Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 52
Familia... nunca perde essa mania.


Notas iniciais do capítulo

Terceira temporada. Não apaguem a luz... na real não sei pra que serve... but... eu queria dizer isso.



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Uma semana havia se passado desde que tínhamos chego. Logo de cara pude sentir as diferenças de um colégio normal para o acampamento. A dislexia e o déficit de atenção aumentaram consideravelmente visto que as aulas não eram especiais para nós. Além de nós cinco haviam mais três alunos com os mesmos problemas.

James Pcaty. Um garoto com cabelo castanho claro desgrenhado, olhos cor de mel e alto. Bonito, de inicio um pouco tímido, mas incrivelmente engraçado. Um pouco irresponsável mas incrivelmente perceptível, conseguia entender as pessoas só de olhar, ele me lembrava uma pessoa.

Lizzie Storm. A garota tinha aparência indiana. Longos cabelos lisos castanhos. Olhos oblíquos e levemente puxados. Era simpática e falante, mas quando ficava irritada era melhor sair de perto. Normalmente usava vestidos ou saias, poucas vezes a vi com calças, talvez só na aula de educação física.

E Oliver Fiery. Um garoto com cabelos ruivos e extremamente bagunçados. Olhos em um tom vermelho escuro. Corpo malhado e alto, um pouco arrogante mas simpático. Piadista e metido a garanhão. Irmão de James. Eles tinham onze meses de diferença o que os colocava na mesma série. Os dois tinham mães diferentes então o pai não achou justo que tivessem o mesmo sobrenome, deu a cada um dos seus sobrenomes.

Estamos os oito na aula de Física quando a diretora entrou na sala de aula. Era uma mulher simpática que tinha nos passado confiança nos primeiros dias de aula, que foi quando a vimos. Liam e Dan já a conheciam por que tinham estudado neste mesmo colégio ano passado e tinham dito que ela era sempre assim. Era uma senhora de cabelos curtos e brancos, estilo Miranda do Diabo Veste Prada. Olhos verdes profundo e um sorriso amável, era mais baixa que eu e usava saltos baixos.

- Bom dia, queridos alunos.

Em resposta ela recebeu alguns murmúrios. Todos estavam terminando o que estavam fazendo pra prestar atenção nela. Eu como estava com a atenção na aula apenas redirecionei para a diretora. Flávia amassou o bilhete que estávamos conversando pra ver se a professora de física tinha colocado silicone, ela estava do meu lado. Clara bocejou e encarou a diretora com o mesmo tédio que estava voltado pra aula de física. Ao lado dela Lizzie estava sorrindo e prestava bastante atenção.

Liam e Dan que estava a nossa frente, bocejaram e se espreguiçaram acordando por terem dormido na aula toda. James sacudia Oliver tentando acordar o mesmo, mas isso parecia ser algo impossível, sorri pra ele em compreensão.

- Vim dar uma noticia que pode ser interessante pra vocês. O conselho estudantil decidiu que vocês precisão se conhecer melhor.

- Mas eu conheço muito bem algumas garotas. – Oliver comentou.

- Imagino que conheça sr. Fiery. Mas quando o grêmio estudantil falou em conhecer, ele queria que vocês conhecessem de outra forma. – ela falou sorrindo pra ele. – Por isso vocês passaram uma semana no sitio do colégio. Iremos na segunda, visto que hoje é quinta-feira e estamos no fim dessa semana. Vocês precisam da autorização dos pais e maiores informações no bilhete. E se preparem quando chegarmos lá teremos uma tarefa surpresa. Tâmara, - ela se dirigia à professora de Física. – por favor os bilhetes.

A professora entregou a cada um, um bilhete tamanho de folha A4, atrás havia um pequeno bilhete com a autorização escrita.

Senhores Pais ou Responsáveis,

Visando sempre o bom entendimento entre alunos e funcionários, bem como professores, de nosso colégio, viemos por meio desse comunicado expressar o nosso novo projeto.

Projeto este que inclui uma ida ao Sitio do Colégio, onde os alunos, apenas aqueles que cursam o segundo ano do ensino médio, ficaram alojados durante uma semana. Estaremos disponibilizando, seguranças, instrutores, professores, além da diretora e do grêmio estudantil, para manter a segurança de seus filhos. A baixo segue o cronograma, para que vocês tenham total entendimento do que será proposto.

