Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 58
Dezesseis.




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O tempo passou rápido e logo novembro já chegava trazendo seu clima invernal junto. Quíron nos havia situado sobre a profecia e também avisado que a Nova Grande Guerra poderia estourar a qualquer momento e deveríamos estar preparados.

Era o dia do meu aniversário de dezesseis anos e eu não conseguia dormir. De uma forma ou de outra, eu sabia que mudanças iam acontecer e que seria um dia no mínimo turbulento. Levantei e deixei o chalé em silencio. Eu andava de pijama, era cedo não havia amanhecido então ninguém me veria. Deixei que meus pés me guiassem, apenas observando aonde eu ia.

Quando dei por mim estava na mesma colina que eu vinha nos meus primeiros dias no acampamento. Sentei ali observando o céu que ainda estava escuro. Mordi o lábio inferior. Havia no mínimo seis meses que eu e Liam terminamos. Seis meses que eu vinha sendo feliz com o James de uma forma única, mas ainda havia seis meses que eu ainda me perguntava se eu não sentia nada pelo garoto de Dionísio.

- Olá. – fui tirada de meus devaneios por uma voz grave e conhecida.

- Você está atrasado. – comentei sem me virar para ele.

- É inverno, posso chegar à hora que quiser. – sem olhá-lo pude ver ele piscando.

Revirei os olhos. Deixei que silenciasse por um tempo.

- Feliz Aniversário. – ele falou sorrindo.

- Obrigada. – sorri e olhei pra ele.

- Tenho que te mostrar uma coisa. – ele falou ficando em pé e me ajudando a levantar.

Sem que me desse conta de quando acontecera, o Maserati estava ali do lado.

- Você já tem idade para dirigir. E como seu pai me sinto na obrigação de te ajudar. – ele falou – Fiz isso com todos quando atingiram os dezesseis anos.

- O carro do sol? – disse olhando o carro luxuoso.

- Vamos logo. – ele falou abrindo a porta do motorista.

Sentei no banco de couro e coloquei minhas mãos na direção enquanto ele sentava do meu lado.

- Pisa na embreagem até o fim e gira a chave. – ele falou. – Agora destrava o freio de mão e acelera, é automático.

Fiz o que ele mandou, em alguns segundos estávamos rompendo o céu noturno em alta velocidade.

- Wow. Sem comentário, muito bom. – ele falava encarando o caminho a nossa frente. – Olhe pra trás, sério, não vai acontecer nada de ruim eu prometo.

Assim que me virei, vi o sol. Ele assim como nós rompia o céu, ia amanhecendo e acordando todos.

- Fantástico! – murmurei.

Ficamos assim por alguns minutos. Até que ele se mexeu no banco e comentou.

- Precisamos descer. – ele apontou para a colina. – Troque comigo.

Passei para o banco do carona à medida que ele ia para o do motorista. E em pouco segundos depois estávamos na colina.

- Sinto muito não ter um presente melhor. – ele falou – No entanto, nunca dei nada pra nenhum e não posso mudar agora de uma hora pra outra.

- Não tem problema, eu me diverti bastante. – sorri – Acho que não nos veremos mais...

- Não por enquanto, eles vão atacar a qualquer momento. Estão certos que Lizzie é a garota da profecia. Só podemos deixar que venham.

- Que venham... – eu murmurei, e no instante seguinte ele já não estava mais ali.

Corri de volta para o Chalé com o intuito de trocar de roupa. Os poucos que tinham acordado ninguém lembrava que os meus dezesseis anos estavam sendo realizados. Eu saí do chalé e a Flávia veio gritando até mim.

- Lolinha! Feliz aniversário. – ela disse pulando no meu pescoço.

- Obrigada, F. – eu a abracei de volta.

- Então eu fiz um pedido pro Quíron... – ela começou.

- E ele deixou. – conclui.

- Sim, nós vamos dar uma voltinha por Nova York. – ela comentou sorrindo e me arrastando em direção a colina.

- Pra quê? – eu perguntei curiosa.

- Ai senhor. Cala a boca e vem. – ela puxou colina acima.

(...)

Em pouco tempo estávamos em um shopping de Nova York. Tinha pedido pelo amor de Deus para tomarmos um café já que tinha saído sem comer nada. Então agora nos dirigíamos para Starbucks.

- Estou cansada. – disse sentando na primeira cadeira que vi.

- Pare de reclamar, Lola, é seu aniversário e o dia mal começou.

- É só que ... ah, nada esquece. – eu desisti.

- Um capuccino. – Flávia pediu para a garçonete que eu nem tinha visto se aproximar – Ela vai querer um mocha branco.

Assim que a garçonete sai Flávia me encarou.

- Fala.

- Como você está com tudo isso? Com essa guerra, com o fato de perder as pessoas que gosta?

- Da mesma forma que você, só que estou um pouco mais confiante. No fim vai dar tudo certo. Se você não acreditar nisso, fica mais impossível, mais longe de você a cada momento realizar. – ela disse calma.

