Traços do Destino escrita por Miss Daydream, LadyNightmare


Capítulo 6
Sugestões Desesperadas


Notas iniciais do capítulo

[LadyNightmare]: Oláá!
Mil desculpas por todo esse tempo de espera! Mas pelo menos acho que esse capítulo compensa a demora u.u
Se encontrarem algum errinho, podem nos avisar aí nos comentários e corrigiremos ;)
Boa leitura bb's ♥

[Miss Daydream]: Oiii! Pedimos desculpas pelo atraso, e mais uma vez assumo a responsabilidade por isso! A Night teve que me esperar a semana inteira porque eu tô em inicio de prova, ou seja, sem tempo
Bom capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725371/chapter/6

 

O coração de Castiel apertou no peito com o que o loiro dissera e ele bateu as costas levemente contra o encosto do assento em que estava.  

Talvez fosse a tonalidade que ele usara, ou o fato de o machucado em seu rosto parecer bem mais visível ali nas luzes do local, mas de repente o ruivo se sentia até um pouco enjoado. 

Será que ele estava envolvido com alguma gangue ou coisa assim? Ou então até usando drogas? Se meteu em alguma briga na faculdade? Eram inúmeras possibilidades, e nenhuma delas combinava em nada com Nathaniel.  

Mas Castiel já não duvidava de nada em relação a ele. Sempre lhe disseram que seu temperamento era uma bomba relógio, mas ele não era quase nada comparado com o aquariano em questões de imprevisibilidade. 

— O que você quer dizer com "mais grave do que uma simples briga"?  engoliu em seco e logo adicionou  Você está sendo perseguido ou algo assim...? 

Nathaniel balançou a cabeça negativamente, querendo dizer que não era aquilo. E antes de dizer algo, respirou fundo, tentando afastar um pouco daquele aperto em seu peito. 

— Eu não sei bem como começar... — agitou os ombros, nervoso e um tanto envergonhado. Era a primeira vez que falaria sobre o assunto para alguém e uma parte de si tinha medo da reação do ruivo — Castiel, eu... — murmurou, pausando brevemente — Eu venho sofrendo agressões físicas e verbais do meu pai desde o ensino médio. — olhou para o chão, evitando os olhos do leonino à qualquer custo. Não queria ver o provável olhar de nojo que receberia — E hoje... Bem, eu acho que hoje a bomba explodiu. 

Assim que o loiro terminou de falar, um silêncio incômodo se instalou no Coffee Shop. Parecia que até mesmo Rick havia parado o que estava fazendo para prestar atenção na conversa dos dois. 

— Por isso eu parecia sempre tão para baixo, ou então de mau humor. Meu dia podia estar sendo ótimo, mas qualquer conversa que eu tivesse com o meu pai, já estragava tudo. — continuou, brincando com os dedos de suas mãos apoiadas sobre a mesa.  

Algo pareceu quebrar dentro de si ao ouvir a declaração do outro. Aquela informação era praticamente inconcebível e absurda!  

Sofrendo esse tipo de abuso nas mãos do próprio pai?! Da própria família?! 

E ter aguentado calado por todo aquele tempo...! 

Castiel precisou de algum tempo em silêncio, apenas observando o rosto preenchido pela expressão dolorosa de Nathaniel, para colocar a cabeça e os pensamentos no lugar. Aquilo era um total é completo absurdo! Como era possível que uma das pessoas que o colocara no mundo agisse assim? Os pais de Castiel nunca sequer levantaram a mão para ele. Nunca. 

Tinha que ouvir as repreensões gritadas da parte da mãe, e até alguns cascudos ou puxões de orelha. Mas aquele tipo de agressão? Era absolutamente inaceitável e cruel. 

Nunca imaginaria que o loiro, com sua vida, futuro e destino tão brilhantes, passaria por algo como isso. A informação causava em Castiel uma gigante vontade de vomitar e ficar em silêncio para sempre. 

Quando finalmente conseguiu colocar a cabeça minimamente no lugar, o melhor que conseguiu foi balbuciar algumas palavras trêmulas. 

