Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 40
Bem vindo... ao mundo traiçoeiro.


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpe por não vir ontem. Não vou arranjar inúmeras desculpas, só vou dizer que estava sem inspiração e sem tempo. Mas vim hoje!



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Não sei ao certo, por que me surpreendi com tal revelação. Nunca a vida de um meio-sangue seria tão simples, como ir atrás de uma ex-campista.

- O que mais tem? – perguntei.

- Vocês já ouviram falar de Fobos e Deimos? – ele perguntou.

- Sim, - disse Dan. – são nomes dos satélites de Marte. – ele respondeu.

Nunca tinha parado para saber o nome dos satélites naturais de Marte. Era algo tão interessante quanto saber qual a quantidade de pelos da Srta. O’Leary.  Resumindo nula.

- Bem está certo, e quem é Marte? – Quíron perguntou. Essa era a hora das charadas onde ele nos explicava o mundo com meias respostas.

- Um planeta? – tentou Flávia.

- Também... – comentou.

- Marte, não é Ares, só que na mitologia romana? – perguntei.

- Sim, exatamente, consequentemente Fobos e Deimos são seus filhos... – ele explicou. – Irmãos de Clarisse. Eles não são os exemplos de honestidade. Eles estão do lado do medo e do terror. Isso seria a tal guerra esperada, Olimpo VS Semi-Deuses. Eles ajudaram, alguns irmãos deles, campistas, a chegarem até a Clarisse... e bem... não sabemos onde ela está nem onde Michael foi parar.

- Legal, uma missão às cegas. – disse irônica.

- Bem, Srta. Lutz. – Quíron falou – Não é bem uma missão as cegas, não é mesmo? – mais uma resposta com perguntas. – Boa sorte. Sugiro que partam pela manhã, agora vamos para o refeitório, nossa reunião demorou mais que o esperado.

E assim ele se ergueu sobre as quatro patas e saiu da sala. Olhei para cada um dos rostos presentes naquela sala e demorei-me mais em Liam. Ele tinha um semblante preocupado e fitava o nada.

- Vamos, de nada vai adiantar pensar nisso agora. – comentei me levantando.

Saí da sala e nem vi quem tinha se levantado também. Só que ficar ali não seria a melhor opção para mim. Caminhei até o refeitório que agora estava mais vazio que nunca. Benjamim, nem Miranda estavam na mesa de Apolo. Eles deveriam ter saído na missão que iria até os irmãos Stoll.

Depois de ter sentado numa mesa que era lotada no verão e tão solitária no inverno, uma ninfa colocou um prato de massa na minha frente. Levantei e fui até a pira que queimava fogo grego, repetindo a oferenda que fazia todos os dias desde a minha chegada. Joguei metade da comida em nome de meu pai, além do mais estava sem fome alguma.

Sentei à mesa e comi, era horrível estar sozinha e olhei para Clara, assim como eu ela estava sozinha na mesa, Nico tinha saído também, eu acredito. Ela deu um sorriso simples em resposta. Terminei de comer e fui andar pelo acampamento, tinha um tempo até ir para o Chalé.  Fui até o Acampamento de deuses menores, eu queria conhecê-lo melhor, sempre que fui até lá tinha pressa e nunca o observei bem.

Atravessei uma curta linha de arvores e lá estava ele. Com os seis chalés que possuía. Três de cada lado e um refeitório no fundo.

- Hey! – alguém vinha em minha direção. – Lola! – chamou-me.

- Gabi? – questionei.

- Talvez sim, talvez não. – certo, era ela mesmo, a filha de Jano. – O que te traz aqui? – perguntou.

- Vim ver como é. Nunca venho para cá... – comentei.

- Hm. Certo. Quer ajuda? – propôs.

- Pode ser... Que tal você me dizer de quem é cada Chalé?

- Tudo bem. – ela acabara de chegar do meu lado. – Você sabe que tem até o Chalé 13 do seu lado do acampamento né? – assenti. – Bem aqui começamos do chalé 14. Que é aquele ali. – apontou.

O chalé era vermelho, não de um jeito sombrio como o de Ares, mas de uma maneira aconchegante. Tinham varias labaredas o enfeitando, era rodeado por tochas e no teto uma grande fogueira.

