No Time For Love escrita por Unhas Roxas


Capítulo 1
Minha nova amiga descobre a verdade




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Já haviam se passado um ano depois da guerra no Empire State Building tudo estava mudado no Acampamento, e não eram só os chalés ou as mesas, mas o modo como as pessoas me tratavam, eu não era mais o garoto esquisito e filho de Hades, o Senhor dos Mortos, eu era o garoto que tinha ajudado a salvar o Olímpo.

Só havia passado um ano, mas parece que os campistas esqueceram a minha ajuda, eu passava a maior parte do verão sozinho.

Eu estava cursando o ultimo ano do colegial na Petrel High School. Lá não era o melhor lugar do mundo para um meio-sangue, mas fazer o que, eu não podia morar pra sempre no acampamento.

Pra quem gosta, estava um lindo dia ensolarado de final de verão na Petrel, eu estava na fila do refeitório, esperando a minha vez de pegar qualquer coisa pra almoçar.

Peguei um hambúrguer, um refrigerante e fui sentar em uma sombra embaixo de uma grande arvore. Terminei de comer e fiquei fazendo meu dever de casa, apesar de mal conseguir ler o enunciado. Depois de algumas tentativas sem sucesso eu desisti. Na verdade eu não precisava fazer o dever, só estava naquele colégio por uma missão.

Quiron tinha me enviado para ficar de olho em uma menina, uma meio-sangue filha de Apolo, deus do Sol, da musica e das profecias, pois é; Quiron achou que seria bom pra mim. Eu nunca achei isso.

Só tinha um problema nisso. Ela era super popular e linda. Ai você me pergunta: o que tem de mais nisso? Experimente ficar olhando para a garota mais cobiçada do colégio (que tem namorado) por muito tempo, te dou um premio se não ganhar um olho roxo.

Essa era a minha missão! Naquele dia só faltava a aula de educação física para eu ficar livre e poder ir para o meu quarto. Eu fui para a aula.

Encontrei casualmente com Anna, a garota que eu falei antes, no corredor. Ela era uma das poucas que não me achava esquisito, apenas pelo fato de eu ser o único a enfrentar o Justin, o namorado dela, nos éramos até “amigos”. Eu estava com sorte, ela estava sozinha, poderia conversar com ela sem ninguém tentar me matar.

-Oi Anna! Quer que eu carregue?

-Oi Nico! Adoraria, Justin foi fazer um teste para entrar no time de hóquei e me deixou sozinha.

-Então acho que é seguro te ajudar. –Peguei a enorme bolsa dela, realmente estava pesada. –Uau, o que esta levando aqui? Tijolos?

-Milhares de instrumentos musicais. Sou excelente em todos, apesar da maioria eu nunca ter nem experimentado.

-Ahh... Mas a sua próxima aula não era educação física? –Ela iria descobrir logo o por que de ser ótima na musica, mas não era agora.

-É sim, mas eu faço aula de musica depois do horário, só consigo pensar direito quando estou tocando, é como se me lembrasse do meu pai... Mas esquece.

-Não gosta de falar nele?

-Não é fácil, não sei como ele é, não sei o que gostava de fazer, não sei nem o nome dele!

-Sei como é... –Eu também vivi até os meus dez anos sem saber como meu pai era, só que agora eu descobri que ele é Hades, senhor do submundo. Quando ela descobrir a verdade sobre o pai dela, não vai achar a ideia tão doida.

-Você também perdeu seu pai?

-Mais ou menos... É difícil de explicar. Mas eu perdi minha irmã e minha mãe.

-Sinto muito.

-Tudo bem, te vejo daqui a pouco. –Eu entreguei a bolsa pra ela e entrei no vestiário masculino. Ela não sabe é que minha irmã ainda me visita em meus sonhos, pois é, a verdade às vezes pode ser mais maluca que a fantasia.

Como eu queria contar a verdade pra ela, daí nós iríamos para o Acampamento e ela entenderia tudo. Claro, seria muito perigoso se ela soubesse quem ela é, mas nós chegaríamos no Acampamento em menos de cinco minutos e tudo estaria bem... Era o que eu achava.