Dia 1. – Saída do colégio as seis e meia em ponto. Chegada ao Sitio às dez horas. Almoço. Tarde para desfazer malas e conhecer o sitio. Janta e fogueira.

Dia 2. – Durante a manhã trilhas pela propriedade. Depois do almoço algumas atividades perante confiança. Noite livre.

Dia 3. – Trabalho com os animais e divisão dos alunos para a tarefa surpresa.

Dia 4. – Gincana. Os alunos serão divididos e durará o dia inteiro.

Dia 5. – Manhã livre para ir a piscina e à tarde trabalhos em grupos.

Dia 6. – Tarefa surpresa e o tempo que sobrar livre.

Dia 7 – Fazer as malas. Almoçar. Aproveitar o Sitio a tarde e saída prevista para as 5 da tarde.

Pedimos a maior compreensão dos senhores pais e deixem seus filhos irem. Re-salto que é de extrema importância para podermos ter um bom trabalho durante o ano. Além do fato de que as atividades não contem custo algum para as famílias e de ser um tempo em que os alunos irão aproveitar e jamais se esqueceram.

Coloco-me a disposição para eventuais duvidas, basta que os senhores liguem para o colégio e peçam para falar comigo.

Helena Tresky
Diretora.

O pequeno papel que estava grampeado na parte de trás apenas era a autorização que deveriam entregar até sexta feira segundo o próprio bilhete.

- Isso vai ser demais! – Oliver comentou. – Todas as gatas possíveis de biquíni.

- Oliver, se liga, a gente mal vai usar a piscina. – James deu um pedala nele. – Vocês vão?

- Certo que isso. – Dan e Liam fizeram um Hi-fi.

- Se minha mãe não deixar descolo com meu pai. – Clara deu de ombros, fazendo eu e a Flávia soltar uma risadinha.

- O pai libera de boa. – Flávia respondeu.

- Lola? – James perguntou olhando pra mim.

- Tenho que ver. Só tenho minha mãe, e ela ta bem entretida com a nova família. – eu comentei.

Julieta havia nascido. Eles já tinham se mudado pra nova casa que tinha o meu quarto mas era como se aquilo não fosse pra mim. Luxo demais, empregados demais, carinho de menos. O acampamento e minha casa com as garotas eram sem duvida mais afetuoso. Minha família finalmente pode falar que uma filha de minha mãe era a cara dela, coisa que ela fazia questão de exibir a todos. Peter e ela finalmente tiveram a filha loira de olhos claros que tanto sonharam.

Meus avós às vezes me ligavam, pareciam os únicos da minha família que ainda lembravam da minha existência. Vovó sempre mandava algum bolo ou doce que ela tinha feito para mim. Só que não era como Clara. Meu pai deus era um completo mulherengo, deus dos solteiros, nunca que eu receberia atenção para colocar o nome dele no meu bilhete de escola. Além do mais, eu nem pediria. Iria atrás da mamãe, se ela não assinasse, adeus passeio.

- Lola?! Lola?! – meus amigos passavam as mãos na frente do meu rosto.

- Desculpa, gente. Viajei agora.

- Sua sorte que a Tâmara desistiu da aula. – Flávia deu de ombros. – Lizzie acaba de perguntar sobre seu pai.

- É uma longa história. – eu disse mordendo o lábio inferior. Não estava a fim de falar dele.

- Temos tempo para uma longa história, é período duplo. – ela disse puxando a cadeira mais para perto e dando um sorriso cúmplice.

- Eu o vejo no verão, e já é raramente. – comentei. – Ele sempre ta muito ocupado.

- Não parece uma longa história, você tem irmãos?

- Tenho. – respondi evasiva.

- Lola... Acho que Flávia, Clara, Dan e o Liam, já sabem da história. – ela comentou. – E eu e James não vamos comentar nada, Oliver pode até ser um babaca presunçoso, mas to vendo dia que uma garota vai amarrar ele, bom... nem ele vai comentar nada. – ela falou.