- Está bem. – fui breve.

O silencio se instalou até que a garçonete voltasse com nossos cafés. Pegamos e saímos andando.

- Vamos fazer algumas compras. – ela falou com os olhos brilhando.

O dia passou assim. Com a Flávia me mantendo ocupada para fazer compras. Clara chegou na hora do almoço e nos manteve entretidas com os seus comentários sobre o Oliver. Eles estavam namorando há um tempo, só que ela sempre reclamava dele e vice-versa. Passamos o dia sem qualquer preocupação apenas fazendo as coisas que gostamos.

Estávamos sentadas na praça de alimentação comendo bolinhos, quando a ultima pessoa que eu esperava ver apareceu.

- Oi. – Liam e Dan disseram em uníssono.

- Hey. – cumprimentei breve.

- Er... vou ligar pra uma pessoa e já volto. – Flávia comentou rápida. – Dan e Clara venham comigo, por favor.

Liam sentou na minha frente e eu voltei minha atenção para o bolinho que estava na minha frente.

- Lola... – ele começou. – Parabéns.

- Obrigada.

- Olha, eu sei que fui de tudo um pouco. Desculpa. – ele parou um tempo. – Seu presente está no chalé.

- Não precisava.

- Claro que precisava. – ele respondeu. – Talvez você só deveria agradecer quando ver o presente... Nunca se sabe pode ser um rato.

- Nada contra ratos. – disse sorrindo. – Obrigada, Liam.

- Lola, será que pedir...

- Liam. – eu interrompi – Por favor, não hoje, não agora. Nem nesse momento. Você ta com a Ashley. – ele fez uma careta – Eu estou com o James, eu estou feliz e espero que você também. Se mais tarde for certo... bom vai acontecer. Agora não.

- Está bem, desculpa viu. Eu te amo ainda. – ele falou se levantando.

- Sinto muito. – falei voltando para o meu bolinho.

Eu fiquei sozinha até que Flávia voltasse para a mesa, só que agora sem a companhia de Dan e Clara.

- Vamos indo, vou te deixar em um lugar. – ela disse sorrindo breve.

(...)

Estávamos dentro do carro da Flávia e ela me levava para algum lugar que eu não sabia onde.

- Lola, você e o James como estão? – ela perguntou.

- Bem, por quê?

- Você acha que podem, digamos, avançar a relação de vocês? – ela perguntou.

- Não pensei nisso. – eu fui sincera.

- Deveria. Eu vou te deixar no apartamento dele agora. – ela comentou.

- Er... certo eu acho.

- Saiba que você não é obrigada a nada. Na verdade acho até ridículo eu estar te levando lá.

Fiquei em silencio.

- Se você não quiser ir, Lô. Eu dou meia volta e a gente vai pro acampamento agora.

- Não, tudo bem. – eu comentei.

- Sério, você não fez nada com o Liam porque agora o James? – ela dizia virando numa esquina.

- Não sei. Na verdade nem sei se vai acontecer alguma coisa. – respondi. – Vou deixar acontecer... Não vou pensar antes.

- Está bem. – ela falou parando o carro.

- É aqui? – perguntei olhando um prédio branco luxuoso.

- É... O pai dele não está em casa, foi viajar como você sabe. É obvio o que vai acontecer.

- Eu vou esperar pra ver. – comentei breve.

- Você sabe o que eu acho. – ela comentou.

- Flávia. Eu sei que você adora o Liam, e acha que tudo que aconteceu foi precipitado e que esse meu relacionamento com o Jay foi meio do nada.

Ela assentiu.

- Só que eu estou ótima com ele. Eu me sinto bem, ele me passa segurança e tudo que eu preciso. Pode ser que aconteça algo hoje, pode ser que não, mas não quero que você se sinta culpada por qual for o resultado. Eu vou decidir com o que eu achar.

- Lola. Eu entendo. Só não quero que você se machuque. Ou um de vocês, seja Liam ou James se machuque.

- Obrigada, eu sei. – falei abrindo a porta.

- Só mais uma pergunta. – Flávia puxou meu braço.

- Fale. – eu respondi sorrindo.

- Você o ama? – ela perguntou erguendo uma sobrancelha.

Eu fiquei quieta por um tempo. No entanto, logo sorri em resposta.

- Amo. – e fechei a porta do carro. – Agora vamos ver o que o Jay quer comigo. – murmurei pra mim.   


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Notas finais do capítulo

É um fato. Isso está pequeno, minusculo, horrível. Eu sei, podem xingar minha vida, amaldiçoar minha trilhonésima geração. Tá liberado, mas então o próximo capítulo já ficou subentendido, não vai ter nada fundamental para história independente da resposta da Lola. Dá pra pular numa boa, e não vai ser dos mais longos, só que vai demorar um pouco pra ser postado. Ainda não decidi o que vai rolar. To aceitando ideias.



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