Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 162
Capítulo 162 - Goodbye Lilith


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas do meu coração, estou de volta em meio a esse reboliço que o corona está causando. Espero que vocês estejam bem. Sei que eu demorei um bocado para voltar, mas meu note foi para a assistência, ficou uma semana, então voltou, e quando tinha quase meio capítulo, ele precisou voltar para a assistência e ficou ali mais uma semana. Então veio o reboliço de fazer ou não quarentena, vai dispensar aluno ou não. Dispensaram os alunos, mas não os funcionários, e fiquei uma semana nesse de ir trabalhar, mas sem aluno, até que finalmente dispensaram também. Estou a pouco mais de uma semana em casa, e finalmente eu consegui voltar a escrever.

Essa primeira cena foi a que me deu mais trabalho para tentar colocar no papel o que eu queria, espero que não tenha ficado muito confuso. Gostaria de fazer as cenas mais detalhadas, mas então não sairia tão cedo assim o capítulo.

Obrigada a todos que comentaram, favoritaram e ao pessoal que acompanha dentro e fora da moita. Obrigada de todo coração a paciência que vocês estão tendo comigo e essas demoras. Vocês moram de pantufas no meu coração!!

Boa leitura e divirtam-se!!



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O vento com a brisa marinha entrava pela grande porta deslizante do quarto, que tinha a vista direta para o mar, todo cristalino. Suas ondas indo e vindo sem descanso, mas maravilhando quem olhasse. O sol brilhava intensamente nas areias, que de certo modo, a fazia brilhar juntamente com o astro rei. As cortinas de cor clara balançavam lentamente. Imensas janelas de vidro que iam do chão ao teto deixavam a claridade invadir o cômodo. Uma imensa cama de casal ao centro, com os lençóis bagunçados.

Os olhos foram abrindo lentamente e se acostumando com a claridade do quarto. Piscou algumas vezes para se adequar ao que estava vendo. Soltou um suspiro, e sem pressa foi virou seu rosto para um lado e viu a paisagem que rodeava a casa, virou para o outro lado e teve a mesma visão. Olhou para o teto claro e fixou o olhar por alguns segundos até finalmente resolver se sentar na cama. Imediatamente seus olhos se arregalaram ao ver a vista a frente de seu quarto.

— Que espetáculo! – murmurou maravilhada. Levantou-se e caminhou até a varanda que a porta deslizante dava acesso. Seu caminhar parecia em câmera lenta. O tempo parecia em câmera lenta. Apoiou-se no parapeito da varanda e contemplou todo o esplendor da vista – Maravilhoso. – murmurou novamente, enquanto seu cabelo mexia com a brisa marinha. Abriu os braços e levantou sua cabeça para o alto fechando os olhos e aproveitando o sol batendo em sua pele – Acho que vou aproveitar o dia... – se espreguiçou calmamente.

— Hey Lily! – disse Emma entrando no quarto, um sorriso aberto nos lábios. Vestia a parte de cima do biquíni, um shorts de praia e seu cabelo solto – Que bom que acordou. – completou ao se aproximar e a envolver em um abraço carinhoso – Dormiu bem? – perguntou ainda sorrindo.

— Emma! – exclamou surpresa ao ver a loira ali, e ficou mais surpresa ainda quando foi abraçada pela mesma – O que faz aqui?

— Como assim? – perguntou Emma confusa – Estamos em nossa lua de mel. – respondeu dando um beijo na bochecha de Lilith – Acho que você dormiu tanto que acabou esquecendo. – brincou.

— Acho que você tem razão. – Lilith sorriu envolvendo seus braços ao redor do pescoço alvo – O que vamos fazer agora? – perguntou ao salpicar um breve beijo nos lábios de Emma.

— O dia está lindo, acho que podemos aproveitar para irmos a praia... – respondeu devolvendo o beijo – O que acha? – perguntou empolgada.

— Acho uma ótima ideia. – concordou Lilith dando um beijo mais incisivo – Só me deixe colocar um biquini.

Emma assentiu com um aceno de cabaça – Te espero lá fora... – disse indo na direção da porta do quarto.

— Emmaaa! – chamou Lilith correndo na direção da loira, que estava com os pés sendo banhados pelas águas salgadas. A loira apenas abriu o braço e esperou – Estou tão feliz em estar aqui. – falou pulando no abraço da loira, que sem dizer nada rodopiou em seu próprio eixo com a mulher em seus braços. Risadas eram ouvidas na deserta praia paradisíaca.

— Vamos para a água. – falou Emma colocando Lilith no chão.

— Vamos! – concordou a filha do prefeito, jogando sua canga no chão, sem se preocupar se o vento a levaria embora ou não. Foram correndo para a água, e ali brincaram bastante, namoraram bastante, nadaram – Estou cansada, vamos deitar um pouco na areia? – pediu Lilith em cima das costas de sua loira.

Emma sorrindo apenas começou a caminhar para fora da água, com Lilith ainda em suas costas. Assim que chegou aonde estava sua toalha, desceu a mulher de suas costas com cuidado a deitando sobre o tecido estendido na areia.

— Vem aqui! – chamou Lilith abrindo seus abraços convidando a loira. Emma apenas sorriu e se deitou no abraço oferecido – Isso até parece um sonho. – comentou fazendo carinho nos cabelos molhados e loiros. Ficaram ali apenas curtindo o momento. No horizonte, o céu começou a escurecer, anunciando uma tempestade viria – Que estranho. – comentou vendo aquela escuridão se aproximando.

— Page!

Lilith olhou ao redor e não acho quem a estava chamando – De novo, que estranho.

— Page, hora do banho de sol.

— Você está ouvindo Emma? – quis saber deixando sua loira deitar sobre a toalha e se sentar para procurar quem a estava chamando.

— Ouvindo o que? – perguntou Emma cruzando suas mãos atrás de sua cabeça, assim como suas pernas. Fechou os olhos e se aconchegou sobre a toalha – Não escutei nada.

— Vamos Page!

— De novo. – falou procurando ao redor, então percebeu que a escuridão do céu estava bem perto – Acho que vai chover. – comentou olhando atentamente – Vamos entrar antes que piore?

— Vai chover não... – comentou Emma com os olhos fechados, mantendo sua posição – Está um sol maravilhoso e vou ficar aqui aproveitando.

— Não me faça ir busca-la!

— Quem está aí? – falou olhando desesperada para os lados e nada de encontrar alguém além dela e Emma. O céu escuro cada vez mais perto, o vento começando a ficar mais forte – Saia de onde estiver. – gritou começando a entrar em pânico.

