Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 160
Capítulo 160 - Cenas do Cotidiano


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas do meu coração, estou de volta!!

Bom, semana que vem as aulas voltam, e esse ano eu tenho mais turmas, ou seja, terei pouco tempo para escrever. Isso não quer dizer que não irei atualizar a história, muito pelo contrário eu continuarei escrevendo, porém, em um ritmo um pouco mais lento, consequentemente os capítulos irão demorar um pouco mais que o habitual para serem postados. Por isso peço, agora mais do nunca, que não me abandonem. Eu vou continuar escrevendo!!

No capítulo eu andei correndo um pouco o tempo e espero que tenha ficado confuso.

Obrigada a todos que comentaram, favoritaram e ao pessoal que acompanha dentro e fora da moita!! Muito obrigada mesmo!!

Não sei se será preciso, mas por via da dúvida: AVISO: “Este capítulo contém cenas em que você poderá querer chorar, evite ler em público se não quiser pagar mico!”

Boa leitura e divirtam-se!!



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Assim que abriu os olhos percebeu uma parede branca, nem um pouco igual ao seu quarto. Virou-se para ficar de barriga para cima, e o teto também não era o de seu quarto. Parou para escutar todo aquele barulho que também não era característico de sua casa. Então por fim, virou o rosto e viu a porta com um vidro. Definitivamente não estava em sua casa – Onde estou? – murmurou ao se levantar e caminhar até a porta. Olhou através do vidro e imediatamente seus olhos se arregalaram em confusão – Onde estou? – gritou para um dos enfermeiros que estava passando no corredor.

O homem parou sua caminhada e deu alguns passos para trás – Como? – questionou achando que havia ouvido errado.

— Onde estou? – questionou Lilith novamente.

— Na prisão psiquiátrica. – respondeu o homem como se fosse a coisa mais óbvia desse mundo.

O espanto de Lilith era evidente – Prisão? – murmurou incrédula – Isso é uma brincadeira? – resmungou para o homem – Eu quero falar com o seu superior.

O enfermeiro apenas olhou confuso para a detenta, e achou muito estranho sua atitude e resolveu conversar com o médico responsável por ela – Já volto! – disse e saiu sem esperar por uma resposta.

— Não! Volte aqui! – exclamou a filha de Leopold – Não posso ficar presa aqui! – gritou mais uma vez – Droga! – reclamou ao ver que o enfermeiro nem deu atenção. Respirou fundo e voltou para a cama em que estava deitada. Quando puxou os pés para cima que percebeu suas roupas – Ah perfeito! – exclamou insatisfeita mais uma vez. Soltou outro suspiro e olhou para dentro da sua cela e viu que não tinha além de sua cama, coberta e travesseiros – Mas o que? – olhou para o segundo travesseiro – Mas que merda é essas? – segurou a frente e viu um rosto desenhado, e em baixo o nome de Emma.

— Page! – chamou o enfermeiro assim que abriu a porta – O doutor que vê-la.

— Que bom, assim alguém me explica o que está acontecendo. – falou esperando o enfermeiro indicar o caminho. Indicou a sala com a porta aberta, que fora fechada assim que ela entrou – Eu exijo uma explicação plausível para que eu esteja aqui. – disse em pé.

O médico arregalou os olhos surpresos com tal atitude – Bom dia senhorita Page. Por favor, sente-se senhorita Page. – indicou a cadeira a sua frente – Assim podemos conversar melhor. – indicou a cadeira novamente.

Bufando Lilith acabou aceitando, e se sentou – Onde estou? – questionou primeiro.

— Na penitenciária psiquiátrica...

— Eu estou no manicômio? É isso? – questionou incrédula – Eu exijo que me libere nesse exato momento.

O médico apenas soltou um suspiro – Senhorita Page, creio que isso não será possível...

—  Você sabe quem é meu pai? – questionou imperativa – Ele é prefeito de Storybrooke, e vai me tirar daqui no estalar de dedos. – não deixou o médico responder – E você perderá seu emprego por isso! – falou brava. O médico apenas soltou um riso debochado – Por que está rindo?

— Seu caso é muito interessante... – disse com um sorriso de lado – Passou três anos aqui em um sonho que existia somente e o seu travesseiro chamado Emma, e então em uma manhã qualquer acorda voltando a realidade, não lembrando de nada do que aconteceu. – fez uma pausa, e o olhar de Lilith era de confusão total. O médico soltou um suspiro – Vamos lá, do que você se lembra?

— Quanto tempo você falou que estou aqui? – perguntou sem responder a pergunta do médico.

— Três anos...

— Não é possível! – exclamou incrédula, com as duas mãos em sua cabeça – Eu exijo falar com o meu pai! – pediu furiosa.

O médico apenas soltou um suspiro longo – Pelo visto será longa essa conversa... – murmurou – Quanto ao seu pedido creio que também não será possível.

— Como assim? – esbravejou Lilith.

— Porque seu pai está preso também, então não tem como você vê-lo. – respondeu o médico.

— Preso?? – perguntou incrédula – Impossível! Meu pai é prefeito de Storybrooke, ele não pode ser preso.

O homem massageou suas têmporas, para evitar a dor de cabeça que estava prestes a surgir – Vamos começar desde o começo. – soltou um suspiro – Senhorita Page, você está aqui na penitenciária tem três anos já, seu pai, também foi preso logo após o seu julgamento. E já não é mais prefeito de lugar nenhum. – fez uma pausa e os olhos de Lilith se arregalaram surpresos – Desde que você foi sentenciada, você mais ficou fora da realidade que qualquer outra coisa. Tanto que sua obsessão por uma mulher chamada Emma a fez delirar e conviver com um travesseiro o qual você achava que essa era essa Emma. Lembrando isso durante esses três anos. – acrescentou – Então hoje quando acordou, pelo motivo que eu não sei ainda, mas irei estudar, você simplesmente acordou lúcida até o momento, não se lembrando de nada desses três anos e época do julgamento.

— Pelo que eu fui condenada? – perguntou Lilith, mesmo sabendo do que se tratava.

— O seu processo diz, foi pelo assassinato de... – procurou na pasta dela – Uma antiga namorada, Fiona Murray, e pelas várias tentativas de assassinato da mesma Emma Swan-Mills. Já ao final do julgamento você teve um surto psicótico. – fez uma pausa – Então foi condenada a muitos, e eu quando digo muitos, são muitos anos de prisão, aqui na penitenciária psiquiátrica, devido ao sua inconstância psicológica. – soltou um suspiro – Senhorita Page, você continua aqui comigo?

Lilith apenas ouvia a tudo, e parecia que tudo aquilo era um filme, tinha uma vaga lembrança uma coisa ou outra – Meu pai? – questionou em tom baixo, com o olhar perdido em um ponto no chão.

— O que eu sei é que seu pai também foi julgado e condenado a muitos anos de prisão, devido aos delitos que cometeu. – respondeu o médico – É apenas o que eu sei. Mais alguma dúvida?

— Eu tenho direito a um advogado? – questionou levantando o olhar para o médico.

— Periodicamente o advogado de seu pai vem aqui para colher informações sobre você para comunicar ao seu pai. – respondeu.

— Eu posso vê-lo?

O homem soltou um suspiro – Daqui a dois dias ele virá, e se você estiver lúcida eu peço para te chamarem. – informou – Mais alguma pergunta?

— Quantos anos fui condenada? – questionou quietamente.

Procurou pela informação em sua pasta – A quase setenta anos, sem direito a condicional, devido a sua periculosidade a sociedade. – respondeu – Algo mais que queira saber? – ela negou com a cabeça – Tudo bem, vou chamar o enfermeiro para acompanha-la de volta a sua cela. – apertou um botão e no momento seguinte o mesmo enfermeiro que a trouxe a levou de volta para sua cela. O homem assim que ficou sozinho anotou algumas coisas no prontuário e imediatamente foi a sua estante na parede ao lado, procurou por livros e começou a pesquisar sobre o caso de sua paciente.