— Eu... Eu... - começou atrapalhado, remexendo impaciente nos cabelos rubros - Nathaniel isso é extremamente grave. E o resto da sua família?! O que fazem em relação a isso?! A... A Ambre, ou sua mãe...? Elas não vêem o que seu pai está fazendo?! 

O loiro soltou uma risada irônica. Uma risada seca e baixa, sem graça alguma. 

— Ambre não sabe sobre isso e minha mãe depende financeiramente do meu pai, ela nunca ficaria contra ele. — explicou.  

Já tinha perdido a conta de quantas vezes sua mãe havia lhe visto com marcas pelo corpo, mas nunca parecia se importar, mesmo sabendo que a causa delas era o seu marido. E Ambre... Bem, Ambre nunca prestava atenção em algo que não fosse ela mesma ou roupas de grife, não era á toa que suas notas escolares eram baixíssimas. 

Lembrar de todos aqueles acontecimentos deixavam Nathaniel tonto. Era como se sua própria mente quisesse fazê-lo parar de pensar sobre o assunto. Sua cabeça doía levemente, mas não era algo muito preocupante. 

— Eu não sei mais o que fazer. — o aquariano confessou, em um sussurro, enquanto apoiava a cabeça nas mãos. 

— Você precisa sair dali. - Castiel o encarou seriamente - O mais rápido possível. É isso que você deve fazer. 

A ideia de que Nathaniel fosse passar mais algum dia ou noite rodeado por aquelas pessoas terríveis e babacas fazia o ruivo querer socar muita gente.  

Como nunca tinha percebido o que estava acontecendo bem debaixo de seu nariz...? Ninguém percebera. Nem os amigos do loiro, e muito menos seu inimigo declarado. 

A situação passara dos limites havia muito tempo, pelo visto. E Castiel queria tomar uma atitude para mudá-la agora. 

— Não tem nenhum parente com quem você possa ficar? - perguntou com cautela - Ou quem sabe o alojamento na faculdade, repúblicas...? 

Nathaniel arregalou os olhos. Para onde ele iria de bolsos vazios? E o mais importante: Como iria? Não podia simplesmente desaparecer sem mais nem menos. Seu pai provavelmente enlouqueceria e iria atrás dele no mesmo instante. 

— Não, meus parentes são muito distantes. — negou — E eu não tenho dinheiro para alugar um apartamento ou algo assim. — suspirou, remexendo nos cabelos — Eu nunca tinha pensado nos alojamentos da faculdade... — mordeu o lábio, pensativo — Não parece tão ruim. Mas como eu iria para lá? Meu pai nunca deixaria eu ir e se eu for sem a permissão dele, é bem provável que ele coloque a polícia atrás de mim. 

Eram nesses momentos em que o loiro tinha inveja de Castiel. O ruivo tinha um apartamento só para si, além de um emprego. Agora Nathaniel desejava ser como o leonino. Se ele tivesse sido esperto como Castiel, não estaria nessa situação toda agora. 

— Agh... Você faz as coisas parecerem tão complicadas. - irritou-se com a situação, e não com o loiro em si 

E era tudo extremamente complicado mesmo, se não eles não estariam falando da vida de Nathaniel. Tudo ao redor dele era complexo e cheio de voltas labirínticas e retorcidas. 

— Escuta, você já é maior de idade Nathaniel. - colocou seu ponto, tentando argumentar - Desde que esteja usando o seu dinheiro e não dependendo dele, seu pai não pode fazer absolutamente nada contra você. Você não é mais responsabilidade dele, e se quer minha opinião, nunca foi. Eu não o consideraria um pai que merece respeito ou satisfações se toda essa palhaçada estivesse acontecendo comigo. 

Sua cabeça já martelava algumas ideias para ajudá-lo. Castiel sempre foi muito independente e sabia como se virar sozinho. A vida o fizera assim, e seus pais o apoiavam. Aprendera desde cedo que nunca pôde depender de ninguém, então abandonou certas coisas para poder dar prioridade a outras. 

