Damon e Elena - Casamento de Mentirinha escrita por Emma Salvatore


Capítulo 22
Mentiras


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!!
A partir desse cap, a história será narrada do ponto de vista de Damon.
Espero q gostem!!!
Ps: acho q vcs vão ficar cm muita raiva de Damon nesse cap!



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DAMON

Acordei com uma fresta da cortina aberta. Imediatamente, toquei a parte da cama ao meu lado sentindo falta de uma pessoa.

— Elena? – chamei.

Levantei minha cabeça e percebi que ela não estava em nenhuma parte do quarto.

Sentei-me e suspirei. Talvez ela tivesse se arrependido, talvez ela não tivesse gostado, talvez só agora ela tivesse se dado conta do que acontecera.

E talvez fosse melhor assim.

Noite passada, antes de cair no sono Elena tinha me dito algo que não ouvia há mais de 20 anos. Ela dissera que me amava.

Ainda bem que caiu no sono logo em seguida. Não saberia como encará-la e não estava pronto para esse tipo de sentimento.

— Bom dia! – minha cabeça voltou-se para a porta imediatamente.

Lá estava Elena, sorridente, vestindo apenas uma camiseta minha e com uma bandeja nas mãos.

— Preparei nosso café – ela anunciou, animada, depositando a bandeja no meu colo.

Tinha dois pratos com panqueca e dois copos de suco de maracujá.

Sem nenhum aviso, Elena me deu um selinho e começou a mordiscar sua panqueca. Assim, bem natural.

— Prova. Fui eu que fiz – ela pediu, apontando para o meu prato.

Sem jeito, cortei um pedaço e levei a boca. Estava maravilhoso.

— Bom – falei pela primeira vez.

Ela sorriu.

— Que bom que você gostou! Estava com medo de que passasse demais do tempo. Eu estava nervosa – Elena falou de um jeito rápido e animado.

Parecia uma menininha feliz. Seu sorriso não saía de seu rosto e quase me fizera sorrir também.

E então me lembrei das três palavrinhas.

— Elena, está tudo maravilhoso, mas preciso ir – tentei não soar rude e nem carinhoso.

Levantei-me da cama e ela se levantou junto.

— Mas já? Ainda são oito horas. E é sábado! – protestou.

— É que tenho alguns assuntos pendentes – menti enquanto vestia a calça.

Ela fez biquinho. Estava tão linda!

— Certeza de que você não pode se atrasar só mais um pouquinho? – pediu com voz manhosa.

Céus, o que essa garota tinha que podia me deixar tonto só de olhá-la?

Concentrei-me em abotoar minha camisa, pois do jeito que ela estava, poderia me fazer mudar de ideia e jogá-la na minha cama para terminar o que começamos ontem.

Mas eu não podia.

— Sinto muito. Mas já me atrasei demais – peguei o paletó e nem me incomodei de pôr a gravata. Só queria sair de lá o mais rápido possível.

— Damon – ela me parou, segurando minha mão.

— Sim?

Elena colocou suas mãos em volta do meu pescoço e falou, séria:

— Eu só quero que você saiba... Sobre a noite passada...

— Elena...

— Eu preciso falar...

NÃO!

— Eu não estava mentindo. Eu te amo, Damon. Eu te amo – ela afirmou isso olhando no fundo dos meus olhos como se me desafiasse a responder.

Droga! Ela tinha acabado de confirmar algo que eu não queria saber!

Abri minha boca algumas vezes pensando no que falar. Mas não precisei dizer nada, porque ela disse por mim:

— Eu não espero que você me isso diga de volta. Eu sei que você tem alguns problemas em relação a isso. Eu só queria deixar claro os meus sentimentos.

Assenti.

— Elena, olha... – ia falar algo, mas pensei melhor. – Nos vemos mais tarde.

Dei um beijo em sua testa e saí do quarto.

Uma vez fora, peguei o celular e liguei para Stefan imediatamente.

