Dois meses tediantes se passaram e a minha vida continuava a mesma sem um telefonema de Zack. Às vezes eu queria até uma mudança radical para sair daquela rotina.

Então, uma noite, eu estava na sala vendo TV (aproveitava o meu tempo sem Brad, pois ele estava trabalhando) quando a campainha tocou.

Fui atendê-la, mas não havia ninguém na porta. Olhei para o chão e havia um papel escrito SIGA e depois desse papel, havia um caminho formado por pétalas de rosas. Estranhei, mas resolvi segui-lo. Era enorme, cara. E quando vi, estava do outro lado parada em frente à última casa da minha rua sem saída.

Havia outro papel grudado na porta escrito ENTRE. Abri a porta com cuidado com medo do que iria encontrar atrás dela e simplesmente havia mais um papel escrito SIGA e mais um caminho de pétalas de rosas.

Seguindo este caminho, virei um corredor e ao olhar para a frente, vi que no final do caminho, havia uma pessoa com uma placa no rosto escrita: “HEY”.  Ao perceber que eu estava ali olhando para ela, abaixou a placa e eu pude ver seu rosto.

Fiquei paralisada.

Simplesmente não conseguia fazer nem falar nada.

- Não vai me dar um abraço? – Ele disse, quebrando o silêncio.

Sacudi minha cabeça, saindo do choque e corri para abraçá-lo. Ele retribuiu meu abraço, reconfortante.

Zack não tinha mudado nada desde a última vez que nos vimos. Continuava lindo e alto.

Ficamos um bom tempo abraçados enquanto lágrimas escorriam pelas minhas bochechas. Era tão bom vê-lo de novo!

Zack me afastou e segurou meu rosto com as duas mãos para poder me olhar direito. Enxugou minhas lágrimas e disse:

- Eu estava com tantas saudades!

Eu sorri, pois ainda não conseguia dizer nada.

Ele beijou meu rosto e falou:

- A surpresa ainda não acabou.

Pegou um buquê de orquídeas roxas (minha cor preferida) na mesa atrás dele e me entregou com um sorriso.

Observei as lindas flores e enquanto acariciava elas, percebi que havia um bilhete no meio delas.

Abri e li:

“Jenny, você não sabe o tamanho da dor que eu senti ao te deixar naquele aeroporto. Mais de dois meses se passaram desde aquele dia e o meu coração virou um completo vazio durante esse tempo. Então, eu decidi voltar para você. Descobri que estava apaixonado pela menina do balcão da doceria e não consegui mais ficar longe dela. É por isso que te peço: Quer namorar comigo?”

Fiquei em choque. Olhei para Zack e coloquei o buquê junto com o bilhete em cima de um sofá que tinha ali perto.

Assenti freneticamente para ele que logo me agarrou e começou a me beijar. Era um beijo tão doce, o beijo que eu havia sonhado há dois meses.

Ficamos nos beijando ali até que eu ouvi alguns passos e parei de beijar Zack para olhar.

- Er... Desculpe interromper.

- Andrew? O que você está fazendo aqui? – Perguntei, olhando Andrew com uma torta de morango sair da cozinha.

- Bom... Eu moro aqui. – Ele respondeu.

Virei para Zack com um olhar interrogativo e ele explicou:

- Pedi para Andrew me emprestar a casa dele para fazer isso tudo.

- Andrew, você sempre morou na minha rua e eu nunca soube disso? – Perguntei, intrigada.

- Claro. É que eu não saía muito de casa até Brad descobrir meus dons culinários. – Ele deu um sorriso amarelo. – Bom, esta torta aqui foi feita especialmente para vocês.

Ele botou a torta de morango na mesa.

É uma das minhas tortas preferidas, só que vem depois da torta de limão.

Nós três sentamos na  mesa e começamos a nos servir.

Enquanto comíamos, várias dúvidas surgiram na minha cabeça:

- Zack, você abandonou a sua escola para vir para cá?

- Tecnicamente sim. Mas, eu vou ter aulas particulares aqui. Sem contar que eu já estou muito adiantado do que a matéria que estão dando no meu colégio.

- Mas... E a sua família?

- Ah, meus pais não ligam para isso. Eles acham que eu tenho que “explorar o mundo” e ficar viajando por aí. – Ele disse, acariciando meu rosto.

- Vocês formam um belo casal. – Disse Andrew.

Zack me deu mais um beijo rápido e aí eu percebi que estava realizada.

Dim dom.

