A Última Guerra de Percy Jackson escrita por Avassalador


Capítulo 12
Olhos tempestuosos pulverizadores


Notas iniciais do capítulo

[ AVISO ]

Pessoal, vou pedir que os fantasminhas comentem, já que a taxa de acompanhamento dos capítulos são altas mas o número de comentários não são. E eu preciso da perspectiva dos leitores, então fica aqui o pedido. Ok? Faça um esforcinho por mim.

Aproveitem o capítulo!



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12.

 

Anoiteceu em um piscar de olhos. Vento forte e gelado fazia a grama alta balançar e folhas saírem voando. Era um campo aberto a pouco metros de uma rodovia que ligava cidade ao campo. As estrelas no céu escuro eram bem visíveis naquela área. Ainda estavam em Suffolk, do outro lado do distrito, fora da área suburbana. Já era possível ouvir o som agitado da metrópole de Nova Iorque. Decidiram que precisavam pensar depois da conversa com Pomona. A deusa pareceu entender completamente a situação e deu-lhes um tempo para colocarem a cabeça no lugar. Muita informação foi despejada de uma vez só, e ainda tinham muitas dúvidas encravadas em suas mentes. Frank era quem mais estava agitado. Na última guerra, passou boa parte do tempo imaginando quando e como e morreria, ligando sua vida a um graveto queimado. Agora teria a chance de se tornar imortal, ao menos tentar o processo. Ele disse nervosamente que precisava se afastar um pouquinho e arrastou Hazel com ele. Percy pôs as mãos no bolso de sua calça e começou a andar pelo campo, paralelamente em direção à cidade. Annabeth o olhou enquanto ele se afastava. Os dois usavam suéteres que pegaram na Casa Grande, ela um listrado cinza e branco, ele um verde escuro de natal. Percy andava enquanto observava atentamente o céu, a lua, e as famosas constelações que aprendera no passado. Zoe estava lá, sua amiga Caçadora correndo com seu arco. Olhou para frente e percebeu que começou a surgirem árvores fortes e espessas de forma dispersa, estendendo-se pela beirada de um rio volumoso. Ele parou e observou seu reflexo na água. O vento balançava seu cabelo e deixava uma sensação gelada em seu rosto. Estava confuso e seu interior clamava por respostas, precisava pensar de maneira clara para onde tudo aquilo estava levando. Foi atacado na própria casa, confere. Os únicos lugares seguros para semideuses foram atacados, confere. Uma guerra foi declarada contra o Olimpo, confere.

— Até que a imortalidade não parece algo tão absurdo assim... – murmurou.

Como em resposta, o rio começou a emitir uma luz esverdeada. Em poucos segundos a água jorrou para fora e uma figura grande com roupas de pescador surgiu. Ele segurava um tridente verde com a mão direita e usava camisa estampada e uma bermuda caqui. Um sorriso solene surgiu em seu rosto bronzeado.

— Admito que às vezes ela seja bem útil mesmo – disse Poseidon.

Percy piscou surpreso. Fez uma rápida reverência e se ergueu para encarar o deus.

— Pai! O que o senhor está fazendo aqui?

— Vim para falar com você. Soube que estava atrás dos deuses menores, uma tarefa nada fácil.

O semideus começou a encarar o rio.

— Ah, sim, sobre isso...

— Está tudo bem, Percy – Poseidon assegurou – eu sei da proposta que Pomona lhe fez.

— Quê? E o senhor não está com raiva? – Percy jurava que seu pai transformaria Pomona em uma nova espécie de peixe assim que descobrisse sobre isso.

O deus suspirou.

— Eu sou diferente de Zeus, filho. Você sabe disso. Talvez no passado sim, eu teria ficado com raiva. Mas não podemos nos dar ao luxo de sermos orgulhosos por enquanto. Acreditaria se eu contasse que Oceano tem me ajudado nos últimos dias?

— O Titã do mar?

Poseidon assentiu. Percy se lembrava do Titã, ele havia destruído o palácio de seu pai na guerra contra Cronos poucos verões atrás. Se Oceano e Poseidon estavam trabalhando juntos, nem poderia imaginar quem poderia causar tal emergência. Isso o fez perceber que ainda não sabia quem era o inimigo.

— Enfim, muita coisa tem sido diferente ultimamente, recebemos temporariamente permissão para quebramos as Leis Antigas, e tam-

— Pai – ele o interrompeu – quem está liderando o exército branco? Quem é a Majestade?