- De quem é? – perguntei.

- Héstia. Por dentro é fantástico! – comentou. – Numero 15. – apontou para outro em seguida.

Ele era marrom escuro, sem muitos detalhes. Tinha uma balança em cima.

- Certo, não tenho a menor idéia. – comentei.

- Nemesis, deusa da vingança e da ética. Nunca entrei nesse, tem poucos campistas e não os vejo a tempos. – comentou. – O chalé 16, você já conhece.

Era o de Íris, colorido. Mas nunca havia reparado que as janelas pareciam poças d’água e mostravam arco íris nelas, não importando a hora do dia.

- É maravilhoso mesmo. Chalé 17. – apontou para outro.

Esse era roxo escuro, com raios cinzas pintados nas paredes. Não tinha a menor idéia de quem era, sem duvida o acampamento de Deuses menores era confuso.

- Hécate. Os filhos dela vivem brigando, são piores que os de Ares. – ela disse.

Anotei mentalmente em pesquisar de que ela era deusa, mais tarde.

- Chalé 18. – apontou.

O chalé continha duas portas e não tinha janelas. Por fora era amarronzado.

- Jano? – sugeri rindo.

- É, pode parecer simples mas é enorme por dentro. Assim como tem duas portas do lado de fora que representam escolhas, lá dentro têm muitas outras. Vivemos dentro de um labirinto todo o dia. – sorri ao ver como ela falava do Chalé. – Por fim, mas não menos importante Chalé 19.

Era um chalé simples de acampamento, pintado de azul meio arroxeado.

- Morfeu? –perguntei.

- Não fale com esse desgosto, minhas fontes disseram que o Chalé é perfeito por dentro. Inúmeros sofás e camas e bem o chão parece um enorme e fantabuloso colchão.

- Legal. – disse sorrindo. – Os chalés de vocês são mais legais que os nossos. –comentei.

- Não são – ela respondeu séria. – A diferença é que aqui os deuses são mais simples que os de lá, o que faz com que decorar um chalé seja algo simples e ao mesmo tempo diferente...

- Deuses, nunca pensei nisso. – comentei. – Bom vou voltar, missão. – revirei os olhos.

- Missões são legais. Mesmo que eu nunca tenha ido a uma... Boa sorte... – algo me dizia que missões nunca eram dadas para os filhos dos deuses menores...

Voltei pensando nisso, entrei no Chalé um pouco chateada, me sentindo sozinha.

Só que não foi consolo algum ir para um chalé vazio. O chalé que era símbolo de bagunça, musica, poesia, estava vazio. Não dava para ouvir uma musica tocada extremamente bem, nem uma pessoa declamando poesia.

Deitei na cama, cobri-me e pensei. Ficara totalmente vazio, tão logo o Sol nasça. Irônico, não?!

(...)

Mais uma missão nos esperava. Dessa vez uma mais complicada, de feitio sombrio. Não sabíamos para onde ir, estávamos cegos. Peguei a mochila que eu costumava levar para viagens, ela já continha as dracmas, ambrosia e néctar. Além de uma muda de roupa, espada, punhal e minhas flechas.

Iríamos partir cedo, então todos esperávamos na colina, depois de um tempo esperando, vimos que Quíron não apareceria tudo que foi preciso dizer, foi dito na noite anterior.

- Primeiro, precisamos saber para onde vamos. – comentou Clara. – Devemos ir atrás de Fobos e Deimos, eles nos indicaram para onde devemos ir.

- Clara, odeio ser estraga prazeres, mas como saberemos onde eles estão? – perguntei.

- Lola, esperava mais de você. – disse sorridente. – São os deuses do caos, do medo, do tumulto, onde há um desastre, lá estão os dois.

- Faz sentido. – comentou Flávia.

- Obvio que faz! – disse o Dan. – É a Clara!

Isso fez com que todos revirássemos os olhos.

- Onde foi visto caos pela ultima vez? – perguntei olhando para ela.

- Preciso de um jornal... – ela respondeu.

(...)