Talvez houvesse uma solução muito simples para o problema gigantesco de Nathaniel. 

O ruivo o analisou ali, sob a luz não tão clara assim do café, e pensou em todas as consequências do que sugerir o que estava pensando poderiam trazer. E bem, elas eram muitas. E Castiel era egoísta. 

Mas não tão egoísta assim. 

Suspirou irritado e nervoso, odiando toda aquela situação. Batucou na mesa por alguns segundos, pensando e tentando se decidir.  

Precisava se levantar e clarear os pensamentos, e sabia muito bem que desculpa usar. 

— Você está com fome, certo? - nem esperou o outro responder, logo o atropelando com palavras - Ninguém pensa direito de barriga vazia. Eu vou pegar algo pra gente comer e dispensar o Rick. Fico com o turno da noite e você pode ficar aqui até quando precisar, ok? 

Sem nem ouvir a resposta de Nathaniel, o ruivo de farmácia saiu quase correndo da mesa, rumando ao balcão para poder conversar com seu gerente. 

O aquariano apenas assentiu, sabendo que já não poderia mais impedir Castiel.  

*** 

— É importante. Eu sei que você pode dar um jeito. - Castiel massageou a têmpora enquanto tentava convencer Rick 

— Eu posso sim, mas eu não tenho informação nenhuma sobre esse garoto, Castiel. - o gerente rebateu enquanto guardava o avental em seu armário, nos fundos da loja - Como eu vou saber se ele... 

— Ele é inteligente e prestativo. - o ruivo o cortou no meio da frase - É responsável. Era representante de turma na época da escola. É bom em tudo que faz. Você não vai se arrepender. 

Rick o olhou estranho, estreitando ainda mais os olhos puxados e cruzando os braços. 

— Não era ele o garoto com quem você vivia arranjando encrenca? - arqueou a sobrancelha e Castiel mordeu a língua - O que deu em você agora? Esse cara aparece do nada, e você muda da água pro vinho? O que aconteceu com o Castiel irredutível que saiu a pouco tempo da loja?  

Perguntas, perguntas e mais perguntas. O ruivo não estava com saco para aquela merda toda, e se não arranjasse logo uma solução para aquele problema todo sentia que sua cabeça explodiria. 

Trincou o maxilar com raiva, se segurando para não pular em seu superior. 

— Eu estou bem aqui. E não mudei nada por causa de ninguém. - falou com firmeza - Você não sabe o que está acontecendo. Só... Só me ouve tá bom? Eu não peço muita coisa. Estou aqui te implorando por esse favor e não aceito nada que não seja um "sim" como resposta. 

Rick o olhou por um bom tempo, e Castiel achou que fosse derreter sob o olhar inquisitivo do mais velho. Se sentia ridículo. 

Nathaniel o pagaria muito caro por aquilo tudo! 

— Tá bom, tá bom. - o gerente finalmente cedeu e o leonino não pôde evitar o sorriso pequeno que se formou em seu rosto - Mas você vai cuidar dele, entendeu?! Não quero saber de problemas pro meu lado. 

— Você não vai se arrepender. - deu um soquinho amigável no ombro do outro - Agora vai, sei que está super ansioso pra dar o fora daqui. 

O moreno se limitou a olhá-lo irritado e pegou as coisas que faltavam para poder sair de uma vez por todas. 

— Eu realmente não sei o que deu em você, Castiel. 

Assim que Rick deixou a sala, o ruivo pegou um papel qualquer e rabiscou algumas palavras, pronto para voltar para Nathaniel. 

*** 

Nathaniel apertou o casaco que cobria seu tronco, pensando sobre a conversa que acabara de ter com o ruivo. Ele realmente precisava sair da casa de seu pai. Como o leonino havia dito, Nathaniel já era um adulto. Ele já devia ter tomado essa decisão há muito tempo atrás. Se continuasse debaixo do teto de Francis, sua vida continuaria sendo um inferno e ele nunca seria livre e feliz. 