- Jenny e... ZACK? Você voltou? E o que estão fazendo aqui? Ai Meu Deus, Ai Meu Deus, me contem tudo! – Marcela disse, desesperada ao abrir a porta da sua casa.

Contamos tudo.

Desde o caminho de pétalas de rosas até a gente tocar a campainha da casa dela.

- Ai que lindo! Ai que lindo! Ai, quero um namorado assim também... – Ela disse, sonhando alto.

- Nem pense em chegar perto do Zack. – Adverti.

- Ei, não fique com ciúmes. – Zack falou, aos beijos comigo. – Sou... Só... Seu.

- OOOOOWN. Acho que vou morrer! – Marcela gritou.

Eu batucava na mesa, nervosa. (N/A: REPAREM que essa cena é idêntica a da capa, sendo q eu só peguei aquela foto pq achei bonita, juro, pura coincidência) Já faziam 2 horas que eu estava na doceria e nada de Zack aparecer.

Apoiei minha cabeça nos braços e tentei relaxar. Mas, logo ouvi o som do sininho da porta e rapidamente levantei a cabeça, o que me deixou meio tonta.

- Achei que você tinha esquecido de mim, já estava até ficando com saudades. – Eu disse, quando ele puxou minha cintura para perto dele.

- Engraçado que quando eu não era o seu namorado você não sentia saudades assim.

- Você é que pensa. – Sorri e lhe dei um delicioso beijo.

Ficamos ali nos beijando loucamente por uns minutos. Até que ouvi de novo o sininho da porta e, com o susto, acabei escorregando e caindo em cima de Zack no chão atrás do balcão.

- Ai... – Ouvi Zack gemer embaixo de mim. Logo tratei de sair de cima dele e me deitei ao seu lado.

- Vocês têm sorte de ser eu aqui porque se fosse algum cliente, vocês estariam ferrados. – Disse Marcela, nos ajudando a levantar.

Zack foi sentar numa cadeira com a mão na cabeça. Lhe entreguei uma aspirina e me sentei ao seu lado.

- Ai, Zack desculpa. – Disse, triste.

- Tudo bem. – Ele disse, massageando a testa.

- Nossa, pra eu ter te machucado, devo estar muito gorda.

- Primeiro: Não foi sua culpa. Foi a minha cabeça que bateu no chão. Segundo: Você está maravilhosa para mim. A não ser que... Queira impressionar outra pessoa. – Ele disse, sem olhar para mim.

Eu ri.

Sério, Zack achar que eu queria impressionar outra pessoa era hilário.

- Seu bobo! O único que eu quero impressionar é você. – Lhe dei leves beijos enquanto ele sorria.

- Afe, vocês são muito melosos e eu estou na seca há DUAS SEMANAS. Isso é muito grave. Acho melhor eu ir embora senão começo a beijar o bolo de chocolate. – Marcela falou, indo para a porta.

Um mês passou voando enquanto meu namoro ia de bem a melhor e nada de Brad descobrir sobre isso.

Eu já estava começando a achar que era uma mestre em enganar Brad.

Entrei no MSN e Dean veio logo falar comigo:

“Jenny! Eu continuo aqui em Princeton e ainda quero muito te conhecer.”

Eu havia até esquecido de Dean com tantas confusões na minha vida.

“Dean. Nossa, já estava com saudades de você. Podemos nos encontrar agora, que tal?”

“Maravilhoso. Pode ser no chafariz da Estação de Trem?” Perguntou.

“Claro. Podemos fazer assim para nos identificar: Vamos com nossas camisetas do Supernatural.”

“Ótimo, nos encontramos lá. Um beijo.”

“Beijo.”

Desliguei o computador e fui direto me arrumar vestindo minha blusa justa do Supernatural (Ela era preta com Supernatural escrito nas costas e na frente com pequenas chamas embaixo.) com uma mini-saia jeans e uma sandália de salto alto. Eu não queria impressionar Dean, pois já tinha namorado, mas seria bom para a minha auto-estima ele me achar bonita.

Como Brad estava trabalhando, deixei Meg com a vizinha e saí sem problemas.

Nem acreditava que finalmente iria conhecer Dean depois de um ano.

Ao chegar na Estação de Trem, avistei Dean, sentado de costas no chafariz com sua camiseta do Supernatural, lendo um livro.

Corri na sua direção e parei na sua frente.

Percebendo a minha presença, ele abaixou o livro.

Imediatamente, eu disse:

-VOCÊ é o Dean?

E ele:

- VOCÊ é a Bree?