— Vamos!­

— Eu não vou! – falou brava e olhando para todos os lados – Eu não vou sair do lado da minha loira. – se levantou. O vento açoitando seu corpo e cabelos. A escuridão e aproximando – Vamos entrar Emma! – pediu e viu que sua loira estava imóvel em sua posição, deixando a areia da praia começar a se misturar com seu corpo, como se Emma fosse feita de areia também – Emma! – exclamou em desespero e tentou se aproximar, mas o vento soprou mais forte, a impedindo de se aproximar – Emma! – gritou, mas a loira aos poucos iam se desintegrando juntamente com a tempestade de areia que havia se formado. O céu escuro sobre sua cabeça – O que está acontecendo? – começou a chorar vendo sua loira aos poucos sumindo diante de si. Levou suas mãos a cabeça em desespero ao ver que Emma não estava mais ali – Não!!

— Vamos! – falou o enfermeiro entrando no quarto. Viu que sua ordem não surtiu o resultado que esperava, se aproximou da cama e colocou a mão no ombro da detenta e mesmo assim não obteve uma resposta. Sacudiu-a brevemente e nada, então a virou e viu seu rosto levemente roxo – Ah droga! – exclamou em desespero colocou a mão na pele a sentiu fria, em sem pensar correu até a porta e apertou o botão para chamar o médico em emergência. O alarme soou pelo presídio – Vamos! – falou o homem tentando acordar Lilith.

— Emma!! – chamou novamente e cada vez mais estava com dificuldades para ver ou ouvir. Tentou novamente se aproximar da loira, mas inutilmente – Emma! – chamou novamente e não obteve resposta.

— O que está acontecendo? – perguntou o médico minutos depois escutou o alarme e saiu correndo.

— Eu não sei, doutor. A paciente Page está roxa e fria. – respondeu o enfermeiro. O médico começou a examiná-la do jeito que dava.

Lilith olhava incrédula a tudo que estava acontecendo – Emma não me deixe! – pediu desesperada.

Repentinamente Emma se levantou, seu corpo se esfarelando juntamente com o vento e a areia da praia – Eu nunca estive aqui para te deixar. – falou.

— Não faça isso comigo. – berrou contra o vento cortante, seus olhos cheios de lágrimas ao ver sua amada esfarelando com um castelo de areia.

— Vamos levá-la para a enfermaria. – falou o médico ao ver que outro enfermeiro apareceu com uma maca. Imediatamente a levaram para a enfermaria – Vamos entubá-la. – falou autoritário.

— Doutor, pressão sanguínea baixa, batimentos cardíacos fracos. – falou o segundo enfermeiro.

— Aplique uma dose de adrenalina. – pediu o homem examinando os olhos – Muito estranho, era para a medicação que ela estava tomando estar fazendo efeito já. – continuou examiná-la.

— Pronto! – falou o enfermeiro depois de aplicar a medicação.

Os três homens olharam para o monitor, mas ele continuou estável – O que será que aconteceu para a medicação não fazer o efeito esperado. O quadro dela havia tido uma melhora e agora isso? – falou o médico alternando seu olhar entre a paciente e o monitor cardíaco.

— Será que estabilizou? – perguntou um dos enfermeiros, ele era novo no presídio.

­— Isso tudo acabou, Lilith. – falou Emma com seu rosto parcialmente desfeito com o vento – Não resta mais nada para você. E a grande culpa disso tudo é somente você. Agora você terminará seus dias sozinha. – completou e a ventania levando o resto de Emma pelo ar. O céu começou a trovejar horrível e ensurdecedoramente.

Lilith levou sua mão direita ao seu coração enquanto um agudo grito desgarrou de seus lábios, mas que era abafado pelos barulhos dos trovões e das ondas revoltas no mar. Então tudo ficou escuro e nada mais se ouvia, apenas o silêncio perpétuo.

Antes que o médico pudesse responder o monitor começou a apitar indicando que o coração de Lilith havia parado – Desfibrilador. – pediu rapidamente – Carregue. – pediu já pegando as pás do aparelho colocando sobre o peito de Lilith – Afaste! – novamente pediu e acionou o aparelho. O corpo da filha do prefeito pulou da maca, mas o monitor continuava com a linha reta – Aumente e recarregue. – pediu olhando para a mulher deitada na maca. Colocou as pás novamente sobre o peito – Afastem. – acionou mais uma vez o aparelho e de novo o corpo de Lilith pulou brevemente da maca com a descarga elétrica. O médico olhou para o monitor que continua com a linha contínua dos batimentos cardíacos – recarregue mais uma vez. – pediu – Vamos garota, não desista agora. – murmurou, para logo em seguida escutar um pronto – Afastem-se. – colocou as pás e acionou o aparelho. O corpo inerte de Lilith deu um leve sobressalto da maca, mas a linha reta do batimento cardíaco continua constante. O médico soltou um suspiro - Pode parar. – falou derrotado colocando desfibrilador no lugar, soltou um suspiro e olhou para o relógio. Tirou sua touca com um pesar, afinal nenhum médico gosta de perder um paciente – Hora da morte, dez e quarenta e três da manhã. – pontuou pesaroso.

O enfermeiro suspiro chateado – O que pode ter acontecido, doutor? – quis saber.

— Eu ainda não sei, preciso esperar sair o laudo médico com a causa da morte. – falou cobrindo o corpo de Lilith com um lençol.

— Com licença doutor. – falou uma enfermeira a porta do centro médico – Aqui. – entregou um copo descartável com todos os comprimidos que ele havia receitado para a paciente.

— Que remédios são esses? – questionou pegando o copo, o olhando, curioso.

— Estavam escondidos na cela da paciente. – apontou para o corpo sobre a maca – Estava dando uma arrumada, quando eu achei esses comprimidos escondidos em uma fresta debaixo, mas dentro do colchão.

O médico contou todos os comprimidos, então soltou um suspiro – Pelas minhas contas estão faltando comprimidos de três a quatro dias. – comunicou – Por isso que ela teve uma leve melhora e depois foi piorando.

— Ela não estava tomando os remédios. – comentou o enfermeiro mais antigo no presídio.

— Impossível. – comentou o enfermeiro mais novo no presídio – Eu mesmo dava o remédio a ela, e a via engolir, depois ainda confirmava se tinha engolido mesmo.

O médico suspirou mais uma vez – Algumas pessoas conseguem regurgitar segundos depois de engolir. – comentou olhando para os comprimidos – Provavelmente a causa da morte se dará por decorrência da pneumonia que a senhorita Page estava acometida e que não foi curada por ela não estar tomando o medicamento. – falou colocando o copo com os comprimidos sobre a bancada – Bom, vou conversar com o diretor, assim ele conversará com as autoridades responsáveis. – concluiu saindo da sala, seguido pelos três enfermeiros.

