Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 29
Forjas para damas.


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho né? Mas to postando =)



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Tínhamos que continuar a missão. Isso foi decidido e agora dependia de nós ir atrás daquilo que fora roubado.

 

- Estamos no lugar errado... – falou Miranda. – Deveríamos estar em Samos, lá há um templo de Hera.

 

- Mas quem garante que Hera é a culpada? – perguntei.

 

- A mesma pessoa que deixou outro bilhete. – agora eu vi que ela segurava um bilhete.

 

“Eu avisei... disse para irem embora e vocês não foram. Templo de Hera”

 

Legal. Virou caça ao tesouro agora. Agora tínhamos que seguir as pistas, deixadas por alguém bem desconhecido e que roubou algo da minha tia e de meu pai. No momento, estávamos próximas ao mapa perto do cais que havia ali. Para chegar a Samos era necessário um barco. Algo não muito fácil para se conseguir.

 

- Tem um cruzeiro saindo em.. 5 minutos. – comentou Angelina.

 

- Quando não custa um cruzeiro?! – disse

 

- Não vamos pagar. – Miranda disse furtivamente e apontou para uma entrada onde se colocavam as malas.

 

(...)

 

Eu não queria. Juro que implorei para andar de barquinho de pescador, mas não deu certo. Agora estávamos entre um monte de malas de diferentes portes, grandes, pequenas, quadradas, redondas... A Flávia gemia cada vez que uma mala batia nela. E a viagem estava sendo um pouco complicada. Depois de umas duas horas sentada numa mala ridícula, florida em relevo que deixou minha bunda quadrada. A porta do maleiro foi aberta e ninguém ficou ali fiscalizando, pelo visto confiavam nas pessoas. Saímos rapidamente e ficamos olhando para o porto onde desembarcamos. Dali a alguns minutos de caminhada, por uma trilha ficava um templo dedicado a Hera.

 

O que fizemos? Caminhamos até onde tínhamos que ir, ao mínimo estávamos no caminho certo. Eu ainda tinha receio, como a pessoa que seguiríamos a ideia de que Hera a culpada... Chegamos ao bendito templo. Era uma construção típica grega com alguma criação de pavões em volta. No mínimo tenso. Entramos e no alto de um pavão de cinco metros de altura estava um outro bilhete dessa vez maior. Antes que alguém se precipitasse, saquei uma flecha, já tinhas me dez. Apontei ao bilhete, esse foi atingido no topo pela flecha e pegou na parede. Recebi um olhar “você é débil?”, da Miranda. Em alguns minutos a flecha estava na minha bolsa onde junto dela estava o bilhete. Sorri e abri.

 

Não posso acreditar que sejam tão tolos a continuarem seguindo-me. Apenas digo... cuidado em quem confiam.”

Olhei para as meninas esperando qualquer solução que me parecesse plausível, mas isso foi extremamente impossível.

 

- Confiamos em quem? – perguntei.

 

- Afrodite e Hefesto.  – respondeu Luiza.

 

- Eles são os problemas? – perguntou Angelina.

 

- Talvez. – disse Miranda.

 

- O que temos a perder? – disse Flávia.

 

Nesse instante Miranda pressionou o bracelete que ela ganhara e dentro de alguns minutos apareceu a mesma mini-van que usamos para chegar aqui. Agora o motorista era mais velho, seus cabelos escuros se misturavam com alguns grisalhos, não tinha o mesmo corpo esbelto de antes e usava abrigos, mas uma característica não importando para qual aparência ele assumia, sempre aquele sorriso arrasa quarteirão estava lá.

 

- Todos a bordo. – falou com a voz meio rouca.

 

- Quem você pegou Apollo, para estar tão animado? – brincou Flávia.

 

- Eca! Ele é meu pai ainda! – disse com certo nojo da imagem que passava na minha mente agora.

 

Eu dormi durante toda a viagem. Acordei apenas quando chegamos em um hotel no dia seguinte. 19 dias nos restavam. Era um hotel de beira de estrada mas daria para colocarmos tudo em ordem.

 

- Afrodite. – estávamos sentados em circulo discutindo o próximo passo.

 

- Ela estava com algum amante, posso jurar de pés juntos! – reclamou Clara.

 

- Pode até ser, mas o bilhete disse... – começou a Flávia.

 

- Isso ainda ta estranho. Quem deixa um bilhete? – Angelina se pronunciou.

 

- Acho que a Angel deveria voltar para o acampamento. Agora vai complicar bastante. – comentei.

 

- Não, a deixe aqui. – Luiza disse – Afrodite nos contaria com quem ela estava?

 

- Se déssemos algo para ela, com certeza. – disse Miranda.

 

- O quê? – questionei.

- Isso daí é com ela. – respondeu a Luiza.

 

Pedimos uma pizza no quarto para evitarmos qualquer contato com o desconhecido e também por que na volta não tinha nenhum restaurante sequer.