Lilith entrou em sua cela vagarosamente, olhando a tudo atentamente, ainda não acreditando no que estava acontecendo. Depois de ficar alguns minutos em pé, caminhou para sua cama, e ao se sentar pegou o travesseiro que tinha um rosto desenhado. Alisou o tecido calmamente enquanto analisava o que o médico havia dito sobre fantasiar sobre Emma. Soltou um suspiro ao se lembrar que sua loira estava casada com aquelazinha e que ela estava ali presa, sem ninguém. Seu pai também estava preso e seu único contato seria um advogado. Furiosamente jogou o travesseiro que tinha em mãos contra a parede oposta de sua cama, e começou a socar o colchão – Droga! – ia dizendo quando desferia os socos. Quando cansou se deitou se encolhendo até ficar em posição fetal, e ali deixou o choro de ódio, raiva e frustração sair. Antes de cair no sono, Lilith se deixou abater por uma profunda tristeza de que tudo que fez não dera certo e que agora estava sozinha e pagando pelo que havia feito. Mas o que mais lhe doía era que Emma não estava ao seu lado.

—SQ-

— Gold Hood! – chamou o guarda assim que chegou a porta da cela – Visita! – anunciou ao ver o homem caminhando em sua direção. Durante aqueles três anos, seu pai esporadicamente ainda fazia visitas, mesmo ele não querendo, e trazia notícias de seu filho que Robin não reconhecia como seu – Por aqui! – chamou o guarda ao indicar o outro caminho da sala quando a vista era mais que uma pessoa. Robin bufou, mas acompanhou o guarda – Ali na mesa. – indicou apontando a mesa que tinha seu pai, Marian e um menino pequeno.

— O que estão fazendo aqui? – questionou assim que se aproximou da mesa.

— Por meus casos, o que aconteceu com você, Robin? – questionou Robert ao ver o rosto de seu filho todo roxo devido a surra que havia levado semana passada dos amiguinhos de Leopold.

— Escorreguei no banheiro. – foi a resposta seca do ex-advogado – O que estão fazendo aqui? – voltou a repetir a sua pergunta, e dessa vez olhou para Marian – O que você está fazendo aqui?

Marian sorriu brevemente para o homem que ainda povoava seus pensamentos e coração – Eu pedi para seu pai me trazer, queria muito lhe ver. Assim você poderia conhecer seu filho.

— Ele não é meu pai. – falou Robin com ódio – E você perdeu seu tempo aqui, pois eu não quero ver você, e muito menos essa coisa. – apontou para o menino – Que com certeza não é meu filho.

A mulher apenas olhou para Robin – Vim para você conhecer seu filho. – repetiu tentando não deixar o que ele disse a machucasse, passou a mão nos cabelos castanhos e cacheados do menino.

— Eu já falei que não tenho filho. – disse friamente olhando para a mulher, então seus olhos pousaram sobre a criança, que amavelmente lhe sorriu – Muito menos um menino tolo como esse.

— Não fale assim de Roland. – pediu Robert sério.

— O nome é mais ridículo ainda. – soltou sarcasticamente com um sorriso debochado – O que vocês querem aqui?

Robert olhou para seu filho e suas feições se entristeceram – O que está acontecendo com você? Estão batendo em você?

— Ninguém está batendo em mim, e não está acontecendo nada. Que também não é da conta de vocês. – Robin elevou o tom de sua voz – Vão embora que não quero saber de vocês todos.

— Por que você é tão mau? – perguntou o menino olhando para o homem a sua frente, que diziam que era seu pai, mas estava difícil de acreditar.

— Porque eu sou assim, não quero ver vocês. – disse bravamente – Não sei porque eu ainda perco meu tempo vendo aqui. Na próxima eu me negarei a recebe-los. – fez uma pausa – Melhor, faço favor e não apareçam mais aqui!

— Nem eu? Seu filho? – questionou com o semblante triste. Robin ignorou seu coração, mesmo dizendo para não ser tão escroto com o menino. Com seu filho.

Uma sonora gargalhada ecoou na sala fazendo as pessoas que estavam com suas visitas o olhar – Escuta bem garotinho idiota, porque eu vou falar uma vez... – olhou bravo para o menino – Você não é e nunca será meu filho. Isso é uma estúpida ideia dessa mulher vadia e desse velho gaga.

— Robin! – exclamou Marian abismada com a atitude do homem a sua frente. Imediatamente Roland escondeu seu rosto no peito de sua mãe e começou a chorar – Como pode dizer uma coisa dessas para seu filho?

— Eu falo o que quero. Assim como já disse que ele não é meu filho. – falou raivoso – E você conseguiu o queria, não? Deu o golpe no tolo do Robert. Terá todo dinheiro que quer. – completou rindo safadamente – Sabia que você nunca prestou, por isso que dávamos certo. Nós dois não prestamos. – imediatamente Marian se levantou com os olhos marejados e agarrada ao seu filho, não disse nada e apenas saiu da sala – Cansei, voltarei para a minha cela. – anunciou se levantando.

— Senta! – pediu Robert apenas observando tudo isso. Robin não deu ouvidos e terminou de se levantar e quando fez menção de se virar – Eu pedi para você sentar! – o advogado disse alto e duramente – E você vai sentar. – completou – Porque agora você vai me ouvir.

Os guardas se movimentaram depois da explosão do homem, que apenas assinalou que estava tudo bem – O que você tem a me dizer, seu velho gaga? – Robin voltou a se sentar.

— Que realmente eu fui muito brando com você...

— Se vai começar a falar da minha infância eu não irei escu...

— Cala a boca! – Robert disse autoritário. Robin arregalou os olhos em surpresa – Você irá apenas escutar, e depois poderá voltar para a sua cela. Entendeu? – perguntou. Robin nem se moveu – Você entendeu, Robin? – voltou a perguntar, e por fim a homem mais novo apenas assentiu – Muito bem! – soltou um suspiro – Aquele não é o jeito de tratar a mãe do seu filho e muito menos seu filho... – Robin ia abrir a boca, mas seu pai apenas ergueu a mão o impedindo – Independentemente do que você acha ou não, Roland é seu filho. Você não tem o direito de agir daquele jeito. Marian é a mãe da criança, e não me importo qual foi a sua relação com ela, que diga-se de passagem não foi a mais correta, já que você era noivo de Regina e tinha várias amantes. – fez uma pausa – Esses tempos atrás fiquei sabendo que Regina está muito feliz com o casamento e os filhos, e depois de tudo que você aprontou nas costas dela, Regina merece ser feliz.

— Eu também mereço ser feliz. – resmungou Robin abaixando o olhar.

— Você merecia sim, mas não depois de tudo que fez. – Robert disse – Seu filho merece ser feliz apesar do traste de pai que tem. – olhou compadecidamente para seu filho – Meu erro com você foi ser brando demais, e estamos os dois aqui pagando por isso agora. – fez uma pausa – Eu irei conversar com Marian e Roland, e se um dia eles quiserem voltar, você os trará muito bem. – comentou. Robin foi tentar argumentar, mas Robert não deixou – Não quero escutar desculpas, você irá fazer isso, pois é o mínimo que você deve a Marian e Roland. Sei que Marian também tem a sua parcela de culpa em todo o caso de vocês, ela mesma reconhece que errou. Tanto que ela teve a oportunidade de se desculpar com Regina. – olhou para seu filho que apenas olhava fixo de volta – Repense seus atos com relação ao seu filho, pois um dia pode ser tarde e você irá se arrepender amarguradamente. – completou e se levantou – Agora você pode voltar para sua cela. – disse e caminhou na direção da porta de saída, sem esperar por alguma palavra de seu filho. Robin apenas soltou um suspiro, se levantou e caminhou na direção da porta que levava para dentro do presídio.

—SQ-

— Boa tarde Elsa. – cumprimentou Emma, que tinha em seus braços sua filha morena, enquanto Regina tinha a filha loira em seu colo.

— Oi Elsa. – cumprimentou Regina sorrindo amavelmente Primeira consultas das gêmeas!

— Boa tarde gente! – cumprimentou a loira sorrindo para as mulheres – Como vocês estão?

Emma abriu um sorriso – Estamos bem.

— Essas são as preciosidades que resolveram vir ao mundo no dia de inauguração do consultório? – perguntou dando uma espiada nas meninas nos braços das mães.

— Elas mesmas! – disse Regina mostrando melhor a filha Assim como os gêmeos que também vieram ao mundo na inauguração da pousada! Pelo visto adoram chamar a atenção!

— Por meus bisturis, que ela é a cara de Emma. – falou Elsa encantada com a menina loira.

A loira em questão apenas soltou uma risada São duas mini versões nossas! — É porque você ainda não viu a menina que está em meus braços. – completou, e Elsa aproveitou para dar uma olhada na menina morena.

— Gente do céu, que essa é a cara de Regina. – falou Elsa admirada e encantada com a menina morena também – As duas são preciosidades mesmo.

