Damon e Elena - Casamento de Mentirinha escrita por Emma Salvatore


Capítulo 8
Os 30 anos de Damon




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— Você realmente não pode ir conosco, Elena? – Caroline perguntou mais uma vez pelo telefone. – Tem tempo que não saímos nós três juntas.

— Desculpa, Care. Mas eu realmente não posso. Tenho que terminar de organizar a festa de aniversário de Damon. É este final de semana!

— Ah, Elena! Por que mesmo você aceitou fazer isso? Vocês nem são casados de verdade! - Caroline exclamou.

— Eu sei que não preciso. Mas eu quero fazer – expliquei.

— Bom, sendo assim. Divirta-se! – minha amiga falou com sarcasmo e desligou.

Eu ri. Com certeza diversão era o que eu não iria ter nessa tarde.

*

— Feliz aniversário, Damon! – desejei assim que ele chegou ao jardim.

Dei um selinho rápido apenas pelas aparências e ele me olhou com incredulidade.

— Elena, o que é tudo isso? – perguntou olhando todo o jardim.

— O que você acha que é? Uma festa, é claro – respondi sorrindo.

Ele olhou para mim com expressão totalmente surpresa.

— Você... Você fez essa festa?

— Sim.

Damon puxou-me para um beijo. Completamente surpresa, não pude fazer outra coisa senão retribuir.

Quando nos afastamos por falta de ar, fomos surpreendidos por Stefan.

— Parabéns, primo! – exclamou, abraçando Damon.

— Menos, Stefan. Menos – Damon resmungou, soltando-se do abraço.

— Damon, pare de ser chato – reclamei, rindo.

Caroline apareceu ao lado de Stefan e falou:

— Parabéns, Damon.

Damon e eu a olhamos surpresos. Desde quando ela adquirira esse tipo de informalidade?

— Srta. Forbes...

Caroline. O meu nome é Caroline. Não estamos no ambiente de trabalho, então acredito que possamos deixar as formalidades para trás – minha amiga firmou.

Percebi Stefan rindo atrás dela. Eu tinha uma leve impressão de que ele tinha uma parcela de culpa nisso.

Damon ainda parecia surpreso, talvez pela audácia dela, mas no fim cedeu:

— Tudo bem.

Logo depois, ele virou-se para mim e puxou-me pelo braço, me levando para longe dos meus amigos.

— Ei! Para onde estamos indo? – perguntei, tentando me soltar.

— Vamos dançar – ele respondeu sem se incomodar.

Paramos em frente ao pequeno palco que estava formado em frente à piscina. Havia contratado uma banda para tocar e nós começamos a dançar.

Apoiei minha cabeça no ombro de Damon e ele me puxou para mais perto.

Mais uma vez, nossos corpos se encaixaram como se fossem perfeitos um para outro.

— Por que, Elena? – Damon perguntou no meu ouvido.

— O quê?

— Essa festa – ele explicou. – Por que você a fez? Você não precisava.

— Eu sei – sorri em seu ombro. – Mas eu queria.

— Por quê? – ele tornou a perguntar. Parecia que necessitava ouvir a resposta.

— Não sei. Simplesmente... Ah, Damon! Eu fiz, está bem? Você gostou ou não gostou? – mudei drasticamente de assunto.

Damon afastou os nossos corpos e me beijou calmamente. Como estávamos cercados por convidados, não pude impedir. E nem sei se eu queria.

— Você nunca saberá – sussurrou com os lábios perto da minha boca.

Ele afastou-se, deixando-me um pouco tonta no centro da pista. Caroline e Bonnie vieram a meu “socorro” imediatamente.

— Elena, você está bem? – Bonnie perguntou, preocupada.

— Estou. Estou ótima – respondi, recompondo-me.

— Eu sei muito bem o que é isso – Caroline falou com uma risadinha.  – É o efeito Damon Salvatore.

— Cala a boca! – exclamei olhando feio para ela.

— Calma, Elena. Não é vergonha estar apaixonada pelo seu marido. Na verdade, é muito normal.

Oh! Tinha esquecido completamente de Bonnie.

— Claro. Só foi o jeito que Caroline falou. Como se insinuasse algo – remediei a situação, olhando para Caroline com os olhos semicerrados.

— É. Care é bem assim – Bonnie concordou, rindo.

— Mas eu não fiz nada demais – Caroline defendeu-se, rindo.

— É, sabemos – Bonnie brincou.

Ficamos alguns minutos trocando provocações e nos divertindo com isso. Mas então varri meu olhar pelo jardim. Damon não estava lá.

— Meninas, eu vou ter que ir agora. Tenho que achar Damon – comecei a me afastar.

— Mas não faz nem dez minutos que ele estava com você! – Caroline protestou. Conseguia ver um duplo sentido em seu protesto.