Tivemos que unir todas as camas para podermos dormir. O quarto só tinha quatro camas e éramos seis. Optamos por descobrir um possível paradeiro de Afrodite na manhã seguinte. Consegui dormir melhor que na noite passada. Mas mesmo assim foi complicado, tinha muita gente ali e o meu sonho foi confuso. “Minha mãe e Peter diziam que não precisavam mais de mim e que estavam bem com o meu novo irmão ou irmã. Que eu podia morrer e que não faria falta nem nada.” Acordei um pouco assustada, sentei na cama e coloquei as mãos na minha testa estava suando frio.

 

Nunca imaginara pensar assim da minha família, mas não pude negar que a situação ficaria difícil, só que era minha mãe ela não me colocaria para fora certo? Balancei minha cabeça como se afastasse o pensamento e me deitei de novo, para não acordar as outras meninas. Porém eu não dormi nada, me mantive acordada com medo de sonhar de novo.

 

(...)

 

Já havíamos levantado e esperávamos tomarmos uma decisão. Não sabíamos para onde ir. Ficamos no saguão do hotel, enquanto a Luiza acertava o dinheiro do quarto com o gerente. Só que algo estranho aconteceu. Uma mulher que parecia loira de farmácia de tão claro que era o cabelo, com óculos escuros, seios fartos e um corpaço entrou no hotel... cabe salientar que um hotel de beira de estrada.

 

Seus óculos foram para o topo da cabeça, seus olhos era castanhos e passavam impressão de nojo e superioridade. Foi até o balcão do gerente e falou com ele. Saiu com uma chave na ponta dos dedos como se fosse imunda. Caminhou em direção ao corredor que eu ainda não tinha passado, logo em seguida voltou. Aproximou-se da gente e falou.

 

- Poderíamos conversar? – seu tom de voz não era de pedido era de ordem.

 

Olhei para as meninas e elas devolveram o mesmo olhar de preocupação, mas não poderíamos travar uma luta ali sem mais nem menos então optamos por acompanhá-la. Fui na frente um pouco receosa, seguida de perto pelas outras. O corredor abrigava inúmeras portas com diferentes placas e com diferentes coisas escritas, ela parou na escrita Sala de Reuniões.

 

Retirou um pano da bolsa e girou a maçaneta, ai deuses ela tem toc. A sala internamente era precária, há anos parecia não ser utilizada. A mesa era de madeira e os cupins já tinham se divertido nas beiradas. Cadeiras não existiam mais, agora eram bancos por que o encosto era arriscado demais. Havia um quadro negro no fundo e não havia janelas em lugar algum. Deu-me sensação de claustrofobia, eu prefiro sem duvida alguma lugares arejados.

 

Dirigiu-se a uma ponta da mesa onde permaneceu em pé. Fiz uma força para sentar no banco. Assim como todas as outras.

 

- Proponho uma troca. – iniciou – Digo quem roubou a lira e o arco e a flecha em troca de um favor simples...

 

- Qual seria? – perguntou Luiza.

 

- Durante o período que estive fora com uma pessoa... Minha flor – era uma flor metálica –, na qual guardo algo de extrema importância quebrou uma pétala, que por sinal é essencial para poder abri-la. A única pessoa que pode consertar é Hefesto, mas ele fará muitas perguntas, as quais não posso dizer a verdade, quero que vocês se passem por dona dela e peçam para que ele conserte...

 

- O que tem ai dentro? – perguntei

 

- Não interessa. Se a flor retornar e vocês também, posso pensar em mostrar.

 

- É certo. – falou Miranda, recebendo um olhar descrente de todas nós. – És Afrodite, certo?

 

- No momento não importa. Procurem Hefesto e consertem isso. Seguindo por essa estrada tem uma oficina, atrás dela vocês encontraram o que for preciso.

 

(...)

 

Tínhamos roubado um carro e agora Miranda o dirigia, ela era a única que tinha dezesseis, não que isso importasse muito, mas me parecia mais correto. Fomos bastante atentas dessa vez, para não passarmos sem querer pela oficina. No fim descobrimos que isso seria impossível. Era o único vestígio de civilização que tinha no meio daquele mato.

Estacionamos o carro ali na oficina e um cara extremamente nojento apareceu.

 

- Qual o problema, princesas? Fugiram do castelo? – disse limpando as mãos num pano imundo de graxa.

 

- Precisamos de uma revisão geral. – Miranda ignorou o que ele falara antes.

 

- Claro, beleza, quer esperar lá dentro? – eu estava chocada.

 

- Não obrigada, ficaremos fora mesmo. – respondeu extremamente educada.

 

- Sério, Guliver deixa as meninas em paz. Vaza, irmão. Eu cuido delas. – um menino de uns dezessete anos apareceu. Ele era diferente do Guliver, olhos castanhos escuros, cabelos arruivados.

 

- Vocês são irmãos? – perguntei um pouco surpresa.

 

- Ele é adotado. – respondeu. – Não sei o que levou minha mãe a fazer isso, ela disse que precisava manter a oficina sem meu pai e eu nunca tive talento pra isso...

 

-Hm... Legal, então quem vai cuidar do carro? – Miranda insistia na ideia da revisão.

 

- Dexter! – um senhor de quarenta anos de idade apareceu. – Da uma olhada no carro das meninas. – e se virou para nós. – Vão esperar aonde?