Troquei de roupa rápido e sai para o ginásio, estava uma gritaria absurda, abri a porta e vi um gigantesco cachorro de três cabeças correndo atrás de meus colegas que provavelmente não o viam como um cachorro de três cabeças.

Assobiei e o cãozinho de meu pai olhou para mim, ele abanou o rabo e logo não parecia mais uma fera ameaçadora. Todos saíram do ginásio correndo, menos Anna, ela podia ver Cérbero da forma que ele é. Fiz um gesto para que ela não se mexesse, poderia chamar a atenção dele.

-Olá amigão! Quanto tempo não o vejo! Desculpe-me, mas você tem que voltar lá pra baixo. –Disse enquanto acariciava uma de suas cabeças. –Serio, vai logo. Qualquer dia desse eu apareço pra brincar com você.

Sendo o cão mais inteligente que conheço (Sra. O’Leary que me desculpe) correu em na direção oposta a minha e desapareceu, certamente agora ele já estava postado em frente aos portões do palácio de meu pai.

Segui em direção a Anna, estava com o pé torcido em uma posição que não é normal, porém com certeza não era aquilo que tinha a feito ficar com aquela cara.

-Nico, me diz que eu não estou louca.

-Não Anna, você não esta louca, só que você é uma meio-sangue, o que significa que um de seus paus é um deus. –Eu disse a verdade, por dois motivos, eu não sabia trabalhar com a Nevoa, e eu não poderia mentir para minha única “amiga”.

-Você esta me zoando, não é?

-Infelizmente não. No seu caso, você nunca conheceu seu pai por que ele é Apolo. -Pela sua expressão pude perceber que ela sabia bastante sobre mitologia grega, que bom assim ficaria mais fácil. –É isso ai, Apolo, deus do Sol, da musica, das profecias... Por causa disso preciso levá-la para o Acampamento.

-Que acampamento? Por que você acha que eu vou com você?

-Você vem comigo por que não tem escolha. Sabe o cão de três cabeças que você acabou de ver? Ele não foi nada, aposto que a intenção dele nem era de te machucar, só deve ter vindo me procurar, fica muito sozinho.

-Espera um minuto. Você conhece aquele mosntro?

-Eu te disse. Lembra da aula de historia quando estudamos mitologia grega, já te falei, é tudo verdade. Cérbero, o cão de três cabeças que guarda os portões do palácio de Hades, foi aquele que você acabou de ver, e Hades, é o meu querido pai.

-Sei... Acredito. –Disse ela com sarcasmo.

-A menos que você ache que o que você viu foi uma alucinação!

Ela olhou para mim, e para o lugar onde Cérbero desapareceu, e para mim e desmaiou pra trás fazendo um barulho bem alto quando sua cabeça bateu no chão.

-Por que as meninas têm que ser tão complicadas?

Peguei-a no colo (ela era bem pesadinha) e segui em direção ao dormitório feminino. Enquanto passávamos varias pessoas olhavam curiosas.

Finalmente cheguei ao quarto dela, eu não tinha a chave, só que isso não era um problema, com muita concentração fiz aparecer uma pequena fenda no chão e de dentro dela eu tirei uma chave que encaixava perfeitamente na fechadura.

Abri e a coloquei na cama. Recusando-me a abrir as gavetas do pequeno armário dela, peguei apenas as coisas essências pra ela. Coisas de banheiro (xampu, escova de dente e cabelo, pasta de dente, uma toalha...), seu iPod, uma foto que estava em cima da sua cabeceira (ela e sua mãe), um casaco que estava jogado em cima da cômoda, sua carteira (apesar dela nunca mais precisar de dinheiro) e um livro que ela provavelmente já lera muitas e muitas vezes, mas parecia que ela estava lendo mais uma vez. O livro era O Pequeno Príncipe. Parei. Aquele era o livro preferido de Bianca, quando eu era menor ela lia pra mim, eu achava um saco, mas ela continuava lendo.

Tentando deixar pra lá,empurrei tudo pra dentro de uma mochila dela e coloquei a no ombro. Peguei no colo Anna, que ainda estava desmaiada e corri para uma parte do quarto que estava mais escura. Tentei me concentrar o máximo em um lugar macio para cair, já que sabia que certamente com todo aquele peso extra não seria uma boa aterrissagem.

Poff... Caímos em cima de uma coisa macia, mas que não era uma cama, muito menos grama.