Estávamos no subúrbio de Nova York. Comprar um jornal não estava nos meus planos. Eu estava com fome, comer, sim, isso estava nos meus planos.

- To com fome. – falei.

- Hm. Somos duas – comentou Flávia.

- Tem uma lanchonete na próxima esquina, ta valendo? – perguntou Dan, em resposta assentimos.

Era por volta das três da tarde e ainda não tínhamos comido. Então quando o Dan falou em lanchonete eu peguei a mão da Clara e a reboquei até a lanchonete. A frente parecia normal, como qualquer outra os vidros eram fumê então não dava para enxergar dentro. Entramos. Minha cara de choque era visível por que até Clara passava a mão na frente de meu rosto.

O lugar era fantástico, principalmente se você é um meio-sangue. A nevoa ali deveria ser forte demais por que nada explicava a quantidade de mortais comendo e sendo servido pelas criaturas mágicas mais improváveis. Toda o interior era pintado de azul, alguns quadros mostravam momentos de histórias mitológicas. Mesas redondas de todos os tamanhos. Um jukebox em um canto e um balcão do lado esquerdo de quem entra.

- Isso é demais. – sinalizei ali para dentro.

- Certo. Não sei o quão perigoso isso pode ser, então não comam nada, valeu? – disse Clara.

Caminhamos até o balcão e nos sentamos lado a lado. Três mulheres atendiam no balcão enquanto as mais variadas criaturas atendiam as mesas, sátiros, ninfas, centauros...

- Bem Vindos. – falou a primeira nos dando cardápios.

Os cardápios continham desde comidas mortais a comidas dos deuses, como néctar e ambrosia.

- Como vocês servem néctar e ambrosia para mortais?! – exasperou Clara.

- Não servimos. – a segunda deu de ombros como se aquilo fosse resposta. – Mas o que trazem meio-sangues até aqui? É bem difícil encontrá-los por está parte de Nova York.

- Precisamos de um jornal. – comentei.

- Jornal?! – perguntou a terceira.

- Sim, é que precisávamos olhar uma coisa. – completei.

- Oh! Não temos jornal. Mas aquilo serve?  – ela apontou para um canto. A mesa tinha dois computadores e uma placa em cima dizia.  “Exclusivo para clientes” .

Os meninos se levantaram e foram para lá. Eu continuei sentada ali com Flávia e Clara, cada uma de um lado meu.

- Qual os seus nomes? – perguntou Flávia.

- Por que sempre as mesmas perguntas? – suspirou a primeira. – Meu nome é Aglaia. – ela aparentava ser a mais nova. – Está – apontou para segunda – é Tália. Eufrosina – por fim assinalou.

- Hey, vocês são Graças? – perguntei.

- Sim. – respondeu Tália. Ela apontou para o cardápio onde podia se ler.

“Lanchonete Graciosa” que nome infame pensei, mas não comentei nada.

O silencio instalou no lugar onde estávamos.

- Achei! – gritou Liam. O grito dele não alterou ninguém ali, as pessoas continuaram a comer sem falar nada.

Descemos rápido dos bancos altos que ficavam no balcão e fomos até perto deles. No computador a seguinte noticia seguia.

“Esta manhã, centenas de pessoas que faziam o caminho para o seu trabalho foram interrompidas de forma brusca. À parte da ponte que dá acesso ao Brooklyn foi fechada por altas chamas. Muitas pessoas se desesperaram e se jogaram da ponte causando dez mortes, dezessete a menos que na época da construção da ponte. Outras na pressa para fugir acabaram fazendo um engavetamento de carros, impossibilitando a saída de qualquer pessoa mesmo que a pé. Os autores do atentado estão foragidos, ficaram na ponte até a chegada dos bombeiros, via helicóptero, quando fugiram em duas Harley Davidson. Não se pode dizer ao certo para onde foram, apenas que estão em algum lugar do Brooklyn”.

Conseguimos conversar com algumas pessoas que ficaram presas na ponte.

“Foi horrível, as pessoas começaram a se desesperar e não podíamos fazer nada. Algumas pessoas se jogavam da ponte e outras iam dando ré e batendo umas nas outras” falou Carmilla de 20 anos. “Eu estava paralisada não conseguia ver nada, a única coisa que via era o meu pior medo, o fogo se alastrando por todo o Brooklyn e queimar a minha casa”. 