Poseidon se calou por alguns instantes. Seus olhos verdes emitiam uma luz misteriosa.

— Sabe bem que dificilmente dizemos quem vocês devem enfrentar, pois achamos que poderia vir a desencoraja-los. Mas também sei que isso nunca aconteceria com você. Você é forte e corajoso, Percy. Provavelmente o filho mais precioso que já tive.

— Tem certeza? Foram vários, hein.

O deus deu uma risada calorosa. Percy notou que já deveria fazer certo tempo desde que seu pai rira daquele jeito.

— A questão é que não estamos certeza – admitiu pesadamente – temos uma suspeita, mas seria melhor que estivéssemos errados.

— Não pode ser algo pior que Gaia – argumentou.

Poseidon olhou para longe, seu olhar perdido em pensamentos.

— Eu também não diria pior, mas provavelmente mais perigoso. Digo isso porque você precisa lembrar-se de que a Mãe Terra só pôde ser derrotada já que esteve adormecida, caso contrário... É melhor nem pensar nisso.

— Há também a questão do oráculo! Tivemos uma profecia, por que não temos agora? – perguntou exasperado.

— Alguma coisa impede que o Oráculo de Delfos se manifeste em sua amiga. Algo poderoso. Vocês sempre trabalharam com profecias, imagino como deve ser complicado ter que lidar com uma situação dessa magnitude sem uma profecia para orienta-los – comentou Poseidon voltando seu olhar para o filho.

Percy abanou a mão com desdém.

— Não se preocupe temos uma lista.

Poseidon não riu dessa vez.

— A lista é importante, Percy. Zeus não se daria ao trabalho de auxilia-los se realmente não fosse extremamente necessário. Todos sabem como ele é orgulhoso. Mais do que qualquer outro Olimpiano, creio eu. Ele também aprende com os erros, e agora sabe que ficar em silêncio no Olimpo não é uma decisão sábia. Ele quer arrumar as coisas. Sentiu-se humilhado pelos pedidos que você fez, pelo holofote que os semideuses conquistaram.

— Mas eu n-

O deus levantou a mão, em pedido de silêncio.

— É uma maneira estúpida de se pensar, eu sei. Mas somos deuses, não se esqueça. Somos adorados, nós ajudamos os mortais, não o contrário. Nossos filhos serem os responsáveis pela vitória é motivo de orgulho, mas também um golpe no coração. Agora ele quer tomar a frente da guerra, quer que lideremos os semideuses. “Se não podemos ficar sem nos intrometer, vamos com tudo dessa vez”, acho que o pensamento dele deve ser mais ou menos assim – ponderou.

Percy se lembrou de sua conversa com Dionísio uma vez. O deus lhe dissera que os deuses, apesar de nunca admitirem, precisavam de seus filhos.

— Entendo. Nós seguiremos a lista, faremos o máximo possível para ajuda-los.

Poseidon deu um sorriso de compaixão.

— Eu agradeço, Percy. Vamos guerrear juntos e vamos vencer. Hermes foi enviado para o Acampamento Meio-Sangue, como você já deve saber. Ele está instruindo seus amigos para o próximo passo.

— Qual o próximo passo?

— Você não precisa se preocupar com isso. No Acampamento Júpiter está Apolo, ou Febo, melhor dizendo. Lá o número de feridos foi maior, ele está sendo essencial em suas rápidas recuperações. Após isso, também dará instruções. Tememos que um próximo ataque esteja para acontecer. E também tem o silêncio de Hades, e também o labirinto... – sua voz foi morrendo pouco a pouco.

Percy franziu a testa.

— Labirinto? Que labirinto?

Ele sabia que o Labirinto de Dédalo havia sido destruído juntamente com seu dono. Estava lá quando aconteceu. Não podia dizer se era possível que algo tivesse mudado essa situação. Mas se o labirinto pudesse ser reusado seria um problema dos grandes.

— Não é algo que você precise se preocupar por enquanto.

— Por enquanto? – estava fazendo muitas perguntas, mas era literalmente um caso de vida ou morte.

— Apenas me diga: o que você irá fazer agora?

Percy olhou novamente para o rio.

— Se estiver falando sobre a proposta da imortalidade, eu... Não sei. O que o senhor me aconselha?

Poseidon ergueu uma sobrancelha.

