado.

— Sou um ex condenado, eu cometi alguns erros. Arrependi-me deles e fui julgado. Estou livre porque aos olhos da lei eu paguei pelos meus erros e estou recomeçando. Bella aceitou recomeçar ao meu lado.  Eu a amo ainda mais, farei tudo o que for possível por ela.

— Parece que cresceu bastante na ousadia e ganância durante a sua passagem naquele lugar.

— Já fiz o que vim fazer. – Edward não lhe deu brecha para continuar com as acusações. – Obrigado pelo seu tempo. – Novamente Edward fez uma leve mensura e afastou-se da indo em direção a porta.

— Espere. – Teve que parar, mesmo contra a sua vontade. Fechou os olhos com força, temia alguma reação desagradável. Girou sob os calcanhares voltando a encarar o sogro que ainda possuía o rosto rubro e os olhos injetados. – Ela quer mesmo casar com você? Estão mesmo morando juntos?

— Sim. – Edward respondeu com certeza.

— Então diga a ela para não seguir com as suas decisões e tomar todas as responsabilidades. A partir de hoje, ela não é mais problema meu.

— O que quer dizer? – Parecia que havia entendido algo errado.

— Isabella é toda sua e eu não a reconheço mais. Saia daqui agora. – Charlie Swan nem ao menos piscou. Edward estava trêmulo ao ouvir tantas blasfêmias e injustiças contra o seu amor e contra a sua noiva. Ela não merecia aquela atitude do pai.

— Até mais, Sr. Swan.

***

— Precisamos de mais bebidas. – Bella pôs mais dentro do carrinho de compras e Edward segurou as suas mãos quando achou que ela começava a exagerar.

— Ei, ei, ei... Acho que já está bom. – Beijou as mãos ages e pequenas e viu o anel que havia comprado há um tempo atrás. Seu sorriso foi instantâneo. – Coube perfeitamente.

— Estava imaginando quando notaria.

— Obrigado. – Edward beijou repetidas vezes a suas mãos.

— Porque?

— Por me aceitar, por usar esse anel.

— Eu estou muito feliz por ser a sua noiva. – Acabaram reproduzindo uma cena de beijo romântico no corredor do supermercado. – A propósito, a sua noiva está curiosa. Por onde esteve?

— Fui falar com o seu pai sobre nós dois. – Bella precisou de alguns segundos para digerir a informação.

— Eu deveria saber o que aconteceu? – Puxando-a para ele, Edward a abraçou.

— Dessa vez ele me recebeu e eu pude falar o que pretendia. Não podemos cometer os mesmos erros, permitir que eles finjam que não estamos juntos. Vamos nos casar, vamos ficar juntos. – Em resposta, Bella o apertou pela cintura. Gostou muito de ouvir aquelas palavras. Edward propositadamente omitiu a parte em que o pai dela a renegava.

***

Eram apenas eles mesmos como costumava ser antes: Bella, Edward, Rosalie, Emmet, Alice, Jasper, Laurent e a sua acompanhante Jéssica. A garota mesmo nova estava se enturmando bastante. As meninas do grupo tinham gostado muito dela.

Aquela pequena festa mais parecia ter pelo menos cinquenta convidados pelo barulho que estava. Pequenos grupos haviam se formado e tagarelavam, brincavam, se provocavam e gargalhavam. Havia também a grande quantidade de bebida que Bella trouxera com Edward e ela estava na liderança do consumo.

— Uau, ela não para. – Edward que estava conversando com a Rosie e o Emm, falava de sua noiva adiante.

— Bella sempre foi muito boa em beber. – Emm concordou. – Para onde vai tudo aquilo considerando o tamanho da pessoa? – Ele fingiu estar medindo Bella de longe.

— Devo chamar a sua noiva para dançar? – Rosie já demonstrava estar um pouco alta. Ela só faria aquilo que eles já sabiam se estivesse um pouco alterada. Edward considerou não deixar a sua noiva ser aproveitada daquela forma, mas não podia negar que a cena era interessante. – Vou considerar um sim. – Rosie afastou e mudou a música que estava tocando para uma balada mais provocativa.

Puxou Bella do grupo que estava para o meio da sala e elas dançaram como duas amantes. Mesmo se eles quisessem não ver, era impossível não olhá-las. Duas belas mulheres tão sensuais juntas.

— Estou desejando uma bebida agora. – Engoliu em seco ao lado do amigo grandalhão.

— Eu também. – Emmet olhou para a garrafa em sua mão e despertou um pouco bebendo do gargalo. Foram alguns minutos de deleite visual que principalmente seus pares aproveitaram bastante.

Bella sorrindo muito, caminhou até Edward que ainda estava sob efeito daquele sonhor real. Foi envolvido com seus braços e ele também a abraçou.

 – Isso foi bem divertido.

— Foi mais do que apenas divertido.

Rosalie chamou todos eles para dançarem juntos e de repente, talvez por causa da bebida ou simplesmente por todos eles estarem juntos novamente, a festa ficou ainda mais animada e nenhum deles ficou parado.