Apenas ignorei.

— Me desculpem – pedi, afastando-me de vez.

Procurei-o por todo o jardim, mas não o encontrei. Entrei na casa. Ele não estava na sala.

Comecei a ouvir sussurros na área da cozinha. Com cautela, caminhei até lá e a cena que vi me chocou mais do que tudo.

Damon estava se agarrando com outra mulher em cima da pia. Ainda estavam vestidos, mas percebi que seria por pouco tempo.

Meu Deus! No dia do aniversário dele?! Na festa que eu fiz para ele?! Essa era a forma de ele dizer que não gostou?! Acho que teria doído menos se ele tivesse apenas dito.

Damon desviou os lábios da boca da mulher para o pescoço, o que permitiu um contato visual entre nós duas.

— Opa! Parece que fomos flagrados! – ela falou em voz ofegante.

Ele tirou os lábios do pescoço dela e virou-se para mim.

Encaramo-nos por alguns segundos. Eu segurava minhas lágrimas com força ao ver aqueles olhos azuis tão indiferentes, tão secos, em mim.

Não deve nem ter durado nem um minuto o nosso contato visual e ele voltou a beijar a mulher à sua frente.

Abri minha boca em total espanto, mas não ousei emitir qualquer som.

Deixei a cozinha e voltei para festa tentando segurar minhas lágrimas. Acabei esbarrando-me em alguém.

— Ei! Está tudo bem? – Stefan perguntou, amparando-me.

Ele segurou os meus braços e olhou nos meus olhos. Era possível vê-los marejados.

— O que Damon fez dessa vez?

Não consegui me segurar. Joguei-me em seus braços e minhas lágrimas caíram com força total.

— Ei. Está tudo bem. Tudo bem – ele me confortou, acariciando os meus cabelos.

Eu nunca tinha chorado por Damon. Mas estava fazendo isso agora. Não sabia exatamente o porquê. Talvez pela falta de respeito, talvez pela forma indiferente com que ele me olhou. Eu não sabia explicar.

— O que ele fez, Elena? – Stefan perguntou, enxugando minhas lágrimas.

— Ele está na cozinha. Com outra mulher – tentei manter o mínimo de compostura ao relatar o que ocorrera a Stefan. – Eu sei que isso é normal. Ele tem uma mulher diferente na cama dele toda noite. Eu só achei que... Nessa festa? Na festa que eu fiz para ele? Acho que seria melhor que ele tivesse dito na minha cara que não tinha gostado.

— Vou falar com ele amanhã – Stefan avisou.

Tentei protestar, mas ele calou-me com a mão e continuou a falar:

— Mas hoje, acho que você precisa das suas amigas.

Ele me estendeu o braço e eu o segurei abrindo um pequeno sorriso. Ele me conduziu até onde Bonnie e Caroline se encontravam.

— Meninas – Stefan chamou. Elas se voltaram para nós.

— Elena, está tudo bem? – Caroline perguntou, preocupada.

— Está sim – Stefan respondeu por mim. – Ela só esta um pouco cansada depois desse preparativo todo. Talvez ela precise de um relaxamento. O que vocês acham?

Percebi o olhar cúmplice que Stefan trocou com Caroline e minha amiga não hesitou em responder:

— Claro! E eu sei exatamente o que ela precisa!

*

Acordei com um som agudo bem próximo ao meu ouvido.

Abri meus olhos lentamente e ouvi lamentos de Caroline:

— Oh, não!

— O que é isso? Por que tão cedo? – Bonnie perguntou esfregando os olhos.

Caroline desceu da cama, rastejou até o criado-mudo e mexeu em seu celular, acabando com o barulho.

— Desculpem – ela pediu. – Esqueci-me de desligar o meu despertador. Acordo todos os domingos às nove para fazer caminhada.

— Ah, Caroline! – Bonnie e eu protestamos.

Havíamos dormido muito tarde na noite anterior. Acho que passamos das 3h da manhã.

Depois que os convidados foram embora, nós voamos para o meu quarto e começamos uma gostosa noite do pijama. Assistimos a filmes, conversamos, rimos. Stefan tinha razão. Eu realmente estava precisando disso.

— Bom, mas já que estamos acordadas, o que vocês acham de aproveitar aquela piscina deliciosa? – Caroline propôs com um sorriso animado.

— Caroline, nós nem trouxemos biquíni! – Bonnie protestou.

— Ah, Bonnie. Isso não é o problema. Elena nos empresta, não é amiga? – Caroline perguntou, olhando para mim com o olhar de pidona.

Não pude deixar de rir. Bonnie me acompanhou.

Ia respondê-la, mas a porta do quarto se abriu, revelando a pessoa que eu menos desejava ver nesse momento.