— Preciso que você venha à empresa urgentemente! – exclamei assim que ele atendeu. – Algo aconteceu e preciso te contar.

*

— O quê? Você e Elena...

— Sim – confirmei. – E sabe o que ela disse depois?

Stefan fez que não com a cabeça. Pude perceber que ainda estava chocado com o que acabara de ouvir.

Respirei fundo. Ele iria se chocar mais agora.

— Ela disse que me... – hesitei um pouco –, disse que me amava.

Stefan apenas deu um sorriso. Eu não esperava por isso.

— Isso não é surpresa, não é mesmo?

Fiquei chocado com o comentário de Stefan. Como assim?

— O que você quer dizer com isso?

— Ah, Damon, por favor, acho que Elena deixa bastante na cara que gosta de você.

— Sim. Eu sei. E eu também gosto dela, mas...

Stefan me interrompeu, agitado:

— Não, Damon. Acho que você não entendeu, e, pelo visto, nem percebeu. Elena está apaixonada por você há séculos.

Caí na cadeira.

— O quê?

Stefan riu.

— Ah, por favor, vai me dizer que você não sabia?

De repente, imagens da noite de Elena bêbada voltaram à minha cabeça. O jeito como ela falava comigo, como me criticava... E ela disse que eu a magoava trazendo mulheres para casa. Quando ela viu um sutiã na minha mala, sua irritação repentina quando falava de outras mulheres...

Stefan percebeu minha expressão pensativa e satirizou:

— E então? Se tocou agora?

— Desde quando? – perguntei um pouco entorpecido.

Como eu não percebera?

Stefan deu de ombros.

— Não sei ao certo. Acredito que desde o momento em que ela pisou em sua casa.

— Quê?!

— É o que eu acho.

— Por que você não me contou? – perguntei, chocado.

Como assim Elena era apaixonada por mim desde que começamos a morar juntos?

— Ah, eu tentei. Mas você não vê um palmo a sua frente! – acusou. – Agora mesmo não percebe que também está apaixonado por ela.

— Quê?! Claro que não, Stefan – neguei veemente.

— É, tem razão. Já evoluiu para amor— ele constatou, sério.

— Você está maluco, Stefan. Só porque está apaixonado por Caroline não significa que todos os homens do mundo devam estar também – contrapus, sentindo-me incomodado.

Stefan suspirou e falou com calma:

— Damon, eu te conheço há muito tempo. E nunca, nunca, vi você olhar para qualquer pessoa do jeito que olha para Elena.

— Olho para ela da mesma forma que olho para você, para Caroline, para todo mundo – desdenhei.

Ele passou a mão no cabelo e olhou para mim, sério.

— Então me diga que quando você a vê não sente como se seu mundo tivesse despertado. Diga que não sente que estar com ela é a melhor sensação do mundo. Diga que não trocaria tudo só para passar o maior tempo com ela ao seu lado. Diga que o sorriso dela não te faz sorrir e as lágrimas dela não te dão vontade de chorar. Vamos, Damon, diga que não gosta da inocência dela, do jeito dela, de seus comentários ingênuos. Ah, e principalmente, quero que diga na minha cara que não se importaria se ela te deixasse agora, sem nenhuma justificativa, para ficar com outro.

Engoli em seco. Não podia negar nenhuma dessas coisas.

— Isso não quer dizer que eu a amo – sussurrei.

— É claro que sim! – exclamou. – Damon, céus! Por que você não quer acreditar em algo que está bem na sua frente?!

— Eu não acredito no amor, Stefan – falei em voz baixa, quase como um sussurro.

— Damon, Elena não é Giuseppe. Ela não vai te magoar – ele falou, sério, me encarando.

— Eu não quero mais falar sobre isso. Por favor, saia – minha voz soou como um pedido, mas ele sabia que era uma ordem.

— Só espero que você não demore muito para perceber. Porque pode ser tarde demais – Stefan falou antes de sair.