—SQ-

Emma estava concentrada em suas planilhas, relatórios e cálculos da administração da fazenda e tudo que a envolve Acho que talvez futuramente eu precise contratar uma pequena equipe, pois esses relatório e planilhas estão cada vez mais infindáveis! Regina estava a mesa ao lado, concentrada nos muitos contratos referentes a fazenda e todos os serviços prestados, fornecedores, da equipe Como amo ver minha loira concentrada trabalhando! Mas sua preferência é quando ela faz trabalho manuais e muita força! Não nego mente! As crianças estavam na escola, apenas as gêmeas estavam em casa, mas no momento faziam companhia para os avós.

A loira concentrada escrevendo em seu relatório referente aos remédios que Ruby havia usado, comprado e encomendado mês passado, quando seus olhos repentinamente se abriram Que estranha essa sensação! Ela parou tudo que estava fazendo e se endireitou na cadeira e ficou olhando para o relógio Dez e quarenta e quatro! O que será isso?

— Está tudo bem? – perguntou a advogada ao ver sua esposa parada e contemplativa por algum tempo – Aconteceu alguma coisa?

Emma franziu o cenho – Não sei... Apenas uma sensação que me passou agora... – comentou olhando para sua esposa Uma sensação, só não sei qual!

— Quer falar sobre? – ofereceu, deixando o contrato que estava vendo sobre a mesa, dando total atenção para sua esposa.

— Não tenho que falar... – respondeu Emma soltando um suspiro, de leve contentamento Acho que descobri! — Apenas que uma sensação de paz me invadiu agora. – sorriu timidamente.

— Espero que seja tempos de paz para nós, essa sua sensação. – comentou Regina sorrindo para sua loira Tomara que seja mesmo!

— Eu também espero isso, morena. – retribuiu o sorriso Como espero!

Antes que elas pudessem dizer alguma coisa ou pudessem voltar a seus afazeres, a porta do escritório se abriu – Chegamos! – falou George ao abrir.

— Com licença que temos duas esfomeadas. – brincou Cora empurrando o carrinho duplo com as gêmeas.

Imediatamente o assunto anterior acabou e imensos sorrisos surgiram nos lábios das duas mães – Ai minha pequenas. – falou Regina se levantando e indo ao encontro das filhas Saudades de vocês!

— Hey, minhas pestinhas. – Emma também se levantou e foi pegar seu pequeno grude moreno. Regina apenas a reprendeu com o olhar devido ao apelido, mas a loira apenas sorriu e piscou travessamente de volta para sua esposa Mas elas são as minhas pestinhas! — Vem minha moreninha grude. – pegou a menina no colo que já abriu um imenso sorriso banguela – Vamos, pois aposto que elas estão tão esfomeadas com a mãe loira delas. – sorriu fazendo cócegas nas duas filhas.

— Elas não negam serem filhas de Emma. – brincou Cora rindo da felicidade das netas.

— Pelo menos economizaremos nos exames de DNA para comprovar a maternidade. – brincou George rindo também.

— Vocês são muito maus. – Emma riu entrando na brincadeira, então um sonoro barulho ecoou no ambiente Ops, culpada!

Regina riu Essa é a minha loira! — Tudo bem, vamos que o buraco negro da minha esposa já está dando sinal de que precisa ser preenchido no momento. – riu para as filhas – Assim como os buracos negros dessas duas meninas. – completou. Conversando alegremente o quatro, juntamente com as crianças foram caminhando na direção da casa principal.

—SQ-

— Alô? – Glinda atendeu o telefone. Ela estava com John no escritório do arquiteto, enquanto ele trabalhava em um projeto simples na cidade mesmo.

— Alô, procuro por Glinda Mabrey.— veio a voz masculina do aparelho.

— Sou eu, e você, quem é? – perguntou franzindo o cenho brevemente.

— Eu sou o diretor do presídio psiquiátrico feminino...

John olhou para sua namorada – Quem é? – perguntou baixo.

Glinda tapou o telefona – Do presídio psiquiátrico. – respondeu e os olhos de John se arregalaram em surpresa – Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada.

— Senhora Mabrey, infelizmente estou ligando para comunicar que a senhorita Lilith Page faleceu essa manhã.— ele disse – E como o pai, que é o primeiro responsável está preso e não pode tomar nenhuma decisão, então entramos em contato com a senhora, que é a segunda responsável por ela, e que poderá tomar as decisões necessárias quanto a velório e sepultamento.

— Entendi. – disse Glinda visivelmente chocada com a notícia – Tudo bem, eu tomarei todas as medidas necessárias e depois minha advogada entrará em contato com vocês.

— Obrigado.— respondeu o diretor — E sinto muito pela sua perda.— desligou.

Glinda ainda atônita olhava para o celular – O que houve para deixa-la assim? – questionou John ao colocar a mão sobre o braço, chamando-a para a realidade – O que aconteceu?

— Era sobre a Lily. – respondeu com o semblante triste, então olhou nos olhos do homem a sua frente – O diretor acabou de me dizer que Lily morreu. – soltou fracamente, enquanto uma lágrima descia por seu rosto.

Imediatamente John envolveu Glinda em um abraço apertado – Sh... – foi apenas o que disse, e a abraçou com mais carinho. Glinda apenas se deixou envolver e retribuiu o abraço. Mesmo com tudo que havi acontecido, ela amava Lilith como uma filha.

—SQ-

— Me diga que você tem boas notícias para me dar. – falou Leopold ao olhar para seu advogado – O juiz deu algum parecer favorável ao meu caso?

O homem de terno apenas soltou um suspiro – Não trago notícias do seu caso, o qual eu já disse que nenhum juiz no momento lhe dará qualquer parecer favorável, independente a ação que eu entrar. – respondeu – Meu assunto aqui hoje é outro. É sobre sua filha.

— Minha menina! – olhos de Leopold brilharam – Ela está melhorando não? Aliás, ela já se curou? – perguntou e o advogado apenas negou com a cabeça – O que aconteceu? – questionou mudando o tom de voz, ficando mais sombrio.

— Lilith acabou achando um jeito de burlar a medicação, enganando enfermeiros e médico... – começou o homem de terno – Sem tomar a medicação seu estado foi se agravando a um quadro irreversível...

— E ela morreu... – completou Leopold visivelmente entristecido.

— Sim, ela faleceu a dois dias atrás. – disse o advogado. Leopold ficou mudo durante alguns minutos, seus olhos cheios de lágrimas, mas que não caíram por seu rosto. O advogado respeitando os minutos de silêncio de seu cliente.