- Liz, é que bom, eu me dou bem com eles e tal mas é estranho saber que tem meios-irmãos e se dar melhor com eles que com o seu pai. É mais fácil eu vê-los do que ver ele. – aquilo estava parecendo psicologia.

- Interessante. Ele trabalha demais? – ela perguntou.

- Negocio de família. – eu respondi.

- Família grande e tradicional? – ela parecia entender tudo.

- Exato. – não deixava de ser, não é – Empresa da família.

- Entendo. – ela disse chateada.

- Flá, eu vou pra casa da minha mãe depois daqui está bem? – ela assentiu

- Precisa de carona, flor? – ela disse sorrindo.

- Não, pego o ônibus mesmo. – eu falei insegura. Não sou de andar de ônibus. Talvez me perca nas estações.

Liam olhou pra mim e viu minha cara de confusão.

- Eu te levo lá. – ele falou pegando a minha mão – Aproveito vou pra casa e depois te pego e vamos para a sua casa.

- Não sabiam que já estavam nessa fase. – Oliver falou, me deixando corada.

(...)

A casa ficava em uma rua onde só havia outras casas. Era estreita e bastante arborizada. Quando Liam parou na frente de uma casa eu fiquei assustada. Era enorme parecia uma mansão, com um jardim na frente e portão com interfone prateado.

- Não pode ser essa. – eu falei.

- É sim. Pelo papel que tu me deu. – ele falou olhando o bilhete – É essa sim.

- Deuses. – murmurei olhando a casa de novo.

- Vai lá, Lola. Fala com eles. – ele falou.

- É eu vou. – peguei minhas coisas do banco de trás. – Até mais. – dei um selinho nele e sai do carro.

Toquei no interfone e uma voz desconhecida falou. “Quem deseja?”, revirei os olhos e respondi o mais ríspida possível .

- Lola Lutz.

- Um segundo senhorita Lutz.

O barulho irritante de portões eletrônicos sendo aberto foi estridente e logo o portão em que eu estava parada abriu. Assim que passei para dentro da propriedade e fechei o portão vi o Audi de Liam arrancando. Caminhei pelo caminho que levava a casa de cabeça baixa. O jardim era bonito e a casa majestosa, muitas flores e todas as janelas estavam com grandes cortinas não dando para ver de dentro. Mas na parede da frente tinha uma parte de vidro que mostrava uma escada enorme, mas que parecia inabitada, era no segundo ou no terceiro andar.

A porta estava aberta e eu entrei sem bater mesmo, já deveriam estar me esperando. Dei direto em um hall em tons pasteis com um aparador com um vaso de gérberas laranjas e vermelhas. Caminhei mais um pouco e dei direto com uma escada, toda forrada com carpetes beges impecáveis e com três degraus que davam em uma sala. Toda de mogno decorada com moveis pretos e sofás brancos, sem televisão ou qualquer coisa do tipo. Eram sofás, estante, mesa de centro, quadros e fim. Ah! Desculpa me esqueci minha mãe estava sentada ali e tinha um sorriso amável no rosto.

- Filha! – ela se levantou e me abraçou.

- Bom te ver mãe. – falei com a voz rouca, eu sentia saudade dela, abraçá-la me fez ter vontade de chorar.

- Vem, vamos conhecer a casa. – ela me puxou para o lado oposto da sala.

- Mãe, não... eu só... – tentei falar.

- Por favor? – ela me encarou com aqueles olhos suplicantes de mãe.

- Tudo bem. – dei um sorriso fraco.

Na cozinha uma mulher – Meg segundo minha mãe – trabalhava com uniforme impecável. A cozinha era toda de inox com uma ilha no centro, o sonho de consumo da minha mãe finalmente tinha se realizado. Depois ela me arrastou escada acima, um corredor extenso com uma porta no fundo e por volta de umas seis, três de cada lado.

- Lola é tão bom que esteja aqui.

- Mãe... admito que eu não tinha planos de vir aqui tão cedo, então vamos continuar o que quer que estejamos fazendo, e eu preciso falar contigo. – eu falei séria.

- Claro. – ela sorriu fracamente.

Vimos primeiro as portas da direita. A primeira era o escritório do Peter. Um cômodo não muito grande e de tom marfim. Uma cadeira grande, com uma mesa, e duas cadeiras, um tapete bonito e grandes arquivos. A parede do fundo era de vidro, mas a persiana estava fechada.