— E Zelena como está? – questionou Regina ajeitando a filha nos braços Ela logo irá ganhar o bebê também!

Elsa suspirou profundamente – Mais mal-humorada do que nunca. – comentou – Sei que está em final de gestação, mas nunca achei que ela pudesse ter tanto mau-humor assim guardado.

Emma e Regina apenas sorriram para sua amiga Eu te entendo Elsa, pois passei por isso ao quadruplo! Pois minha morena não era fácil nessa fase!— Pelo menos já passou a fase dos desejos?

— Quase! – Elsa olhou culpada – Seu Sullivan não pode nem me ver na frente.

A loira sorriu torto – Eu sei como é isso. – foi tudo que disse Como sei!

Elsa soltou mais um suspiro de frustração – Mas vamos entrando que irei examiná-las. – indicou a porta de sua sala.

— Essa como se chama? – perguntou pegando a filha do colo de Regina e a colocando sobre a maca que usava, bem ao lado da balança.

— Essa é a Jennifer. – respondeu Regina sorrindo e vendo Elsa examinar sua filha. A menina achou engraçado e soltava um riso vez e outra fazendo com que Elsa se encantasse mais ainda Essa é toda risonha!

Minutos depois estava devolvendo para a mãe morena – Jennifer está perfeitamente sadia. Peso dentro da normalidade, e altura também. – sorriu – Vamos examinar a outra? – indicou para Emma, que assentiu – Ela como se chama? – pegou a morena no colo e imediatamente começou a chorar.

— Lana. – respondeu Emma dando seu indicador para a filha segurar Mas mais conhecida como meu grude! — Shh está tudo bem, estou aqui, minha pequenina morena. – falou e imediatamente a menina parou de chorar Mágica!

Os olhos de espanto de Elsa eram significativos – Ela é assim mesmo, um grude com sua mãe loira. – falou Regina rindo da cara de sua amiga – Jen já é mais extrovertida, assim como os gêmeos.

— Os gêmeos são muito dados. – brincou Elsa enquanto ia examinando a menina – Por falar nisso, como Ben está? Melhorou da tosse com o xarope que passei?

— Praticamente novo. – respondeu Emma olhando para sua amiga Aquela tosse dele estava feia mesmo!

— Muito bom! – disse colocando a menina na balança – Peso dentro da normalidade para a idade, Lana é um pouquinho mais leve que Jennifer. – anotou no prontuário das meninas.

— É que a Jen é esfomeada como minha querida esposa. – respondeu Regina ninando a menina, que estava cochilando em seus braços Porque pensa em um bebê que adora mamar, até mais que os esfomeados dos gêmeos!

A médica riu – Pelo visto a fome de Emma é um traço característico genético dela e hereditário.

— Não precisa ter meus genes para isso não, Elsa. – brincou Emma Não tenho culpa se minha fome se multiplicou em meus filhos! — Pode observar Henry e Tom, que não tem meus genes, mas tem a mesma fome que eu. – sorriu travessamente Não quero nem pensar quando eles estiverem mais velhos que irão comer mais ainda! E os gêmeos Emma, que também não negam comer bastante! Por meu chapéu mente que vou a falência só alimentando essa garotada!

Elsa não aguentou e soltou uma risada enquanto entregava a menina para a mãe loira – Esse é um fenômeno que deve ser estudado. – brincou – Lana também está perfeitamente sadia assim com a irmã.

— Que bom. – falou Regina se levantando – Podemos agendar a nossa próxima consulta para o mês que vem?

Elsa acompanhou as amigas – É só ver com a minha secretária o dia e horário melhor para vocês. – disse – E se precisarem de qualquer urgência ou emergência sabe que é só me ligar.

— Obrigada Elsa. – agradeceu Emma. A médica apenas assentiu com a cabeça e um sorriso no rosto. Elas passaram pela secretária, além de marcarem a próxima consulta também acertou o valor. No começo Elsa não queria aceitar, mas Emma a convenceu dizendo que mesmo sendo amigas não era justo não pagarem, afinal era o trabalho da médica.

— Chegamos! – anunciou Ruby assim que parou o carro atrás da pick-up vermelha – Alguns minutos atrasadas, mas estamos aqui. – falou e sorriu para as amigas que estavam saindo.

— Sem problemas, as gêmeas acabaram de examinadas. – falou Elsa sorrindo para o pessoal do carro. O pessoal todo conversou um pouco até que a família Swan-Mills retornou para a fazenda, enquanto Elsa acompanhou a família Lucas-Midas para dentro do consultório.

—SQ-

 - Notícias de minha filha? – questionou Leopold assim que se sentou e pegou o telefone em mãos – Como ela está.

— Trago boas notícias. – falou o homem de terno – Ontem fui a prisão, então me informaram que sua filha voltou a ficar lúcida depois de todo esse tempo.

Leopold suspirou – Mas minha filha nunca foi louca. – respondeu – Ela estava sendo drogada naquele manicômio.

O advogado apenas suspirou – Então eles diminuíram a medicação dela.

— Bem provável. – concordou – Mas fora isso como ela está?

— Está bem, e perguntou de você.

— O que ela queria saber? – questionou ansioso.

— Como você está? Quantos anos de pena, tudo que ela pudesse se lembrar. – respondeu o advogado – Ela acabou perguntando sobre Emma também. Mas como eu não tenho notícias, acabei não respondendo.

— Aquela mulher imprestável acabou com a vida a minha filha. – bateu a mão sobre o balcão – Mas assim que eu sair daqui irei remediar isso. – olhou para o advogado – Como está o encaminhamento do meu pedido de condicional?

O homem de terno suspirou pesadamente – Veja bem Leopold, diante de todas as suas acusações, desde o sequestro de sua filha quando bebê até todas a suas ações como, até então, prefeito, pesaram e muito. O juiz achou melhor e bem da sociedade lhe negar a condicional pelos próximos trinta anos.

— O que? Como isso é possível? – esbravejou Leopold – Seu incompetente, trate de conseguir a minha condicional imediatamente.

— Eu não tenho mais nada que possa ser feito a não ser esperar. – comentou o advogado. Leopold apenas bateu o telefone no gancho raivosamente e saiu na direção a porta que leva para dentro do presídio.

—SQ-

Os dias foram passando sem pressa, enquanto na prisão era apenas algumas semanas a frente – Só quero conversar com você se tiver notícias que me agradem. – disse Leopold pegando o telefone.

— Trago notícias de Lilith. – foi tudo que disse.

— O que tem minha filha? – respondeu ele sério.

O advogado soltou um suspiro – Lilith está doente. – soltou.

— O que ela tem?

— Desde que voltou a ficar lúcida, ela caiu em depressão profunda por causa de seu amor desenfreado por Emma, e não estava tomando seus remédios e mal comia. Acabou se debilitando ao ponto de ficar doente, ainda está no começo.

— Mas os médicos já estão curando a minha filha, não? – perguntou preocupadíssimo agora.

— Eles estão fazendo tudo que podem, mas Lilith está em um estado que ela não quer se ajudar, devido a sua depressão. – comentou o advogado.

A raiva tomou conta do rosto de Leopold – Eu vou matar aquele imbecil se alguma coisa acontecer com a minha filha. Robin não sairá vivo dessa prisão. – jurou.

— Leopold... – o advogado tentou alertá-lo sobre a ameaça.

— Você não escutou o que eu falei. – comentou – Me mantenha informado sobre o estado de saúde da minha filha. – colocou o fone no gancho e saiu da sala acompanhado pelo guarda.

No dia seguinte, Leopold estava andando pela parte externa da prisão, era horário do seu banho de sol. Ele estava procurando por alguém em específico, e assim que achou caminhou na direção – Preciso dos seus serviços mais uma vez.

— Ah doutor, eu quase fui pego da última vez. – respondeu o detento que havia se tornado o batedor oficial de Leopold – Se for o mesmo cara, eu posso me ferrar profundamente.

— O que? Vai se acovardar agora? – perguntou Leopold sarcasticamente – Achei que fosse fiel a sua palavra.

O detendo o olhou muito macho – Qual é, doutor, está me estranhando? Eu sempre sou fiel a minha palavra.

— Mas não é o que está parecendo. – alfinetou o ex-prefeito.

— Qual o serviço? – perguntou o cara.

Leopold sorriu de lado – Quero que você bata em Robin, dia sim e no outro também. Mas não o mate, apenas o deixe bem machucado como sempre.

— Sabe que eu posso ser pego.