— Por que você está me dizendo somente agora que ela morreu a dois dias atrás? – questionou o ex-prefeito, limpando uma lágrima que desceu por seu rosto sem sua permissão.

— Por causa de todo o trâmite para tirarem o corpo e investigarem a causa da morte, e depois sua ex-esposa ficou a cargo de tomar todas as decisões quanto ao enterro...

— Por que Glinda? – perguntou revoltado – E não eu?

O advogado respirou fundo – Porque você está preso e não poderia tomar nenhuma decisão acerca disso, e como Glinda é a segunda em termos de responsabilidade e está livre, então ela toma a frente das decisões cabíveis.

— Aposto que ela nem ligou para minha menina. – falou Leopold com desprezo na voz.

— Muito pelo contrário, a senhora Mabrey contratou o melhor serviço funerário para cuidar de sua filha.

Leopold finalmente deixou um soluço escapar de seus lábios – Quando será o velório?

Outro suspiro saiu dos lábios do advogado – Não haverá velório, apenas uma pequena cerimônia no sepultamento para parentes e amigos mais próximos da família.

Leopold soltou um riso de escárnio – Sem velório... – falou debochado – Isso porque contratou o melhor serviço funerário...

— Leopold, pode ter certeza de que quando digo que Glinda contratou o melhor serviço funerário, pois eu estava junto. – interrompeu o advogado – Ela queria o serviço completo, com velório, mas como consegui apenas um curto período para você se despedir de sua filha, acordamos em apenas fazer o enterro.

— Quando será o enterro? – perguntou o ex-prefeito, ainda indignado com a situação.

— Amanhã cedo. – respondeu o advogado – Eu irei acompanha-lo juntamente com mais alguns guardas aqui do presídio. Os documentos que tenho são específicos, você sairá do presídio, iremos até a sua cidade, onde Lilith será enterrada, você permanecerá por uma hora, que é o empo que irá durar a cerimônia e o enterro, então volta direto para cá. – explicou – Entendeu? – questionou e Leopold assentiu com a cabeça – Alguma dúvida?

— Me arrume três caixas fechadas de cigarros. – Leopold falou ao se levantar e caminha na porta que dava para dentro do presídio – Vejo você amanhã. – o guarda o acompanhou para dentro do prédio.

—SQ-

— Então senhor prefeito... – o detento que fazia alguns serviços para Leopold se sentou ao seu lado no banco, enquanto seus dois colegas ficaram em pé cada uma de um lado, olhando os arredores – Fiquei sabendo que estava me procurando.

O ex-prefeito fechou seu livro, ele estava tomando seu banho de sol, do período no período da tarde – Sim, estava. – começou a olhar para o pessoal jogando basquete na pequena quadra – Qual o seu preço por um artefato que possa matar?

O preso se acomodou melhor no banco, esticando as pernas, e as cruzando despojadamente, enquanto suas mãos se entrelaçaram atrás de sua cabeça – Ah prefeito, aí dependo para que você quer o “artefato”. – respondeu – Porque se for pequeno, não demora muito, agora se quiser algo um pouco maior será mais complicado de colocar para dentro.

— Eu quero um que passe desapercebido, mas que possa fazer um belo estrago, e claro, que mate. – respondeu ainda vendo as pessoas jogando basquete.

— Entendo... – comentou o preso – Acho que tenho algo já pronto para você...

— Ótimo! – concordou Leopold – E além disso, tenho outro serviço para vocês. – comentou e o preso ficou calado esperando o ex-prefeito continuar – Preciso que vocês causem uma rebelião, um tumulto qualquer do tipo.

— Sabe que tudo isso irá lhe custar não apenas cigarros... – comentou o preso – Afinal o que me garante que você não irá dar com as línguas nos dentes se te pegarem com a arma que eu irei lhe fornecer... – deixou no ar.

— Só me diga o seu preço. – Leopold falou firme.

O preso sorriu satisfeito – Vamos negociar... – falou por fim e ali acordaram tudo que precisaram – Prazer em fazer negócios com você, prefeito. – disse assim que terminaram a negociação – Aguarde que terá tudo que pediu, claro mediante pagamento. – se levantou e se espreguiçou calmamente.

— Tudo bem, você terá seu pagamento. – concordou Leopold abrindo seu livro e voltando a ler. O preso juntamente com seus colegas saiu andando calmamente.

—SQ-

Era um dia atípico para aquela estação do ano. O sol estava encoberto, o dia nublado. Não fazia frio, mas um leve vento incômodo andava livre pela cidade. O cemitério estava vazio, apesar da melancolia do dia, a paisagem era até bonita.

Leopold com seu uniforme da prisão, e algemado, estava parado em frente ao caixão fechado de sua filha. Além dele, estava seu advogado, dois guardas do presídio e o padre. Haviam mais dois guardas no carro que o ex-prefeito veio.

— Posso pedir para o padre começar? – perguntou o advogado baixo para Leopold – Lembre que você só tem uma hora aqui.

— O pessoal dessa cidade é um bando de ingratos! – esbravejou furiosamente – Como não apareceu ninguém aqui? Inúteis!

— Senhor Page, posso começar a cerimônia? – pediu o padre – Creio que não irá aparecer mais ninguém.

— Desculpem o atraso. – comentou Glinda ao aparecer acompanhada de John – Bom dia. – cumprimentou, e foi respondida de volta por todos, menos Leopold.

— O que está fazendo aqui? – perguntou Leopold raivoso.

— Prestando minha última homenagem a Lilith. – respondeu Glinda olhando para o caixão, e seu rosto entristecido.

— Ela não era sua filha. – falou o ex-prefeito olhando para o caixão de sua filha.

Glinda soltou um suspiro triste – Mas não quer dizer que não a amei com uma filha. – respondeu – E sinto pelo fim que ela teve. Um fim precoce. Mas cada um tem que pagar as consequências de suas próprias escolhas.

— Zelena? – quis saber.

Glinda negou com a cabeça – Achou melhor ficar em casa cuidando da filha. – respondeu e aquilo pegou o ex-prefeito de surpresa.

— Posso começar a cerimônia? – pediu o padre se intrometendo na conversa se prolongasse mais do que já estava.

— Por favor, padre. – pediu Glinda olhando para o sacerdote.