- É uma pena que Peter não está aqui, ele adoraria te ver. – ela falou fechando a porta e eu assenti levemente.

A seguinte era um quarto de hospedes. Simples uma cama de casa, todo em tons de azuis e uma porta para um banheiro. A ultima porta era a de uma biblioteca grande. As estantes cobriam todas as paredes que tinham alguns livros já postos e algumas caixas no fim da sala. Havia quatro mesas de leitura com pequenas luminárias.

Voltamos para o inicio do corredor e ela abriu a primeira porta. Uma sala com brinquedos. Casinhas, bonecas, jogos didático, uma televisão a cabo.

- É onde sua irmã passa mais tempo. – ela falou sorridente.

Deveria ser, as paredes eram rosas, e a do fundo, tinha o desenho provavelmente feito por um artista direto na parede de flores e uma frase de Romeu e Julieta na parede escrita com letra cursiva. “O que é que há, pois, num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem.”  Nenhum pouco sugestivo, afinal o nome da minha irmã era Julieta.

A porta do meio era um outro quarto. Estava todo escuro e tinha um pequeno berço. Minha mãe colocou a mão na frente da boca em sinal de silencio e entramos devagar. Tinha moveis brancos, por ali, todos forrados, o carpete era branco e as paredes no mesmo tom de rosa. Tinha outra frase de Romeu e Julieta, “Algumas quedas servem para que levantemos mais felizes.”

Uma garotinha linda, não posso negar, minha irmã era linda, de cabelos loiros cacheados, usando um pijama branco de bolinhas, dormia. Estava com o bico na boca e agarrada a um ursinho de pelúcia. Sorri instintivamente a olhar a garota. Minha mãe esperou um tempo até que me guiou para fora e abriu a ultima porta.

O quarto dela, este em tom de verde. Como os outros quartos uma suíte, mas não posso deixar que um aperto no peito me atingisse. Não haviam se lembrado de mim. Meus olhos marejaram e se encheram de lagrimas, eu queria ir embora mas precisava da autorização.

- Falta só mais uma coisa. – minha mãe falou fechando a porta do quarto e me posicionando na frente da porta que dava de frente com a escada.

Ela pegou na minha mão, colocou uma chave e desceu as escadas rapidamente. Encarei a porta. Coloquei a chave na fechadura e abri a porta.

Era pequeno, mas era perfeito. Uma cama de casal com uma colcha roxa era a primeira coisa que se via, armários embutidos na parede e pela primeira vez, aquela janela não tinha cortinas. Era enorme e tinha uma elevação forrada com almofadas, de forma que sentada ali eu via os fundos. O sol entrava fortemente e as lagrimas que eu segurava pra não cair, já tinham ido há muito tempo. Mesmo assim ainda tinha uma porta que eu julgava ser o banheiro. Este também era decorado no mesmo tom de roxo.

Confesso que fiquei um pouco decepcionada, Julieta tinha dois cômodos e eu tinha um quarto minúsculo, menor que o de brinquedos dela. Talvez eu estivesse sendo uma garota mimada quando bati na única parte da parede que não tinha armários, mas nunca descobriria que ela era oca. Tinha uma pequena fechadura e era compatível com a chave que eu tinha.

Assim que girei viu um pedaço de uma escada. Ela era em “L”. Assim que subi, dei de cara com a parede de vidro que eu tinha visto na entrada e que era sem cortinas e que dava para uma escada.  Terminei de subir as escadas e não pude deixar de chorar mais. Tinha uma parede de vidro enorme também sem cortinas. Nas paredes trechos dos meus livros favoritos. Um mural com fotos minhas de todos os tempos, fotos que eu desconhecia. Algumas fotos me chamaram atenção. Era eu, acho que era, pelo menos estava no mural. Um bebe, de alguns meses, num colo de um rapaz sorridente. Com um sorriso perfeito, óculos Ray-Ban e nos auge de seus vinte e poucos anos. Estavam num parque com o sol a pino, como se ele estivesse feliz. A garotinha ria. Usa um vestido amarelo, com margaridas brancas. Era a foto de centro do mural, todas as outras pareciam girar em torno dela. Me prendi por algum tempo e logo voltei ao quarto.