— Mas creio que você é uma pessoa que saberá aguentar as consequências. – falou Leopold o olhando desafiador.

O detendo soltou um suspiro – Meu preço irá dobrar.

— Sem problemas. – falou Leopold se levantando do banco que estava sentado para negociar – Comece hoje.

—SQ-

As coisas na fazenda estavam corridas nos últimos tempos. O centro de treinamento havia sido inaugurado e já estava a todo vapor com os treinamentos. Henry estava todo empolgado para seu começo de treinamento, já que estava com a idade certa para dar início. Neal também estava iniciando os treinamentos junto com seu amigo. David não estava mais orgulhoso por falta de espaço, mas era só sorrisos. Mary estava afastada devido a sua terceira e última gravidez. Os patrocinadores estavam bem empolgados e com boas expectativas para o próximo ano de competição, já que esse ano já estava quase no final os circuitos de competição e os resultados já eram melhores com relação ao ano passado.

Quem também estava em sua segunda gravidez era Maura, já que a pequena Angie estava com pouco mais de dois anos. Depois do casamento de Elsa e Zelena e a história de que Lídia e Tommy não eram casados no papel, Maura os convenceu a aceitar que ela e Jane dessem o casamento para eles de presente. Mais que óbvio que todos da fazenda e da construtora compareceram e aquela briga pelo buquê sempre acirrada. Não muitos dias depois, Frankie e Nina anunciaram que eles também estavam noivos e que estava esperando o primeiro filho. Com todas essas notícias, Ângela não poderia estar mais feliz nesse mundo.

Na casa de Zelena e Elsa estava em festa também, uma vez que Violet finalmente havia ganhado uma irmãzinha, ruivinha como a mãe. A menina estava toda sorridente mostrando toda orgulhosa sua irmã Rebecca.

— Podemos chama-la de Becky? – perguntou olhando amorosamente para a irmã que dormia tranquilamente em seu berço.

Zelena e Elsa se entreolharam, enquanto Glinda apenas sorria – Claro que podemos. – confirmou a mãe ruiva sorrindo para a filha mais velha.

A menina comemorou quietamente – Oi Becky! – falou baixinho passando o dedo na pequena mãozinha. A bebê apenas soltou um suspiro enquanto dormia.

—SQ-

— Tudo bem... Não tem como mesmo? Sabe que reuniões assim de última hora para mim são bastante complicadas... Tenho mesmo que estar presente? – perguntou Emma com o telefone entre sua orelha e ombro, enquanto digitava em seus relatórios no computador – Não, sem problema... Darei um jeito aqui e tentarei estar aí o mais breve possível. – desligou o telefone, fechou os olhos e soltou um longo suspiro – Essa semana não está nada fácil. – murmurou, salvou tudo que tinha feito, desligou o computador e saiu do escritório. Foi a procura de sua esposa. Encontrou-a na sala de tv com as gêmeas, além de Lucy e Júlia. Os gêmeos estavam com os avós pela fazenda em algum passeio, enquanto Tom estava em seu treino de baseball e Henry no treino de equitação – Morena? – chamou quietamente, mas sorriu ao ver aquela cena de todas suas mulheres reunidas As mulheres da minha vida!

— Sim, minha loira? – questionou Regina abrindo um sorriso ao ver sua esposa parada e encostada a porta – Venha, que estamos lendo um dos livros favoritos de Henry e seu, para nossas meninas.

A loira sorriu abertamente Acho que sei qual é o livro! — Qual livro vocês estão lendo? – perguntou ao se aproximar e se sentar perto de Júlia, que já se encostou em sua mãe Nem um pouco folgada essa minha filha! Lana ao escutar a voz de sua mãe loira começou a se mexer no carrinho, chamando a atenção da mesma Minha filha sem vergonha! — Hey, minha moreninha. – falou e se inclinou para pegar a filha no colo, que abriu um sorriso banguela – Você está cada vez mais parecida com a sua mãe morena. – disse olhando para a filha. Júlia apenas sorria, concordando com um aceno de cabeça. Lucy estava deitada com a cabeça no colo de sua mãe morena. Já Jennifer estava deitada o carrinho olhando tudo.

— Estamos lendo o livre do Spirit, o corcel indomável, e a Lana é a que está mais gostando a história. – falou Lucy olhando para sua mãe loira – A Jen, não gosta muito.

— Pelo visto elas serão nossas versões invertidas. – brincou Emma brincando com a mãozinha de sua filha Sabia que era esse livro que estavam lendo! — Eu amo esse livro. – sorriu com a lembrança Boas memórias! — Talvez Lana será toda country como eu, enquanto a Jen será toda arrumadinha com minha morena. – sorriu arteiramente para sua esposa, que apenas revirou os olhos – Continue lendo, por favor. – pediu a loira se aconchegando melhor no sofá com uma filha no colo e a outra a usando como almofada, esquecendo completamente porque estava ali. Regina sorriu e continuou lendo até terminar duas páginas.

— Você precisa de alguma coisa? – perguntou Regina mudando de assunto, e fechando o livro na página marcada onde parou de ler a história. Estava maravilhada com aquela cena ao seu redor.

Emma soltou um suspiro Tinha até esquecido! — Na verdade sim... Mas eu não resisto a história do Spirit. – comentou e sorriu ao ver a filha em seu colo dormindo Muito sapeca você! — Vou precisar viajar de última hora. – soltou desanimada – Sei que essa semana está corrida, e que é a minha vez de buscar as crianças na escola e treinos, mas vou precisar viajar por dois dias. – explicou – Os diretores dos patrocinadores farão uma reunião e pedem a minha presença.

— Algum problema com a equipe? – questionou Regina começando a ficar preocupada O que será que aconteceu?

A loira negou com a cabeça – Nada preocupante, apenas uma reunião de rotina deles, mas que pediram a minha presença por causa de alguns acionistas estarão presentes. – completou.

A advogada ponderou – Apenas dois dias? – perguntou e Emma assentiu com a cabeça Por mim não seria nem um dia, mas... — E quando você viaja?

— Agora a tarde. – falou Emma desanimada, colocando a sua filha no berço novamente, a princípio, a menina resmungou levemente, mas continuou dormindo – Sei que está em cima da hora, mas eu acabei de receber a ligação sobre essa reunião.

— Minha loira, sei que é importante essa reunião e você precisa ir. – comentou Regina fazendo carinho nos cabelos pretos de Lucy Realmente essa semana está sendo puxada, mas dois dias não nos matará, além de que é muito importante essa reunião, senão não teriam ligado atrás da minha loira! Concordo com tudo o que disse Regina! — Ficaremos bem se você por dois dias. – piscou arteiramente.

— Mas e os compromissos, além de todos os nossos filhos...

— Emma! – falou Regina a interrompendo Não arrume desculpas, se não deixo você viajar! — Não se preocupe, se eu precisar de ajuda tem minha mãe e seu pai, além de Eugenia para nesses dois dias. – acalmou sua esposa – Vá! – enfatizou Antes que eu te amarre e você não viaje!

A loira soltou um suspiro frustrante – Tudo bem, eu vou, e daqui a dois dias estou de volta. – se levantou e beijou todas as suas filhas e esposa, saiu da sala e foi arrumar uma pequena mala para sua viagem.

—SQ-

O quarto das meninas tinha dois berços postados logo a direita, com as cabeceiras encostadas a parede, e um espaço entre eles, para as mães se locomoverem entre os mesmos. Havia um tapete em forma de gato no chão. A parede estava pintada em um tom amarelo bem claro, e tinha o desenho da casinha na árvore que tinham no parquinho, a parte do escorregador terminava no berço de Jennifer e a parte que tinha o balanço estava acima do berço de Lana. Na parede ao lado, pintada de branco, havia uma imensa estante embutida na parede toda, ali cada quadrado era preenchido por brinquedos, pelúcias e livros infantis de história, seguindo a tradição de cada quarto. A outra parede tinha uma grande janela com a vista para a parte das áreas de aulas, escritório e consultório, mas se colocasse a cabeça para fora e olhasse para a frente da casa, poderia ver o jardim que tinha a casinha na árvore. Havia uma poltrona em cada lado da janela. A parede era de uma leve cor verde, com desenhos de árvores redondas e montanhas, com muitos pássaros tanto voando quanto nas árvores, as cortinas verdes em tom mais escuro que a parede. E na última parede, de cor amarelo bem claro, tinha a dupla cômoda, com o trocador e todos os objetos que precisavam. O teto estava pintado como o céu, todo azul claro com nuvens brancas.