O padre assentiu com a cabeça, limpou a garganta – Caros familiares, amigos e conhecidos... Hoje é um dia muita tristeza, pois hoje estamos aqui para nos despedir de nossa amada filha Lilith Page... – começou. Leopold não aguentou mais e deixou as lágrimas descerem por seu rosto. John abraçava Glinda em um abraço carinhoso – Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes que nós. Do pó vieste e ao pó retornará. – assim que terminou todos os gestuais, Glinda gentilmente depositou uma rosa branca sobre o caixão. Leopold estava imóvel, deixando a tristeza lhe abater. Por fim, o caixão foi descendo lentamente para dentro da cova. O padre terminou a cerimônia, conversou brevemente com Glinda e ofereceu a Leopold suas condolências e se retirou.

Sem dizer nenhuma palavra Glinda olhou uma última vez para o caixão, que agora estava sendo soterrado pela terra, olhou uma última vez para Leopold, e amparada por John começaram a fazer o caminho de volta para o carro.

O ex-prefeito ficou ali vendo sua filha ser sepultada, sem dizer nada, apenas deixando suas lágrimas descendo por seu rosto. Mesmo depois que terminaram de cobrir a cova Leopold ficou mais alguns minutos em silêncio olhando para a lápide que haviam colocado.

— Vamos! – falou o advogado assim que recebeu um sinal do guarda – Seu tempo aqui acabou, precisa votar para o presídio.

— Só um segundo. – pediu Leopold assim que se abaixou, colocando a mão direita sobre a terra fresca – Eu sentirei tanto a sua falta, minha filha. – murmurou em tom pesaroso, e instantaneamente mudou para um tom enraivecido – E prometo uma coisa, minha Lily, eu irei acabar com aquele advogadozinho patético do Robin. – respirou fundo, com a mão sobre a terra ainda – Adeus minha querida filha. – levantou e sentiu o guarda lhe segurar o braço e assim o conduzi-lo para o carro do presídio.

— Eu sinto muito pela sua filha. – o advogado disse antes da porta de correr se fechasse. Segundos depois sentou ao lado do motorista e assim o veículo tomou o rumo da estrada que iria leva-los de volta para o presídio.

—SQ-

Assim que Glinda chegou ao carro, ela fora envolvida por um abraço carinhoso de Zelena – Tudo bem, mãe. – confortou a ruiva mais nova, e seu rosto se via a tristeza do momento – E não se sinta culpada, você e eu tentamos, mas Lily não quis ser salva.

— Eu sei, minha filha. – respondeu Glinda limpando as lágrimas – Ma nada me impede de ficar triste por Lily, pois era a minha filha.

— Ninguém está falando que você não pode ficar triste, eu também estou. – falou Zelena abrindo a porta do carro para sua mãe.

— Ele perguntou de você. – a ruiva mais velha disse ao entrar.

Zelena deu um riso sarcástico – O que você respondeu? – fechou a porta assim que entrou no banco traseiro do veículo, com John atrás do volante.

— Que você preferiu ficar em casa, cuidando de sua filha. – respondeu Glinda e olhou para o retrovisor e olhar para sua filha diretamente – Ele pareceu bem surpreso com essa notícia.

— Problema dele. Eu não irei mais me aproximar dele. – falou Zelena olhando para fora do carro, enquanto John ia dirigindo de volta para a casa da ruiva mais nova. O silêncio pairou dentro do veículo enquanto percorria as ruas da cidade.

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— Tem mais do que combinamos. – falou o preso comparsa de Leopold ao se sentar no mesmo banco em que o ex-prefeito.

— Considere um bônus por tudo que tem feito. – respondeu o ex-prefeito ainda lendo ou pelo menos pretendendo estar lendo o livro em seu colo.

— Eu tenho o seu “artefato”. – disse colocando as duas mãos dentro dos bolsos de sua calça alaranjada.

— Veja que interessante esse trecho desse livro que estou lendo. – comentou Leopold entregando o livro para o outro preso.

— Deixe-me ver. – falou tirando as mãos de dentro dos bolsos – Que interessante isso. – disse colocando a mão direita espalmada dentro do livro – Discreto, mas que faz um imenso estrago, além de matar esse pedaço de texto. – falou entregando o livro de volta a Leopold.

— Não disse? – questionou olhando para dentro de seu livro, e vendo uma pequena arma feita de um pedaço de madeira e ferro pontiagudo – Interessante.

— Só espero que meu nome não seja citado em nenhum momento. – falou o detento olhando para o pessoal jogando basquete.

— Não se preocupe, nem lembrei que você existe. – confirmou Leopold passando a mão dentro do livro e guardando o objeto em seu bolso. O detento se levantou sem dizer nenhuma palavra – Aguarde o meu sinal. – o ex-prefeito disse voltando sua leitura.

— Eu posso brincar um pouquinho com nosso brinquedinho antes? – pediu ao se espreguiçar.

— Não o matando, não me interessa o que você irá fazer com aquele pedaço inútil de gente. – falou fechando o seu livro, se levantou e caminhou de volta para dentro do presídio.

—SQ-

— Você pediu para me chamar Robin? – perguntou Robert assim que viu seu filho se sentar a sua frente – O que aconteceu a você, meu filho? – perguntou preocupado, quando viu o rosto todo machucado de seu filho.

— Eu me envolvi em outra briga. – disse Robin fechando os olhos e lembrando da surra que levou dois dias atrás, e ainda a promessa de que aquela seria a última vez, que era melhor ele se despedir das pessoas que gostava – Mas não foi por isso que eu pedi para você vir aqui.

— Então? – questionou Robert, confuso.

— Apenas para lhe dizer que apesar dos meus erros, e nossas brigas, eu sempre tive muito orgulho de você, meu pai. – começou Robin, os olhos se enchendo de lágrimas – Que você tinha razão, que tudo que fez foi para meu bem, mas eu não queria aceitar. – soltou um soluço.

— Robin, você está me assustando, me diga o que está acontecendo? – implorou o advogado – Estão te ameaçando aí dentro? Me diga! – implorou – Eu não quero lhe perder meu filho, você tem um filho para cuidar aqui fora. Pense nele antes de tomar qualquer decisão precipitada.

— Eu já disse, meu pai, não está acontecendo nada. – respondeu Robin em tom choroso – Quero apenas pedir um favor. – limpou a lágrima que desceu por seu rosto – Se algo me acontecer, peço que cuida de Marian e de meu filho, assim como você cuidou de mim. – segurou um soluço – Eu te amo, pai. – se levantou e sai pela porta que entrou no recinto, sem se virar para trás, e nem responder aos chamados de seu pai.

— Robin! – Robert chamou uma última vez, antes do filho sumir pela porta – Quero falar com o seu superior imediatamente. – exigiu o advogado para o guarda – Quero falar com o diretor do presídio. – falou enfurecido.

— Senhor, melhor abaixar o tom de sua voz... – falou o guarda – Ou...