Sua cabeça tentava pensar em mil e uma formas de sair de casa sem ser notado. Talvez á noite fosse mais fácil, pois todos estariam dormindo. É. 

Além de que precisava conversar com algum dos professores sobre os alojamentos da faculdade, ou então com o diretor. Talvez devesse arranjar um emprego também. Seria ótimo. 

E precisava agradecer Castiel. O ruivo estava sendo de extrema ajuda e Nathaniel nunca saberia como agradecer de forma adequada à ele, afinal, o que o leonino estava fazendo não era pouca coisa. Principalmente se lembrarmos que ambos se odeiam. 

O estômago do loiro roncou ao sentir um aroma familiar de café. E ao olhar para trás, viu que Castiel já voltava com algo nas mãos. 

— Voltei. - anunciou, já estava vestido com o avental de seu uniforme e prendera minimamente o cabelo, equilibrando os croissaints e guloseimas na bandeja com habilidade. Além de dois copos cheios d’água - Tira os braços da mesa, é falta de educação. 

O loiro soltou uma risadinha, obedecendo o ruivo e retirando os braços de cima da mesa. 

Seu olhar alternava entre a bandeja e quem a carregava. Por mais que nunca que fosse admitir, achava que Castiel ficava ainda mais bonito com algumas mechas de cabelo presas. É. Talvez a fome estivesse mexendo com o seu psicológico. 

Assim que o leonino terminou de colocar as coisas sobre a mesa, o aquariano respirou fundo apenas para sentir o cheiro doce que vinha das guloseimas. E aquilo fez seu estômago roncar mais uma vez. 

— Obrigado... — Nathaniel agradeceu, sem jeito e levemente corado — Por tudo, sabe? Você está me ajudando bastante. Prometo que um dia irei retribuir á altura. 

— É bom mesmo, porque eu não faço as coisas de graça. - deu uma risadinha e observou enquanto Nathaniel dava mordidas nos alimentos que trouxera 

Se sentia estranhamente bem ao ouvir o agradecimento do loiro, além da promessa de retribuição. Mordiscou alguns petiscos, distraído, enquanto olhava ao redor. 

Não tinha nenhum cliente novo. 

— Você tinha que ver, Rick saiu quase correndo. - sorriu cansado - Feliz da vida por poder sair com o namorado dele e essas coisas. Aproveitador... A sorte é que não está tendo tanto movimento agora, mas vez ou outra vou ter que levantar para atender os clientes... - explicou, enquanto remexia os guardanapos e o pires de açúcar 

— Eu imagino. — Nathaniel sorriu, terminando um dos croissaints. 

O loiro fez questão de comer cada uma das guloseimas. E elas eram maravilhosas, sem dúvidas. Era como se ele fosse até o céu e voltasse. E isso lhe fazia perguntar-se mentalmente se quem tinha as feito foi Castiel. Bem... Não era novidade que o ruivo era bom em seu trabalho. 

Quando terminou de comer, o aquariano bebericou a água que o leonino também havia trazido, tentando saciar a sede que ficara devido aos doces. Estava tudo certo, tudo ok, até Nathaniel olhar para o porta-copos e notar algo diferente ali. Parecia ser um pedaço de papel. Um pedaço de papel que, com certeza, não fazia parte do porta-copos. 

Curioso, o loiro levou a destra até o objeto, retirando o papel dali. O mesmo estava dobrado várias vezes, sendo assim, Nathaniel levou alguns bons segundos para desdobrá-lo.  

"Precisa-se de um barista." 

Era o que estava escrito. 

O aquariano franziu o cenho, olhando para Castiel e para o pedaço de papel em suas mãos inúmeras vezes, tentando entender o que havia acabado de ler. Okay! Aquilo era estranho, claro, mas era muito conveniente também. Uma vaga para funcionário justo quando Nathaniel mais precisava. Só podia ser um sonho! 

E só para garantir, o loiro beliscou a si mesmo para ter certeza de que era real. 