— Tudo bem, estou aqui. Não precisa mais chorar. – Regina falou assim que entrou no quarto das filhas, acendendo uma fraca luz Hoje vocês estão com a corda toda nessa madrugada! — Está tudo bem, carinho... – pegou a menina morena, que chorava, no colo. Começou a ninar sua filha tentando fazê-la parar de chorar, mas estava sendo em vão – Oh carinho, assim você irá acordar sua irmã. – murmurou – Fome não é porque vocês mamaram não faz muito tempo, frauda suja também não, pois não faz nem cinco muitos que troquei a frauda das duas... O que você tem, meu carinho? – perguntou frustrada Será que você está doente? encostou seu rosto no rosto de sua filha – Não está com febre. – murmurou.

— Precisa de ajuda? – perguntou Emma parada na porta do quarto, esfregando o olho, em um gesto claro de sono – A minha moreninha está dando muito trabalho hoje?

— Ah Emma... – olhou culpada para a sua esposa – Você deveria estar na cama, acabou de chegar de viagem...  Você deve estar cansada...

— Hey! – a loira entrou no quarto, se aproximou de sua esposa e filha, mas não sem antes abrir um sorriso imenso para sua filha loira que dormia tranquilamente no berço Para a Jen pode acabar o mundo que se ela estiver dormindo não acordará com barulho nenhum! — Está tudo bem. – colocou a mão sobre a filha no colo de sua esposa, e imediatamente a menina parou de chorar e apenas fungava – Estou aqui para ajudar com nossas filhas também. – sorriu tirando a mão da menina que voltou a chorar – Essa viagem inesperada não estava nos planos e você acabou ficando sozinha por dois dias, então quem deve estar cansada é você.

Regina apenas olhou auspiciosa Mas o que? — Coloque a mão novamente. – pediu, ignorando tudo o que sua esposa havia dito. Emma a olhou em dúvida – Coloque a mão em Lana. – pediu Quero comprovar a minha teoria! então a loira entendeu, obedeceu e a bebê parou novamente de chorar Filha de uma boa mãe e sem vergonha no último nível! — Não acredito nisso. – murmurou.

— O que? – perguntou Emma ainda com a mão na filha e sem entender nada, pois o seu grau de sono era muito naquele momento para entender alguma coisa.

— A sem vergonha da sua filha morena não tem nada além de saudade da mãe loira. – respondeu Regina rindo e indicou que tirasse a mão, ato que Emma obedeceu e a menina começou a resmungar mais uma vez Pilantrinha! — Entendeu?

A loira abriu um sorriso finalmente entendo o que estava acontecendo – Vem comigo, minha moreninha... – pediu pegando a filha no colo, e a deitando contra seu peito Agora quero ver você chorar e dar trabalho para sua mãe morena! — Isso é saudade de sua mãe loira, minha mini versão da minha morena? – murmurou contra a cabeça da menina, que imediatamente soltou um bocejo, se aconchegando contra sua mãe loira, parando de chorar por completo e caindo no sono quase que instantaneamente Sim, era muita saudade de mim!

— Mas é uma sem vergonha de marca maior mesmo. – Regina sorriu diante da cena de sua esposa ninando a filha Pilantrinha! — Vou pegar um pouco de água, você quer um pouco? – quis saber e Emma apenas negou com a cabeça. Com um aceno de cabeça a advogada saiu do quarto em direção da cozinha.

— Agora é somente nós duas. – murmurou brincalhona Emma com a filha no colo, a ninando para ter certeza que dormiu novamente Muito da sem vergonha você! — Não precisava de todo esse trabalho... – continuou brincando com a filha já adormecida – Era só pedir que eu vinha e assim sua mãe morena não precisaria ficar levantando toda hora. – completou rindo e soltou um suspiro cansada. Olhou ao redor e viu sua outra filha dormindo como se nada estivesse acontecendo – Realmente é a minha cópia a Jen. – murmurou e soltou um bocejo cansado e sonolento – Minhas pestinhas. – sorriu. Cansada de ficar em pé, a loira foi se sentar na poltrona que sua esposa usava para amamentar as filhas. Começou a cantarolar algo apenas para embalar a filha e não demorou muito para acabar dormindo junto com a menina contra seu peito.

— Escuto o som do silêncio... – brincou consigo mesma – Será que Emma conseguiu fazê-la dormir no berço e voltou para nosso quarto? – se questionou Regina voltando ao quarto das filhas. No imediato momento que adentrou no quarto seu coração se aqueceu diante da cena de sua esposa e filha dormindo na poltrona, a menina ainda estava contra o peito de Emma – Agora entendi o porque do silêncio. – sorrindo apaixonadamente – Mas é melhor colocar Lana no berço e fazer a minha loira voltar para a cama, se não amanhã ela vai resmungar de dores nas costas o dia todo. – murmurou Até que não é uma má ideia Regina! Por quem mente? Assim você pode oferecer para fazer uma massagem bem gostosa a sua esposa! Mente que ideia genial, mas mesmo assim não quero dormir sem a minha loira essa noite, já fiquei duas noites sem tê-la ao meu lado! A morena até tentou tirar a menina, mas ela ranhetou veementemente, e por fim acabou desistindo E pelo visto irei dormir mais essa noite sem minha loira ao meu lado! Provavelmente! Resignada, a advogada foi até o guarda-roupa pegar uma coberta, voltou e cobriu sua esposa e filha. Soltou um suspiro, mas por fim acabou sorrindo novamente para a cena, já da porta, e apagou a luz deixando o quarto.

—SQ-

Assim os dias foram passando novamente, e as coisas para Robin não estavam nada fáceis, pois estava apanhando cada vez mais, já que o estado de saúde de Lilith estava piorando.

— Veja quem está aqui! – falou Leopold entrando no banheiro acompanhado de seus “amigos” – Se não é o nosso saco de pancada preferido.

— Me deixe em paz! – bradou Robin se encolhendo contra o canto – Já não estão me batendo o suficiente? Então me deixem em paz. - choramingou.

Leopold apenas se aproximou com ódio no olhar, Robin ergueu as mãos a frente do rosto para tentar se proteger – Eu já disse e vou repetir, eu vou fazer da sua vida aqui dentro um inferno por causa da sua incompetência em não tirar a minha filha querida daquele lugar nojento. – falou – E eu fiquei sabendo que ela está muito doente, e eu nem posso vê-la. – fez uma pausa – Tudo isso está acontecendo por sua culpa...

— Eu não tenho culpa... – choramingou Robin – Não tenho culpa se ela é doida e se entregou na frente do juiz e do júri.

— Minha filha não é doida! – esbravejou Leopold e o seu “amigo braço direito” desferiu um soco certeiro no rosto do ex-advogado – E a culpa é sua sim. – respirou fundo – Só um aviso, se acontecer algo pior com a minha filha, você só sairá desse presídio em um caixão. – os olhos de Robin se arregalaram medrosos – Batam nele, mas não o matem, pois eu irei fazer isso. – ordenou – Ah! – se virou para Robin – E se eu fosse você, iria conversar com seu filho enquanto você tem a chance. Sim, eu sei sobre o menino. – saiu do banheiro e pode-se apenas ouvir a surra que Robin estava levando.

—SQ-

— Robin, meu filho, o que aconteceu? – perguntou Robert ao ver seu filho todo machucado, assim que se sentou a cadeira. Marian e Roland estavam ao lado do homem mais velho.

— Me envolvi em uma briga e levei a pior... – tossiu assim que terminou de falar, respondendo a pergunta de seu pai – E não vou responder nada sobre esse assunto. – já cortou ao ver que ele iria ou mesmo Marian perguntariam mais coisas.

Robert fez um breve aceno com a cabeça e o silêncio perdurou ali na mesa por alguns segundos – Confesso que estou surpreso com seu pedido de nos ver. – o advogado disse iniciando a conversa – Mas estamos aqui, o que quer conversar?

— Essa briga que tive, me fez perceber o quanto eu errei... – comentou Robin fracamente – Eu fiquei alguns dias internado na enfermaria devido aos ferimentos, e eu achei que ia morrer... – fez uma pausa com seus olhos fixos na madeira da mesa – Com isso eu repassei toda a minha vida... Os acertos que tive, os erros que cometi...

— De certo modo, fico feliz que tenha repensado em sua vida, meu filho. – falou Robert – Única parte triste é que você precisou quase morrer para reconhecer isso. – falou tristemente.