Como podem ver para muitas pessoas foi uma manhã desastrosa.

A matéria encerrava assim.

- Estamos no subúrbio, - comentei. – em qual parte?

- No Brooklyn! – exclamou Flávia sorridente – Você é um gênio!

- Nem sabia que era o Brooklyn... mas sim eu sou um gênio. – falei.

- Como não?! – exclamou Dan.

- Alô! Garota do Sol, aqui! – exclamei.

- Isso já sabemos. – comentou Liam.

Dei um tapa na testa.

- Sou da Califórnia, gente! – gritei.

- Wow. Filha do Sol nasceu no Estado Dourado. Que coincidência! – comentou Dan.

- Sério, amor? Por que eu acho que de coincidência isso não tem nada! – respondeu Flá.

- Deu, chega de falar da minha vida, precisamos ir atrás de Fobos e Deimos. – interrompi antes que aquilo virasse uma terapia em grupo.

Saímos da lanchonete sem comermos nada. Eu estava com fome. Clara não tinha me deixado comer nada, segundo ela o mundo em que nós vivemos é traiçoeiro demais, e quando falo nós, falo de mim, Clara, Flávia e outros meio-sangues, não do seu mundo mortal.  Estávamos andando por aí. Atrás de algumas motos Harley Davidson, devo acrescentar. Ao mesmo tempo eu reclamava que não tinha comido nada.

- Lola, entenda! – ralhou Clara pela milésima vez.

- Já sei! Estamos num mundo traiçoeiro. – repeti o que ela dizia sempre.

- Vou lhe explicar. Lola, se você vai até o Cassino Lótus, e come uma bendita Flor-de-Lótus, você não sairá de lá, tem pessoas presas lá a mais de cem anos é como se o tempo não passasse. Imagina o que poderia acontecer lá? Se você se alimenta no Mundo Inferior ou pega qualquer coisa de lá, fica presa para sempre.

- Mas comemos com Perséfone no Mundo Inferior... – lembrou Dan.

- Acredito que ela tenha trazido a comida de fora de lá. Então não estão bem presos ao Mundo Inferior. Não tenho uma boa relação com Perséfone a ponto de perguntar o por que das coisas. – deu de ombros.

Andamos mais um pouco, já deveríamos ter virado o Brooklyn de ponta cabeça. Nada. Não conseguíamos achar nada.

- Se acharmos Fobos e Deimos faremos o quê? – perguntei. – A missão não são eles... – lembrei.

- É verdade. Temos que achar Clarisse ainda... – disse Liam.

- Então? Ideias? – perguntei.

- Acho que poderíamos pensar em alguma coisa na hora, não? –sugeriu Liam.

- Isso traz decisões erradas. – acusei-o.

- Pensando demais, também. – rebateu.

- É mas também nos coloca a frente do inimigo, se protegemos todas as possibilidades. – falei.

- Improviso é para os que sabem... – ele falou.

Os outros não abriam a boca e se dependesse de mim a discussão continuaria.

- E quem sabe então? Você não é.

- CHEGA! – gritou Flávia – Vocês se amam, mas são idiotas demais para admitir isso! Então se não querem ficar juntos, também, não abram a boca! Vocês por favor só falem um com o outro pra acharem uma solução para essa MISSÃO! A VIDA PESSOAL DE VOCÊS FICA PRA DEPOIS.

- Mas... – dissemos os dois juntos.

- Puta que pariu! Eu Falei. Da próxima vez eu tomo minhas providencias.

Não me pergunte qual eram as providencias dela. Eu fiquei com medo demais para arriscar. Vai que ela abala o meu emocional e eu passo a missão inteira chorando. Nem Liam tentou, inúmeras vezes nossos olhares se coincidiram. Fui interrompida de meus pensamentos pelo Dan.

- ACHEI A SOLUÇÃO DA NOSSA MISSÃO! – exclamou apontando para ....


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Notas finais do capítulo

Valeu quem leu. Reviiews? Volto, certo, sabado que vem!



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