Pus as mãos em minha cabeça.

Eu não amava Elena. Não podia amá-la. E ela não podia me amar.

Claro, sentia um carinho por ela, uma responsabilidade, me importava com ela. Mas isso não chegava a amor. Não podia chegar.

Passei o resto da manhã e da tarde pensando em Elena. Em tudo que passamos juntos e, principalmente, na noite anterior.

Eu nunca pensei que pudesse sentir alguma coisa em uma relação sexual que não fosse prazer. Mas com Elena, eu senti. Posso não saber o quê exatamente, mas senti. Não era amor, mas era alguma coisa.

E o jeito com que a tratei foi diferente do jeito com que eu tratava as outras mulheres. Nunca desrespeitei nenhuma delas, elas se deitavam comigo porque queriam e eu nunca as iludi. Mas eu me preocupei com Elena. Toda vez que a tocava, temia machucá-la, fazer algo que ela não gostasse. Não sei se ela percebeu isso.

Esses pensamentos encheram minha cabeça até o fim da tarde, quando já estava na hora de ir embora.

Mas se eu voltasse para casa agora, eu a veria. Seu sorriso me faria sorrir e talvez, se ela se declarasse mais uma vez, nós faríamos o que fizemos ontem.

Uma parte de mim queria tudo isso. Mas tinha outra parte que sabia que isso não podia acontecer.

E por isso, decidi que não iria para casa. Iria para um lugar onde eu pudesse afastar Elena Gilbert da minha cabeça.

*

Entrei no quarto beijando-a ferozmente. Ela gostava. Agarrava meus cabelos e fazia leve pressão ao puxá-lo para cima.

Joguei-a na cama e continuei a beijá-la. Sentia seu cheiro de perfume barato e tentava não pensar no outro cheiro que sentira no dia anterior.

A respiração dela era ofegante e a minha era desesperada. Precisava urgentemente tirar certa pessoa da minha cabeça.

— O quê está acontecendo aqui?

NÃO!

Tentei não ligar para aquela voz chocada que invadiu o quarto. Continuei beijando a mulher que estava embaixo de mim. Acho que ela era loira, não lembro.

— Damon!

Seu pedido era urgente. Não pude mais evitá-la.

Levantei a cabeça e olhei para ela.

Elena olhava a cena chocada. Ela não estava acreditando que isto estava acontecendo.

— Saia – falei para a mulher que imediatamente obedeceu.

Elena observou-a ir e depois se virou para mim.

— O quê estava acontecendo? – ela perguntou com uma calma fingida.

Dei uma risada sarcástica. Eu sabia que não deveria fazer isso, mas fiz.

— Acho que estava bem óbvio – respondi olhando para ela.

Elena abriu a boca para falar alguma coisa, mas as palavras não saíram.

— Nós... Nós... Noite passada... A gente... – ela começou a falar, mas eu a interrompi.

— Você acha que só porque transamos noite passada, significa que você será a única? Claro que não!

Seu olhar transmitia completo choque.

— Você disse que... Que tinha sido... Especial— sua voz saiu quase como um sussurro.

— Bom, eu menti – falei com uma frieza que me impressionou.

— Você disse que comigo tinha sido diferente! – Ela exclamou, soando como uma acusação.

— E foi. Você é mais boba do que as outras e é muito ingênua – praticamente cuspi essas palavras, me odiando por isso.

Os olhos de Elena começaram a marejar e ela respirou fundo para se conter.

Ela aproximou-se, falando em voz baixa:

— Eu me entreguei a você. Você sabia, sabia que eu queria algo especial. Você disse que eu era especial. Como você teve coragem de mentir assim para mim?

Suas palavras feridas atingiram algum ponto frágil meu e quase minhas palavras não saíram.

Eu não queria que saíssem.

— Eu te desejava, Elena. Nada mais. Precisava fazer alguma coisa antes que nosso contrato acabasse – menti mais uma vez e cerrei minha mandíbula.