— Eu também não sei. Não sou a favor nem contra, prefiro continuar sem me intrometer nas suas decisões, mesmo agora tendo liberdade para tal. Já está maduro o suficiente para seguir sozinho. E tudo tem seu ponto ruim e positivo. Sei que da última vez você negou nossa proposta para que pudesse ficar com a filha de Atena. Mas agora ela também tem a mesma chance.

O semideus corou e desviou o olhar.

— O que ela acha disso? – indagou Poseidon.

— Annabeth? Tenho a impressão de que ela não gostou muito. Acha que é muito perigoso, e que não se deve confiar completamente em deuses. Sem ofensas! – acrescentou – Mas não tenho certeza. Não temos conversado muito ultimamente. Ela anda meio estranha, mal-humorada.

Poseidon sorriu e algo em seu olhar fez Percy perceber que seu pai sabia o motivo.

— Então vá conversar com ela. Não sou fã número um da mãe dela, claro. Mas nunca tive a devida oportunidade de agradecê-la por cuidar de você todos esses anos. Ela é uma garota especial, filho. Tome cuidado para não decepciona-la.

— Decepciona-la? Como assim?

Ele quis perguntar mais coisas, porém Poseidon já estava se virando e submergindo como se houvesse algum tipo de escada invisível no rio.  

— Apenas lembre-se do que eu disse! Irá te ajudar na hora certa – garantiu.

Percy não sabia se ele estava especificamente falando de Annabeth. Por fim, ele decidiu dizer algo mais.

— Pai! – chamou – Acho que essa foi a maior conversa que nós já tivemos.

O deus estava de costas, descendo, mas Percy tinha certeza de que seu pai deu um grande sorriso antes das águas se fecharem. O rio voltou a correr normalmente, como se nada de diferente tivesse acontecido. Percy voltou para o campo aberto e encontrou Annabeth sentada em cima de uma rocha enquanto olhava o céu. Realmente era uma noite muito bonita. No entanto, ele conseguia ver em Annabeth uma beleza muito maior. Seu cabelo loiro escorrendo pelas suas costas e pelo seu ombro dava a ela um ar ainda mais vívido. Frank e Hazel ainda não tinham voltado.

— No que você está pensando? – perguntou se aproximando.

Annabeth o olhou de cima da rocha.

— Em como somos azarados.

— Aposto que sou melhor que você nisso!

Ela o olhou desafiando-o.

— Será mesmo, cabeça de alga?

Percy estendeu a mão para que ela descesse. Ela aceitou a ajuda e o encarou.

— Está uma linda noite hoje. Por que não discutimos isso enquanto dançamos? – ele questionou de forma galante.

— Porque você não sabe dançar.

Ele deu de ombros.

— Não seria a primeira vez que fazemos isso, não é?

Annabeth sorriu e passou a ser conduzida. Eles dançavam em silêncio. O cabelo dos dois balançando conforme o vento surgia. A luz da lua servindo como espectadora. Percy perguntou-se se Afrodite estaria vendo aquilo. Pior ainda, se Atena estaria os vigiando.

— Nunca pensei que dançaria com alguém com uma espada embainhada nas costas – comentou.

— E por acaso já pensou que dançaria com alguém além de mim?

— Sim!

Não pararam de se movimentarem, mas Percy sabia que se Annabeth fosse filha de Zeus seus olhos teriam faiscado.

— Ah, certo – disse ela em curto modo.

Continuaram dançando, indo de um lado para o outro no campo. A loira fazendo força para não demonstrar raiva ou qualquer outro sentimento que a faria querer matar Perseu Jackson de forma muito dolorosa. Por sua vez, Percy fazia força para não rir enquanto encarava Annabeth do modo mais sério e inexpressivo que conseguia. Por fim, ela não conseguiu mais se segurar.

— Não vai me dizer com quem?

Percy fez cara de inocente.

— Vai mesmo querer saber?

Annabeth poderia muito bem criar forças sobre-humanas e levantar a grande rocha onde estava sentada para joga-la em cima dele naquele momento. Percy aproximou seu rosto do ouvido dela.

— Minha mãe, Sally – sussurrou.

Pararam por alguns segundos. Encararam-se de maneira perigosa. Percy esperando que Annabeth o pulverizasse com os olhos cinzentos e tempestuosos que ele tanto admirava. Ela deu um forte soco em seu estômago e logo em seguida o abraçou.

— Você é um imbecil – falou colocando seu queixo sobre o ombro do namorado.

Percy, gemendo de dor, abraçou-a de volta e sorriu.

— Eu sei!


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Notas finais do capítulo

É isto!



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