— Precisam de um barista? — perguntou, com as sobrancelhas arqueadas. 

— Ãhm? - Castiel olhou-o confuso, tentando disfarçar ao máximo - O que é isso? Como foi parar aí? Estranho... 

Castiel geralmente era ótimo em fingir que não sabia de nada, mas dessa vez ficou com medo de ter deixado tudo muito na cara.  

Nathaniel era tapado. Ele nunca perceberia... Nunca esperaria uma atitude daquelas vinda do ruivo. 

E pra ser franco, Castiel também não esperava. 

— Enfim, independente de como isso tenha ido parar dentro desse porta-copos, eu acabei de lembrar que sim, precisamos de um barista. - levou a mão direita até atrás da cabeça, coçando-a levemente - Isso te ajudaria de alguma maneira? 

— Sim! — o ex-representante de turma respondeu de imediato, não contendo a empolgação em sua voz. 

Castiel provavelmente o chamaria de louco por ficar empolgado com aquilo. Mas a diferença entre os dois era que o ruivo possuía um emprego, o seu próprio apartamento... Castiel tinha liberdade. Ele podia sair de casa sem precisar dar satisfações de onde ia, podia voltar a hora que quisesse, podia comprar algo sem ter que pedir dinheiro para os seus pais e etc. 

E Nathaniel, só de pensar que poderia conseguir tudo isso também, já se sentia imensamente feliz. Ter ao menos um pouquinho de liberdade era simplesmente mágico para alguém que passou praticamente a vida inteira sob o teto dos pais e sofrendo nas mãos deles. 

— Quer dizer... — pigarreou — Eu vou precisar passar por algum teste de avaliação ou algo assim? 

Castiel riu genuinamente da empolgação do outro. Não sabia o porque exatamente, mas se sentia feliz em ajudar, e mais feliz ainda com a reação do loiro. 

— Ah sim, você tem que passar por uma bateria de testes, tem que ser muito capaz  de muitas coisas para ser barista. - o leonino se esparramou na mesa seriamente, olhando para Nathaniel - Primeiro você tem que gritar no meio da rua três vezes a seguinte frase: "O Castiel é o melhor!". 

Nathaniel olhou feio para o ruivo, mas logo riu, balançando a cabeça negativamente. Já devia esperar algo assim vindo de Castiel, mas até que ele tinha gostado. O leonino havia deixado o clima tenso de antes bem longe. 

— Acho que vou precisar falar com Rick também sobre isso, não? — encarou Castiel. 

Nunca havia sequer trocado uma palavra com Rick, mas ele parecia ser alguém legal, apesar dos puxões de orelha que dava no ruivo ás vezes. Talvez trabalhar ali fosse uma boa escolha.  

— Você tá achando que é brincadeira, ein? - apontou para os olhos dourados de Nathaniel - Você tem que me levar mais a sério, já perdi toda a minha credibilidade só de te ajudar... 

Sorriu de leve, deixando quase imperceptível sua satisfação com a felicidade passageira do loiro. 

— Deixa que eu falo com ele. - desconversou. Se o aquariano fosse falar com o gerente, Rick deixaria muito claro que só estava contratando-o a pedido de Castiel, e isso o faria querer morrer - Você provavelmente começa amanhã. Mas primeiro de tudo, foque em sair de casa. Vá ver os alojamentos logo depois que sair daqui. 

— Certo. — Nathaniel preferiu não contestar.

Estava exausto física e psicologicamente. O dia havia sido turbulento e parecia que o seu corpo estava pesando toneladas no momento. Mas ele sabia que precisava fazer o que o ruivo dissera. Quanto mais rápido ele saísse de casa, mais rápido teria paz. 

Através de um relógio pendurado na parede do Coffee Shop, o loiro pôde perceber que já estava ficando tarde e ele, particularmente, não gostava muito de andar por aí a noite. Então seria melhor que ele fosse logo conversar com os professores sobre os alojamentos da faculdade. E se desse sorte e se fosse ligeiro, chegaria antes de fecharem os portões. 