-Nico di Ângelo!

-Percy, quanto tempo! –Nós havíamos caído em cima de Percy e Annabeth que estavam fazendo deuses sabem o que na cama (que agora era de casal) de Percy.

-Nico, sem querer ser grossa... O que você esta fazendo aqui?

-Bom te ver também Annabeth. Eu vim trazer a Anna.

Anna que tinha acordado com a queda estava agora ao lado da cama em pé olhando para tudo ao seu redor, e provavelmente se perguntando como ela havia chegado ali.

-Tudo bem esquisito, agora sai daqui que eu tenho coisas mais importantes para fazer. –E jogou em mim a mochila de Anna.

-Ok, vamos Anna nós não deveríamos mesmo estar aqui. –Puxei a filha de Apolo para fora do chalé de Poseidon.

-Era verdade, não era?

-A mais pura verdade. Esta vendo aquele chalé ali, feito de ouro e quase não da para olhar diretamente? Aquele é o chalé onde você vai ficar, o chalé de Apolo.

-Nossa... há uma hora atrás eu não sabia nem o nome do meu pai, agora você esta me dizendo que meu pai é um deus. Foi assim com você também? –Perguntou Anna ainda em choque, mal se lembrando de ficar assustada querendo saber como havia chegado aqui.

-É assim com todos nós. Mas o seu pai é Apollo, um deus respeitado, o meu pai é Hades, aquele a quem todos temem e repudiam, acredite foi mais difícil. Mas esta tudo bem, a maioria do pessoal aqui é legal, seus novos meios irmãos vão te adorar.

-Eu espero, mas pelo menos sei que tenho um amigo. –E sorriu para mim, aquele sorriso fez algo estranho acontecer em mim. Eu simplesmente comecei a sorrir como um idiota.

-Que bom! Vem vamos até lá, e aqui sua bolsa. –Nós dois fomos andando ao chalé nº 7, Anna foi mancando por causa da perna torcida. –Só peguei o essencial para você.

Anna mexeu em sua bolsa e pegou seu iPod, e me olhou com uma expressão que dizia: isso claramente não é essencial.Colocou o de volta e pegou outra coisa.

-Como sabia que eu precisava disso? –Perguntou me mostrando o livro do Pequeno Príncipe.

-Achei que gostasse, era o livro favorito de Bianca, minha irmã.

-É um livro lindo. –Disse ela sonhadora. Paramos em frente a porta.

-Eu não posso entrar; nos vemos no jantar então. –Eu disse e fui andando na direção do meu chalé. –Peça para eles te ajudarem com o pé.

Meu chalé é mais afastado dos demais, mas eu gostava disso, me dava mais privacidade. É todo revestido por mármore preto sólido, com grandes e pesadas colunas, sem absolutamente nenhuma janela. Cheio de pequenas caveiras e na frente ao lado da porta uma tocha com fogo grego que queima 24h por dia. Eu adorava.

Por dentro ele era igualmente preto, com uma única grande cama de colunas, nas paredes algumas prateleiras com alguns livros e uma foto minha com Bianca quando ainda éramos bebês, cortesia de meu pai. No quarto só havia mais minha mesa com laptop e um pequeno armário. Além do meu criado, que obviamente, não deveria estar ali.

-Alberto, há quanto tempo! Não te disse que era para você voltar lá pra baixo? –Falei com meu criado esqueleto. –Se alguém te vir aqui, vai me arranjar problemas.

-Me desculpe senhor, é que quando senti que estava vindo voltei para deixar tudo arrumado para sua chegada.

-Ok, agora vá embora. Quero ficar sozinho. –Me joguei na cama ao mesmo tempo em que Alberto desapareceu, fiquei sozinho mais uma vez com meus pensamentos.

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Notas finais do capítulo

Oie! Gente queria pedir reviews, só pra saber se a fic esta boa, é a minha primeira sobre PJ então não sejam tão maus comigo. Logo a historia começa a esquentar, podem deixar. Só lembrando que Percy e Annabeth também vai ser um dos casais principais. A historia vai ser narrada na maior parte por Nico, mas também aparecem outros narradores.
Bjux e até o próximo capitulo.

p.s.:não esqueçam os coments.