Uma estante repleta de livros. Livros que eu tinha deixado em casa e nunca tinha ido buscar. Livros de contos de fadas e coisas do tipo. No outro canto uma televisão, pufes, mas isso não importava. Em um canto, em cima duma mesa discreta. Ao lado do telefone tinha um livro com uma boneca em cima. Minha boneca preferida.

Ela era simples, como bonecas antigas, nada como as que Julieta tinha lá em baixo. Como bonecas quase reais, e que se uma delas estivesse no berço, eu provavelmente confundiria com a minha irmã. Ela era de pano. Tinha cabelos morenos e um sorriso inconfundível.  Eu a arrastava pra tudo que era lado, mas achei que tinha a perdido. Nunca entendi por que o afeto com a boneca, ela parecia tão especial, não era como as barbies e seus corpos artificiais e seus namorados necessários. Era como se a gente se completasse.

Em baixo dela não era um livro. Eram dois, livros que tinham marcado a minha vida, e que eu achava ter perdido. “O senhor Sol” que contava a história do sol e de como ele era importante para as plantas e tudo mais. E um livro “Mitologia para Iniciantes” contava todas as histórias e foi ele que me deixou fascinada nesse mundo. Além do fato de meu pai ser um deus grego. Legal, sem duplo sentido gente, é no sentido literal mesmo.

Tinha uma carta ali e eu me sentei na poltrona que estava de frente pra televisão para ler.

Oi filha.

Eu não sei ao certo quando você vai ler isso, mas acredito que você não demorou muito para descobrir essa sala. Eu pedi pro Peter para te dar esse quarto, achei que se você precisasse de um lugar pra se esconder, eu poderia te ajudar. Só nós duas sabemos desse lugar, e se você quiser contar para alguém, vou deixar ao seu cargo.

Eu sei que você achou ter perdido a boneca e os livros, mas quando você tinha uns doze anos, você fez uma cápsula e enterrou lá no sitio, eu achei que seria bom deixar essa surpresa pra você. Eu não vou pedir pra que volte para morar aqui, você está bem com as garotas, só que se você quiser passar um tempo aqui em casa, seria perfeito. Eu já errei muito e já te perdi vezes demais, não posso mais viver com isso.

Bom eu achei isso e a caixa que estava na estante, eu não abri, e vou deixar também você decidir o que fazer com ela.

Sua mãe.

Eu chorava muito, sem conter as lágrimas. Não tinha cortinas e o sol estava a pino, era o sol do meio-dia mas eu não tinha fome, o quarto estava aconchegante e algo dentro de mim me mandava sorrir, eu precisava sair dali imediatamente. Algo estava me confundindo, burlando meus sentimentos.  Desci as escadas torcendo para não ser vista por ninguém do jardim. Entrei no banheiro lavei meu rosto. Peguei meu celular e mandei uma mensagem pro Liam.

De: Lola

Para: Liam

Me busca em vinte minutos. Beijos.

 Peguei meu material e fui até a sala. Não tinha ninguém. Merda. Fui na cozinha e minha mãe falava com a Meg e tinha Julieta no colo.

- Diga oi para sua irmã, Ju. – minha mãe virou a garotinha pra mim.

- Pode assinar isso pra mim? – eu entreguei o papel.

- Um minuto, pegue sua irmã aqui, que vou pegar os meus óculos. – ela disse indo escada a cima.

Uma garotinha me olhava curiosa, eu nunca a tinha visto, só de passagem. Quando minha mãe ia la em casa e ela estava no banco de trás do carro em uma cadeira cor de rosa. Ela tinha olhos azuis, e sorri ao pensar que ela poderia ser uma meio-sangue.

Talvez Peter não tivesse sorte, ou talvez tivesse. Aquela garota era filha dele com certeza, mas seria hilariante se fosse de Apolo ou talvez de Poseidon. Calma, não estou sugerindo nada. Mas o apelido que meu pai deu para Peter cairia perfeitamente naquela hora, otário. Ele seria otário demais. Só que com sorte Julieta seria uma mortal, sem novidades, apenas uma garota normal sem qualquer chance diferente. Estudaria numa escola pacata e se formaria em Odontologia, sem graça, e irritantemente normal. Com sorte, meu mundo não tem muita sorte. Mas é o mundo dela certo?