— Eu disse que eu te amava, Damon! – Ela exclamou mais magoada do que nunca.

— Muitas mulheres me amam – desdenhei, sentindo um nó no estômago.

As lágrimas de Elena começaram a descer lentamente. Acredito que nem ela tinha percebido.

— Você me usou! Me usou para ter seu prazer físico correspondido! Eu achei que você se importava comigo, que gostava de mim! – Ela gritou e mais lágrimas escorriam.

Não queria olhá-la. Não queria lembrar de que era eu quem estava fazendo isso com ela.

Mas mais uma vez, lutei contra os meus desejos e menti com maestria:

— Foi fácil, na verdade. Fingir que você era querida, que era diferente. Você só precisava disso. Um pouco de atenção e cuidado. E levá-la para a cama depois disso se tornou fácil. Você não foi nem um pouco difícil, Elena. Foi muito previsível.

Sua mão voou em meu rosto imediatamente. Logo depois ela veio para cima de mim me enchendo de tapas por toda a parte do corpo.

— Você é um canalha, Damon Salvatore! Você é um estúpido, nojento! – Ela gritava em meio a lágrimas.

Deixei que ela me batesse. Ela precisava disso e merecia.

— Eu te amava! Eu amava você! – Ela sussurrou caindo no chão.

Observei-a chorar copiosamente sentindo um aperto em meu peito. Era eu quem estava causando esse sofrimento.

Eu não queria continuar vendo isso. Era bem capaz de ceder às minhas vontades de ajoelhar ao lado dela e consolá-la, dizer que tudo era mentira. Dizer que ela era importante para mim.

Eu cheguei a me aproximar, mas consegui me conter. Impassível, falei:

— Eu não preciso ver isso. É tão ridículo e patético quanto você.

Ela levantou a cabeça para me olhar e levantou-se num salto. Aproximou-se devagar, controlando ao máximo as lágrimas.

— Nunca mais dirija uma palavra a mim, Damon! – falou controlada e devagar e logo depois saiu do quarto correndo.

Minutos depois, ouvi barulho do carro sendo ligado.

Foi a minha vez de desabar. Não chorei, mas senti nojo.

Olhei para quarto. O quarto onde eu tinha trazido várias mulheres. Mulheres que nunca chegarão aos pés de Elena. Olhei para a cama. O lençol trazia aromas de pessoas que eu provavelmente nunca mais veria na vida.

Num ímpeto de raiva, arranquei-o da cama. Rasguei-o para nunca mais ter que sentir o cheiro da mulher que estava hoje comigo ou de outras que passaram por aqui.

Comecei a arrancar minhas roupas com ferocidade. Sentia nojo de mim mesmo, sentia-me um lixo.

Voei para o banheiro e entrei no chuveiro, me sentindo pesado. Deixei que água fria levasse toda a sujeira que estava impregnada em meu corpo desde o dia em que eu decidi me tornar essa pessoa.

Tinha magoado a única garota com quem eu me importava por um medo infantil, uma paranoia idiota!

Eu tinha afirmado mais cedo que eu não a amava. Mas agora, não tinha muita certeza sobre isso.

Elena não merecia isso. Ela não merecia me amar. Ela era boa demais para mim! Boa demais!

Depois do que pareceram horas, saí do banheiro com uma toalha enrolada em minha cintura.

Ouvi o celular tocar. Era um número desconhecido e contra todas as vontades do meu corpo de deixar para lá, atendi.

— Damon Salvatore? – perguntaram do outro lado da linha.

— Sim. O que você quer? – perguntei, rude.

— É sobre sua esposa.

Tive que me conter, da melhor maneira que consegui, e ouvi até o final.

— Para onde vocês a levaram? – perguntei com voz trêmula.


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Notas finais do capítulo

O q vcs acharam da atitude de Damon??
E o q acham q aconteceu com Elena??



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