— Eu acho que já vou indo então... — murmurou — Mais uma vez, obrigado. Mesmo. — sorriu, sem jeito — Você precisa de ajuda para guardar as coisas? Eu posso ajudá-lo antes de ir, se você quiser. — deu de ombros. 

— Óbvio que eu quero ajuda. - revirou os olhos, será que o loiro realmente achava que ele ia guardar tudo sozinho?! Que folga! - É bom porque você já vai aprendendo onde fica cada coisa. 

Na realidade, estava um pouco preocupado sobre para onde Nathaniel ia exatamente. Será que voltaria pra casa ou algo assim? Ficar vagando por aí a noite também não era uma boa ideia... Olhou-o pelo canto do olho, enquanto empilhava os pratos e copos na bandeja rapidamente. Ele parecia pensativo e levemente aéreo. Castiel suspirou com pesar. 

— Você vai voltar para a sua casa? - expressou seus pensamentos em voz alta de uma vez 

— Tudo bem. — o loiro deu de ombros, começando a ajudar o ruivo — Ãhn... Antes de ir para casa, eu vou ir até a faculdade para conversar com algum dos professores sobre os alojamentos. — explicou.

Nathaniel seguiu Castiel até a parte de trás do balcão, onde eram feitos os cafés. Ambos depositaram toda a louça suja na pia, enquanto o aquariano se empenhava em não quebrar nada. Nem havia começado ainda e quebrar alguma das porcelanas seria um desastre, além de diminuir suas chances de trabalhar ali. 

— Por que? — Nathaniel perguntou depois de um tempo, querendo saber porque o leonino estava tão interessado em saber para onde ele iria depois que saísse do Coffee Shop

— Nada em especial... - Castiel coçou o topo da cabeça, levemente constrangido  

Ele nunca ia falar em voz alta que estava preocupado com o destino do loiro. Aquilo tudo ainda estava sendo muito novo para ele, e o ruivo não estava acostumado a fazer caridade por aí com o seu rival de colégio. 

A situação toda era errada e estranha. Não parecia natural e nunca pareceria. 

Tentou focar em guardar as louças, já que não havia uma alma viva ali dentro além dos dois. Pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo, e isso era frustrante. 

Porque queria saber? Porque queria ajudar? Porque diabos se preocupava com Nathaniel?! 

Depois de um bom tempo em silêncio, o ruivo de farmácia se levantou de supetão e deu voz a seus pensamentos esquisitos mais uma vez. 

— Você quer que eu vá com você...? - começou, desajeitado e confuso - Eu sou bom em convencer as pessoas. Já lidei com muita gente, e conversar com quem quer que seja sobre alojamento e bolsa não vai ser tão complicado pra mim. Eu posso ajudar, se você quiser.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[LadyNightmare]: SÓ QUE EU QUE ESTOU MUITO APAIXONADA POR ESSE CASTIEL??
Ele foi beeeem diferente do jogo. E mesmo ele não gostando do Nath (por enquanto u.u), ajudou o loiro ♥
Achei mó lindinhos ♥
Enfim, espero que tenham gostado ♥ ♥
Nos vemos nos comentários *u*
Kisses ♥

[Miss Daydream]: O capítulo foi beeeeeeeem tenso! E com certeza o meu favorito até agora uashuas! ~adora um drama~
Pra quem estava preocupado com a atitude do Castiel perante a isso, a resposta está aí agora! Beeeem diferente da do jogo (pra quem seguiu a rota dele), mas eu penso que isso é amadurecimento. Mudar, crescer e perceber que ninguém merece viver nas condições em que o Nath está, e que só o fato de ele denunciar isso pro Castiel já é um grande ato de coragem! Vamos ver o que acontece daqui pra frente agora!
Castiel fofo...? Em que mundo a gente tá vivendo?! As vezes acontece né? HAUHSAUHD
Beijão, obrigada pelo carinho e até o próximo! Qualquer coisa já sabem, avisem pelos comentários! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Traços do Destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.