Assustada, empurrei Zack que caiu no chão, mas depois se ajeitou no sofá.

Brad me lançou um olhar mais que furioso.

- O que esse garoto está fazendo aqui, Jennifer? – Perguntou.

- Bom, estamos namorando. – Falei.

- Não quero saber. Ele vai embora agora e você não vai mais namorar ele e muito menos trazer ele para cá, entendeu?

- O QUE? Por que?

- Porque eu acabei de descobrir que ele trabalha na concorrência. – Ele explicou.

- E...?

- E você não pode namorar ele! Não enquanto estiver morando comigo!

- O QUE?? ATÉ OS MEUS NAMORADOS VOCÊ ESCOLHE AGORA? A VIDA É MINHA, BRAD! – Explodi de raiva.

Deu para perceber que Zack estava incomodado com a situação.

- Er... Jenny, vou indo. E, por favor, não brigue com Brad por minha causa. –Ele falou.

- Ok... – Eu disse. O puxei e lhe dei mais um beijo antes dele sair pela porta.

Brad me olhou, decepcionado.

- Nunca pensei que eu fosse ter tanto trabalho com você, Jenny. Mas você se tornou uma adolescente extremamente rebelde.

- Me deixa em paz. – Revirei os olhos, indo para o quarto, mas ele agarrou meu braço.

- Eu nunca vou te deixar em paz. E você não vai mais tocar nesse garoto, entendeu?

- Você é que pensa... – Eu disse e fui para o quarto.

Como castigo, Brad me mandou dar uma faxina na cozinha e no banheiro.

No dia seguinte, a doceria estava mais vazia como nunca. Eu e Andrew estávamos sentados em uma das mesas tomando café e bem entediados quando Zack entrou correndo:

- Hey, Jenny. – Ele disse arfando e me dando um beijo. – Você pretende seguir as regras do seu padrasto e... Me deixar?

- E desde quando eu sou uma garota que segue regras? – Brinquei. Ele se sentou ao meu lado e acariciando a minha mão, perguntou:

- Então vamos namorar escondido de Brad?

- Claro. – Sorri.

- Ótimo, então vamos começar esse namoro escondido hoje mesmo. – Ele falou, me puxando para fora da loja.

- Ei, você ta louco? Eu tenho uma loja para cuidar.

- Você prefere ir ao cinema com o seu namorado ou ficar em uma doceria sem clientes? – Ele levantou uma sobrancelha, curioso.

- Vamos logo, então. – Eu disse, rindo.

- Desculpe, mas o único filme que temos agora é O Mistério de Feiurinha. – O bilheteiro do cinema falou. (N/A: Sim, na minha fic Xuxa perturba até nos EUA)

- Da Xuxa? – Perguntei, fazendo cara de nojinho.

- Sim senhora.

Virei para Zack, sem saber o que fazer.

- Tenho certeza que vou te distrair o bastante para você não prestar atenção no filme. – Ele disse, dando um sorriso safado.

Eu ri alto. Zack era muito safado e muito fofo quando queria.

Compramos as pipocas e fomos para a sala de cinema.

Era impressionante. Estava lotado.

Sentamos em uma fileira no meio e o filme começou. Xuxa era um pesadelo para mim. Desde meus 8 anos eu odeio essa mulher. Trauma de infância.

- Como essa bruxa pode ser uma princesa? Deveriam ter colocado ela como vilã da história! – Falei um pouco alto de mais e provocando olhares furiosos para cima de mim.

No meio do filme, Xuxa grita: “Oh, Meu Deus! Feiurinha está em apuros!” (N/A: Nem sei se isso acontece no filme 1bj)

- FODA-SE A FEIURINHA! – Gritei. Zack beijava meu rosto nesse momento e teve uma crise de risos quando eu disse isso.

- SHH! – Alguém gritou.

- ENFIA O SHH NO... – Eu ia xingar, mas Zack ocupou minha boca com um beijo delicioso. Me virei para ele e levantei o apoio de braço para podermos ficar mais juntos. O agarrei mais e aprofundamos nosso beijo.

- EI! Tem crianças na sala! – A mulher do meu lado disse, me cutucando.

Me afastei de Zack, bufando.

No filme, Xuxa dançava feito uma retardada.

- Como alguém pode gostar dessa mulher? ELA FAZ FILME PORNÔ!

- Mamãe, o que é pornô? – Ouvi uma garotinha perguntar para a mãe.

- DA PARA CALAR A BOCA? VOU CHAMAR O LANTERNINHA! – A mãe da garotinha gritou.

Bufei.

Depois, apareceu uma cena com a Sasha e seu príncipe encantado.

- QUAL A INFLUÊNCIA QUE VOCÊS QUEREM DAR PARA OS SEUS FILHOS? ESSA GAROTA ESCREVEU CENA COM ~~S~~ E AINDA É FILHA DA XUXA QUE PRESUMO SER UMA PEDÓFILA DE CRIANCINHAS! – Gritei. Zack teve uma crise de risos tão grande que caiu no chão.

Depois do meu mini-discurso, uma criança começou a chorar e os muitos pais que estavam lá começaram a me xingar.

- Lanterninha! Por favor, faça aquele casal se retirar? – Ouvi alguém pedir.

- Hey! Ninguém precisa me tirar daqui. Eu consigo andar, sabe. – Falei, puxando Zack pela mão.

Antes de sair da sala, gritei:

- MAL FILME PARA VOCÊS!

Zack ria da situação.

- De onde surgiu esse seu mal-humor? – Ele perguntou.

- Bom, eu tenho um trauma da Xuxa. – Falei, sentando-me num banco no cinema ao lado de Zack.

- Trauma?

- Sim. Quando eu era pequena, eu fui em um programa dela e eu a amava demais. Pedi uns mil autógrafos e fotos, mas ela me ignorava toda hora. E ainda por cima, deu o maior fora na minha amiga Cláudia.

- Cláudia? – Zack perguntou, se contendo para não rir.

- Aham. É aquela do famoso “Aham Cláudia, senta lá.” – Sorri para Zack que morria de rir ao meu lado.

- Eu não acredito nisso...

- Pois é. Desde então, eu não consigo olhar para a Xuxa sem sentir uma raiva tremenda. – Falei.

- Será que eu posso te deixar alegre?

- Mas, é claro. – Respondi.

- E como eu deveria fazer isso? – Zack se fingiu de desentendido.

- Bom, pode ser assim. – Falei, o beijando bastante.

Nosso delicioso beijo foi interrompido por pipocas sendo tacadas em mim. Olhei para a mulher que segurava a pequena menina.

- Você acabou com a minha noite. – Ela falou, indo embora.

- Mamãe, o que é pornô?? – A garotinha ainda perguntava.

- DE NADA! – Gritei alto o suficiente para ela poder ouvir e me mandar o dedo do meio.