— Ou o que? – Robert perguntou petulante, usando toda sua presença que usa nos tribunais – É visível que o meu cliente anda apanhando aqui dentro e pelo visto ninguém toma nenhuma providência. – falou firme – Isso pode custar seu emprego e de muita gente aqui dentro, então eu quero conversar com o diretor imediatamente.

O guarda arregalou os olhos, surpreso – Tudo bem, venha comigo. – falou indo para outra porta – Espere aqui. – pediu. Cinco minutos depois veio o encarregado quando o diretor não estava presente no presídio. Conversaram por longos minutos, então Robert foi embora com a promessa que seria investigado se o filho estava apanhando, e caso estivesse medidas seriam tomadas. Além de que Robert iria correr atrás da papelada que precisaria para transferir seu filho daquele presídio.

—SQ-

Leopold estava jantando sentado na mesa, sozinho, quando seu capanga e comparsas se sentaram junto, para comerem também – Qual o plano prefeito? – perguntou o chefe dos três colocando uma garfada da gororoba na boca.

— É o seguinte... – falou Leopold depois de engolir um pedaço de pão – O diretor geral deve ter acabado de sair, no fim de seu expediente. – comentou olhando para o relógio no refeitório – O médico faz meia hora que saiu. – continuou assim que colocou mais um pedaço de pão na boca.

O presídio continuava com sua rotina tranquila. O diretor geral fechou a porta de sua sala, se despediu das pessoas enquanto ia caminhando pelo corredor. Saiu do prédio e caminhou tranquilamente para seu carro, que em segundos estava em movimento na estrada que ia para a cidade.

— Isso nos deixa em uma posição muito favorável... – Leopold continuou falando como se conversassem assuntos sem importância – O enfermeiro de plantão chega somente daqui a uma hora. – completou e engoliu uma garfada da gororoba que chamavam de comida – Além do que a ala de Robin devem estar no banho agora, e depois nós trocamos com a deles, nós vamos para o banho e eles vem para o refeitório.

Robin estava terminando de se enxugar para colocar sua roupa. Ele ainda estava sofrendo com os machucados da última surra que havia levado dias atrás. Resmungando brevemente, conseguiu colocar a camisa do uniforme laranja – Droga! – murmurou quando suas costelas reclamaram de dor.

— Vamos todo mundo que é hora de trocar as alas! – falou um dos guardas.

— Só que ninguém sabe que nessa troca das alas, é o momento em que se há menos guardas de olho. – continuou Leopold enquanto comia – E é exatamente no momento em que as alas se cruzarem, vocês irão mexer com a gangue do outro lado e então começar todo o show.

— Ih olha lá se não são os franguinhos latinos! – mexeu o preso que negociava com Leopold. Seus capangas vindos logo atrás, e depois deles, vinha Leopold. Do outro lado Robin estava um pouco mais atrás, e diminuiu os passos quando escutou as vozes conhecidas.

— São eles mesmo! – disse o preso que estava a direita – Como são covardes. – incitou.

— O que foi? – perguntou o líder do pequeno grupo de latinos – Qual o problema de vocês?

— Vocês são o problema aqui! – falou o terceiro preso do lado de Leopold – Vocês estarem aqui é o problema.

As duas alas estavam caminhando em sentidos opostos, quase que trombando – Mas acho que a única coisa boa deles é a comida. – falou o preso negociante com Leopold, então levou sua mão até sua genitália – A comida gostosa que são suas irmãs.

O líder do grupo de latino quis partir para cima, mas seus colegas o seguraram – Vamos parar com isso! – falou um dos guardas tentando acalmar os ânimos.

— Em compensação a irmã de vocês são não aguenta nem dois minutos. – comentou um preso do bando de latinos.

— Como é? Repete! – falou um preso que até então não tinha nada a ver com a briga.

— Olha que o branquelo ficou puto! – o líder dos latinos tirou sarro – É isso que você ouviu, suas mulheres são sem sal. – e fez cara de quem não gostou.

— Seu filho de uma puta, eu vou quebrar a sua cara. – partiu para cima, e nisso levando mais três, enquanto o grupo de latinos também avançou. Alguns guardas haviam se juntado para tentar apaziguar os ânimos, mas estavam sendo inútil.

— Quando começar a briga geral, eu aproveitarei que os guardas estarão ocupados com vocês e irei atrás de Robin.

— Vem quebrar a minha cara, seu latino de merda! – falou um outro preso que acabou se envolvendo na confusão.

Do lado dos latinos, um acabou cuspindo na cara de outro preso – Quero ver homem para isso!!

— Briga! – Leopold aproveitou a oportunidade para jogar gasolina na faísca – Pega esse latino de merda! – atiçou.

No instante seguinte foi aquela confusão geral. Os presos brigando entre si, os poucos guardas tentando conter a briga. Leopold acabou se infiltrando naquela loucura toda a procura de seu alvo. O pânico era evidente no rosto de Robin, quando ele avistou Leopold vindo em sua direção, mas a confusão era tanta que ele não tinha muita opção para tentar fugir.

Então a sirene do presídio começou a ecoar pelo local, os esguichos do sistema de incêndio começaram a funcionar, jogando água em todo mundo. Isso não foi o suficiente para apaziguar os ânimos dos presos que brigavam cada vez mais.

— Sua vez! – gritou Leopold tirando sua arma do bolso e partiu para cima. Robin até tentou lutar contra, mas com tinha muitos presos brigando, acabavam atrapalhando – Você pagará pela morte da minha Lily. – disse o ex-prefeito com o olhar fixo em Robin.

— Eu não tenho culpa e ela morreu. – retrucou Robin no embate contra Leopold – Além de tudo ela era louca, e estava pagando por seus crimes, assim como nós estamos pagando pelos nossos.

— Lily não era louca! – esbravejou Leopold tentando acertar Robin, e acabou cortando o braço do ex-advogado.

— Ah isso era sim, era tão piradinha, que se entregou na frente do júri! – berrou Robin tentando se esquivar das incessantes investidas de Leopold. O ex-prefeito tinha mais raiva ainda nos olhos, e em um momento de total fúria foi para cima de Robin com tudo, e fingiu que ia dar um golpe acima, Robin se defendeu, mas então sentiu algo perfurar seu estômago.

— Pirada é a merda da sua mãe, seu inútil! – murmurou Leopold dando mais algumas estocadas no estômago de Robin – E você, seu merda, será usado como peneira aqui na cozinha. – deu mais algumas estocadas. Viu a cara de choque Robin ao se afastar brevemente – Que arda no inferno! Eu disse que acabava com você, seu merda. Que iria vingar a minha Lily! – deixou o corpo do advogado cair no chão e continuou caminhando a frente como se não estivesse acontecendo nada.