 

- Ali atrás – Luiza apontou.

 

- Tudo bem... Ah! Sou Lucas. – se apresentou.

 

- Legal. – disse Flávia que andava meio quieta.

 

- Vocês são...? – puxou assunto.

 

- Lola, Flávia, Miranda, Luiza, Angelina e Clara. – falou a última.

 

Saímos da oficina sem dizer mais nada e fomos para trás. Não consegui ver nada de diferente ali todos os tijolos eram exatamente iguais. Havia um quadro com um mural que parecia os horários de trabalho de cada pessoa. Só não entendi por que ficava atrás da casa. Passamos os olhos por toda extensão novamente. Mas nada ali produzia efeito. Clara caminhou até a frente da oficina e segundos mais tardes voltou com Lucas.

 

Ele foi até onde ficava o quadro e o retirou, atrás tinha uma marca de martelo, reluzindo vermelho. O problema era como ele via isso? Tudo parecia ser um modo para meio-sangues, não para seres humanos.

 

- Ninguém nunca viu nada nessa parede, então decidi por isso aqui. Quando não tem ninguém eu venho aqui pra trás pra descobrir o que é... – justificou.

 

Clara pegou um bloco que ele tinha na mão e esticou a mão para a caneta que ele segurava. Ele apenas a estendeu, ela escreveu alguma coisa no papel e o entregou de volta.

 

- Você é feliz aqui? – que diabos de pergunta era aquela?

 

- Na verdade... não. Minha mãe sumiu e agora o Dexter que é irmão dela toma conta de mim e do Guliver. – respondeu.

 

- Junte tudo que tu tem aqui e vai para esse local, que esta escrito aí. – apontou pra folha. – Use o carro e quando ele parar de andar suba a colina correndo.

 

- Como?

 

- Faz isso. Da forma que eu disse. – disse ameaçadoramente.

Ele assentiu e saiu. A Clara chegou perto do martelo e pressionou a mão. Nada aconteceu. Olhou em volta e pegou a espada de bronze e a encostou no martelo. Mais ao lado um alçapão se abriu, seguido de uma escada íngreme que descia. Ela foi à frente com a espada em punho seguido de mim, Flávia, Miranda, Angelina e por ultimo Luiza.

 

Lá dentro era quente e havia uma passagem de ferro estreita onde aos lados rios de lava corriam, era abafado e não condizia com a temperatura invernal do lado de fora. Seguimos ali e o barulho de ferros batendo, fogo crepitando, entre outras coisas.  No final havia um saguão onde alguns homens que estavam todos cobertos, não era possível ver nada de sua fisionomia, mas pela estatura eram homens. Lá no fim a mesma imagem do martelo se repetia.

 

Enquanto passávamos por todos ninguém parecia notar a gente, ou simplesmente não se importavam em nada se andássemos por ali. Chegamos à frente da porta e a Clara repetiu o ato que fizera antes. A sala tinha todas as paredes de pedra, lá fora as paredes pareciam de bronze. Mesas com diferentes objetos e diferentes utilidades ocupavam grande parte da sala. Mais ao fundo, um homem, negro, de grande porte nos encarava. Braços cruzados, blusa branca imunda, jeans puído e um avental preto na frente. Sentava na mesa e analisava cada passo que dávamos.

 

- Poderia saber o que traz as damas às forjas? Um lugar um tanto repugnante para damas tão belas... Mas vejo que nem o calor, nem a ausência de beleza e muito menos meus servos mecânicos – os homens que eu achara que vira antes – as afastaram daqui...

 

Um silêncio dominou o local nenhuma de nós ousava falar uma coisa que fosse. Engoli em seco.

 

- Que falta de educação a minha. Néctar? – assenti, ele não era mal educado, era rude e indelicado. Tudo era mecanizado. Então quem nos servira foi uma bandeja com rodas de bronze. – Bonitas espadas, arcos delicados e flechas fortes... Tudo um dia retorna a casa de onde saiu...

 

Nossas caras deviam ser impagáveis por isso tomei um gole de néctar.

 

- Não sabiam? Tudo que recebem é forjado aqui... não por mim obviamente, trabalho apenas com pedidos de deuses ou que julgo importantes demais para meus servos. Mas mesmo assim, forjados aqui.

 

Assentimos novamente. Era algo meio mecanizado, não, não foi uma piadinha.

 

- Então que tal eu saber o nome de vocês, acho que assim poderíamos resolver o que vocês precisam, antes que se desidratem...

 

- Lola. – disse com a garganta seca. Mas não era pelo calor ali era como um dia de verão, era por nervosismo.

 

- Clara.

- Flávia.

 

E assim as outras três meninas se apresentaram.

 

- Prazer, Hefesto. O que vocês precisam?

 

A pergunta me fizera gelar... e se ele soubesse de quem era o objeto?

 


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Notas finais do capítulo

Foi por ausência de criatividade, além do mais tenho que agradecer muiiito quem tá reviewsando por que com certeza me ajudam muito. O simples apoio de vocês, me faz lembrar que tenho que continuar e afastar essa falta de ideias.
VALEU MESMO.
Reviews? Meeereço?