— Damon! – Caroline exclamou se cobrindo. – Como você entra assim sem bater, e se estivéssemos de trajes íntimos?!

— Pelo que eu saiba, esta é a minha casa. Então não preciso de autorização de ninguém para entrar nos cômodos. Você é que deve se cuidar para que não fique a mostra – Damon respondeu, sem olhar para ela. Ele estava olhando para mim. Exclusivamente para mim. – Podemos conversar, Elena?

Embora ele estivesse perguntando, sabia que era como se fosse uma intimidação. Ele queria conversar e eu teria que escutar.

— Tudo bem – falei com um suspiro, levantando-me da cama.

Saí do quarto e fui acompanhada por Damon. Pude sentir que minhas amigas me lançavam olhares tensos.

Damon guiou-me até seu quarto e fechou a porta. Percebi que a cama estava feita.

— Sobre o que quer conversar? – perguntei.

— Ontem à noite.

— Então, nesse caso, não temos nada para falar – virei-me para sair, mas ele segurou meu braço.

— Errada – ele disse. – Temos muito que conversar.

— Sobre o que exatamente, Damon? Sobre o que você e aquela vadia faziam na cozinha? Bom, eu realmente não estou interessada! – tentei caminhar para a porta mais uma vez, mas fui impedida.

— Elena. Eu sei que você tem alguma coisa para falar. Então fale. Estou ouvindo.

Suspirei. Sim, eu realmente tinha e visto que Damon não ia me deixar sair tão fácil, resolvi botar tudo para fora:

— Eu passei o último mês todo organizando a sua festa. Cuidando de cada detalhe minuciosamente, para que tudo fosse esplêndido. Ou pelo menos para que você gostasse. Selecionei os convidados sozinha, avaliando nome por nome. Tive o cuidado de não deixar o seu tio saber. Tudo para que você tivesse uma festa boa, Damon. O que eu recebo em troca? Você se agarrando com aquele vadia na cozinha! Céus, Damon! Se você não tive gostado era só me dizer! Teria sido melhor do que ter flagrado aquela cena. Você não tinha o direito de me humilhar daquele jeito!

— Você acha que eu não gostei? Elena, eu adorei! – ele confessou. – E foi esse o problema. Eu não estou acostumado com isso. Eu não tenho festa de aniversário desde os dez anos!

Confesso que fiquei momentaneamente sem fala. Eu não sabia disso. Claro, sabia que Giuseppe não ligava para ele, mas eu pensei que a mãe de Stefan cuidasse de suas festas.

Mesmo tendo esse pequeno momento, eu não cedi:

— Não justifica você ter me deixado sozinha enquanto "cuidava" de outra. Eu deveria ser a sua prioridade.

— Eu sei – ele admitiu, o que me deixou um pouco surpresa. – Mas não vi outro jeito de fugir da situação em que você me colocou.

Situação? Que situação, Damon? Era só uma festa! Como tantas as outras que fomos! – exclamei.

— Elena, você não entende! – ele gritou, parecendo desesperado. – Não foi só a festa. Foi tudo o que a festa acarretou.

Fiz uma expressão confusa e ele tratou de explicar:

— Você agiu como uma esposa apaixonada. Preparando toda essa festa, foi isso que pareceu. E nosso casamento não deve ser assim! Droga, Elena! Nós só nos casamos por contrato! Foi tudo um acordo! Eu te pago para estar aqui! Não era nem para sequer conversarmos! Por que, Elena? Por que você tem que ser assim?

Fiquei perplexa com a revelação. Não sabia que ele gostava tanto da solidão. Eu só queria ser sua amiga.

Queria.

— Lamento muito se comecei a pensar que podíamos ser amigos – falei com voz baixa, mas cheia de sinceridade. – Eu estava muito enganada. Eu só vou te pedir uma coisa, Damon. Durante os próximos nove meses do nosso contrato, quero respeito. Combinamos que podíamos sair com outras pessoas desde que fôssemos discretos. O que aconteceu ontem à noite não foi nada assim. Só nunca mais me exponha como você fez noite passada.

Ele assentiu sem conseguir falar nada e eu saí do seu quarto.

Entrei no meu e apenas Caroline estava lá.

— Bonnie teve que sair. A mãe dela passou mal – explicou.

Assenti com a cabeça, tentando segurar as lágrimas que insistiam em cair.

Caroline se aproximou e perguntou, afagando-me:

— Vai me contar o que houve?

Joguei-me na cama e afundei a cabeça no travesseiro.

— Só quero ficar sozinha. Por favor – pedi.

— Claro – ela disse.

Logo em seguida, ouvi o barulho da porta se fechando.


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Notas finais do capítulo

E então, gente???
Será q Damon está com tanto medo assim dos sentimentos de Elena e dos dele???
O q vcs acham???



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