Quando finalmente os guardas conseguiram conter a confusão e separar as alas – Ow merda! – grunhiu o primeiro guarda que viu o corpo de Robin no chão, ensanguentado. Nisso foi aquela correria dos guardas, colocando todos em suas celas, enquanto um corria com Robin para a enfermaria.

— Mas que merda aconteceu aqui? – perguntou o diretor assim que apareceu no presídio. Ele havia recebido uma ligação dizendo da confusão geral entre os presos.

 - Senhor, infelizmente não sei explicar direito o que aconteceu. – respondeu o chefe dos guardas – A única coisa que sei é que uma ala começou a mexer com a outra na hora da troca, e então começou a briga. Quando conseguimos apartar, tinha um preso caído no chão.

— Quem é o preso? – quis saber olhando para a bagunça que ficou no local que havia acontecido a briga.

O chefe dos guardas soltou um suspiro – Robin Hood Gold.

— Merda! – esbravejou o diretor – Qual o estado dele?

— Ainda não sabemos, senhor. – repondeu um guarda – O levaram para a enfermaria, no mesmo momento que o enfermeiro de plantão havia chegado.

— Vou lá conversar com o enfermeiro. – disse já caminhando na direção da porta.

— Não precisa. – disse o enfermeiro aparecendo a porta.

— Qual o estado do detento que foi levado para a sua enfermaria? – quis saber o diretor.

O enfermeiro soltou um suspiro – Está morto, e com muitos ferimentos no abdômen, creio eu que esta tenha sido a causa da morte. – fez uma pausa – Mas já liguei para as autoridades, e o médico legista está vindo para cá para atestar tudo, e levar o corpo.

O diretor geral voltou para sua cadeira, se deixando sentar pesadamente colocou as mãos sobre seu rosto em um claro gesto de insatisfação – Merda! – grunhiu abafado.

—SQ-

— Gold? – respondeu Robert assim que atendeu o telefone – Diretor, espero que seja para me falar que a papelada de transferência do meu cliente tenha saído. – já foi dizendo sem deixar o homem do outro lado da linha falar.

— Senhor Gold, sinto informar, mas ontem aqui no presídio houve um motim dos presos... – começou.

— E o que isso tem a ver com a papelada que dei entrada? – questionou olhando para os papéis em cima da sua mesa.

— E nesse motim, encontramos seu filho, digo, cliente no chão...

— O que aconteceu com Robin? – questionou tirando sua atenção dos papéis.

— Ainda estamos investigando o que de fato aconteceu, mas como disse encontramos seu filho no chão...  explicou o diretor – Em estado grave...

— Como ele está agora? – quis saber Robert se levantando de sua cadeira – Qual o estado do meu filho, me responda.

— Infelizmente Robin veio a falecer... – respondeu o diretor – A equipe do médico legista acabou de levar o corpo para o necrotério para estabelecer a causa da morte.

— Como assim meu filho morreu? – esbravejou no telefone.

— Como disse estamos investigando o que aconteceu de fato. – respondeu o diretor – Estou ligando para informa-lo do acontecido. Assim que tiver maiores informações entro em contato. – completou – Sinto muito pela sua perda. – desligou sem deixar Robert falar nada.

O advogado ficou olhando incrédulo para seu celular, e lentamente foi se deixando cair na cadeira novamente, e ainda sem dizer nada, caiu em um choro copioso.

—SQ-

O sol brilhava por entre as nuvens. Fazia um dia ameno em Boston. A cidade continuava com sua rotina enlouquecida de cidade grande. A pick-up vermelha estacionou atrás de uma mercedez cinza. Do veículo desceram uma mulher loira e outra morena.

— Tem certeza de que quer fazer isso? – perguntou Emma ao entrelaçar sua mão com a de sua esposa, enquanto caminhavam sem pressa na direção que Robert estava Porque se quiser podemos entrar na pick-up e voltar para casa!

Regina sorriu para sua esposa – Sim, tenho. Independentemente do que Robin aprontou, eu tenho muito carinho por Robert. – respondeu Eu dei minha palavra de que viria hoje!— E demonstrar meu apoio a ele nesse momento de dor.

— Tudo bem. – foi tudo que Emma disse caminhando na direção de Robert, que estava sentado olhando fixamente para o caixão de seu filho. Ao seu lado, estava Marian com seu filho no colo. O menino dormia, enquanto silenciosas lágrimas desciam por seu rosto. E o padre, em pé, esperando pacientemente perto do caixão.

— Robert! – chamou a advogada assim que se aproximou.

— Regina! – ele disse ao cumprimentar a morena, e loira – Emma! – que apenas assentiu com a cabeça.

— Eu sinto muito! – disse a advogada ao olhar o caixão. Robert apenas assentiu com a cabeça – Como você está?

O advogado apenas soltou um suspiro frustrado misturado com tristeza – Ainda estou forte, mas sei que assim que chegar em casa, irei desabar. – respondeu fracamente. Sem pensar duas vezes, Regina o envolveu em um abraço carinhoso.

— Se você precisar de alguma coisa, eu estou aqui para ajudá-lo. – falou o soltando – Sei como é perder alguém que se ama. – olhou para todos – Todo mundo aqui sabe o que é isso.

— Obrigado. – agradeceu limpando uma lágrima que desceu por seu rosto. Deu sinal para que o padre começasse a cerimônia.

— Do pó vieste, ao pó retornará. – terminou o padre – A dor da última despedida vem acompanhada de uma saudade sem fim. – completou os gestuais.

Robert deixou as lágrimas descerem por seu rosto enquanto via o caixão de seu filho descendo para dentro da cova. Marian soluçava em tristeza vendo a mesma cena. Regina compadecida pelos dois, deixou uma lágrima descer por seu roto. Emma carinhosamente a envolveu em um abraço, e mesmo que não gostasse de Robin, não o queria vê-lo morto. O mesmo aconteceu quando soube que Lilith havia morrida. Não desejava isso, mas de certo modo se sentiu aliviada sabendo que não correria mais perigo caso, Lilith fosse solta da prisão. O padre falou mais algumas palavras de conforto para Robert e Marian, despediu-se de todos e saiu quando o túmulo estava totalmente cheio de terra.

— Robert, eu sinto muito. – falou Regina ao olhar para o homem que ainda permanecia parado no mesmo lugar desde que elas chegaram Eu sinto por você, por seu neto! — Eu preciso voltar para Storybrooke.