— Concordo com você. – Robin finalmente levantou o olhar – Foi preciso isso para que eu pudesse ver o quanto de mal eu fiz a você... – olhou fixamente para seu pai – A você... – olhou para Marian – E até a você... – olhou para Roland, que abriu um pequeno sorriso. Aquilo desmontou Robin por completo, que acabou desatando em um choro – Todo o mal que fiz a Regina, assim como fiz a Emma quando me juntei a Lilith no plano de reconquistar tanto Regina quanto Emma. – limpou as lágrimas – E só eu sei o quanto estou pagando por isso no momento.

— Meu filho você, está me assustando com essa conversa... – falou Robert completamente compadecido e triste com a situação de seu filho – Eu tenho a minha parcela de culpa nisso tudo também.

Robin negou com a cabeça, enquanto soluçava – Você não tem culpa... Isso tudo é consequência dos meus atos e decisões... – limpou as lágrimas que desciam por seu rosto. Olhou para a mulher – Marian, eu gostaria que você me perdoasse por tê-la envolvido naquela minha vida errada, te prometendo fundos e mundos, e quando você mais precisou eu virei as costas. – deixou as lágrimas caírem novamente – Me perdoa. – pediu.

Marian estendeu a mão sobre a mesa, indicando que Robin lhe desse a mão – Nessa parte você não tem culpa, pois se eu não quisesse não teria ido. – falou quando segurou a mão que Robin colocou sobre a sua – Por mais que você tenha me machucado, eu o amava profundamente e estava cega por esse amor doentio... – fez uma pausa – Eu ainda o amo, mas não se preocupe, é apenas um carinho muito grande que tenho por você agora. E por mais que me doa dizer isso, pois isso afeta diretamente nosso filho, você precisa pagar por seus erros. – sorriu com os olhos úmidos. Robin a olhava na expectativa – Sim, eu te perdoo. – completou, e Robin pela segunda vez se deixou chorar profundamente.

Roland colocou sua pequena mão sobre a mão de seu pai – Você aceita ser meu pai? – perguntou e aquilo simplesmente desequilibrou Robin por completo – Aceita? Mamãe e o vovô falam que você é o meu pai.

Dois pares de olhos úmidos pelas emoções olhavam fixamente para Robin, esperando uma resposta – Eu aceito... – falou fracamente. Marian sorriu entre as lágrimas, e Robert apenas sorriu feliz – Aceito ser seu pai. – tentou sorrir em meio as lágrimas – Meu filho.

— Que bom! – falou o menino sorrindo contente. Marian acabou não contendo a emoção, pediu licença para se retirar para se recompor e levando junto Roland. Que acenou com a pequena mão para seu pai, que retribuiu o gesto.

— Robin, agora que estamos sozinhos, me diga o que está acontecendo. – pediu Robert consternado com a situação de seu filho.

O ex-advogado soltou um suspiro – Não está acontecendo nada, eu realmente me envolvi em uma briga e leve a pior e isso me fez repensar em minha vida. – olhou para o homem a sua frente.

Robert assentiu com um aceno – Fico feliz que reconheceu Roland como seu filho, e que errou com Marian.

Robin tirou uma carta de seu bolso – Posso pedir um favor?

— Se estiver ao meu alcance. – respondeu Robert já recomposto das emoções anteriores. Robin apenas esticou o envelope na direção de seu pai sobre a mesa – O que é isso?

— Uma carta... – respondeu – Sei que não tenho direito de pedir isso, mas se você pudesse entrega-la para Regina, eu ficaria muito grato.

Robert soltou um suspiro ainda olhando para o envelope sobre a mesa – Não sei se isso seria sábio...

— Na carta não tem nada demais, é apenas uma carta de desculpas. – falou Robin. Seu pai a olhou – Acredite em mim, é esse o conteúdo da carta, apenas desculpas. Se não acredita poder ler...

— Não será preciso, acredito em você. Farei o possível para que Regina receba a carta. – Robert interrompeu e pegou a carta a guardando no bolso interno de seu blazer.

— Obrigado. – agradeceu – Gostaria de pedir outra coisa. – falou. Robert apenas indicou que continuasse – Cuide bem de Roland.

— Isso você nem precisa pedir. – falou Robert.

— Uma última coisa... – Robin retomou a conversa – Gostaria que você me perdoasse por tudo que fiz... Por tudo que falei, principalmente desde a época do tribunal, ou até antes mesmo.

Robert suspirou profundamente – Robin, sabe que tentei fazer tudo certo para você ter uma vida certa, sei que falhei... – Robin ia protestar, mas fora interrompido – Minha vez de falar. – falou e Robin assentiu com um aceno de cabeça – Sei que falhei em muitas coisas, eu poderia ter te ajudado quando foi preso? Poderia. Quis ajudar? Eu não quis, pois achei que assim fosse um jeito de você pagar por seus crimes... – fez uma pausa – Você já foi um boa pessoa, mas acho que a ganância falou mais alto e acabou te ajudando a se tornar esse homem de hoje... – olhou para o homem a sua frente amorosamente – Sua mãe não esteve presente em sua vida, talvez se ela estivesse viva, você não teria tomado esse rumo, e talvez seria uma pessoa diferente... – respirou fundo contendo as lágrimas – Mas mesmo com tudo isso que você aprontou, mesmo eu te deserdando, você nunca deixou de ser meu filho, e sempre será meu filho. – sorriu entre as lágrimas que teimosamente desceram.

— Obrigado meu pai. – Robin agradeceu e esticou a mão para Robert a segurar, deu um leve aperto assim que se uniram – Obrigado meu pai. – repetiu. Soltou a mão, se levantou e sem outra palavra voltou para a porta que levava para dentro do presídio. Robert apenas ficou ali olhando a cadeira vazia, que segundos antes estava ocupada por seu filho. Por fim, limpou as lágrimas e se levantou caminhando sem pressa para a porta que o levaria para fora do presídio.

—SQ-

— Pessoal! Corre que a mãe vai dançar! – falou Henry assim que apareceu na porta da cozinha e já sumindo pelo caminho que veio.

— Eu que não perco isso por nada! – falou Regina se levantando Afinal faz muito tempo que não vejo minha loira dançando! empurrando o carrinho com as gêmeas e indo na direção da porta dos fundos da cozinha.

— Por meus botões que faz tempo que a menina Emma não dança. – falou Eugenia também se levantando – Eu quero ver.

George e Cora que estavam ali também se levantaram e acompanharam Regina e Eugenia que caminhavam na direção do cercado – Achei que Emma não fosse mais dançar. – comentou seu pai.

— Ela provavelmente estava sem tempo para dançar. – comentou Regina Porque eu tenho a parte mais burocrática por assim dizer, não estava com muito tempo, então imagina Emma que corre essa fazenda de cima a baixo várias vezes ao dia! — Sei que foi uma correria esses últimos meses, isso se não for esse ano.

— É bem provável. – concordou o pai de Emma. Assim que chegaram perto já foram se acomodando sob a sombra da grande árvore. Ali estavam todos da família Swan-Mills, assim como a família Lucas-Midas. Seria a primeira vez que os gêmeos veriam sua mãe dançando. Na realidade já viram, mas agora seria a primeira vez que teriam consciência do que estavam vendo.

— Vamos dançar garanhão... – disse Emma sorrindo, então abriu a porteira do local que o cavalo estava confinado e se afastou dando espaço para o cavalo sair sem machucá-la, caminhando para o centro, mas sempre de olho no animal. Ela já estava no cercado de costume para dançar Vamos que temos plateia! E eu estava morrendo de saudades de dançar! O cavalo assim que percebeu que não estava mais preso, não perdeu tempo e saiu em um trote rápido pelo cercado. Emma se manteve no centro, olhando o comportamento do animal, ela o deixou dar algumas voltas reconhecendo o lugar Dessa consegui fazer Rapaz ficar no lugar! Sem fazer movimentos bruscos, a loira arrumou seu chapéu, ainda observando o comportamento do cavalo que ora trotava rapidamente, ora andava, fazia alguns pinotes e alguns chutes para trás. Quando ela percebeu que o cavalo diminuiu o ritmo decidiu que era hora de agir – Vejo que você está bravo... – falou com o cavalo – E também tem cara de que não gosta de receber comandos... Mas saiba que não é tão ruim assim receber comandos... Principalmente se eles vierem de uma morena maravilhosa como minha esposa. – riu com seu próprio comentário E de uma moreninha sem vergonha! — Vem... – chamou dando alguns passos na direção do cavalo, oferecendo comida. Quando Emma conseguiu a atenção do animal, ela lentamente se abaixou e ofereceu a mão cheia de comida – Vamos... Sei que você quer... E sei também que você é muito orgulhoso para aceitar sem uma briga inicial... – dizia com a mão ainda estendida na direção do cavalo, ela ficou ali esperando por um movimento do cavalo que veio depois de longos minutos de espera, lentamente ele se aproximou e cheirou a comida na mão da loira – Vamos, sei que você quer a comida, pode pegá-la... – sussurrou. Sem demora o cavalo pegou um pedaço grande de cenoura juntamente com um de maçã e saiu de perto da loira – Isso! Bom menino. – sorriu vendo o animal se afastar enquanto mastigava sua comida.