Quando eu comecei a rir pela minha confusão mental, ela riu junto. O que me fez ter grande afeição por ela. Gosto de pessoas que sorriem. Minha mãe voltou com os óculos leu o bilhete e assinou me entregando.

- Vai ser legal. – ela disse sorrindo.

- Obrigada. – disse entregando meu fichário para que ela colocasse dentro. – Espero que seja.

- Quer um pedaço de bolo? – eu assenti – Vou pegar uma Coca, espera. – ela disse tirando uma lata da geladeira e cortando um pedaço de bolo.

- Obrigada. E desculpa, eu só quero conhecer o mundo sozinha. – eu falei sentida.

- Eu entendo, mas venha me ver de vez enquanto.

- Esta bem, mas por causa da Julieta. – disse ainda com minha irmã no colo. E brincando de apertar o nariz minúsculo dela.

Assim que terminei meu lanche. Eu ouvi a buzina do carro do Liam.

- Custava ter ligado? – murmurei pra mim.

- Quem é? – minha mãe perguntou para Meg que estava na rua, assim que ela abriu a porta.

- É um garoto em um Audi, senhora. – Meg falou entrando em casa.

- É o Liam, mãe. – falei saindo pela porta.

- Oh! Querido quanto tempo a gente não se via! – ela disse porta afora abraçando o Liam que já tinha entrado no portão.

- Ta legal, mãe. O namorado ainda é meu. E a gente vai indo. – falei olhando pro Liam.

- Tudo bem. Mas quem é essa gracinha no seu colo? – ele perguntou pegando a Julieta e brincando com ela.

- Minha irmã, seu tonto. – respondi e levei um beliscão da minha mãe e ela falando no meu ouvido.

- Deixa, ele é bom com crianças vai ser um ótimo marido.

Olhei pra ela com uma sobrancelha erguida.

- Ele me pediu em namoro, não em casamento! – falei alto, provocando uma risada do Liam. E um comentário dispensável.

- Ainda. – ele falou. – Você vai ser a senhora Winer em breve.

Ele entregou Julieta para minha mãe e entramos no carro.

- Não vou, não. – falei dentro do carro.

- Não vai o quê? – ele disse prestando atenção na estrada.

- Ser a senhora Winer em breve. Tenho quinze anos e sou virgem. – justifiquei.

- Não entendi nada, o que ter quinze anos e ser virgem tem a ver?

- Não caso virgem, minha mãe disse que é um desperdiço. E não caso nova também.

- Em breve, não significa amanhã. E ser virgem... bom a gente tem bastante tempo. – ele provocou me fazendo revirar os olhos e soltou uma risada.

Liguei o radio. Estava tocando Marry You, do Bruno Mars. Ele começou a cantar a musica tentando me provocar, pelo assunto que havia sido “discutido antes”, mas logo estávamos os dois cantando, ele desafinado e eu um pouco afinada, afinal estávamos gritando. 


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Notas finais do capítulo

Hey. I'm back. Atrasada. Com ameaças de morte. Uma melhor amiga buzinando nos meus ouvidos, mas eu voltei. Terceira temporada, ai ai, algo me diz que vai ser minha favorita. E logo no primeiro capítulo já tivemos algumas coisas subentendidas, desde nossos novos amigos, até a irmãzinha da Lola. E bom essa temporada vai ser mais superficial mesmo, mas vai ser divertida também. Ainda mais com a excursão que tá pra vir. Ai gente são duas da manhã, do dia 10 de fevereiro. Peço desculpa pelo atraso, e agradeço a todos que ainda me acompanham e gostam da fic. Prometo que muitas coisas nessa temporada ainda serão reveladas e muitas coisas que ficaram subentendidas tanto nas outra quanto nessas devem ser explicadas. É nossa penultima temporada, e ultima antes da grande profecia. Tá falei demais já. Meu primeiro capítulo no Nyah e espero reviews. Por que o botão não morde, ele foi bem adestrado. Valeu galera? Beijos.



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