— Ah sim, vá, minha filha, e muito obrigado por ter vindo. – disse ele dando um último abraço na advogada – Ah antes que eu me esqueça... – falou tirando um envelope de dentro do bolso – Robin me pediu faz um tempo, para que te entregasse essa carta, mas infelizmente não tive tempo antes... – estendeu o envelope – Pelo que ele disse, talvez seja um pedido de desculpa. – Regina ficou olhando para o envelope sem fazer menção de pegá-lo – Entendo caso não queira.

— Não! – falou Regina pegando o envelope Essa é nova! — Eu só não esperava por isso. – guardou o envelope dentro do bolso do casaco Não esperava mesmo!— Eu lerei no caminho para casa. – sorriu ao ver a criança no colo de Marian – Seu neto? – questionou. Robert apenas sorriu orgulhoso, mesmo em meio as lágrimas – É lindo! Cuide bem dos dois. – completou Porque eles vão precisar e muito de você!

— Eu farei isso, e não cometerei os mesmos erros que cometi com Robin. – falou de certo modo um pouco aliviado.

— Eu tenho certeza disso. – comentou Regina com um sorriso sincero.

— Obrigado! – agradeceu Robert. Despediram-se e assim as duas mulheres fizeram o caminho de volta para a pick-up. Assim que se viu sozinho, pois Marian havia ido para o carro com o filho, que ainda dormia tranquilamente. Robert tirou seu celular de dentro do bolso do blazer – Sim, sou eu... Pode começar, quero que ele morra bem devagar, e sem suspeitas.

— Você lerá a carta? – questionou Emma ao abrir a porta para sua esposa entrar no veículo Confesso que estou curiosa! A loira se manteve quieta, pois ela estava ali apenas para acompanhar sua esposa e dar apoio naquele momento.

— Para ser sincera, não sei. – respondeu assim que viu sua esposa se sentar atrás do volante – Não sei se quero saber o conteúdo da carta. – soltou um suspiro Realmente não sei se quero ler a carta!

Emma deu partida no veículo – Sabe morena, acho que você deveria ler, nem que seja apenas por Robert e o neto. – disse conduzindo a pick-up pelo trânsito da cidade.

— Se fosse o contrário, se Lilith tivesse te deixado uma carta. Você leria? – questionou Regina olhando pela janela a vista Você leria?

Emma soltou um suspiro – Eu ficaria com raiva no início, com certeza, mas depois sei que você e meu pai iriam me fazer ter o bom senso e ler a carta em respeito a Glinda e Zelena. – ficou uns segundos em silêncio – Mas isso vai de você, morena. – segurou a mão de sua esposa, e apertou brevemente lhe dando força, voltou sua atenção para a estrada. Elas haviam decidido irem ao velório e retornar para Storybrooke no mesmo dia, sem visitar ninguém. Em outro momento elas fariam uma visita a família Rizzoli.

— Você tem razão. – falou Regina depois de uns bons minutos em silêncio Minha loira tem um bom ponto com o que disse!— Eu lerei a carta em respeito a Robert. – tirou do bolso do seu casaco. Emma apenas sorriu, e novamente lhe deu um breve aperto em sua mão.

Regina!

Sei que nesse momento, você não quer saber e nem ouvir falar de mim. Entenderei se você não quiser prosseguir lendo essa carta. Mas se você continuar, abra seu bondoso coração, que eu sei que você tem e que eu não merecia de jeito nenhum.

Hoje eu vejo o quanto de mal eu lhe causei, e a sua família. Sabendo que sou pai, temo que coisas ruins aconteçam a ele, mas tenho a confiança que meu pai será um grande avô para Roland.

Sei que palavras não apagará todo o mal que eu causei em sua vida, mas eu realmente sinto muito. Sinto muito por não ver que você também queria o meu assim como meu pai. Eu deixei minha ganância e mau caráter me cegarem e guiarem as minhas ações. Não estou me isentando de minha enorme culpa, pois sim, eu fiz tudo que fiz de caso pensado.

Espero que um dia você possa me perdoar. Desejo mesmo que isso aconteça. Obrigado por dispender um pedaço de seu tempo para ler essa carta!

Robin

Regina suspirou fundo e dobrou o papel, o guardando novamente dentro do envelope e o devolvendo, agora, em sua bolsa Será que ele foi verdadeiro? Calma Regina, não se apresse em perdoá-lo ou não! Eu sei mente, estou apenas confusa!

— Então? – perguntou Emma com a atenção na estrada, e ouvindo sua esposa lendo a carta em voz alta.

— Sinceramente eu não sei o que pensar... – respondeu olhando para fora, vendo a paisagem natural Realmente não sei, e também não deveria dar muita importância a isso agora! Robin já estava fora da minha a muito tempo! Mais um motivo para você não se preocupar em ter uma resposta imediatamente!

A loira instintivamente entrelaçou sua mão com de sua esposa e a trouxe para depositar um beijo no dorso – Morena, não precisa dar uma resposta agora, aliás, não precisa nem dar uma resposta, você já leu e acho que foi o que importava... – fez uma pausa, enquanto sua mão ainda segurava a de sua esposa Isso deveria ser enterrado junto com Robin, assim como as coisas de Lilith junto a ela! Eles são passados a muito tempo! — Se quiser pense com calma e o mais importante, faça o que seu bom coração falar. – sorriu abertamente, sorriso que Regina retribuiu, enquanto assentia com a resposta de sua loira. Emma soltou a mão e segurou novamente a direção do veículo Chega de falar desse assunto! Vamos mudar o foco!— Que tal uma música para distrair?

— Eu aceito. – Regina sorriu novamente ligando o rádio da pick-up Obrigada por estar ao meu lado, minha loira! E obrigada por mudar o assunto! Uma conversa leve se instalou dentro do veículo enquanto se encaminhava para Storybrooke.

 


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Notas finais do capítulo

Bom, tivemos duas mortes, Lilith e Robin já não habitam mais a terra. Tem gente que não estava torcendo para que Robin morresse, mas aviso desde de comecei a escrever eu tinha essa ideia fixa kkkkk Sei que o momento não é o mais oportuno devido a pandemia e tudo o mais, mas quis fazer um capítulo só com essas mortes para não prolongar. A ideia inicial era uma morte por capítulo, mas acabei por fim decidindo juntar em um capítulo apenas. Entre as mortes houve um espaço de dias, e assim o tempo avançando na história. Sei também que nesse capítulo não teve o foco principal na família que amamos, mas nos próximos elas serão o foco. No próximo teremos muita alegria, pois vem o casamento do ano. Como quero fazer algo bem divertido e levemente extenso então o capítulo demorará um pouquinho para sair, mas ele sairá!!

Fiquem bem! Quem puder, fique em casa! Quem não puder, se cuide para que tudo fique bem!

Até o próximo!