Emma continuou tentando uma aproximação com o cavalo, mas ele era difícil de se ganhar confiança pelo excesso de braveza. Certo momento a loira ajoelhou-se na terra, apoiada com um joelho no chão e o outro lhe dando estabilidade de apoio para o braço e esticou a mão com pedaços de frutas e legumes. Esperou. Ficou ali olhando para o cavalo que mesmo bravo, estava curioso e queria mais comida, foi se aproximando lentamente esticando seu pescoço para cheirar a loira que ficou imóvel vendo o cavalo se aproximar, sua mão ainda estendida com a comida. Assim que ele a cheirou logo abocanhou a comida mais uma vez, e se afastou como fizera segundos atrás quando pegou a primeira porção de comida. Emma lentamente se levantou e voltou sua tática de aproximação, já que o cavalo naquele momento havia dado abertura para tal quando aceitou mais uma vez a comida e se aproximou por conta própria. Aos poucos ela foi se aproximando mais e mais dele, oferecendo comida, por fim conseguiu ficar bem pertinho dele, enquanto uma mão dava comida a outra fazia carinho em seu pescoço e crina – Bom garoto... – murmurou sorrindo Bom garoto mesmo!

Repentinamente o cavalo correu pelo cercado todo, reconhecendo o local, as vezes dava alguns pinotes, as vezes andava em trote, no momento seguinte disparava em uma pequena corrida até ir se acalmando. Quando Emma percebeu que ele estava mais quieto se aproximou lentamente mais uma vez. Inesperadamente o cavalo deu alguns passos para trás na direção da loira e começou a jogar terra com as patas traseiras. A loira não ficou na mira dos coices que poderiam vir em sua direção começou a se movimentar parando ao centro do cercado novamente, enquanto o cavalo deu um relincho e voltou a trotar em volta do espaço outra vez.

— Hey... – disse ela tentando oferecer um pedaço de fruta e um pedaço de cenoura – Vamos, não precisa ser tão bravo assim... Vem, pode comer. – falou indo em direção ao animal que havia novamente parado – Vamos, sei que está muito gostoso, pode comer.

O animal olhou fundo naquele par de olhos verdes, lentamente se aproximou e cheirou a mão estendida com a comida – Pode comer. – o cavalo pegou o pedaço de cenoura e saiu de perto – Muito bom, garanhão. – sorriu ao ver o cavalo começar a fazer pequenas graças para ela.

Emma guardou os pedaços de comida e chegou perto da cerca para pegar a corda, preparou o laço e se movimentou para o meio do cercado – Vem vamos dançar garanhão... – disse ela abrindo o laço e começando a girá-lo a cima da própria cabeça e sempre com o olhar fixo no cavalo que andava de um lado a outro sem parar – Agora sou eu que vou fazer graça... – comentou e lançou a corda, quando ela achou que acertaria logo na primeira laçada, no último instante o cavalo conseguiu desviar – Hum, esperto você, e pelo visto gosta de jogo duro... – sorriu e voltou a girar o laço acima de sua cabeça – Também gosto de desafio... – Emma jogou novamente o laço e dessa vez conseguiu acertar o pescoço do cavalo que tentou se livrar da corda dando pinote com as patas dianteiras, mas sem sucesso. Alguns espectadores comemoraram moderadamente o feito – Hey! Hey! – tentou acalmar o animal.

— Nossa! – disse Jared impressionado – A tia tentou me ensinar esse truque, mas até hoje eu não consegui aprender ainda. – falou desanimado.

— Calma que uma hora você aprende. – comentou Sarah olhando para o irmão – A tia tem paciência, pois ela conseguiu me ensinar a andar de cavalo. Olha que não foi fácil. – sorriu e o menino apenas assentiu com a cabeça. O silêncio voltou a pairar sobre eles, que apenas olhavam fixamente para o show dentro do cercado.

A loira apenas ia soltando a corda, dando certa liberdade ao cavalo ao passo que a corda permitia. Assim que o cavalo se aquietou novamente Emma começou a lentamente puxar a corda, diminuindo o tamanho da mesma, e trazendo o cavalo para mais perto – Isso garanhão, sem pressa e calmo... Não precisa ficar bravo... - quando finalmente conseguiu uma pequena distância entre o cavalo e ela, Emma outra vez ofereceu mais pedaços de cenoura ao animal, que agora sem muito orgulho pegou e começou a comer quietamente.

— Muito bem... – falou calmamente – Pelo visto você gosta de cenoura... – disse ela dando mais uns pedaços de cenoura – E maçã. – riu quando o cavalo “roubou” um pedaço da fruta de sua mão ignorando a cenoura. Ainda alimentando o animal, sua outra mão passando suavemente pela crina do animal, mesmo segurando a corda – Você me deixará montá-lo? – olhou para ele enquanto comia – Vamos tentar! - tentou montá-lo assim que ele terminou de comer, mas o animal não deixou andando para o lado. Emma soltou um pouco de corda e sorriu. Deixou o animal andar novamente, foi caminhando e voltou a chegar perto sem diminuir a quantidade de corda. Ao aproximou o suficiente, tentou mais uma vez montá-lo, mas sem sucesso, pois de novo o cavalo andou para o lado – Ah qual é, garanhão? Vamos, deixe-me montá-lo. – pediu ao ver o cavalo se afastar, mas ela não deixou e puxou a corda, diminuindo o comprimento. Quando eles estavam próximos novamente, Emma passou a mão pela extensão toda do focinho do animal – Vamos amigo, me deixe montá-lo, te prometo muitas cenouras e maçãs... – tentou subornar o animal, e ele apenas soltou um relincho que estava soando a deboche – Entendi! – sorriu – Eu disse que gosto de jogo duro... – sorriu de lado e mais uma vez tentou montá-lo, e o cavalo não deixou.

O cavalo voltou a se afastar e começou a caminhar em círculos enquanto a loira segurava a corda, e ia girando conforme o animal ia andando. Aproximou-se mais uma vez e tentou subir no cavalo, jogando todo seu corpo para cima do animal que por incrível que pareça dessa vez deixou, quando Emma finalmente se endireitou, o cavalo deu um pinote com as patas dianteiras, mas a loira já prevendo que ele faria isso, segurou na corda no pescoço do animal, assim a impedindo de cair. Ele soltou um relincho incrédulo – Bem orgulhoso você, hein? Eu previ que você iria fazer isso! – disse assim que se endireitou e fez um segundo laço com um pouco da corda que estava em sua mão, passou pela cabeça do animal meio que fazendo um cabresto – Agora vamos caminhar um pouco. – disse e o animal ficou inquieto com ela em seu lombo, começou a dar uns pequenos pinotes, deu alguns passos para trás, em uma última tentativa de tirá-la de cima de si – Hey! Calma... – ela disse tentando acalmar o animal, enquanto puxava levemente a corda do cabresto. Ele não iria ceder tão facilmente, e Emma também não, o animal dava pequenos pinotes tanto para frente quanto para trás. A loira se segurou fortemente e deixou o animal liberar toda braveza, até que ele ao longo dos segundos foi se cansando e começou a diminuir o ritmo até que finalmente parou – Agora sim. - Emma sorriu, pois agora conseguiria um maior controle sobre o animal, e passou a fazer alguns movimentos para que ele a obedecesse.

— Nossa Hen, sua mãe é fera nisso. – falou Jared muito impressionado.

— Sim, ela é. – Henry falou sorrindo orgulhoso de sua mãe.

— A mãe está parecendo uma rainha. – falou Lucy encantada com o que estava vendo.