Tudo ficou acelerado para Edward, ele não sabe bem como terminou a noite, mas lembra de alguns dos amigos indo embora. Quase manhã, ele viu Emm guiando uma Rosie para fora depois de dormirem enroscados no sofá. Edward e Bella que estavam conversando com os amigos até tarde, permaneceram esparramados no chão. Não teve outra alternativa a não ser carregar a noiva até o quarto e jogou-se na cama com ela.

Não precisou de muitas horas de sono para se recompor, assim que o sol ficou alto, beijou mais uma vez a sua noiva nos lábios e levantou. Depois de um banho, foi até a cozinha e verificou o que tinha na geladeira. Separou tudo o que achou que serviria para um agradável café da manhã de ressaca para ele e a noiva, embora apenas ela estivesse com ressaca, pois ele não bebera nada. Assim que terminou, olhou para todo o ambiente e percebeu que precisava de uma limpeza por causa da festa da noite anterior.

Não esperava a campainha àquela hora da manhã, se fosse arriscar, um dos seus amigos provavelmente teria esquecido algo naquela confusão de ontem. Correndo foi atender já desejando zombar de quem quer que fosse, mas o seu sorriso morreu quando viu a pessoa a sua frente.

— Srª Swan. Bom dia. – O que mais ele falaria? Ele olhou para trás, o ambiente estava totalmente uma zona.

— Onde está a minha filha? – Era o mesmo olhar do marido, o mesmo senso de distancia que usavam com ele antes, como se ele não existisse, como se fosse apenas uma coceira passageira que não deveria dar importância.

— Bella ainda não acordou. – Disse sendo obrigado a dar espaço para que ela passasse.

A mulher a sua frente era muito parecida com a sua noiva. O tom dos cabelos, os olhos, a boca, o porte físico. Vestia-se também com elegância e estava sempre com saltos altos. Sua mente quase vagou para a época em que falou com ela pela primeira vez, na verdade, ela o ignorou completamente o que causou uma briga com a sua filha.

— Eu vejo e ainda não acredito. – Edward fechou a porta e encarou o olhar de desdém. – Você aqui. – Ela soltou o ar com uma risada cortada. – Pensei que fosse passar mais tempo naquele lugar. – Era como ouvir a mesma pessoa, ela, o seu marido e Alec, pareciam cantar a mesma letra de música. – A minha filha sempre foi muito sonhadora e nós a deixamos agir como queria, logo se tornou um pouco rebelde. Mas você, dentre os dois, deveria ter o pé no chão. – Ela mantinha-se ereta, com seu porte elegante no centro da sala, seu nariz empinado olhava de cima para Edward. – Ainda mais quando nós deixamos bem claro que não queríamos que isso se estendesse. Você não nos ouviu por bem, então sim tivemos que dar algumas informações a polícia. Alec é maravilhoso, nos abriu os olhos e nos ajudou. Tenho certeza de que sabia sobre isso, mas aqui está você. Quer algum tipo de vingança? Não seja tão teimoso rapaz.

— Apesar de saber que estavam envolvidos com a denúncia, eu sabia também que mereci, então não espere de mim retaliação. Estou com a Bella porque a amo mais do que tudo.

— Quanto tempo vai durar esse amor de vocês quando novamente cometer os mesmos erros? Ou vai viver de uma vez por todas as custas da minha filha? – Ela respirou fundo. – Se ela queria irritar o pai dela, desta vez, ela irritou. Sei que ele mandou um recado para ela, mas é claro que se ela vier comigo agora o pai dela voltará atrás.

— Voltar atrás em que? – Bella havia surgido por trás de sua mãe que girou para ver a filha. Bella estava desgrenhada e com o rosto inchado. – O que está fazendo aqui, mãe?

— O que acha que vim fazer? – A Srª Swan olhou em volta. – Vim ver com os meus próprios olhos. Estou decepcionada Bella. Ele te deixou, então estala os dedos e volta para ele. E parece que estavam festejando... Por isso não atendeu as minhas chamadas de ontem?

— Não as atendi porque sabia exatamente o que iria ouvir e não queria.

— Veja como fala comigo! Estamos no meio da semana, você está negligenciando a sua loja desde quando ele voltou.

— Querida, porque não toma o café da manhã primeiro com a sua mãe enquanto jogo o lixo fora?

— Eu não quero. – A negativa dela o deixou desconcertado.

— Querida...

— Essa é a sua casa agora, não precisa sair por ninguém. Ainda mais quando esse alguém não o respeita e não é nem um pouco educada.  – Bella estava trêmula, aquilo não estava indo bem. – Nada que ela me dirá será bom. Só continuarei ouvindo insultos e acho que os que já disse foram mais do que suficientes, mãe. Essa é casa do Ed também, então não seja mais deselegante e mal educada como foi agora.

— Isabella...

— Mãe, Ed nunca foi nada disso o que pensa, você não o conhece, nunca quis conhece-lo.

— Por favor, converse com ela um pouco com calma. Tenha calma, por favor. – Edward pediu baixinho e logo desapareceu trazendo consigo um saco. Pegou todo o lixo que viu pela frente tacando dentro do saco e saiu deixando as duas caladas e se encarando.


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