Regina sorriu para a filha – Lu, na verdade sua mãe está mais para cavaleira em armadura reluzente. – sorriu travessamente, ao mesmo tempo em que os olhos da filha se arregalaram com a comparação.

— Sim, e você então é a rainha dela? – Lucy perguntou sonhadoramente.

— Com certeza eu sou. – respondeu e piscou para a filha menor, que abriu um sorriso e assentiu com a cabeça – E vocês todos são nossos príncipes e princesas. – completou e mãe e filha voltaram suas atenções para a loira e o cavalo marrom no centro do cercado.

Emma sorriu – Vamos lá garotão! – comentou dando algumas voltas, para depois desmontá-lo, mas mantendo o cabresto no animal. Ela passou a mão pela extensão do nariz, encostando sua testa no nariz do animal e ficaram assim por alguns segundos, então andou para o lado do cavalo e o montou. Emma segurou a corda do cabresto, deu um comando para direita e sem machucar o animal, puxou para o lado direito, ele meio relutou no início, mas acabou cedendo e deram alguns passos a frente, então ela puxou a corda para a esquerda e o cavalo obedeceu já sem relutância, dando alguns passos a frente. A loira estendeu a mão cheia de ração para o animal que comeu feliz alguns grãos. Foi assim até ele entender os comandos por cima.

— Vamos garotão. Ajoelhe-se a frente. – ela disse puxando a corda para baixo, e o cavalo acabou obedecendo – Muito bem! – deu mais ração para o animal – Agora um pinote. – puxou a corda para cima e o cavalo obedeceu – Excelente. – deu mais um pouco de ração para o animal. Parou ao lado do animal e foi o empurrando para o lado dando passos laterais, e depois voltou do mesmo jeito para o outro lado, deu mais ração para o cavalo. Soltou a corda, tirando o laço do focinho do cavalo e o deixou livre para fazer o que quisesse. Ao se ver livre das amarras, o cavalo, feliz, saiu dando pinotes com as patas dianteiras, e depois com as traseiras, até parar completamente quando percebeu que a loira não dava atenção a ele. Emma se virou de costas para o cavalo fingindo ignorá-lo em seu momento de liberdade, inconformado, ele parou tudo e apenas olhou para as costas da loira. Incrédulo soltou um relincho.

O cavalo foi se aproximando lentamente, Emma se manteve de costa para o mesmo, agora ele inconformado que não era mais o centro da atenção da loira inclinou sua cabeça a frente encostando o nariz nas costas da loira e ela nem se mexeu. Apenas sorriu travessamente. Mais inconformado ainda que ela nem se virou para ele, o cavalo tentou novamente e nada. Totalmente incrédulo ele levemente empurrou a loira, que por fim, acabou dando uns passos a frente e se virou para encará-lo, fingindo star brava. O cavalo soltou um relincho que podia ser considerado como vitorioso, e a encarou cheio de satisfação. Emma soltou uma gargalhada e continuaram por mais uma meia hora todo esse ritual até finalmente deixar o cavalo descansar e ela se aproximar da cerca perto dos seus filhos.

— Mãe, isso foi muito legal! – exclamou Henry apaixonado – Quero dançar como você quando for mais velho.

— É! Legal demais! – falou Thomaz fascinado, mesmo não se interessando por cavalos, apesar de saber montar, mas ver sua mãe dançando era sempre maravilhoso.

Emma apenas riu para os dois garotos – Hen, não se preocupe, que quando for um pouquinho mais velho eu começo a te ensinar sobre a dança. – comentou Será um prazer lhe ensinar! o menino assentiu vigorosamente com a cabeça em acordo.

— O que você estava fazendo, mãe? – perguntou Ben subindo na cerca para ficar perto de sua mãe.

Emma ajudou ao filho a se sentar na última madeira, e claro, mantendo sua mão nas costas do menino para que ele não caísse Meu Ben e sua curiosidade! — Eu estava fazendo amizade com o cavalo.

— Por que? – perguntou George interessado Corrigindo, gêmeos e sua curiosidade!

— Porque ele é bravo, e cavalos bravos precisam ser amigos, e assim eu vou tentar ser amiga dele. – respondeu a loira sorrindo para o outro menino – Assim outras pessoas poderão chegar perto dele sem ele ser bravo com elas. Entenderam? – os dois meninos assentiram com a cabeça.

— Você pode ser amiga de qualquer animal? – Samuel perguntou curioso Corrigindo mais uma vez, os trigêmeos e sua curiosidade! — Pois a minha mãe cuida dos animais.

— Qualquer animal eu não consigo ser amiga, pois tem animal que é muito perigoso, e é melhor deixá-los sozinhos. – respondeu Emma sorrindo para o sobrinho – Mas cavalos não são tão perigosos assim, então eu tento ser amiga deles.

— Dona Emma! Dona Regina! Correio! – disse pequeno John assim que se aproximou do grupo, interrompendo a conversa, e entregou algumas correspondências para Regina – Dona Ruby e Dona Kathryn vocês também têm. – entregou outras cartas ao casal – Seu George e dona Cora. – entregou alguns envelopes – Aqui dona Eugenia. – entregou as últimas cartas. – O correio acabou de entregar, agora se me dão licença, preciso continuar meu serviço. – terminou e já foi saindo na direção que estava indo quando o carteiro entregou um bolo de cartas para ele.

— Contas! Propagandas! – Regina foi vendo o bolo em suas mãos – Algumas revistas... – então notou um envelope diferente Que envelope bonito!— Mas o que será isso? – deixou o restante das correspondências no colo e abriu o envelope – Por meus saltos! – exclamou assim que terminou de ler Isso é sério mesmo?

— Por meus casos! – exclamou Kathryn assim que abriu um envelope igual ao de Regina.

— Por meus projetos! – disse Cora surpresa, também abrindo o envelope igual.

— Por meus botões! – exclamou Eugenia abrindo um sorriso – Acho que dessa vez vai.

Emma olhou para sua esposa e todas que exclamaram, e voltou a olhar para sua esposa Será alguma notícia bombástica? — Agora vai o que?

— Sim, nos digam o que tanto as deixou surpresa. – pediu Ruby olhando para sua esposa.

Regina abriu um sorriso e apenas mostrou o conteúdo do envelope para sua esposa Isso você precisa ler! — Veja por você mesma...

A loira pegou o cartão e começou a ler em voz alta Vamos ver o que diz aqui! — Na simplicidade das coisas que descobrimos o que nos realmente é valioso. Você precisa chegar ao ponto de quase ou perder por completo para entender que não consegue viver sem seu verdadeiro amor... – fez uma pausa Será? — É com imenso prazer e felicidade que Daniel e Killian convidam para a realização da cerimônia de casamento... Por Meu chapéu!! – exclamou Emma surpresa Sim, isso é uma notícia bombástica! E como é Emma!

— Por meus pacientes! – exclamou Ruby também surpresa acompanhando a leitura em seu convite.

— Parece que dessa vez o casamento sai. – falou Emma entregando o convite de volta para sua esposa E ele será histórico!

— Não tenha dúvidas disso. – confirmou Regina relendo o convite – Será o evento do ano.

 


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que não tenha ficado confuso. O capítulo teve muitas coisas, entre elas LIlith acordando para a vida no sentido mais literal da palavra. Descobriu que acabou sozinha e isso a adoeceu. Robin recebendo a visita do pai, de Marian e do filho, e como sempre os esculachando. Mas o melhor foi Robert dando uma dura no fedelho crescido. Leopold recebendo a notícia de sua filha lúcida e tempos depois ficando doente, e devido a isso, partindo com tudo par acima de Robin. Já o saco de pancadas de Leopold chamou seu pai, Marian e até Roland para uma conversa sincera (sei que ele se arrependeu muito rápido, mas depois da ameaça de Leopold, percebeu que realmente pode morrer ali dentro da prisão).

A primeira consulta das gêmeas, e Lana claramente mais afeiçoada a mãe loira, e sempre fazendo de tudo para ter sua atenção.

A vida continuou e muitas coisas aconteceram, mais netos para Ângela, assim como o casamento e noivado dos filhos. A irmã de Violet nasceu, e ruivinha como a mãe (sim, o nome é uma simples homenagem a atriz).

Mais uma cena do nosso casal preferido em uma cena familiar com as meninas, e uma cena extra entrando na história, agora com maiores detalhes e descrições. Por fim Emma dançando mais uma vez, e quando menos esperavam o convite de casamento de Daniel e Killian. Casamento esse que promete ser um baphoooo!!

Até a próxima!!